Um texto de Giacomo Galeazzi, traduzido pelo site
A Reforma de Lutero, embora carregue o seu nome, não foi obra exclusiva do monge agostiniano. Ele, revoltado com a teologia cristã resolve se revoltar também contra a ordem estabelecida e contra o papado, símbolo dessa ordem.
Pessoalmente eu me sinto ofendido com o uso da palavra Reforma da Igreja. A Santa Igreja, naturalmente perfeita, não necessita de reformas humanas. Podemos sim reformar ordens, congregações, a Santa Sé, a Cúria, etc, mas a "Igreja" enquanto Corpo de Cristo é impassível de reformas. A Igreja é sempre renovada, pois em si sopra o Espírito Santo que não permite que essa bimilenar comunidade apostólica perca a sua jovialidade e atualidade.
O que Lutero conseguiu foi uma revolta e uma apostasia. Revoltou-se contra a Igreja e espalhou seus erros por todo o mundo, corrompendo nações inteiras e tirando ovelhas do aprisco. Por séculos a Igreja se esforçou em combater os erros do protestantismo, especialmente as doutrinas luteranas e não se cansou de chamar a atenção dos seus filhos para o perigo de tais doutrinas.
Entretanto, na última viagem do Papa à Alemanha vemos, além dos protestos e críticas estúpidas, palavras que, se não soam exatamente como elogios, são algo próximo. Bento XVI tem uma ligação natural com o Luteranismo e com a teologia luterana, pois nascido na Alemanha, sempre viveu numa realidade bipolar.
A relação católico-luterana nos últimos anos sofreu um sensível desgaste, especialmente depois que a teologia de gênero tomou conta do pensamento luterano, justificando a ordenação de mulheres. Evidentemente o luteranismo não possui sucessão apostólica válida.
"Para Lutero, Deus não era uma questão acadêmica, mas sim uma luta consigo mesmo, enquanto hoje muitos fiéis se esquecem do pecado", afirma Bento XVI.