segunda-feira, 30 de junho de 2014

Muitos padres para poucos, poucos padres para muitos. O insucesso das dioceses brasileiras.

Três diáconos da FSSP sendo ordenados ao sacerdócio
junho/2014
Chegamos ao final do mês de junho, um mês que dentro do calendário católico é marcado tradicionalmente por ordenações. Chegamos ao final do mês e minha diocese não terá o que comemorar, pois o número de novos padres é zero.

Minha diocese é um espelho daquela diocese típica do Brasil. Conta com mais de 1 milhão de pessoas, sendo aproximadamente 600 mil católicos. São 15 cidades, 66 paróquias e quase-paróquias e apenas 60 padres diocesanos, alguns deles já aposentados. Se não fosse pelo clero religioso, com 49 padres de 11 congregações/institutos, muitas paróquias estariam sem padres.

O grande número de padres religiosos se deve ao passado recente da diocese que, imediatamente depois do Concílio Vaticano II, viu seu seminário diocesano vazio. Não estou falando de uma diminuição de vocações, mas de uma verdadeira extinção em massa de seminaristas por aqui, que durou praticamente 10 anos. Dois ou três seminaristas, na década de 70, foram enviados à São Paulo para o período formativo. E retornaram para a diocese como bastiões da Teologia da Libertação, diga-se de passagem.

A década perdida na igreja diocesana é um sintoma do fracasso da teologia liberal e que nos marca até hoje. Queria poder dizer que essa página já foi virada e superada na nossa história, mas ela ainda persiste.

Ordenados na FSSPX (EUA)
Meu bispo diocesano goza de 9 anos à frente da diocese. Nesses nove anos ele ordenou 8 padres e um dos neo-sacerdotes abandonou o sacerdócio para se casar antes do primeiro aniversário de ordenação. Em termos numéricos, naquela função primordial que é própria do bispo diocesano, que é dar à comunidade de fiéis pastores, meu bispo fracassa, a diocese fracassa categoricamente.

Corremos o risco de outra década perdida em termos vocacionais. O seminário diocesano conta, hoje, com cinco seminaristas na etapa inicial (propedêutico), doze cursando filosofia e nove cursando teologia. Temos três seminários funcionando e consumindo recursos para apenas 26 seminaristas, sendo que a maioria nem será ordenada. Este ano, como em 2008 ou 2011, não teremos novos sacerdotes.

Meu bispo é contrário a tudo - absolutamente tudo - que cheira a tradição. Missa tradicional? Nem pensar! Inclusive ameaça padres que  manifestam alguma vontade em celebrá-la, ainda que remotamente. Sem dúvida é uma pena que, como bispo, se comporte de forma tão intolerante, porque se desse espaço para a Tradição tenho certeza que seus três seminários poderiam estar em situação muito diferente da atual.

Mons. Schneider com mais sacerdotes ordenados para a FSSP

Enquanto 600 mil católicos não conseguem ter pelo menos um neo-sacerdote por ano, muitas comunidades tradicionais mostram o seu vigor com inúmeras vocações. Os números até o momento:

Fraternidade São Pedro - 10 sacerdotes
Fraternidade São Pio X - 20 sacerdotes
Cônegos de São João Câncio - 3 sacerdotes (biritualistas)
Cônegos do Instituto Cristo Rei - 5 sacerdotes (número ainda não oficialmente confirmado, a ordenação se dará em agosto)

Com as ordenações deste ano a Fraternidade de São Pio X atinge +600 sacerdotes, a Fraternidade São Pedro chega a 420. Certamente todas as comunidades listadas acima não atendem a um universo de 600 mil almas. Seu apostolado é muito mais restrito, porém é espiritualmente eficiente.

Ordenação em Econe (Suíça)
Meu bispo, como vários outros bispos brasileiros, não percebe ou não quer perceber que o caminho trilhado até agora é infrutífero. Sobretudo o orgulho é a grande trave nos olhos de muitos mitrados.

Minha diocese vem enfrentando um processo de secularização intenso, com conselhos de leigos comandando a vida paroquial e tomando, com a devida anuência episcopal, diversas funções reservadas aos ordenados. Tudo por aqui se resolve com planos e conselhos, de forma burocrática. Não por acaso a eficiência da diocese é semelhante a de uma repartição pública.

O ápice da secularização foi, em 2008, um processo de revisão "ampla" orientado por um leigo contratado ($) especialmente para prestar consultoria. O resultado da revisão foi festejado pelo bispo na forma de mais um plano de pastoral (o 6º!) que diz praticamente a mesma coisa que os outros cinco planos anteriores. O 6º Plano de Pastoral é alardeado como a maior conquista deste episcopado, sendo considerado uma verdadeira panaceia para todos os males pastorais que essa igreja particular enfrenta.

Neo-sacerdotes da FSSP, ordenados em Roma
por Mons. Guido Pozzo
Por outro lado, os membros das Fraternidades de São Pedro e São Pio X não parecem apostar na burocracia, nos planos pastorais, como ponto de partida. Jesus não disse "Ide e fazei Planos Pastorais", mas pediu que seus apóstolos fizessem discípulos. É na missão, na conversão pessoal que as comunidades tradicionais focam seu apostolado e conseguem tantos frutos espirituais, apesar do seu tamanho e da perseguição dentro da própria igreja. Seguir o Evangelho é o melhor plano pastoral possível e somente uma diocese esvaziada da sua essência cristã pode focar tanto em papel, conselhos, comissões, etc.


Experiências também nas dioceses 

A abertura à tradição não acontece exclusivamente no ambiente religioso das fraternidades ou institutos. Algumas dioceses, com bispos realmente comprometidos com a causa da fé, também realizam experiências bem sucedidas nesse campo. Tomemos, por exemplo, Ciudad del Este, que só este mês recebeu mais de uma dezena de novos seminaristas. Há ainda o seminário de Guadalajara, o maior do mundo, com mais de 1200 seminaristas. As duas casas de formação apostaram na abertura generosa à tradição católica e agora colhem os frutos. Já escrevemos sobre elas aqui.

Novos seminaristas de Ciudad del Este. O reitor do seminário ao centro
depois de rezar a missa tradicional e dar a tonsura aos novos seminaristas
Várias dioceses perceberam que a Tradição não deve ser evitada ou ridicularizada. Na França, por exemplo, onde a crise vocacional nas dioceses é imensa e onde o movimento tradicional tem a sua maior força, alguns bispos abriram as portas dos seminários ao rito tradicional. Em Lião o cardeal Barbarin já permite que os seus seminaristas aprendam a rezar a missa antiga. A diocese de Fréjus-Toulon abriga o maior seminário da França em números totais de seminaristas e desde a posse de Dom Dominque Rey como bispo se permite que os seminaristas aprendam o rito antigo e, ainda mais, escolham a forma da ordenação - no rito moderno ou tradicional. Inclusive Dom Rey fundou uma sociedade sacerdotal (Missionários da Divina Misericórdia) voltada para o rito antigo.

Dom Dominque Rey, bispo de Fréjus-Toulon, com dois
novos sacerdotes ordenados no rito tradicional (maio/2014)
Quem não tem cão, caça com gato

Devido a ausência de vocações, minha diocese decidiu, talvez guiada pelo espírito do 6º Plano de Pastoral, dar atenção aos diáconos permanentes. Não sou um crítico do diaconato permanente e acredito que a Igreja deva ter diáconos não-transitórios em suas fileiras, mas há um grave problema quando colocamos os diáconos permanentes (casados) como um paliativo para a falência da atividade vocacional. Por aqui são 56, dentre os quais 26 foram ordenados nos últimos 9 anos. Corremos o risco de nos tornarmos uma diocese parecida com "San Cristóbal de Las Casas", no México, que já foi assunto neste blog.

Nos próximos 10 anos o clero diocesano atingirá aquela faixa de idade crítica, onde mais da metade dos padres terá chegado aos 60 anos ou mais. Se as ordenações continuarem acontecendo no ritmo atual - e acredito que elas tendem a cair ainda mais - teremos problemas ainda mais sérios. O número crescente de denominações protestantes já é notado por aqui há muito tempo, com bairros de periferia com mais de 8 "igrejas" neo-pentecostais abertas e com um número cada vez maior de pastores. Não por acaso temos um dos mais baixos índices de católicos apurados pelo IBGE no último censo, abaixo da média brasileira que já é preocupante.

A resposta para esses problemas não virá com um 7º Plano de Pastoral, nem com a construção de mais um seminário, mas de uma verdadeira conversão do alto. Precisamos que o bispo perceba o caminho danoso que vem trilhando junto com os milhares de conselheiros, administradores, consultores, etc. ou que Deus nos mande um outro bispo.

domingo, 29 de junho de 2014

Um novo (velho) pálium e a ausência de batina no Papa

Com um velho-novo pálium Francisco celebra São Pedro e São Paulo sem batina


Durante a solenidade de São Pedro e São Paulo no Vaticano, quando o Papa tem a oportunidade de impor o pálium aos novos arcebispos nomeados ou transferidos para uma sede metropolitana, é possível verificar duas mudanças significativas no vestuário pontifício.

A primeira e mais evidente diz respeito ao próprio pálium do Papa, que foi restaurado ao formato antigo. João Paulo II, João Paulo I, Paulo VI, João XXIII, Pio XII, etc., todos recebiam um pálium idêntico aquele usado pelos arcebispos, de lã estreita e com cruzes pretas. Bento XVI foi o primeiro Papa na história recente a mudar seu pálium. O primeiro pálium dado ao Papa Ratzinger, em abril de 2005, foi uma criação totalmente despropositada do arcebispo Piero Marini, então mestre de cerimônias, baseado no que ele chamou de "pálium primitivo" (foto ao lado). Se tratava de uma longa peça de lã, que corria pelos ombros até os pés; inclusive foi verificado que Marini tinha feito o novo pálium para o arcebispo de Milão Cardeal Tettamanzzi e por isso a vestimenta ficava curta em Bento XVI.

Depois de alguns anos e, especialmente, com a troca de cerimoniário, Bento XVI pode restaurar um pálium mais parecido com o original, mas com cruzes vermelhas e ligeiramente mais grosso. O "pálium primitivo" de Piero Marini foi deixado pelo Papa Bento XVI na tumba do Papa Celestino V, o último papa a renunciar ao pontificado, até então.

Bento XVI manteve um pálium semelhante ao antigo, porém as diferenças, segundo seu cerimoniário, seriam para ressaltar as diferenças entre o ofício universal do Papa e o daquele exercido localmente pelos arcebispos metropolitanos. Introduziu-se ai uma "teologia do pálium", que não existia até então.

A teologia de Francisco é diferente, como todos sabem. Além de partidário de uma simplificação litúrgica, sem "triunfalismos", o papa argentino já demonstrou que é apenas um "bispo de Roma", ou seja, um entre iguais. O retorno do pálium antigo é um daqueles paradoxos em que um tradicionalista se encontra, e mostra também que o tradicionalismo - ou qualquer outro nome que se queira dar ao movimento - não é essencialmente restauracionista.

Tenho certeza que, na atual conjuntura, essa restauração feita por Francisco não será aplaudida pelo orbe tradicional. E não o será porque, diferentemente de um ou outro movimento restaurador, o que se busca é significado dentro de um gesto. O pálium moderno de Bento XVI significava uma diferenciação entre o Papado e o bispado ordinário, o que poderá significar a "restauração" promovida por Francisco hoje? Pode significar uma mudança de vestimenta ou, como eu prefiro acreditar, uma configuração ao modelo democrático, do primus inter paris na administração católica. Isso se torna ainda mais significativo hoje, com a presença de delegados do patriarcado ortodoxo de Constantinopla na solenidade. Mas deixo para o leitor decidir entre uma posição ou outra.

A segunda mudança nos remete a um post - muito criticado por sinal - que fizemos anteriormente neste blog. O Papa Francisco novamente deixou de usar a batina por baixo das vestimentas litúrgicas. Como havíamos previsto com precisão milimétrica não se tratou de uma única exceção, mas virou a moda do Papa. Um pequeno abuso litúrgico, feito por aquele que deveria ser o primeiro a cumprir as leis que emanaram da própria cátedra petrina, que se consolida. Não retomaremos os argumentos que apresentamos anteriormente e recomendamos a leitura dos outros posts.


Um Papa de Clergyman? Papa Francisco abandona a batina na missa de Pentecostes

Pot-Pourri da Batina. Para quem ainda não entendeu o significado da batina e seu lugar na Igreja

Quanto tempo levará para a abolição completa da batina pontifícia?

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Pe. Julio Lancelotti - aquele... - sai em defesa dos black blocs. Tudo em nome da Arquidiocese de SP

Júlio Lancelotti, aquele da Pajero, agora é líder da Pastoral dos Black Blocs. Vá pedir perdão por seus pecados, padre!

Vejam a foto deste rapaz, de Fábio Braga, da Folhapress.



(Por Reinaldo Azevedo) Ele padece de uma grave doença, que tem, sim, cura, mas dá trabalho: chama-se ignorância. Que idade terá? Vinte cinco? Perto de 30? O que sabe ele sobre ditadura? Absolutamente nada! A prova de que o país, definitivamente, não é o que ele diz ser é poder exibir esse cartaz, isso só para começo de conversa. Mas vá lá: poderíamos ter um regime autoritário que permitisse manifestações, como aconteceu na fase final do regime militar, no governo Figueiredo. Mas nem isso. A única ditadura realmente existente no Brasil hoje é a de minorias de bocós extremistas. Grupelhos, de 50, 100, 200 pessoas têm hoje a ambição de parar uma cidade.

Mas vamos lá: o que faz ele ali? O Tribunal de Justiça de São Paulo decretou nesta quinta a prisão preventiva de Rafael Marques Lusvarghi, 29, e de Fábio Hideki Harano, 26, detidos na segunda-feira durante um dos protestos contra a Copa. São acusados de cinco crimes: associação criminosa, incitação da violência, resistência à prisão, desacato à autoridade e porte de artefato explosivo. A decisão é do juiz Sandro Rafael Barbosa Pacheco, que está de parabéns por ter a coragem de cumprir a lei. Sim, chegamos ao estágio, no Brasil, em que precisamos parabenizar quem cumpre a sua função. Atenção! Um juiz não decreta uma prisão preventiva se os elementos apresentados pela Polícia não forem bastante convincentes. Lusvarghi está no Centro de Detenção Provisória de Pinheiros, e Harano foi enviado ao presídio de Tremembé,

O ignorante sentado no asfalto participa de uma manifestação na Avenida Paulista contra a prisão da dupla, que reúne cerca de 300 pessoas em frente ao Masp. Eles querem sair em passeata pela cidade sem deixar claro quem lidera o ato e que trajeto pretendem cumprir. Estão cercados pela Polícia Militar. Sem essas definições, nada de passeata, afirma o tenente-coronel Marcelo Pignatari.

Adivinhem quem está lá. É um padre. Vocês se lembram daquele senhor que, certa feita, comprou um carro de luxo para um ex-menor da Febem, já homem feito? Sim, é aquele religioso muito pio que decidiu dar de presente, ninguém entendeu por quê — ou fez que não entendeu — uma “Pajero” para um rapagão e que denunciou, depois, que estaria sendo extorquido por ele. Sim, refiro-me a Júlio Lancelotti, que é pároco da igreja São Miguel Arcanjo, na Mooca, bem longe dali. Ele não era da Pastoral do Menor? Da Pastoral da Criança? Da Pastoral do Povo de Rua?

O que está fazendo no protesto? Não há criancinhas ali. Não há menores ali. Não há povo de rua ali. Lancelloti está, por acaso, se reinventando como membro da Pastoral da Baderna de Rua? Da Pastoral dos Black Blocs? Vai ser agora babá de mascarados? Sobre a ação correta do tenente-coronel Pignatari, afirmou: “Ele disse que não vai deixar acontecer a passeata se não tiver um líder, e isso é um prenúncio de que a polícia pode ser violenta com os manifestantes. Eu pedi, em nome da Arquidiocese, para que eles não usem a violência nem prendam inocentes”.

É uma fala acintosa e desrespeitosa com a Polícia. Se não houver depredações nem desrespeito à lei — que são atos violentos —, ninguém vai apanhar. Caso contrário, sim! Júlio gora é juiz? É ele que determina a inocência? Como? Pediu em nome da Arquidiocese? Ele a está representando ali?

Vá rezar, padre Júlio!

Vá cuidar dos pobres, padre Júlio!

Vá cuidar dos necessitados, padre Júlio!

Vá se penitenciar, padre Júlio!

Vá pedir perdão a Deus por seus pecados, padre Júlio!

Depois do escândalo da Pajero, padre Júlio tinha saído um pouco do noticiário. Mas, agora, estamos em ano eleitoral. E ele sempre aparece nessas horas, agora na versão de líder da Pastoral dos black blocs.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

A impressionante cara de pau de Braz de Aviz

Tenha a santa paciência!
Comecei a crer que a expressão "esquerda caviar", usada na política brasileira para designar os marxistas que afirmam lutar pelos pobres, mas que nunca deixam a vida privilegiada da classe média-alta, é aplicável também aos clérigos. E por que não seria, não é mesmo? Temos hoje uma "esquerda caviar de sacristia", que se pinta de humilde, mas que não deixa seus luxos, que se faz de pastor, mas é a primeira a cravar os dentes na jugular da ovelha.

Eis que para espanto geral da nação o cardeal Braz de Aviz lança um livro intitulado "Dalle periferie del mondo al Vaticano" (Das Periferias do mundo ao Vaticano).

É evidente que não li o livro, que se propõe biográfico e reflexivo ao mesmo tempo, mas li algumas linhas do entrevistador e co-autor Michele Zanzucchi. Na entrevista de Zanzucchi, é possível ver que o livro busca aproximar Braz de Aviz de Francisco, a começar pela capa que além do título sugestivo, baseado na expressão "periferia do mundo" muito usada por Francisco, traz o cardeal brasileiro com uma cruz peitoral de madeira e um vago olhar de piedade. Sem dúvida muito franciscano.

O livro também busca distanciar Braz de Aviz de Bento XVI, afirma Zanzucchi que o cardeal Brasileiro, no ano e meio que trabalhou junto ao papa alemão, só o viu duas vezes e que com Francisco a proximidade é muito maior. Afirma também que a investigação contras as freiras tresloucadas dos EUA estava longe do Papa (Bento XVI), dando a entender que Ratzinger não sabia o que estava acontecendo. Mas logo diz que com Francisco há uma colaboração maior, com o Papa pedindo ajuda o tempo todo aos seus cardeais.

Pela entrevista, pelo título do livro e pela sua capa, embora não o tenha lido, posso dizer que a peça é de um oportunismo exemplar! Zanzucchi tenta transformar o cardeal brasileiro numa espécie de sucessor natural de Francisco, afirmando que Braz de Aviz:  [é] um homem do povo, que está no meio do povo, nascido da comunidade, que vive na comunidade, que vive como um pastor em meio ao rebanho. Mesmo como cardeal é assim, e tem uma ligação especial com o papa.

Analisando o histórico biográfico do prelado, vemos que nunca viveu nas "periferias" do mundo, nem passou privações. É nativo do Paraná, um dos melhores estados pra se viver, e desde os 11 anos frequentou o seminário - o que lhe garantiu não só boa educação, mas comida na mesa todos os dias e roupas limpas. 

Estudou Filosofia na cidade de Curitiba no Seminário Maior Rainha dos Apóstolos e na cidade de Palmas, interior do Paraná. Concluída a Filosofia seguiu para Roma onde cursou a faculdade de Teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana. Retornando ao Brasil foi ordenado padre por Dom Romeu Alberti na Catedral de Apucarana aos 26 de novembro de 1972. Durante seu sacerdócio exerceu alguns encargos pastorais: pároco de algumas paróquias; diretor espiritual e reitor do Seminário Maior de Apucarana(em 1984 e 1985) e de Londrina (em 1986 a 1988); diretor espiritual do Seminário do Ipiranga, em São Paulo; foi membro do Conselho de Presbíteros, do Colégio de Consultores e Coordenador geral de pastoral da Diocese de Apucarana. De 1989 a 1992 fez o doutorado em Teologia Dogmática na Pontifícia Universidade Lateranense em Roma. Nos anos de 1992 a 1994 foi reitor e professor de Teologia Dogmática no Instituto Paulo VI de Londrina e pároco da Catedral Nossa Senhora de Lourdes de Apucarana. (fonte)

Como se vê o cardeal nunca foi um padre de aldeia, um pároco de periferia ou favelas, nem mesmo missionário na amazônia. Pelo contrário, o agora cardeal ocupou basicamente cargos administrativos, sendo pároco apenas por 12 anos. Esse Braz de Aviz piedoso e próximo aos pobres só existe na ficção forçada de Zanzucchi. E se levamos o discurso do Papa Francisco a sério, devemos nos lembrar que o pontífice alertou aos novos bispos, em 2013, contra um modelo episcopal de “homens ambiciosos, esposos de uma Igreja à espera de outra mais bela, mais importante, mais rica". Braz de Aviz foi um bispo que claramente subiu na carreira, saindo de bispo auxiliar em Vitória, passando pela diocese de Ponta Grossa, pela Arquidiocese de Maringá, onde ficou apenas um ano, depois assumiu a Arquidiocese de Brasília antes de subir inesperada e inexplicavelmente para o Vaticano! É ou não é um exemplo de um "esposo de uma Igreja à espera de outra mais bela, mais importante, mais rica"? Zanzucchi tenta apresentar Braz de Aviz como próximo bispo de Roma.

Braz de Aviz não vem da "periferia do mundo", mas é um exemplo do bispo-príncipe que sempre trata a sua diocese como um feudo. Quem acompanhou seu episcopado em Brasília sabe do que ele é capaz quando é contrariado. Quando partiu para Roma vimos muitas demonstrações de alívio dos seus antigos diocesanos; entretanto é em Roma que o cardeal demonstrou a verdadeira face que nada se parece com a "pietá" da capa do livro de Zanzucchi.

Em Roma, Braz de Aviz participa do processo amais aviltante contra uma congregação realmente pobre, verdadeiramente humilde e que transpira o odor da ovelha de fato. Contra os Franciscanos da Imaculada o "piedoso" Braz de Aviz lançou toda a sua virulência. 

É algo típico da esquerda caviar, seja ela política ou eclesial, se disfarçar de algo que não é e mentir descaradamente sobre a sua história pregressa e seus objetivos futuros, tudo camuflado por uma aura de piedade e bom mocismo politicamente correto. É no gabinete do político ou no escritório do cardeal que se vê como as coisas realmente são. E não são nada bonitas.

Instrumentum Laboris do Sínodo para a Família é publicado

O site do Vaticano já disponibilizou o texto que será a base dos trabalhos para o próximo Sínodo dos Bispos, a realizar-se em outubro próximo. O texto é uma reflexão dos membros desse dicastério com base nas informações remetidas pelos bispos diocesanos através de um questionário.

A grande questão do sínodo - a recepção dos sacramentos pelos divorciados recasados - aparece no texto de forma light. Abaixo reproduzimos os parágrafos específicos sobre este assunto, o texto integral pode ser lido no site do Vaticano:


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Separados, divorciados e divorciados recasados

86. Das respostas resulta que a realidade de separados, divorciados e divorciados recasados é relevante tanto na Europa como em toda a América; muito menos em África e na Ásia. Considerando o fenómeno crescente destas situações, muitos pais estão preocupados com o futuro dos seus filhos. Além disso, observa-se que o número crescente de conviventes torna o problema dos divórcios menos relevante: gradualmente, as pessoas divorciam-se menos, porque na realidade tendem a casar-se cada vez menos. Em determinados contextos, a situação é diferente: não há divórcio porque não há matrimónio civil (nos países árabes e nalguns países da Ásia).

Os filhos e quantos permanecem sozinhos

87. Outra questão levantada diz respeito aos filhos dos separados e dos divorciados. Observa-se que da parte da sociedade falta uma atenção no que se lhes refere. Sobre eles incumbe o peso dos conflitos matrimoniais, dos quais a Igreja está chamada a ocupar-se. Também os pais dos divorciados, que sofrem as consequências da ruptura do matrimónio e muitas vezes devem responder às dificuldades da situação destes filhos, têm de ser sustentados por parte da Igreja. Acerca dos divorciados e dos separados que permanecem fiéis ao vínculo matrimonial, pede-se ainda atenção pela sua situação que muitas vezes é vivida na solidão e na pobreza. Resulta que também eles são os “novos pobres”.

As mães solteiras

88. É necessário prestar uma atenção particular às mães que não têm marido e que cuidam dos filhos sozinhas. A sua condição é frequentemente o resultado de histórias muito dolorosas, não raro de abandono. É preciso admirar sobretudo o amor e a coragem com que acolheram a vida concebida no seu ventre e com que se ocupam do crescimento e da educação dos seus filhos. Da parte da sociedade civil elas merecem uma ajuda especial, que tenha em consideração os numerosos sacrifícios que enfrentam. Além disso, a comunidade cristã deve prestar-lhes uma solicitude que as leve a sentir a Igreja como uma verdadeira família dos filhos de Deus.

Situações de irregularidade canónica

89. Em linha geral, em várias áreas geográficas, as respostas concentram-se principalmente sobre os divorciados recasados, ou contudo em nova união. Entre aqueles que vivem em situação canonicamente irregular, subsistem diversas atitudes, que vão da falta de consciência da própria situação à indiferença, ou então a um sofrimento consciente. As atitudes dos divorciados em nova união são bastante semelhantes nos diversos contextos regionais, com um relevo particular na Europa e na América, e menor em África. A este propósito, algumas respostas atribuem esta situação à formação carente ou à escassa prática religiosa. Na América do Norte, as pessoas pensam muitas vezes que a Igreja não é mais uma guia moral fiável, acima de tudo no que se refere às questões da família, considerada matéria particular sobre a qual se deve decidir autonomamente.

90. Bastante consistente é o número daqueles que consideram com menosprezo a própria situação irregular. Neste caso, não há qualquer pedido de admissão à comunhão eucarística, nem de poder celebrar o sacramento da reconciliação. A consciência da situação irregular manifesta-se muitas vezes quando intervém o desejo da iniciação cristã para os filhos, ou se sobrevém o pedido de participação numa celebração de baptismo ou crisma como padrinho ou madrinha. Às vezes pessoas adultas que chegam a uma fé pessoal e consciente, no caminho catequético ou quase catecumenal, descobrem o problema da sua irregularidade. Sob o ponto de vista pastoral, estas situações são consideradas uma boa oportunidade para começar um itinerário de regularização, principalmente nos casos das convivências. Uma situação diferente é indicada em África, não tanto em relação aos divorciados em nova união, mas em relação à prática da poligamia. Existem casos de convertidos para os quais é difícil abandonar a segunda ou terceira esposa, com as quais já têm filhos, e que desejam participar na vida eclesial.

91. Antes de abordar a questão do sofrimento ligado à impossibilidade de receber os sacramentos por parte daqueles que se encontram em situação de irregularidade, é indicado um sofrimento mais originário, do qual a Igreja deve ocupar-se, ou seja, o sofrimento vinculado à falência do matrimónio e à dificuldade de regularizar a situação. Nesta crise alguns relevam o desejo de se dirigir à Igreja para obter ajuda. O sofrimento parece muitas vezes ligado aos vários níveis de formação – como indicam diversas Conferências Episcopais na Europa, África e América. Frequentemente não se entende a relação intrínseca entre matrimónio, Eucaristia e penitência; portanto, é muito difícil compreender por que motivo a Igreja não admite à comunhão aqueles que se encontram numa condição irregular. Os percursos catequéticos sobre o matrimónio não explicam suficientemente este vínculo. Nalgumas respostas (América, Europa do Leste e Ásia), evidencia-se como por vezes se julga, erroneamente, que o divórcio como tal, mesmo que não se viva em nova união, torna automaticamente impossível aceder à comunhão. Deste modo permanece-se, sem motivo algum, desprovido dos sacramentos.

92. O sofrimento causado pela não-recepção dos sacramentos está claramente presente nos baptizados que estão conscientes da própria situação. Muitos sentem-se frustrados e marginalizados. Alguns perguntam-se por que motivo outros pecados são perdoados e este não; ou então, por que os religiosos e os sacerdotes que receberam a dispensa dos seus votos e dos ónus presbiterais podem celebrar o matrimónio, receber a comunhão, e os divorciados recasados não. Tudo isto põe em evidência a necessidade de uma formação e informação oportunas. Noutros casos, não se compreende como a própria situação irregular é o motivo para não poder receber os sacramentos; ao contrário, considera-se que a culpa é da Igreja, que não admite tais circunstâncias. Nisto, indica-se também o risco de uma mentalidade reivindicativa em relação aos sacramentos. Além disso, é muito preocupante a incompreensão da disciplina da Igreja, quando nega o acesso aos sacramentos em tais casos, como se se tratasse de uma punição. Um grande número de Conferências Episcopais sugere que se ajudem as pessoas em situação canonicamente irregular a não se considerarem “separados da Igreja, podendo, e melhor devendo, enquanto baptizados, participar na sua vida” (FC 84). Além disso, há respostas e observações, da parte de algumas Conferências Episcopais, que salientam a necessidade de que a Igreja se dote de instrumentos pastorais mediante os quais abrir a possibilidade de exercer uma misericórdia, clemência e indulgência mais amplas em relação às novas uniões.

Sobre o acesso aos sacramentos

93. A respeito do acesso aos sacramentos, evidenciam-se reacções diferenciadas por parte dos fiéis divorciados recasados. Na Europa (mas também nalguns países da América Latina e da Ásia), prevalece a tendência a resolver a questão através de alguns sacerdotes que aceitem o pedido de acesso aos sacramentos. A este propósito, indica-se (em particular na Europa e na América Latina) um modo diferente de responder por parte dos pastores. Por vezes, estes fiéis afastam-se da Igreja ou passam para outras confissões cristãs. Em vários países, não apenas europeus, para muitas pessoas esta solução individual não é suficiente, enquanto elas aspiram a uma readmissão pública aos sacramentos por parte da Igreja. O problema não consiste tanto em não poder receber a comunhão, mas no facto de que a Igreja não os admite publicamente à comunhão, de forma que parece que estes fiéis simplesmente rejeitam ser considerados em situação irregular.

94. Nas comunidades eclesiais estão presentes pessoas que, encontrando-se em situação canonicamente irregular, pedem para ser recebidas e acompanhadas na sua condição. Isto acontece especialmente quando se procura tornar razoável o ensinamento da Igreja. Em circunstâncias semelhantes é possível que tais fiéis vivam a sua condição sustentados pela misericórdia de Deus, da qual a Igreja se faz instrumento. Outros ainda, como é indicado por algumas Conferências Episcopais da área euro-atlântica, aceitam o compromisso de viver em continência (cf. FC 84).

95. Muitas das respostas recebidas indicam que em numerosos casos se encontra um pedido claro para poder receber os sacramentos da Eucaristia e da Penitência, de modo especial na Europa, na América e nalguns países da África. O pedido torna-se mais insistente sobretudo por ocasião da celebração dos sacramentos por parte dos filhos. Às vezes deseja-se a admissão à comunhão como que para ser “legitimados” pela Igreja, eliminando o sentido de exclusão ou de marginalização. A respeito disto, alguns sugerem que se considere a prática de determinadas Igrejas ortodoxas que, na sua opinião, abre o caminho para um segundo ou terceiro matrimónio, com carácter penitencial; a este propósito, dos países de maioria ortodoxa indica-se que a experiência de tais soluções não impede o aumento dos divórcios. Outros pedem para esclarecer se a questão é de índole doutrinal ou apenas disciplinar.

Outros pedidos

96. Em muitos casos, indicados de modo particular na Europa e na América do Norte, pede-se para facilitar o procedimento em vista da nulidade matrimonial; a este propósito, indica-se a necessidade de aprofundar a questão da relação entre fé e sacramento do matrimónio – como foi sugerido diversas vezes por Bento XVI. Nos países de maioria ortodoxa indica-se o caso de católicos que voltam a casar na Igreja ortodoxa, segundo a prática nela em vigor, e depois pedem para se aproximar da comunhão na Igreja católica. Finalmente, outros instâncias apresentam o pedido de especificar a prática que devem seguir nos casos de matrimónios mistos, nos quais o cônjuge ortodoxo já foi casado e obteve da Igreja ortodoxa a autorização para as segundas núpcias.

Sobre os separados e os divorciados

97. Em várias respostas e observações põe-se em evidência a necessidade de prestar mais atenção aos separados e aos divorciados não recasados, fiéis ao vínculo nupcial. Parece que eles muitas vezes devem acrescentar ao sofrimento da falência matrimonial a dor de não serem considerados convenientemente pela Igreja e, portanto, de serem descuidados. Observa-se que também eles enfrentam as suas dificuldades e a necessidade de serem acompanhados pastoralmente. Além disso, faz-se presente a importância de verificar a eventual nulidade matrimonial, com atenção particular por parte dos pastores, com a finalidade de não introduzir causas sem um discernimento atento. Neste contexto encontram-se pedidos para promover em maior medida uma pastoral da reconciliação, que assuma as possibilidades de reunir os cônjuges separados. Alguns farão observar que a aceitação corajosa da condição de separados que permaneceram fiéis ao vínculo, marcada por sofrimento e solidão, constitui um grande testemunho cristão.

Simplificação das causas matrimoniais

98. Existe um amplo pedido de simplificação da prática canónica das causas matrimoniais. As posições são diversificadas: algumas afirmam que a simplificação não seria um remédio válido; outras, a favor da simplificação, convidam a explicar bem a natureza do processo de declaração de nulidade, para uma melhor compreensão do mesmo por parte dos fiéis.

99. Alguns convidam à prudência, indicando o risco que mediante tal simplificação, e facilitando ou reduzindo os passos previstos, se produzam injustiças e erros; se dê a impressão de não respeitar a indissolubilidade do sacramento; se favoreça o abuso e se impeça a formação dos jovens para o matrimónio como compromisso para a vida inteira; se alimente a ideia de um “divórcio católico”. Propõem, ao contrário, que se prepare um número adequado de pessoas qualificadas para seguir os casos; e, na América Latina, África e Ásia, apresenta-se o pedido para incrementar o número de tribunais – ausentes em muitas regiões – e para conceder maior autoridade às instâncias locais, formando melhor os sacerdotes. Outras respostas relativizam a relevância de tal possibilidade de simplificação, enquanto muitas vezes os fiéis aceitam a validade do seu matrimónio, reconhecendo que se trata de uma falência e não consideram honesto pedir a declaração de nulidade. Contudo, muitos fiéis consideram válido o seu primeiro matrimónio, porque não conhecem os motivos de invalidade. Às vezes, por parte daqueles que divorciaram, sobressai a dificuldade de rever o passado, que poderia reabrir feridas dolorosas pessoais e para o cônjuge.

100. Muitos apresentam pedidos relativos à simplificação: processo canónico facilitado e mais rápido; concessão de maior autoridade ao bispo local; maior acesso de leigos como juízes; e redução do custo económico do processo. Em particular, alguns propõem que se volte a considerar se é verdadeiramente necessária a dupla sentença conforme, pelo menos quando não há pedido de apelo, obrigando contudo o defensor do vínculo ao apelo em determinados casos. Propõe-se também que se descentralize a terceira instância. Em todas as áreas geográficas, pede-se um delineamento mais pastoral nos tribunais eclesiásticos, com maior atenção espiritual em relação às pessoas.

101. Nas respostas e nas observações, tendo em consideração a vastidão do problema pastoral das falências matrimoniais, pergunta-se se é possível fazer face ao mesmo unicamente por via processual judicial. Apresenta-se a proposta de empreender um percurso administrativo. Nalguns casos propõe-se que se proceda a uma verificação da consciência das pessoas interessadas na averiguação da nulidade do vínculo. A questão é se existem outros instrumentos pastorais para verificar a validade do matrimónio, por parte de presbíteros para isto deputados. Em geral, solicita-se uma maior formação específica dos agentes pastorais neste campo, de modo que os fiéis possam ser oportunamente ajudados.

102. Uma formação mais adequada dos fiéis em relação aos processos de nulidade ajudaria, em determinados casos, a eliminar dificuldades, como por exemplo a de pais que receiam que um matrimónio nulo torne ilegítimos os filhos – indicada por algumas Conferências Episcopais africanas. Em muitas respostas insiste-se sobre o facto de que simplificar o processo canónico só é útil se se enfrentar a pastoral familiar de modo integral. Da parte de algumas Conferências Episcopais asiáticas assinala-se o caso de matrimónios com não-cristãos, que não desejam cooperar para o processo canónico.

A atenção às situações difíceis

103. A caridade pastoral impele a Igreja a acompanhar as pessoas que passaram por uma falência matrimonial e a ajudá-las a viver a sua situação com a graça de Cristo. Uma ferida mais dolorosa abre-se para as pessoas que voltam a casar-se, entrando numa condição de vida que não lhes permite o acesso à comunhão. Sem dúvida, nestes casos a Igreja não deve assumir a atitude de juiz que condena (cf. Papa Francisco, Homilia, 28 de Fevereiro de 2014), mas a de uma mãe que acolhe sempre os seus filhos e cuida das suas feridas em vista da cura (cf. EG 139-141). Com grande misericórdia, a Igreja é chamada a encontrar formas de “companhia” com as quais apoiar estes seus filhos num percurso de reconciliação. Com compreensão e paciência, é importante explicar que a impossibilidade de aceder aos sacramentos não significa ser excluídos da vida cristã e da relação com Deus.

104. Em relação a estas situações complexas, da parte de muitas respostas, salienta-se a falta de um serviço de assistência específica para estas pessoas nas dioceses. Muitas conferências episcopais recordam a importância de oferecer a estes fiéis uma participação concreta na vida da Igreja, através de grupos de oração, de momentos litúrgicos e de actividades caritativas. Além disso, indicam-se algumas iniciativas pastorais, como por exemplo uma bênção pessoal para quem não pode receber a eucaristia, ou o encorajamento da participação dos filhos na vida paroquial. Realça-se o papel dos movimentos de espiritualidade conjugal, das ordens religiosas e das comissões paroquiais para a família. É significativa a recomendação da prece pelas situações difíceis, no âmbito das liturgias paroquiais e diocesanas na oração universal.

Decreto bolivariano do PT foi aplicado à Igreja em 2010 pela CNBB - Uma reflexão do Prof. Hermes Rodrigues Nery

Documento nº 91 da CNBB defende "conselhos" e "radicalização da democracia"

Por Hermes Rodrigues Nery

Em 2010, por ocasião da 48ª Assembléia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, realizada em Brasília (para comemorar o jubileu de ouro da fundação da capital federal, em pleno planalto central do País, o então secretário-geral da CNBB, Dom Dimas Lara Barbosa apresentou o documento nº 91: "Por uma Reforma do Estado com Participação Democrática", assinado em 11 de março daquele ano, meses antes do pelito que elegeria Dilma Roussef como presidente. Naqueles dias da 48ª Assembléia, estive em Brasília, e procurei vários bispos, inclusive o próprio Dom Dimas, chamando a atenção do Plano Nacional de Direitos Humanos nº 3, que o então presidente Lula havia apresentado nas vésperas do Natal do ano anterior, e que causou grande apreensão em vários setores da sociedade brasileira. Solicitamos que a CNBB tivesse um posicionamento firme sobre o aspecto anticristão do PNDH-3, mas não foi possível tal posição. Os temas da Assembléia vinham das bases, e um deles era o documento nº 91. " - Um tema para entrar aqui em discussão vem das bases, dos conselhos!", ressaltou um dos prelados. Em relação ao PNDH-3, a apreensão inicial foi apenas passageira. Logo as vozes se calaram, e vieram as acomodações conhecidas.  A execução do PNDH-3 continuou como prioridade do governo do PT, legitimado pelo silêncio e conivência de muitos. Depois que passou a chiadeira inicial, o PT se sentiu respaldado a agir com mais celeridade aos propósitos contidos no PNDH3.

Muitos bispos fizeram descaso dos apelos feitos, e quando a voz solitária e heroica de Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, o Leão de Guaruhos, clamou em defesa dos nascituros, denunciando a agenda abortista do PT em plena campanha eleitoral, muitos outros religiosos e leigos católicos da esquerda se juntaram para assinarem uma carta de apoio a Dilma Roussef, incensada por Leonardo Boff, em evento no Rio de Janeiro. No ano seguinte, estando com Dom Bergonzini em Londrina (PR), conversamos sobre a situação nacional, e ele afirmou que continuaria quantas vezes fosse preciso se posicionando em fidelidade ao Magistério da Igreja e à sã doutrina, denunciando a agenda abortista do PT e o seu projeto de poder totalitário, confirmando assim a valentia que faltava a muitos outros religiosos e leigos católicos. Estivemos juntos novamente num ato público na Praça da Sé, em que saímos em direção ao Forum João Mendes, onde ele protocolou uma ação contra as "Católicas pelo Direito de Decidir". No ano seguinte, nos reencontramos no plenário do Supremo Tribunal Federal, na votação da ADPF nº 54, quando o STF decidiu aceitar o aborto em casos de anencefalia; havíamos feito uma vigília durante a noite antes da votação, em frente o STF, e ainda durante a votação, quando a maioria dos ministros já havia deliberado, Dom Bergonzini saiu da sessão e foi rezar um terço em frente o STF. Ele sabia que naquele momento estava  se abrindo uma brecha pela via judiciária para a legalização do aborto no Brasil, e que a Presidente Dilma Roussef não cumpriria sua promessa de campanha de que não tomaria iniciativa nesse sentido, o que se confirmou, mais tarde, com a sanção da Lei 12.845/2013, de triste memória. A imagem de Dom Bergonzini sozinho diante do STF, debaixo de um sol escaldante, no meio da tarde, foi de cortar o coração. O Leão de Guarulhos não se abateria até o último minuto de vida, dando o exemplo de um valente combatente em defesa da Igreja.


Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, o "Leão de Guarulhos", reza o terço diante
do STF, ainda durante a votação da ADPF-54

Via crucis de uma campanha contra o aborto

No mesmo período, percorríamos as paróquias de algumas dioceses do estado de São Paulo coletando assinaturas para a "Campanha São Paulo pela Vida", com o objetivo de incluir na constituição estadual paulista o direito a vida, desde a concepção, via iniciativa popular. Foi então que comecei a perceber uma realidade mais terrível, que ainda não tinha me dado conta. Ao apresentar a campanha aos padres, nas reuniões diocesanas de presbíteros, muitos deles disseram: " - a proposta é boa, mas temos primeiro ouvir "os conselhos" paroquiais" ou " - Pessoalmente sou a favor da campanha, acho bonita esta iniciativa, mas temos que ouvir "os conselhos"". E de outro pároco: " - Não posso simplesmente apresentar um projeto bonito desses como se fosse coisa minha, ou pior ainda, como se fosse coisa do bispo, você entende? Tudo será decidido nos conselhos." .

E então, a coisa emperrou. Algo aconteceu que não entendíamos. Só funcionou quando o pároco, com a sua prerrogativa de decisão, autorizou que fôssemos ao final da missa falar sobre a campanha e, em seguida, fizéssemos a coleta de assinaturas. Em muitos casos, o pároco disse que colocaria à disposição agentes pastorais. mas quando chegávamos lá, para o mutirão pela vida, nem mesa, nem canetas, nada de estrutura mínima. Tínhamos que levar tudo por nossa conta; em certos casos, nem mesmo o pároco lá estava. A missa era rezada por um vigário, que nem sabia do que estava acontecendo, porque ninguém havia avisado nada. " - Acho que vocês estão sendo boicotados", nos disse uma senhora que veio assinar o formulário contra o aborto.

Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, o "Leão de Guarulhos", não se abateria, dando o exemplo de um combatente, enquanto Igreja militante.

A campanha contra o aborto no estado de São Paulo se tornou um calvário, porque nos deu a constatação de que boa parte das paróquias visitadas estão dominadas por "conselhos" imbuídos de ideologia marxista, que não consideravam relevante a causa da defesa da vida, desde a concepção. " - Vocês estão obcecados pela questão do aborto", nos disseram. " - Se for um abaixo-assinado para dar moradia aos sem teto, terras para o morador de rua e direitos sociais aos afrodescendentes, então contem com a gente". Mais tarde tivemos que ouvir de um dos líderes dos conselhos: " - Até o papa já disse que vocês estão obcecados pela questão do aborto!" Um deles foi mais longe: " - Direito primeiro ao já nascido!". Mesmo assim, continuamos percorrendo as dioceses, algumas nos acolhendo muito bem, abrindo as portas, com o bispo de Campinas. Então fui pessoalmente falar com Dom Damasceno, presidente da CNBB e arcebispo de Aparecida. Ele foi bem receptivo e acolhedor, abrindo as portas da Basílica de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, onde fizemos um mutirão de coleta de assinaturas lá. E também Dom Beni, que telefonou autorizando um dia de coleta na Canção Nova. Mas foi apenas um único dia de mutirão. Depois, tínhamos que voltar às paróquias, e submeter o abaixo-assinado à vontade dos "conselhos". E quando isso acontecia, emperrava de novo.

Bispos conservadores e fiéis ao Magistério da Igreja nos recebiam, ouviam e acolhiam, anuindo com a proposta. Quando os formulários eram encaminhados para as bases, meses decorriam sem que houvesse algum retorno.  No Regional Sul 1 da CNBB, graças ao Pe. Berardo Graz, dando apoio, conseguimos mobilizar outras comissões em defesa da vida, e obter juntos, mais de cento e cinquenta mil assinaturas. Porém, precisávamos chegar a trezentas e trinta mil! Tivemos então que fazer um mapeamento de paróquia por paróquia, identificar qual padre acolheria, e mesmo assim, qual tomaria a decisão dele mesmo fazer acontecer, mas quando ia para os "conselhos", tudo de novo estancava. Mesmo assim, chegamos a mais da metade do número de assinaturas exigidas pela legislação, e como desejávamos fazer a ação vir do seio da Igreja Católica, o trabalho demorou mais para fluir. " - Chamem os evangélicos, vocês precisam dos evangélicos!", mas queríamos muito a iniciativa dos católicos. A grande lição da campanha foi a de constatar o aparelhamento ideológico da Igreja Católica no Brasil. A maior parte dos "conselhos" foram criados para serem voz do esquerdismo dentro da Igreja, minando-a por dentro, corroendo a sã doutrina, fazendo com que muitos padres fiquem de mãos atadas, imobilizados, sem saber o que fazer, reféns dos mesmos. " - A fidelidade dos sacerdotes católicos deve ser com a sã doutrina", disse uma vez, numa reunião de um desses "conselhos". E uma das lideranças, com voz num tom de saltar as veias, respondeu: " -Esta sã doutrina é eurocêntrica. Mais saiba que a experiência da América Latina, que veio das CEBs, do protagonismo dos "conselhos populares", fará emergir a Igreja que queremos, a Igreja como "povo de Deus", e não a imposta pela hierarquia" . E completou: " - A questão do aborto é um obsessão desta igreja reacionária". " - O povo quer pão na mesa e terra, esse sim é o direito a vida por qual temos que lutar. E conseguiremos isso com participação popular, com democracia radical, efetivamente participativa."

Outro aspecto percebido foi a constatação de que houve uma crescente tomada de posição dos progressistas, em todos os níveis, nas paróquias, nas escolas e universidades, nas editoras, empresas e muitas instituições hoje apenas ditas católicas. Os progressistas assumiram postos de comando, tornaram-se ordenadores de despesa, formaram seus "conselhos" e os doutrinaram, na ideologia marxista, para justificar e legitimar os encaminhamentos da "democracia radical" dentro da Igreja, relegando os padres conservadores aos papéis secundários de vigários, sem poder algum de decisão. Boa parte se acomodou, evitando criar problemas, e preferiu tocar a rotina em serviços burocráticos de atendimentos, sem intervir nas decisões, aceitando se tornar reféns dos "conselhos". Alguns celebram a missa diária, como se fosse apena suma obrigação profissional e nada mais. Fazem os atendimentos necessários e somem. Vários são os casos de depressão e alcoolismo, que sofrem sem saber o que fazer debaixo do mando de tais "conselhos", com a conivência do progressista ordenador de despesa. Presenciei casos assim, nas minhas andanças em defesa da campanha contra o aborto, nas muitas visitas feitas em paróquias, de padres cerceados de suas atividades, vigiados, boicotados, que sofrem calados padecimentos incontáveis.

" - O que acontece com a nossa Igreja?", queixou-me um deles. E lembrou-me uma frase de Bento XVI, em seu livro "Jesus de Nazaré": " - E como estamos todos na realidade presos pelas potências que de um modo anônimo nos manipulam". E me contou: " - Não apenas padres sofrem com isso, mas também bispos, e mais ainda  bispos eméritos conservadores, que padecem privações sob a dependência de religiosos progressistas, idosos, muitas vezes, sem família, á mercê da vontade dos progressistas. Tudo isso causa grande dor e sofrimento no seio da Igreja, que foi tomada por dentro pela implacabilidade dos progressistas, muitos deles, que recorrem aos "conselhos" para dar legitimidade a este cerco aos conservadores, por dentro da instituição. Eles sabem que ninguém vai falar nada, ninguém tem coragem de falar, e assim, aos poucos, eles avançam e ocupam mais postos de decisão."

E então nos indagamos: o que esperar, mais para a frente, em termos de defesa da sã doutrina católica, quando o próprio documento nº 91 da CNBB, em relação à reforma do Estado brasileiro, prega uma "educação popular" capaz de questionar os fundamentos do sistema político atual, questionando inclusive a "democracia representativa", e advogando a necessidade de dar poder a "novos sujeitos históricos" (os tais "conselhos populares" defendidos pelo decreto 8243/2014 da presidente Dilma Roussef?), propondo inclusive no referido documento, "radicalizar a democracia", dizendo que "a democracia representativa não esgota todas as formas de vivência democrática", "rompendo com a supremacia institucional da cultura ocidental"? Está no documento nº 91 a defesa dos "conselhos", de modo explícito: "os conselhos paritários formam, um campo privilegiado de participação popular", propondo "a institucionalização das estruturas de participação popular", para "uma nova forma de viver a democracia".

O fato é que o documento nº 91 está em muita sintonia com o pensamento contido no decreto nº 8243/2014 da presidente Dilma Roussef. Não é a toa que Gilberto Carvalho se sente tão a vontade, ao saber que não haverá resistência alguma da Igreja ao decreto, porque o documento nº 91, que já foi lido e trabalhado em tantos finais de semanas, em muitas reuniões paroquiais, pelo País afora, defende o que está no decreto 8243/2014, mesmo muitos sem saber exatamente das conseqüências disso, para o País, e para a Igreja Católica no Brasil. Gilberto Carvalho sabe que as poucas vozes reacionárias não tem lastro mais nas bases já trabalhadas e tomadas, há muito tempo. Já não têm mais poder algum. E poderá rir disso, no conforto do gabinete presidencial, certo de que poderá agora avançar mais célere, em tudo aquilo que está lá contido no PNDH3, e que os próprios bispos, reunidos na 48ª Assembléia, nada disseram a respeito. Agora, poderão facilmente prosseguir no afã de sovietizar o País, repetindo aqui o queria Lênin: "todo poder aos sovietes!"

Agora ficou clara a resposta dos párocos progressistas, ao receberem o formulário da campanha contra o aborto: "ouviremos primeiro os conselhos". E entendemos o porquê tais formulários terem ficado meses esquecidos nas gavetas dos escritórios paroquiais. Os "conselhos" decidiram que a questão do aborto não é relevante. Mesmo sabendo que a maioria do povo brasileiro é contra o aborto e pela vida (82% segundo pesquisa Vox Populi). Mas os "conselhos" representam mesmo o "povo"?

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Felipe Berríos, um jesuíta que aceita o casamento gay e tolera o aborto. Em plena comunhão!

Nada de preâmbulo doutrinário, nada de intervenção ou de censura.  Felipe Berríos, sacerdote membro da mesma congregação do Papa Francisco, não será molestado pelo Vaticano. Pouco importam as suas opiniões contrárias ao magistério e às Sagradas Escrituras. Ele está em plena comunhão, sente com a Igreja...

(InfoCatólica | Tradução blogonicus) - Numa entrevista no programa El Informante da TVN, Berríos afirmou que "Qual é o problema do matrimônio homossexual? Os homossexuais são filhos de Deus. Ele os criou homossexuais e lésbicas e Deus está orgulhoso do que são". "O problema está em nós, que não compreendemos. Não [está] neles", acrescentou.

Estas declarações contrastam abertamente com a doutrina da Igreja Católica que se manifesta contrária a legislar as relações entre pessoas do mesmo sexo, assegurando que isto "debilita" a família tradicional.

Aborto. Respeito aos que opinam de forma diferente
Em relação ao aborto, Berríos afirmou que "o mesmo respeito que tenho pela vida como um dom de Deus me faz respeitar as opiniões diferentes"
"Minha experiência de Deus é a vida que me deu e para mim a vida é um dom de Deus intocável desde o momento da gestação até a morte natural", assinalou.
"O que está no fundo é que nos damos conta que aqui se joga a definir quando um ser humano se considera pessoa. Se a grande maioria discute no parlamento e aceita no futuro uma lei de aborto, eu vou aceitar, mas para mim será imoral de acordo com que penso. Mas não posso impor essa maneira de pensar" comentou Berríos.
O religioso afirmou que "a presidente disso algo muito interessante: que a sociedade chilena está madura o suficiente para conversar sobre os temas e que não há alguém que decida por ela. Isso me parece claro"


***

Uma das primeiras medidas que Michele Bachellet adotou depois da sua volta ao cargo de presidente da república foi fazer avançar sobre os cidadãos chilenos uma lei pró-aborto. Os bispos do Chile lutam desesperadamente - diferente dos seus pares brasileiros - para impedir a aprovação da lei.

Bachellet foi eleita com um percentual apertado e com um alto índice de abstenção do eleitorado chileno.

Arcebispo de La Plata contra a profanação na Catedral. Agora ELE é o criminoso!


O coletivo gayzista, apoiado sobre as falácias do politicamente correto, tem uma patológica tendência de inversão de valores e posição. É uma sociedade corrompida, substituindo os valores por pseudo-valores, transformando o vício em virtude.

Recentemente na cidade argentina de La Plata, uma cantora peruana gravou um vídeo junto com um travesti dentro da catedral, onde "as duas" simulavam uma confissão, entoavam o pai nosso e mostravam imagens da Eucaristia em meio a líricas impublicáveis. A ideia do vídeo era promover - preparem-se - um boliche gay. Nada mais normal do que profanar um templo religioso para promover ideias e valores que são contrários à religião em questão. Nada mais natural...
A dupla de profanadoras.

Durante o ato de desagravo presidido pelo arcebispo Hector Aguer, o arcebispo afirmou que a homossexualidade é uma abominação agora amparada pela lei (do país). Palavras duras, sem dúvida, mas não menos verdadeiras. Entretanto foi o que bastou para a gaystapo acionar seu mais fiel cão de caça - a mídia.

Uma associação nacional de gays, lésbicas e afins afirmou que pedirá ao Vaticano uma "sanção exemplar" ao arcebispo. "Não vamos permitir que de um espaço institucional da Igreja Católica continue denegrindo as lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros e ainda por cima nestes termos que retrocedem às piores épocas de negação dos direitos dos nossos coletivos", afirmou o presidente da FALGBT (Federación Argentina de Lesbianas, Gays, Bisexuales y Trans), Esteban Paulón.

A situação absurda é a de total impunidade da comunidade gay. O movimento gayzista vem conseguindo colocar o homossexual como um cidadão de uma casta superior aos demais mortais, sobretudo aos religiosos. Eles podem profanar espaços e símbolos religiosos na certeza da tolerância. Quem não se lembra da marcha do orgulho gay em São Paulo onde imagens de santos foram colocadas em situações homoerotizantes? E o que foi feito? Quem foi punido por um crime inclusive previsto na legislação? Ninguém...

Esteban Paulón tem certeza da colaboração do Vaticano em punir o arcebispo de La Plata. Nunca antes na história da Igreja o Vaticano foi cogitado como aliado da comunidade gay. Nem nas mentes mais progressistas circulou o pensamento de um líder gay recorrer ao Vaticano para punir um arcebispo. Dias sombrio vivemos, sob os efeitos nefastos do "Quem sou eu para julgar!?".

Dom Aguer já circulou na imprensa como um nome a ser removido por integrar o microcosmo dos bispos conservadores argentinos. Ele está na mira do Papa e é possível que a comunidade GLBT tenha isso em atenção. Se a pressão na mídia for grande, ele cairá.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Novo encontro dos Franciscanos da Imaculada com Papa Francisco.

Segundo informa o blog do vaticanista Andrea Tornielle, o Papa Francisco teve um encontro "de uma hora e meia" com sessenta frades da congregação dos Franciscanos da Imaculada. Esteve presente ao encontro o comissário-interventor Frei Fidenzio Volpi.

Não é segredo para ninguém a grande perseguição que os franciscanos vem enfrentando nas mãos de Fr. Volpi. As vozes críticas ao tratamento quase soviético a que os franciscanos da imaculada foram submetidos se perguntavam até onde o Papa Francisco estaria informado sobre tal prática. Tornielle responde:

"(...) Em seguida, perguntaram a Francisco sobre os temas mais espinhosos sobre a vida interna do Instituto. Papa Bergoglio se mostrou informadíssimo sobre tudo, seguindo de perto a questão e mostrou seu apreço pelo Fr Volpi, refutando, assim, que as ações do governo do comissário e sua equipe são tomadas sem o seu conhecimento."

Aqui se vê que a linha soviética de intervenção dentro da Ordem é comandada por Volpi e com anuência plena do Papa da Misericórdia.

Chama atenção os frades presentes que, segundo Tornielle, era um grupo composto por estudantes de teologia e filosofia, noviços e alguns formadores. Na imagem que ilustra essa postagem o leitor pode ver bem a figura de um Frade barbudo, o segundo no canto direito; é Fr Angelo Mary Geiger um dos frades dissidentes que, juntamente com Fr Afonso Bruno - nomeado como segundo em comando na congregação - denunciaram o fundador e o capítulo da Ordem ao Vaticano, dando início ao processo inquisitorial.

A presença de apenas "dissidentes" e noviços reforça a linha adotada pelo Vaticano (leia-se Volpi-Francisco) de destruir as vozes da comunidade e seu carisma original. Vários frades foram silenciados e/ou transferidos para diversos cantos do mundo, tendo sua influência sobre a ordem anulada. Como "espaços" devem ser sempre preenchidos, a meia dúzia de dissidentes assumiu o governo da ordem, suas editoras, estações de rádio, seminários e, sobretudo, as contas bancárias.

Muitos leigos ligados ao universo tradicional acusaram de imediato as intenções de transformação da ordem, até então um oásis de vocações e espiritualidade, em mais uma decadente comunidade de religiosos. A nomeação de Frei Fidenzio Volpi foi um sinal indicativo dessa intenção, sendo ele um membro de uma ordem decadente (franciscano capuchinho), estranho ao mundo tradicional. Torinielle informa que cerca de 40 frades pediram desligamento da ordem, a metade era composta de membros com votos temporários. Só isso já nos dá uma dimensão que a reestruturação e adaptação da ordem ao espírito mundano já começou. Tornielle não dá, no seu texto, muita importância para isso, mas num universo de 400 religiosos, 10% de perda na base é muito.

Uma questão sobre a interpretação do Concílio Vaticano II. Francisco voltou a expressar o seu apreço pelo trabalho do Arcebispo Agostino Marchetto, definindo-a como "a melhor hermenêutica" do Concílio. E então ele respondeu à acusação de que o Vaticano só seria um Concílio pastoral que resultou em dano à Igreja. O Papa disse que, embora fosse pastoral, contém elementos doutrinários e é um concílio Católico, reiterando a linha da hermenêutica da reforma na continuidade da Igreja um tema apresentado por Bento XVI em seu discurso à Cúria Romana em dezembro de 2005. Ele então lembrou que todos os concílios causaram alvoroço e reações, porque o diabo "não quer que a Igreja fique mais forte." Ele também disse que devemos ir em frente com uma hermenêutica teológica e não ideológica do Concílio Vaticano II.
O que dizer, por exemplo, dos Franciscanos brasileiros que ainda insistem em imprimir e financiar livros de Leonardo Boff, ou das inúmeras irmãs de caridade norte-americanas que suportam o aborto? Ou ainda os Dehonianos brasileiros, uma congregação que abandonou a intenção de formar sacerdotes para formar padres cantores e autores de livros de auto-ajuda? Se não há intervenção, nem mesmo uma única carta de admoestação, presumimos que eles fazem "hermenêutica teológica" do Vaticano II, ou estamos enganados?

Arremata Tornielle:

No final, o Papa cumprimentou pessoalmente todos os presentes. Dois deles expressaram preocupações no tratamento sofrido pelo fundador Stefano Manelli. Um destes dois seminaristas alguns dias após a reunião anunciou sua decisão de deixar o noviciado, porque se diz contrário ao Concílio Vaticano II

Vídeo - Nova Entrevista do Papa Francisco

Mais uma entrevistada dada pelo Papa Francisco a um jornalista. Desta vez podemos ouvir o que o Papa fala, entender o contexto de cada palavra e, por isso, não precisamos das interpretações criativas do jornalista.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Os imigrantes da Igreja e a Igreja dos Imigrantes



O sul da Itália, sobretudo a região de Lampedusa, vem sofrendo uma onda com imigrantes vindos do norte da África e de algumas partes do Oriente Médio, como a Síria. A tragédia humana é enorme, com milhares de mortos na travessia. Em comum, além da origem de extrema pobreza, é o sonho de uma vida melhor e mais livre nos países da Europa.

Entretanto, não podemos fechar os olhos para um grave problema com essa migração; um problema que a mídia progressista evita tocar e que está diretamente ligada à sobrevivência da Igreja, ou melhor, do cristianismo no continente europeu.  A onda de refugiados é composta majoritariamente de muçulmanos. Há, é claro, cristãos do oriente e alguns animistas, mas seu número é insignificante frente ao dos professos de Maomé.

Pró-Sharia na França
A infiltração muçulmana é terrível para a Europa. Os imigrantes que conseguem acesso ao continente europeu formam verdadeiras comunidades religiosas, com leis próprias e organização política. E isso acontece rápido. Em Paris, assim como em Londres, há bairros islâmicos onde a circulação de cristãos ou não-maometanos é proibida. No parlamento britânico já temos até lordes xiitas propondo a adoção da lei radical islâmica, a sharia, como parte da legislação britânica. Muitas cidades no norte da Europa estão sitiadas, embora não reconheçam, pelas comunidades de imigrantes muçulmanos.

A Igreja Católica, por seu dever de amar o próximo, vem facilitando a entrada dos imigrantes. Várias paróquias e dioceses se transformaram em verdadeiros centros de acolhida aos refugiados, proporcionando a essas pessoas acesso fácil e legal ao continente europeu.

É realmente, como diriam, uma sinuca de bico. A Igreja tem um dever moral que não se questiona aqui, que é ajudar ao próximo, mas estamos vendo que essa "ajuda" se converte no veneno que vai destruir, muito em breve, a Europa Cristã.

O grande problema não está no fato da Igreja ajudar os refugiados muçulmanos, mas em se negar a convertê-los. A missão de conversão está morta na Igreja, sendo substituída pela "missão humanitária", ou seja, aquela que busca apenas saciar o corpo e curar feridas. Não há em Lampedusa ou no sul da Itália qualquer atividade missionária ou catequética aos imigrantes. O resultado é que chegam à fronteira italiana mais muçulmanos do que nascem cristãos em todo o país.

Alguns estudiosos alertam há algum tempo sobre a bomba relógio que o continente está criando. A comunidade xiita européia ainda não está suficientemente organizada para lançar seus "jihadistas" contra os governos, mas está bem próximo disso. Por sua vez, a mídia progressista insiste em chamar o islã de religião de paz e trata os refugiados apenas como refugiados. Esquece-se de que quando necessário os muçulmanos marcham em uníssono contra o que quer seja.

A única saída para preservar o futuro da Europa e impedir a supremacia islâmica no continente é recuperar na Igreja a sua alma missionária e priorizar a entrada de cristãos no continente. Enquanto milhares de cristãos afegãos, iraquianos, sírios e palestinos batem às portas dos irmãos europeus e recebem um sonoro "não", pela porta dos fundos entra o lobo vestido de cordeiro e é acolhido por todos, sobretudo por uma Igreja em estado de catatonia espiritual. Não se enganem se o lobo devorar todas as ovelhas!

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Calote argentino, padres da libertação e a incapacidade da esquerda arcar com as consequências dos seus atos



A Argentina ao que parece dará o calote novamente. Nesta semana o ministro da economia do país,  Axel Kicillof, anunciou que não pagará uma parcela da dívida, a mesma que foi renegociada durante o último calote argentino nos primórdios de 2001.
Trago um trecho do G1:


O novo imbróglio argentino remonta ao início desde século. Em 2001, em meio a uma grave crise econômica e política, a Argentina anunciou um calote em sua dívida pública, que era de cerca de US$ 100 bilhões.
Quatro anos depois, no governo Nestor Kirchner, o país tentou recuperar a credibilidade oferecendo a quem tinha sido prejudicado pelo calote pagamentos com descontos acima de 70%. Mais de 90% dos credores aceitaram a proposta e vêm recebendo esses pagamentos em parcelas (a dívida reestruturada). Os que não aceitaram, no entanto, recorreram a tribunais internacionais.
Em 2012, um dos casos, movido por fundos especulativos, recebeu uma decisão favorável da Justiça dos Estados Unidos, que determinou que a Argentina deveria pagar US$ 1,33 bilhão aos fundos. O governo argentino recorreu, e o caso chegou à Suprema Corte dos EUA, que decidiu manter a condenação, derrubando uma medida cautelar que suspendia os efeitos da determinação judicial anterior.
"A suspensão do 'stay' (medida cautelar) por parte da justiça impossibilita o pagamento em Nova York da próxima parcela da dívida reestruturada [as parcelas pagas aos credores que aceitaram o desconto] e revela a ausência de vontade de negociação em condições distintas às obtidas na sentença ditada pelo juiz Griesa", disse o ministério da Economia argentino.
A nota lamentou a decisão que ordena a execução da sentença do juiz Thomas Griesa, que deliberou a favor dos fundos especulativos, conhecidos como "Abutres", na Argentina.
O comunicado reafirma "a disposição da Argentina de pagar os credores da dívida reestruturada, aos quais sempre tem oferecido as mesmas condições, de acordo com a lei do país".
Na audiência de quarta-feira, advogados da Argentina comunicaram à Corte que uma delegação viajará a Nova York na próxima semana para tentar negociar com os fundos. "Estamos preparados para sentar (em negociação) com eles", afirmou Robert Cohen, que representa a NML.
A presidente argentina, Cristina Kirchner, disse na segunda-feira que seu país não voltará a declarar moratória, mas ressaltou, contudo, que a Argentina "não será submetida à  biextorsão".

O resumo da ópera é o seguinte. Depois de anos de políticas irresponsáveis, populistas e descompromissadas com a boa gestão do patrimônio público, o governo argentino decreta moratória. Depois dessa grave crise, que nos afetou em 2001 e de certa forma impulsionou a vitória de Lula em 2002, o governo consegue o milagre de renegociar a dívida com 90% dos seus credores. A parcela de 10% que se recusou a renegociar e protelar o recebimento dos pagamentos exige que o país de Messi pague o que deve nos termos contratados; eles estão agindo dentro da esfera de competência que rege um contrato entre duas partes. O governo argentino, entretanto, não reconhece esse direito.

Os 13 anos que nos separam da moratória de 2001 não foram bons para a Argentina. O país não conseguiu alçar voo e se descolar das suas políticas heterodoxas, do seu peronismo, da visão nacionalista estreita. O país viu greves, desabastecimento, crises institucionais, crises fronteiriças com Brasil e Uruguai, e respondeu da única forma que sabe - culpando os outros.

Embora a presidente argentina deixe claro que não haverá calote, é mais claro ainda que seu partido e seu ministro para a economia já articulam junto a opinião pública uma revolta contra os credores. De vítimas do calote, os credores passaram a ser os algozes do país, os "capitalistas imperialistas", os "abutres americanos" que vivem da especulação e são responsáveis por toda a crise do país. No melhor espírito de "a culpa é deles!" já se vê nas ruas de Buenos Aires cartazes contra os "abutres".

Os especialistas em economia da Argentina:
Padres da Opção pelos Pobres
Agora é a vez dos "padres da opção pelos pobres" saírem das suas respectivas catacumbas bolorentas e se unirem ao coro dos caloteiros. Num comunicado dirigido ao povo argentino os padres marxistas afirmam que os credores "quieren también nuestra soberanía; y como cristianos y argentinos no podemos aceptarlo"! Já estou vendo esses padres bradando a frase com os punhos cerrados para o céu - "no podemos aceptarlo!".

A análise feita pelos padres é tão precisa quanto a sua ortodoxia:

"O problema de fundo é que o sistema capitalista liberal - que premia os especuladores e condena os trabalhadores - instala uma legalidade imoral levada a fundo pelos especialistas da usura"

Sim, a culpa é do capitalismo. Um discurso bem digno da década de 30 do século passado. Peço aos padres que me apontem um único país capitalista pobre, só um. Em contrapartida a pobreza parece ser um produto exclusivo das ditaduras de esquerda e das tiranias.

Os padres não entenderam que não foi o capitalismo liberal o grande problema da Argentina, mas o peronismo e o populismo, se for possível separar um termo do outro. João Fábio Bertonha (Doutor em História (Unicamp) e docente na Universidade Estadual de Maringá) já em 2002, portanto isento da argumentação apaixonada de hoje, afirmou:

A decadência argentina não pode realmente deixar de impressionar quem a estuda. Do país mais rico e desenvolvido da América Latina, de um dos pólos de desenvolvimento do mundo até 1930, pelo menos, a Argentina caminha a passos largos para se tornar apenas mais um dos pobres países da América Latina. Um argentino morto por volta de 1945 que ressuscitasse provavelmente não entenderia o que vê: do país rico e orgulhoso que tinha a coragem de bater de frente com os Estados Unidos e disputava a liderança continental com o Brasil, o que resta? Uma nação em crise, com índices sociais ainda melhores do que os nossos, mas declinantes, que tentou desesperadamente se jogar aos pés do tio Sam e cuja força econômica e política regrediu enquanto a brasileira cresceu. Um outro mundo surgiu no sul da América em meros cinqüenta anos e qualquer um que tente jogar toda a culpa disso em Menen ou no neoliberalismo dos anos 90 estaria dando excessivo crédito a eles. Um país tão rico e desenvolvido não pode ser destruído tão facilmente. Os motivos vêm de um passado mais longínquo. 

O resultado histórico de inúmeras políticas atrapalhadas, cálculos mal feitos e a incapacidade do governo argentino se abrir para o mundo e para os investimentos estrangeiros encontra no governo Kirchner o seu ápice.

Continuam os padres de passeata argentinos:
"este pecado que clama aos céus sabendo que fará sofrer nosso povo, em especial os pobres, e a tantos outros que veem em nosso país um espelho do seu futuro".

Os padres estão mesmo desconectados da realidade. O que fará sofrer os pobres argentinos - de todas as classes - e a irresponsabilidade do governo que muitos desses padres de passeata ajudaram a eleger. O calote da dívida, como querem os padres, conduzirá a já capenga economia argentina ao buraco pela segunda vez e possivelmente a última. É pouco provável que o país consiga uma nova renegociação se decretar uma nova moratória; investidores estrangeiros já voaram do país que já deu provas que não goza de segurança jurídica para acomodar investimentos.

Em 2012 o governo, liderado pelo mesmo Kicillof, expropriou a petroleira YPF numa demonstração estúpida e inconsequente de poder juvenil.  Os empresários espanhóis da YPF foram ameaçados de prisão se não deixassem o país, com eles se foi também parte da pouca credibilidade do país e hoje a Argentina colhe os frutos dessa e de outras atitudes anti-investimentos.

Por fim. o governo argentino é bolivariano, ligado ao Foro de São Paulo e tem relações importantes com o PT. Uma crise na Argentina não favorece a reeleição de Dilma e é possível que o governo petista aporte recursos bilionários no país vizinho, como fez em Cuba e na Venezuela, sem qualquer garantia de retorno.

A Argentina é um dos nossos principais parceiros comerciais e a crise agravada na vizinha pode afetar ainda mais a nossa balança comercial, sem contar que grandes investidores, já desconfiados com os rumos da economia brasileira, tendem a ver os países como um conjunto e o Brasil escolheu se alinhar com países de pouca ou nenhuma tradição de simpatia ao empresariado global (Venezuela, Cuba, Uruguai e Argentina).

Em 2001 a crise Argentina ajudou o PT a se eleger. Em 2014 ela poderá derrubar o PT. Ou pelo menos dar um empurrãozinho.

"Hospital do Papa" logra cura definitiva da leucemia e outros males com células tronco adultas


ROMA, 18 Jun. 14 / 08:16 pm (ACI/EWTN Noticias). - O Hospital Pediátrico Bambino Gesù de Roma, mais conhecido como o "Hospital do Papa", utilizou pela primeira vez no mundo uma técnica a partir de células tronco adultas com exito na cura definitiva de graves enfermidades no sangue em crianças.

Segundo informações do próprio hospital à ACI, a novidade possibilita o transplante de medula de um dos pais, com uma porcentagem de cura similar ao obtido utilizando um doador perfeitamente compatível.

Até agora, utilizar os pais como doadores acarretava muitas complicações e o único doador realmente adequado era um irmão ou irmã imuno-genticamente compatível com o paciente. Mas a possibilidade de que os irmãos sejam idênticos entre si é de apenas 25%.

Nesses casos a última opção depende de doadores de medula óssea, o que deixava entre 30 a 40 por cento dos pacientes sem obter uma doação idônea a tempo.

Se trata de uma nova técnica de manipulação celular criada por pesquisadores do Hospital Bambino Gesù que pode ser usada também na ausência de um doador completamente compatível para curar enfermidades como uma imunodeficiência grave, enfermidades genéticas, leucemia e tumores no sangue.

A técnica permite eliminar células malignas, responsáveis pelo desenvolvimento de complicações ligadas a agressão por parte das células do doador sobre os tecidos receptores, deixando grande quantidade de células boas, capazes de proteger a criança de infecções severas, especialmente nos primeiros quatro meses depois do transplante de medula óssea.

O procedimento foi testado em 23 pacientes pediátricos afetados por doenças raras e fatais, como a Imunodeficiência Severa Combinada, Anemia de Fanconi, Talassemia e Anemia Aplástica Severa, e os resultados laçaram cura definitiva para 90% das crianças com um risco muito baixo de complicações relacionadas ao transplante.

No caso de leucemias agudas e tumores no sangue, a técnica já foi colocada em prática no Bambino Gesù em 70 pacientes, com uma porcentagem de sucesso de 80%.

"Estamos orgulhosos em saudar este enésimo sucesso dos pesquisadores do Hospital Bambino Gesù, conscientes de que o protocolo inovador usado em nossos laboratórios constitui um marco no tratamento de muitas enfermidades do sangue e está destinado a incidir radicalmente em sua história natural", afirmou Bruno Dallapiccola, diretor científico do Hospital Bambino Gesù.

Os resultados foram apresentados no Congresso da Sociedade Americana de Hematologia em dezembro e foram publicados recentemente num artigo escrito por Alice Bertaina na revista "Blood", especializada no campo hematológico e transplantes, uma referência nos casos de imunodeficiência e enfermidades genéticas.

Este tratamento poderá salvar um número elevado de crianças afetadas pela leucemia e outros tumores no sangue, assim como crianças que nascem sem as defesas adequadas do sistema imunológico ou com incapacidade de formar adequadamente os glóbulos vermelhos.


***

Em contrapartida, ainda esperamos os resultados milagrosos prometidos por "cientistas" do calibre de Mayana Zatz e Lygia da Veiga Pereira, que se empenharam publicamente - e com sucesso - para a liberação das pesquisas com células tronco embrionárias. Até agora, contudo, nenhuma das duas cientistas do Fantástico ofereceu qualquer resultado das suas pesquisas. Inclusive a Dra Lygia chegou a afirmar, depois da lei devidamente aprovada e garantindo aos pesquisadores tupiniquins o uso de seres humanos indefesos como insumo, que nesta questão "é tudo promessa".

Aparentemente o Hospital do Papa, num tempo bem menor e valendo-se de métodos éticos e humanamente aceitáveis, conseguiu um resultado muito mais concreto do que "promessas". É a Igreja obscurantista e medieval dando uma lavada nos nossos "cientistas" progressistas.
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