sábado, 31 de agosto de 2013

Mais bispos para a FSSPX em breve, segundo Cardeal Koch



Cardeal Koch: Decisão da FSSPX em consagrar novos bispos virá "em breve"

(de uma entrevista no jornal Nachrichten / do inglês de Rorate Caeli / Tradução Blogonicvs)

 A primeira parte da entrevista, na qual a passagem abaixo está situada, lida com ecumenismo. Primeiro há questões sobre o diálogo com protestantes, e também questões sobre tendências progressistas e conservadoras dentro da Igreja e se um ecumenismo "intra-eclesial" é necessário. Então o entrevistador questiona o cardeal:

Mas isso [ecumenismo "intra-eclesial"] não se dá de forma desigual? Roma conversa com a ultra-conservadora e difícil Fraternidade Sacerdotal São Pio X. Não há um diálogo parecido com os progressistas.
Cardeal Koch: Há uma diferença fundamental: De um lado há movimentos e iniciativas, do outro há a Fraternidade, que possui estruturas eclesiais claras. A Fraternidade enfrenta a difícil decisão de, em breve, consagrar novos bispos [sem o mandato de Roma, como observa o autor do artigo]. Se isso acontecer, o fim de qualquer forma de diálogo chegará. É por isso que foi uma preocupação de Bento XVI prevenir um cisma. Na sua opinião [de Bento XVI] a Igreja não fez, no passado, tudo o que poderia para prevenir cismas. Essa é uma situação completamente diferente daquela dos movimentos de reforma. Não é preciso dizer que deve haver diálogo com eles também".

***
Não é preciso ir muito longe nas considerações para ver que o que se deseja, de fato, não é o triunfo ou, como diriam alguns, a restauração da tradição. Não. É preciso, sob certas condições previamente acertadas, abrir espaço para que a tradição ou algo parecido com ela coexista pacificamente com a modernidade.

Uma síntese, como deixou claro o Papa Francisco ao falar sobre seu cerimoniário, afirmando que a sua formação litúrgica "emancipada" deveria coexistir com o espírito mais tradicional do padre. Guido Marini e Francisco são, mais por exigência deste último que por vontade do primeiro, um projeto de igreja que busca conciliar duas forças antagônicas dentro de si. De um lado a formação "emancipada", ou seja, a novidade, a informalidade, a dubiedade no discurso que pede revolução e não-condenação e, do outro, uma clareza e objetividade que se realiza na máxima "sim, sim, não, não".

A FSSPX deve existir dentro de Roma se, e somente se, concordar em viver uma tradição subordinada à modernidade. Isso criaria situações muito interessantes, por exemplo, em encontros ecumênicos que a FSSPX seria forçada a não criticar.

Em contrapartida a FSSPX ganharia apenas uma liberdade operacional prática - celebraria missas tridentinas, teria paróquias tridentinas e nada mais.
Eventualmente, e não é preciso ser muito esperto para deduzir, a FSSPX sofreria uma "fagocitose teológica".

Alguns pensam que essas duas forças (tradição e modernidade) que estão dentro da Igreja, como dá a entender a entrevista, possuem o mesmo peso ou força bélica. Não é verdade e para isso basta ver a guinada que houve com a eleição de Francisco. Em apenas 5 meses quase 8 anos de pontificado de Bento XVI já foram apagados ou, o que é pior, censurados.

Os progressistas não dormem de touca. Não possuem "estruturas eclesiais claras" porque não precisam delas. Pelo contrário, eles precisam única e exclusivamente da liberdade que a informalidade lhes garante. Eles penetraram todos os círculos da existência eclesial e, tal como o terrorismo, é muito difícil combater um inimigo sem rosto claro.

O Papa que se curva



(Tom Kington, The Daily Telegraph) Como chefe de Estado no Vaticano, para não mencionar líder de 1.2 bilhão de católicos do mundo, o protocolo requer que os visitantes se curvem ao encontrá-lo na Santa Sé.

Mas Francisco, que fez do esquecimento das formalidades uma marca registrada do seu papado, curvou-se quando encontrou a sorridente Rania enquanto ela visitava o Vaticano com seu marido, o Rei Abdullah II nesta quinta-feira (29/08).

"Até o século XIX os visitantes beijaram os sapatos do Papa, e a tradição ainda hoje pede que todos os visitantes, mulheres incluídas, se curvem, mas Francisco se comporta como se comportava antes de se tornar Papa e não está interessado em protocolo", informou um oficial do Vaticano ao The Daily Telegraph.

Quando Cristina Kirchner, a presidente da Argentina, se encontrou com ele em Março, um dia após a sua inauguração, ele a beijou depois de ser presentado por ela com uma cuia para o chimarrão (mate), um chá tradicional da Argentina.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Foto do Dia - Reforma da Reforma


A foto acima é uma missa de palhaços (Clown Mass) celebrada (sic) na Itália. Para quem pensa que casula romana irá salvar a liturgia da Igreja... Rendas, brocados e objetos ricamente trabalhados não podem criar aquela atmosfera de transcendência que é natural do autêntico espírito católico. A reforma da reforma acontece de dentro para fora.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Justiça suspende funcionamento do Centro de Difusão do Comunismo da UFOP

Notícia publicada no site www.em.com.br, em 17 de agosto de 2013.

O juiz da 5ª Vara da Justiça Federal do Maranhão, José Carlos do Vale Madeira, suspendeu ontem, liminarmente, o funcionamento do Centro de Difusão do Comunismo (CDC), da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), até o julgamento final de ação popular apresentada pelo advogado Pedro Leonel Pinto de Carvalho em agosto. De acordo com o juiz, a administração “não pode disponibilizar bens públicos para a difusão de doutrinas político-partidárias por mais relevantes que sejam historicamente”.

Com a concessão da tutela antecipada, a Ufop fica impedida de dar prosseguimento “à execução de toda e qualquer decisão ou ato administrativo tendente a dar seguimento às atividades do Centro de Difusão do Comunismo, como, e não exclusivamente, a contratação de professores, a concessão do bolsas de estudos, disponibilização de dependências, compra de material e insumos e divulgação institucional de objetivos e atividades do programa”. E não fica só nisso. A universidade está proibida ainda de fazer qualquer pagamento em relação à atividade, como funcionários e professores, e terá que dar publicidade à decisão judicial.

Na ação popular, o advogado Pinto de Carvalho alega que o programa, sob o pretexto da autonomia universitária, fere os princípios da moralidade e da legalidade da administração pública, prevista na Constituição, ao usar recursos públicos para divulgar ideologia político-partidária. Mesmo depois de ouvir a universidade, o juiz acatou a alegação do advogado, ao admitir que o programa prioriza uma ideologia, que ofende o pluralismo político, previsto constitucionalmente.

“Não bastasse a justificativa e os fundamentos do Centro de Difusão do Comunismo, o símbolo usado pela Universidade Federal de Outro Preto para divulgá-lo é precisamente aquele, universalmente, associados aos partidos comunistas, ou seja, uma foice e um martelo; este símbolo, com pequenas variações, usados pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e Partido Comunista Brasileiro (PCB)”, disse Vale Madeira. Nas informações, requisitadas pela Justiça, a Ufop disse que seu programa é ligado à Pro-Reitoria de Extensão e tem como objetivo “lutar por sua sociedade além do capital”.

MULTA

Na decisão, o juiz Vale Madeira poupou a Ufop apenas do pagamento de multa, em caso de descumprimento da determinação. Ele afirmou que isso se deve à ausência de antecedente de não atendimento à ordem judicial. A Ufop reagiu ao tomar conhecimento da decisão, publicada anteontem. Por meio de nota, esclareceu que o Centro de Difusão do Comunismo não é “um programa acadêmico com objetivos político-partidários, e sim, trata-se de extensão, vinculado ao Curso de Serviço Social, para organizar e articular quatro ações de extensão (dois cursos e dois projetos) e oferecê-las de forma gratuita a toda a comunidade, que se insere no programa por livre escolha”.

Para a Ufop, a autonomia universitária “foi ferida de morte” com a decisão judicial, além do que, as instâncias que aprovaram e acompanharam o programa, criado em 2012, foram “completamente ignoradas e achincalhadas”. A nota acrescenta que “o pluralismo de idéias próprio a uma instituição federal de ensino público foi jogado no lixo e, pasmem, utilizado contra o programa, acusado de cercear o debate”. A instituição lembrou ainda que “inúmeros alunos bolsistas envolvidos no programa com ações de ensino, pesquisa e extensão ficarão sem receber suas bolsas, o que compromete a sua permanência na universidade”. A Ufop aguarda notificação da Justiça para decidir se recorrerá da decisão.

Figura carimbada

A ação popular movida pelo advogado Pedro Leonel Pinto de Carvalho é a terceira que ele propõe contra a União, em apenas dois meses. Na primeira delas, ele questionou editais do Ministério da Cultura que previam a participação exclusiva de negros em projetos nas áreas de cinema, literatura e pesquisa. A alegação era que as exigências tinham cunho racista por excluir outras etnias. A ação foi julgada procedente pela 5ª Vara da Seção Judiciária do Maranhão, a mesma que julga a ação contra o CDC. O segundo processo foi contra estatal do setor de energia. Pedro Leonel conseguiu na Vara de Interesses Difusos e Coletivos da Comarca de São Luís impedir que a empresa pague pela compra de uma usina nos Estados Unidos. O advogado afirma já contabilizar mais de 300 ações contra o governo federal. “O que me move é o exercício da cidadania”, argumenta.

Fonte: Escola Sem Partido

domingo, 25 de agosto de 2013

Críticas ao Papa Bergoglio

Cinco meses após a eleição de Jorge Mario Bergoglio como sucessor de Bento XVI, todo católico pode perceber a sensível mudança de humor da mídia e da opinião pública – esta última moldada pela primeira – em relação ao papado.

Com Bento XVI a mídia se animava com qualquer sinal de “sangue”. Casos de pedofilia, escândalos financeiros do IOR, documentos confidenciais vazando, etc. Tudo isso desapareceu dos jornais e noticiários como por mágica. O que importa agora, segundo os periodistas, é acompanhar o cotidiano do papa do povo, é vê-lo sair aos jardins do Vaticano conferindo se os padres e bispos estão usando um fusca ou um Lamborghini, fotografá-lo a cumprimentar carpinteiros e empregados, beijando crianças, almoçando com o povo... e poderíamos listar até o infinito.

E não podemos esquecer que Bergoglio é, no final das contas, um argentino e está sujeito aos acessos de peronismo como toda figura pública do país vizinho.

Francisco impôs ao seu pontificado um estilo populista. Mesmo os mais indulgentes – conservadores – não poderão negar que algumas atitudes do novo papa vão nessa direção. Isso não é necessariamente ruim ou prejudicial à Igreja quando estamos em condições normais. O grande problema é que não estamos nessas condições.

Criou-se um grande contraste entre este pontificado e os dois últimos, sobretudo o do ainda vivo Papa (Emérito) Bento XVI. Francisco é caridoso, amável, quer uma igreja misericordiosa e representa em si mesmo o acolhimento. Bento XVI era inflexível, impiedoso, rigoroso, queria uma igreja fechada em si mesma. Francisco representa a Igreja das “catacumbas”, Bento XVI era o triunfalismo do século XIX e por aí vai.

Este contraste criado torna cada ação de Francisco, por mais bem intencionada que seja, um ataque a Bento XVI. Desde o início do seu pontificado Francisco vem “atacando” sistematicamente seu predecessor, seja na escolha de sapatos pretos, em oposição aos sapatos vermelhos do papa alemão, até o carro popular preso no trânsito carioca durante a JMJ contrastando com o desumano papamóvel usado por Ratzinger.

A mídia e uma parcela significativa dos bispos estão ajudando na cristalização desse contraste entre os dois papas. Eles querem deixar claro que, agora com Francisco, a Igreja finalmente abre os olhos. Para eles, Francisco é a ruptura em todos os sentidos – na práxis, na vida cotidiana, na sua origem, na sua abordagem litúrgica. É o papa do concílio que foi enviado para ligar a Igreja de hoje à Igreja de Paulo VI e João XXIII.

Mas nem tudo são flores.

O movimento restauracionista, encabeçado pelos prelados reacionários e ultrapassados da década de 1960 e 1970, parece não contar com a resistência dos bispos avant-garde.

Em duas entrevistas concedidas recentemente já se ouvem as vozes descontentes com Francisco. E não são as vozes irritantes e pequenas dos tradicionalistas, que podem ser solapadas com o rigorismo da lei canônica ou pelo subterfúgio da obediência impostos exclusivamente a eles. São vozes de peso na vida da Igreja.

Um Papa sem habilidades de gestão


Nós também queríamos alguém com boas habilidades de gestão e liderança, e até agora pouco foi visto neste ponto

As palavras acima são do cardeal arcebispo de Nova York, Timothy Dolan. Ele critica Francisco especialmente na demora na reforma da Cúria, de forma especial na substituição do secretário de estado que espera que aconteça, pelo menos, até o final de setembro.

Entre outros motivos, Francisco foi eleito para reformar a Cúria. Não uma reforma qualquer, mas uma reforma que, pelo que lemos até agora desde o início de abril, visa dar mais poder às conferências de bispos nacionais em detrimento do aparelho de governo pontifício. Isso se evidencia de forma especial nas palavras do próprio Francisco na solenidade de São Pedro e São Paulo:

"Confirmar na unidade: o Sínodo dos Bispos, em harmonia com o primado. Devemos andar por esse caminho da sinodalidade, crescer em harmonia com o serviço do primado". (…)  "O Pálio, se é sinal da comunhão com o Bispo de Roma, com a Igreja universal, com o Sínodo dos Bispos, é também um compromisso para cada um de vocês a serem instrumentos de comunhão".

Para Francisco o Papado é tratado como um dos instrumentos de comunhão ao lado do Sínodo dos Bispos; ambos devem “crescer em harmonia”. Algo análogo ao anglicanismo, onde o arcebispo da Cantuária é um dos vários instrumentos de comunhão, e à ortodoxia oriental que tem no patriarca de Constantinopla um “instrumento” de comunhão entre as várias igrejas nacionais. O grande problema desse pensamento é que um “instrumento de comunhão” é sempre algo simbólico e amórfico, diferente do papado que é um primado concreto de jurisdição universal.

Se para Dolan a demora de Francisco em reformar a cúria é o principal motivo para decepção, para Charles Chaput, arcebispo da Filadélfia, é a popularidade de Francisco e seu namoro com a mídia que despertam preocupações.

Numa entrevista a John L. Allen Jr.,
do periódico progressista americano National Catholic Reporter, o arcebispo Chaput afirma que os católicos conservadores e tradicionalistas “não ficaram muito felizes com a eleição de Francisco”.

Chaput é um dos bispos mais importantes da Igreja americana e será feito cardeal em breve, pois seu antecessor é ninguém menos que o Cardeal Rigali. Ele é ligado aos católicos “da direita”, isto é, aqueles que acreditam – pasmem! - que a doutrina católica deve ser seguida por todos os católicos sem negociações ou atenuações.

John L. Allen JR – Você acha que haverá um momento de acerto de contas depois que a lua de mel [entre Francisco e opinião pública] acabar?
Chaput - Vamos ver o que acontece. O papa pode ter uma forma de gerir tudo isso que será extraordinária, eu não sei. Eu acho que, em virtude de seu cargo, ele vai ser obrigado a tomar decisões que não serão agradáveis a todos.
Isso já acontece com a ala direita da igreja. Eles, no geral, não ficaram muito felizes com a sua eleição, a partir do que eu tenho sido capaz de ler e de entender. Ele vai ter que cuidar deles também, por isso vai ser interessante ver como tudo isso funciona a longo prazo.
John L Allen Jr – Alguns podem ler suas [de Francisco] observações aos bispos italianos significando que ele deixará os bispos locais lidarem com esses assuntos [aborto, casamento gay, eutanásia] em vez de fazê-lo ele mesmo. É essa a sua interpretação?
Chaput- Acho que o que ele disse aos bispos italianos é que ele não vai se envolver em questões políticas. Para mim, questões como o aborto e o significado do casamento não são questões políticas, elas são questões doutrinais e de moral. Todos nós, como bispos, incluindo o bispo de Roma, temos que falar sobre essas coisas. Seria muito estranho pensar que você possa fazer essa separação. Isso geralmente vem de quem quer dizer que essas duas questões são políticas, o que muitas vezes é o que acontece nos Estados Unidos. Nos dizem para mantermos o nosso nariz fora da política quando na verdade o nosso nariz está na moral.

Conclusão

Vemos que há sim bispos que ousam questionar, mesmo nesses poucos dias de pontificado, certas posturas ou, pelo menos, buscam esclarecer posições ambíguas.

O pontificado de Francisco se assemelha muito ao de Paulo VI. À época de Montini a ambiguidade no discurso e na ação era a regra. João Paulo II levou quase trinta anos para colocar um freio no episcopado rebelde e progressista, mas não podemos dizer que essa tarefa desempenhada pelo papa polonês foi plenamente bem sucedida. Exemplares fossilizados da época montiniana sobreviveram ao cataclismo joãopaulino e ainda hoje assombram as dioceses.

Francisco representa, para esses mastodontes mitrados, uma última oportunidade.

Dolan afirma que Francisco é composto do coração de João Paulo II e da mente de Bento XVI. Pessoalmente eu não ousaria ir tão longe, mas se essa imagem se concretizar, ainda que vagamente, creio que será um bem para a Igreja.

O que eu tenho visto até agora é confusão e desorientação. Precisamente nesse contexto nasceram grandes figuras do progressismo católico recente. Não podemos correr esse risco novamente.

Francisco quer uma Igreja que vá para as ruas e eu concordo plenamente. É um desafio! Sair da zona e conforto e ir ao encontro do desconhecido, num verdadeiro espírito missionário. Penso que é um excelente plano para a “direita” católica.

Precisamos ir às ruas antes que elas sejam tomadas pelos unidos e organizados “padres de passeata”, pelos “missionários sociais” e pelas “comunidades de base”. Eles tem apenas a vantagem da união e organização que faltam aos católicos “da direita”.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Amor à Vida é Cultura da Morte em Rede Nacional

Ontem (22/08) a rede Globo exibiu uma das mais grotescas e ultrajantes cenas de novela que tive o desprazer de assistir.
Por puro acaso (ou não), já que não gosto de novelas (sim, que fique bem claro), ao zapear pelos canais me deparei exatamente com a cena da novela "Amor à Vida", vídeo abaixo, exibida em horário nobre. Não sei qual é o tema da novela, mas amor à vida com certeza não é.
O que vi foi suficiente para excluir a poderosa Vênus platinada da lista de canais.
Abaixo transcrevo um texto excelente que colocará o leitor por dentro da artimanha global para aplainar o caminho do aborto em massa e remover da mentalidade brasileira, num empenho de verdadeira engenharia social, os valores conservadores.

Novela Amor à Vida faz apologia da Morte



Por Klauber Cristofen Pires [blog Libertatum]

Mais uma vez, a Rede Globo insere uma cena eivada de ideologia chapa-branca para promover o abortismo, mediante o uso das mais deslavadas mentiras.

Ontem, por sorte (ou seria azar?), assisti à novela da Rede Globo intitulada “Amor à Vida”, exatamente no momento em que se desenrolou uma cena[i] na qual uma paciente com sangramento decorrente da realização de um aborto ilegal chega ao hospital e acaba morrendo, presumivelmente porque um dos médicos se recusou a atendê-la, alegando motivos religiosos.

O desdobrar do quadro termina com um diálogo travado entre uma enfermeira e um médico. Ela se mostra enfezadamente indignada, alegando haver uma lei injusta ao permitir que mulheres ricas possam fazer abortos com segurança (porque podem pagar), enquanto as pobres se sujeitam a práticas inseguras. Ele, por sua vez, alega ser o maior caso de mortes entre mulheres e que já se tornou um caso de saúde pública.

Acompanhem a transcrição das falas abaixo:

(Cena: a paciente chega numa maca)
Dr. Lutero (Ary Fontoura): - Depressa, ela está sangrando muito...
Uma das enfermeiras: - Ela provocou um aborto!
Dr. Pérsio (Mouhamed Harfouch): - Ela provocou o quê? Não..eu não posso! Eu não posso atender esta mulher!
(Cena: O Dr. Pérsio se detém e a equipe entra na sala de cirurgia sem ele. As enfermeiras tentam reanimar a paciente com aplicação de adrenalina, tendo o Dr. Lutero ao fundo assistindo quieto. A paciente morre.)
Enfermeira Rebeca (Paula Braun):  - Nós perdemos a paciente, Doutor.
Dr. Lutero (Ary Fontoura): - Ela fez um aborto ilegal e..muito mal feito...é uma tristeza isso...esta é uma das principais causas da morte de mulheres neste país...
Enfermeira Rebeca (Paula Braun): - Das mais pobres, né...porque as ricas procuram clínicas ilegais caríssimas e ninguém fica sabendo...como se existissem duas leis...uma pra rica e uma pra pobre.
Dr. Lutero (Ary Fontoura): - Infelizmente, o aborto ilegal se tornou um caso de saúde pública.
Enfermeira Rebeca (Paula Braun): - O que aconteceu com o Pérsio? Por quê ele se recusou a atender esta mulher?
Dr. Lutero (Ary Fontoura): - Vamos falar com ele.
Dr. Pérsio (Mouhamed Harfouch): - Eu me recuso a atender uma paciente, uma mulher que atentou contra a vida do próprio bebê; isto é contra as leis divinas...
Dr. Lutero (Ary Fontoura): - Eu não quero questionar a sua fé, mas só queria dizer que nós, médicos, temos a obrigação de atender qualquer pessoa...
Enfermeira Rebeca (Paula Braun): - Que talvez no caso dessa mulher seja fruto da miséria, da ignorância, ou de um homem que a abandonou...
Dr. Pérsio (Mouhamed Harfouch): - Não me importa! Eu me recuso a etender uma pecadora…
Dr. Lutero (Ary Fontoura): - E eu repito: nós, médicos, temos a obrigação de atender qualquer pessoa; por isso o Sr. Está fora do corpo de residentes deste hospital.
Dr. Pérsio (Mouhamed Harfouch): - O Sr. Não pode fazer isto comigo. O Sr não pode me expulsar deste hospital, minha mãe é irmã do Dr. César.
Dr. Lutero (Ary Fontoura): - Eu vou submeter o seu caso ao César...vamos ver de que lado ele fica..agora, posso lhe dizer que o César é um grande médico...ele jamais se negaria a tentar salvar uma vida...

A cena acima, puro clichê, segue ao pé da letra toda a cartilha abortista e petista, assentando-se nos velhos cacoetes e mentiras de sempre, como se já não tivessem sido refutadas há bastante tempo. Investe no poder de audiência da Rede Globo e na crença de que a repetição enesimal de uma série de mentiras se converta em verdade.

Por isto é que se faz necessária também a nossa manifestação de repúdio e nosso trabalho de desmistificação e desmascaramento. A ver...

Primeiramente, vamos à fala da enfermeira Rebeca: Será que um crime - um crime contra a vida - cometido por uma pessoa rica deve ser descriminalizado para que outras pessoas, pobres, possam praticá-lo com igualdade de oportunidades? Será que um ladrão pobre deveria ter direito a um reluzente fuzil AR-15 fornecido pelo estado para não se expor aos perigos de abordar suas vítimas com uma faca enferrujada?

Sobre o Dr. Lutero: nem de longe o aborto é uma das principais causas de mortes entre as mulheres. Isto é uma mentira sórdida. Notem o apelo “puro-sangue” petista: alegar que se trata de um problema de saúde pública. O jornalista Reinaldo Azevedo, em seu artigo[ii]sobre o mesmo assunto, deu-se ao trabalho de deduzir as estatísticas sobre os principais casos de morte entre mulheres, para demonstrar que mal chegam a 100 mortes por ano!

Causa-me pena como o Sr. Ary Fontoura, um ator consagrado, permita a si mesmo entregar-se ao vexame de forma tão ostensiva. Em um célebre vídeo contra a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, exibido há alguns meses atrás, em que tomou parte conjuntamente com outros palermas globais, com direito a uma peroração especial dirigida à presidente Dilma Roussef, este ilustre artista viu-se desmoralizado nacionalmente por estudantes bem mais jovens e apesar disso, com muito mais juízo na cabeça, que calmamente demonstraram quão falsas e mentirosas eram as alegações suas e de seu grupo.

Quanto ao Dr. Pérsio, aí temos uma espertíssima manobra de prestidigitação: notem atentamente como os autores trocam a objeção de assistência ao aborto (legal ou ilegal), o que é um direito garantido constitucionalmente, com a negação do atendimento médico a uma paciente que chega sangrando e estado de risco de morte no hospital, o que contraria o código de ética médica – e assombra os telespectadores, que acabam absorvendo uma coisa pela outra.

É de causar espécie valer-se do recurso da propaganda dissimulada (isto é, no caso em tela, nem tanto dissimulada assim...) em uma cena de uma obra de ficção para levantar tal bandeira ideológica, ainda mais recorrendo à mentira desabrida. Notem o caráter furtivo de tal expediente: faz-se a apologia escancarada do aborto, mas se alguém reclamar, a Rede Globo poderá alegar-se tratar de uma mera obra de ficção, e que aquelas falas seriam apenas o pensamento, vejam só, dos personagens!

Tomem por barato que o nome desta novela seja “Amor à Vida”! Percebam como o quanto mais estas novelas falam de amor e de vida, mais seus roteiros entulham-se com casos de traição e de lares destruídos, de propaganda gaysista, abortista, anti-cristã, e outras chapa-brancas. Imagino o sucesso que teria, só em função da novidade, da novela que enfim começasse a transmitir valores decentes e enlevados: confiança, lealdade, perseverança, trabalho...

Agora, o mais curioso na cena acima comentada foi que o Dr. Pérsio é, imaginem, muçulmano! Causou surpresa, no tanto que se sabe o quanto a esquerda brasileira é islamófila. Fogo amigo? Como absolutamente não dão ponto sem nó, fiquei a especular qual o objetivo disso: Seria evitar o confronto direto com os católicos e evangélicos e assim contornar o crescente movimento conservador do país?

O que os cristãos e demais homens e mulheres de bem, que já sabem que o movimento abortista é apenas pauta de uma agenda de engenharia social, podem fazer? Em primeiro lugar, expressar por quaisquer meios que possam o repúdio à Rede Globo, e em seguida, evitarem dar-lhe audiência, ou no limite, também evitarem adquirir os produtos dos patrocinadores daquela faixa horária. Isto tem sido feito nos Estados Unidos e tem gerado resultados notáveis. Vamos começar?


[i] http://tvg.globo.com/novelas/amor-a-vida/capitulo/2013/8/22/alejandra-ameaca-fazer-algo-contra-bruno-se-paulinha-nao-cooperar.html#Selecione a cena do dia 21/08/2013, cena 15/22.
[ii] http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/merchandising-pro-aborto-na-novela-paginas-da-vida-da-globo-mente-mistifica-doutrina-e-demoniza-a-religiao-e-um-atentado-ao-bom-senso-aos-fatos-e-a-educacao-dos-telespectadores/

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Islamofilia da Imprensa Ocidental

(Reinaldo Azevedo) Vejam este vídeo. É uma igreja copta, incendiada por milícias islâmicas no Egito. Volto em seguida.



No ano passado, pelo menos 105 mil pessoas foram assassinadas no mundo por um único motivo: eram cristãs. O número foi anunciado pelo sociólogo Maximo Introvigne, coordenador do Observatório de Liberdade Religiosa, da Itália. E, como é sabido, isso não gerou indignação, protestos, nada. Segundo a Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), 75% dos ataques motivados por intolerância religiosa têm como alvos os… cristãos. Mundo afora, no entanto, o tema quente, o tema da hora — e não é diferente da imprensa brasileira —, é a chamada “islamofobia”.

Existe  islamofobia? Sem dúvida. Muitas vezes, no entanto, entra nessa categoria a justa reação de países ocidentais à tentativa de comunidades islâmicas de impor seus costumes à revelia das legislação dos países democráticos que as abrigam. O dado inquestionável, no entanto, é que a “islamofobia” gera, quando muito, manifestações de preconceito — em si mesmo odiosas. Já a “cristofobia” causou a morte de 105 mil pessoas só no ano passado. Há lugares em que ser cristão é, com efeito, muito perigoso: Nigéria, Paquistão, Mali, Somália e… Egito — especialmente depois da chamada “revolução islâmica”, ou “Primavera”, na linguagem, vamos dizer assim, floral da deslumbrada imprensa ocidental.

Números: desde a deposição de Mohamed Morsi, 52 templos cristãos, da Igreja Copta, foram atacados no país, especialmente no interior — 17 desses ataques aconteceram nos últimos dois dias, depois do confronto entre o Exército e as forças da Irmandade Muçulmana, que resultaram em centenas de mortos. Atenção! Organizações cristãs estimam em pelo menos 200 os cristãos assassinados por milícias islâmicas só depois da queda do líder da Irmandade Muçulmana.

A onda de indignação que se seguiu ao massacre dos partidários da Irmandade é justa. Não há como o mundo civilizado aceitar essa prática. E não serei eu aqui a relativizar a tragédia — nem de forma oblíqua. Até porque nunca sou oblíquo. Pago o preço de jamais ser ambíguo; não costumo esperar o andamento dos fatos e a consequente onda de opinião majoritária para deixar claro o que penso. Nem sempre é uma operação tranquila. O que me parece inaceitável é que os constantes ataques aos cristãos no Egito, desde a dita “revolução”, não tenham merecido jamais o devido destaque. “Ora, Reinaldo, por que o destaque seria ‘devido’? Só porque são cristãos?” Não! Porque eram e são agressões motivadas pela intolerância. Não há uma contabilidade oficial dos cristãos mortos — não que eu tenha encontrado ao menos. Mas passei aqui umas boas três horas e pouco lendo o noticiário desde a primeira ocupação da praça Tahrir, que resultou na queda de Hosni Mubarak. Somando-se todas as ocorrências, os mortos devem passar de 500. Protestos mundo afora? Quase nada!

Os islâmicos são muito mais eficientes em fazer circular a sua versão dos fatos. E com isso não estou negando o massacre. Mas indago: mereceu o devido destaque o fato de que os partidários de Mursi também estavam armados? “Ah, dar relevo a esse fato poderia servir para justificar as mortes.” Não justifica nada. Apenas se cumpre o dever de informar o que aconteceu. Adama Dieng, assessor especial de Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, alertou para o risco de represálias aos cristãos. Risco? O vídeo lá no alto fala por si. Os ataques se intensificaram depois da queda de Mursi, mas são uma rotina desde que teve início a chamada “Primavera” no país. “Primavera” para quem?

Os coptas correspondem a 10% da população egípcia, estimada em 85 milhões de pessoas. Estamos falando de uma comunidade que reúne ao menos 8,5 milhões. Ainda que fossem apenas 85 pessoas! Uma Primavera libertária protegeria o seu direito de escolher uma religião. Não a “primavera” promovida pela Irmandade Muçulmana. Dei aqui destaque a uma entrevista que Duda Teixeira, de VEJA, fez em 2011 com Esam El-Eriam, porta-voz da Irmandade. Segundo ele, os responsáveis pela perseguição aos cristãos eram os partidários de Mubarak (o presidente deposto), os americanos e os israelenses. Teixeira, então, lhe dirigiu a seguinte pergunta, que mereceu uma resposta estupefaciente (seguem em vermelho):

Eu e meu fotógrafo viajamos até Soul, onde uma igreja e casas de cristãos foram incendiadas. Os moradores muçulmanos nos impediram de entrar na vila, acusaram-nos de ser espiões estrangeiros e nos ameaçaram… Parece-me improvável que estivessem a serviço de americanos e israelenses.
Se quiser, posso dar o telefone de uma pessoa na vila de Soul para acompanhá-los em segurança.

Entenderam? Igreja e casas de cristãos tinham sido incendiadas. Os muçulmanos impediam o acesso à vila, mas bastava um simples telefonema do representante da Irmandade — que nada tinha a ver com aquilo, claro!!! — para que os jornalistas entrassem “em segurança” na área proibida. Por que, então, a Irmandade não impediu os ataques? Resposta: porque eram promovidos, como resta evidente, por seus partidários.

O mais trágico nessa história toda, é bem provável, ainda está por vir. Eu cansei de ler na imprensa brasileira, americana, francesa, espanhola, de todo lugar, textos que chamavam a Irmandade Muçulmana de “força moderada”. Não me impressiona que essa gente tenha conseguido vender essa imagem à, digamos assim, “intelligentsia” ocidental, preguiçosamente “islamofílica” e, não custa lembrar, anti-Israel. É um desdobramento natural do antiamericanismo, um dos filhos bastardos das esquerdas socialistas. O socialismo morreu, sim, mas seus subprodutos compõem hoje em dia o establishment cultural. Quem se dedicar ao estudo das ideias encontrará facilmente os dutos que ligam a esquerda à propaganda islâmica — embora as revoluções islâmicas costumem enforcar esquerdistas. Eles não ligam. Lembro que Michel Foucault, por exemplo, escreveu verdadeiras odes em prosa à revolução iraniana, na qual conseguia enxergar, não estou brincando, até mesmo um apelo sensual, de natureza, pasmem!, homoerótica. Não estou brincando nem exagerando. Os homossexuais, como Foucault, foram pendurados em guindastes, pelo pescoço, em praça pública pelo regime dos aiatolás. Há gente que tem a ambição de saber o que se passava pela mente perturbada daquele senhor…

Encerro
Não existe democracia se inexistem valores democráticos. Se a Irmandade Muçulmana continuasse no poder — ou se vier a recuperá-lo —, retoma-se, ou a ela se dá continuidade, a rotina de caçar cristãos. Matam-se 10 hoje, 20 amanhã, 25 um pouco mais adiante. Nada que escandalize o mundo reverentemente islamofílico. Milícias muçulmanas massacraram, ao longo de cinco ou seis anos, pelos menos 400 mil cristãos em Darfur. Não valeram metade da tinta — ou dos bytes — dispensados aos mortos de há dois dias no Egito. Não, senhores! Não estou aqui a dizer que se deveria tratar essa tragédia como rotina. O que estou a dizer, sim, é que o mundo precisa começar a se importar também com os mortos sem pedigree militante ou que estão fora das ideias que compõem a metafísica influente.

Seria estúpido, mentiroso, falso, intelectualmente criminoso afirmar que os mortos de agora fizeram por merecer. De jeito nenhum! Mas não dá para fazer de conta que essa carnificina esteja fora dos planos da Irmandade Muçulmana, que moderada nunca foi. Fosse, não teria tentando usar a eleição democrática para implementar uma ditadura religiosa. O açougue que se vê nas ruas integra, infelizmente, a lógica do martírio, que compõe o universo escatológico dessa gente. A Irmandade tinha boas razões para antever que estava empurrando o país para o caos. E continuou na sua marcha. No fim das contas, morrer pela causa é considerado glorioso. Os algozes, que fazem o serviço sujo, são os odiosos colaboradores involuntários dessa mística do sacrifício.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Protestos de Esquerda



Realmente há algo de assustador na sociedade quando começamos a dar razão a protestos como esses. 

Fonte: Reaçonaria.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Palestra sobre Foro de São Paulo



O Foro de São Paulo, criado em 1990 por Lula e Fidel Castro, é uma organização internacional que coordena e lidera as atividades da esquerda latino-americana. Isso é o que dizem. Na realidade é uma organização criminosa, patrocinada com dinheiro "ninguém sabe de quem" vindo de algum lugar.

O Foro é o responsável pela eliminação sistemática da direita política na América Latina, reduzindo os partidos desse espectro ideológico ao oblívio através de uma intensa campanha de reconstrução da história, culpabilizando esses partidos por "tudo o que há de ruim", e engenharia social. Sem dúvida o papel do Foro, em particular, e da Internacional Socialista como um todo teve seu reflexo dentro de todas as esferas da vida humana, não escapando nem mesmo (muito menos) a religiosa. A atitude mais importante, neste momento, para o combate ao comunismo internacional é a denúncia aberta e intensa contra o Foro e sobre o malefícios do socialismo.

Graça Salgueiro é uma jornalista que levou este "apostolado" político as vias de fato, denunciando o Foro e a tomada da América Latina pela pilantrada de esquerda.

domingo, 11 de agosto de 2013

A cortina de fumaça de Aviz e Carballo

Desde o final do pontificado de Bento XVI até estes primeiros meses do pontificado de Francisco – e não promete parar tão cedo – a Santa Sé vem sendo sacudida por escândalos envolvendo homossexuais do infame lobby gay e por problemas de gerenciamento do misterioso Instituto para Obras da Religião, popularmente conhecido como “Banco do Vaticano”.

Sobretudo nos últimos dias que antecederam a viagem do Papa ao Rio de Janeiro, para a Jornada Mundial da Juventude, a mídia atacou intensamente o caso do Nunzio Scarano, preso por lavagem de dinheiro, e Mons. Battista Ricca, protegido pelo próprio papa e ligado, segundo os indícios, ao mesmo lobby gay.

Neste ínterim mui breve veio a público o ataque da Congregação para os Religiosos contra a Congregação dos Franciscanos da Imaculada, com uma surpreendente restrição do uso da missa tradicional nesta comunidade.

A intervenção da Congregação foi pensada pelo cardeal brasileiro João Braz de Aviz com o auxílio do secretário da mesma, arcebispo Jose Rodriguez Carballo.

Antes que eu mesmo dê a minha opinião sobre o assunto, é preciso conhecer alguns dos envolvidos.

Braz de Aviz
Fora de foco e longe do Vaticano
O Cardeal Braz de Aviz foi arcebispo de Brasília antes de ser enviado à Roma, por ordem de Bento XVI, e nomeado presidente da Congregação para os Religiosos. Foi criado cardeal no último consistório comandado pelo agora Papa emérito.
Como arcebispo da capital nacional Dom Braz de Aviz não foi, nem de longe, um prelado ratzingeriano, tampouco foi exemplo de governo pastoral. Mesmo no cenário nacional o arcebispo não tinha qualquer expressão. Portanto sua nomeação ou promoção foi uma grande surpresa.
O cardeal também nunca se mostrou um “entusiasta” da tradição, guardando dela e daqueles católicos ligados a ela uma “distância saudável”, para dizer o mínimo.



Arcebispo Carballo com Bertone. Profético?
O arcebispo espanhol Carballo era o Superior da Ordem Franciscana desde 2003, sendo o 119º Sucessor de São Francisco. Foi nomeado pelo Papa Francisco em abril deste ano por pressão da CLAR (Conferencia Latino-Americana e Caribenha de Religiosas e Religiosos), como ele próprio lhes afirmou numa audiência “vazada”.
De Carballo não se sabe muito. O que sabemos, isso sim, é do estado catastrófico dos religiosos na Espanha, sobretudo os franciscanos (e salesianos, dominicanos e jesuítas) que abandonam várias dioceses, uma após a outra. Desde 2012 já abandonaram Jerez, Lebrija, Herbon, Avilés, Artá, Alicante, Vich, Carcagente e uma presença centenária em Valencia.
Como bem notou o blogueiro espanhol Francisco José Fernández de la Cigoña:
Frei Carballo como ministro geral da Ordem não foi capaz de parar o sangramento. Mas viu sua inépcia ser recompensada com a Secretaria da Congregação para os Religiosos. Se não soube o que fazer com a Ordem Seráfica tememos que à frente de todas as ordens e congregações, masculino e feminino, da Igreja, seu fracasso será maior”.

A denúncia contra os Franciscano partiu de uma meia dúzia de frades, num universo com mais de 300 membros. Segundo eles, que o jornalista Andrea Tornielli identifica nominalmente (Frs. Antonio Santoro, Michele Iorio, Pierdamiano [Peter Damien] Fehlner, Massimiliano Zangheratti, Angelo Geiger), havia da parte do fundador da congregação e da administração central uma imposição do rito antigo a todos os sacerdotes e uma visão “tradicionalista” da Igreja e crítica ao Concílio Vaticano II.

O que pensar de tudo isso?

A Comissão Ecclesia Dei, já em 2012, aprovou a forma como os Franciscanos da Imaculada usavam o antigo missal. Ou seja, para a Roma de Bento XVI não havia qualquer problema em se usar o antigo missal como instrumento do trabalho evangelizador e expressão da espiritualidade da comunidade. O Vetus Ordo nunca foi imposto, apenas favorecido.

O que eu vejo na intervenção nos Franciscanos da Imaculada é um laboratório para desencorajar outras comunidades religiosas e uma ordem implícita aos bispos e superiores religiosos que diz que agora, sob Francisco, “podemos recomeçar a marginalização dos tradicionalistas”.

Desde o início do Pontificado de Francisco já circulava a ideia que seria a linha de trabalho a partir de agora – colocar o papa contra os católicos “de direita” e vice-versa. Isso se deu nos primeiros momentos do papa ainda não balcão de São Pedro, onde jornalistas exaltavam a suposta humildade e simplicidade do pontífice contrapondo-o ao seu imediato – e vivo - predecessor. O blog Secretum Meum Mihi vem realizando um trabalho extraordinário ao denunciar a mídia formando, ou melhor, deformando a realidade. Em menos de uma semana, em vários jornais do mundo, foi possível ler a mesma notícia através da pena de pessoas diferentes – Francisco contra a Igreja Tradicionalista ou o contrário. Sobretudo depois da  entrevista do Papa quando do retorno da JMJ. Creio que os bispos progressistas saberão muito bem usar isso a seu favor.

A intervenção nos Franciscanos, pensada sob a ótica deste breve pontificado, não faz nenhum sentido. Francisco, o Papa, quer uma Igreja pobre, para os pobres, missionária e que leva com alegria o Evangelho. Não penso em nenhuma ordem que se encaixe melhor nesse plano que os Franciscanos da Imaculada. São a perfeita combinação de missão, oração, espiritualidade, caridade, catolicidade, tradição e modernidade que a Igreja tanto precisa.

Papa com os membros da CLAR:
É um momento de Sol - para eles!
Francisco, o Papa, não tem uma experiência com o universo tradicional. Como bispo latino-americano o então Cardeal Bergoglio não conviveu com o tradicionalismo, uma vez que isso é pouco visto na Argentina e, podemos dizer, é muito difuso na América latina como um todo. Diferentemente de Ratzinger e Wojtyla, que compreendiam muito bem as críticas do universo tradicional, embora nem sempre concordando com elas, Bergoglio é um neófito.

Junte-se a isto dois bispos, Aviz e Carballo, que detestam tudo o que é tradicional. Temos uma mistura explosiva.

Não estou isentando o próprio Papa de alguma parcela de culpa por essa imposição injusta. É muito provável que exista uma grande afinidade na trinca Bergoglio-Aviz-Carballo, mais até do que possamos imaginar. Lembremo-nos do que o Papa (supostamente) disse aos membros da CLAR - "Aproveitem este momento que vivemos na Congregação para a Vida Consagrada... É um momento de sol... Aproveitem. O prefeito é bom”.

A Cortina de Fumaça

Uma cortina de fumaça é usada para confundir e distrair. A visitação dos Franciscanos serve muito bem a esse duplo propósito.
Confunde o mundo tradicional que vê a segurança jurídica do Motu Proprio Summorum Pontificum ameaçada com a abertura de um perigoso precedente.
Distrai a mídia e a opinião pública da questão do IOR e do lobby gay, voltando sua atenção ao duelo entre os “perversos” e “intolerantes” tradicionalistas contra Francisco, o Papa bom dos pobres.

Conclusão



Quando foi despachado para Roma, Braz de Aviz – o confuso – se deparou com a investigação da Santa Sé contra a LCWR, um grupelho de “religiosas” americanas feministas e obamistas.

Aqui é importante fazer um parênteses. A LCWR só recebeu uma visitação apostólica depois de ser denunciada, anos a fio, por leigos, religiosas, sacerdotes, bispos e até cardeais. Não foram seis ou sete pessoas, mas milhares; os pecados da LCWR eram (são) públicos e notórios. A elas Braz de Aviz recomendou o remédio do diálogo, adiantando um quase “quem sou eu para julgá-las?” franciscano.  Recentemente a Congregação para a Doutrina da Fé aprovou junto ao papa uma série de medidas ainda não conhecidas pelo público para a reforma do grupo, mas nenhuma delas foi colocada em prática ainda. De 13 a 17 de agosto acontecerá a reunião geral da LCWR, aparentemente sem qualquer alteração ou intervenção do Vaticano.

Em contrapartida, meia dúzia de frades rebeldes são rápida e concretamente considerados pelo mesmo Braz de Aviz que, agora, não só pode julgar como impõe uma pena antes da investigação.

A Congregação dos Franciscanos da Imaculada escolheu obedecer. É injusto? Sim! Mas é o melhor caminho. O seu sofrimento espiritual frente a este patrulhamento ideológico de Aviz-Carballo será recompensado, não tenho dúvida!

Braz de Aviz, como apontou Tornielli, é um prefeito confuso. Não se sabe ao certo o que ele faz no Vaticano; o eminentíssimo não combina com a decoração da Cúria, nem com a da Casa Santa Marta. Sua remoção é esperada para breve e tenho certeza que Aparecida poderá, como boa mãe, fazer este favor em acolhê-lo.

Mas debaixo daqueles cabelos negros como a noite, impecavelmente pintados, se esconde um cardeal que sabe muito bem o que quer e não deve, absolutamente, ser subestimado. É um inimigo nato de qualquer coisa que cheira à tradição.

É irônico e chega até ser maldoso que o Francisco, o Papa, se comporte como Inocêncio III quando viu São Francisco pela primeira vez:

Tendo reunido mais um grupo de seguidores, Francisco dirigiu-se para Roma a fim de obter do papa a autorização da primeira Regra para a fundação de sua Ordem, a chamada Regra primitiva, que prescrevia uma pobreza absoluta para os monges e para a Ordem, em imitação literal da vida de Jesus Cristo e seus apóstolos conforme narrada nos Evangelhos, que não possuíam nada pessoalmente nem em comum. Segundo o cronista inglês Matthew Paris, lá chegando, sujos e vestidos pobremente, foram ridicularizados pela cúria de Inocêncio III, que mandou não aborrecê-lo com sua Regra, considerada excessivamente rigorosa e impraticável, e que fosse pregar entre os porcos. Tendo-o feito num chiqueiro próximo, coberto de lama voltou para o papa, que refletindo um momento, decidiu recebê-los em uma audiência formal depois que se lavassem. Francisco e seus amigos se prepararam então para esse outro encontro conseguindo o apoio de prelados eminentes para a sua causa. Segundo os relatos antigos, nesse ínterim Inocêncio teve um sonho, onde viu a Basílica de São João de Latrão prestes a desabar, apenas sustentada por um pobre religioso, que ele interpretou como sendo Francisco. Com a recomendação favorável de alguns conselheiros e com o aviso recebido em sonho, Inocêncio finalmente autorizou a Regra, mas não por escrito, nem outorgou o estatuto de Ordem maior ao grupo, apenas permitiu que pregassem e dessem socorro moral às pessoas, mas acrescentando que se eles conseguissem frutos de seu trabalho, voltassem a ele para que sua situação fosse completamente regularizada.

Do destacado acima, ressaltamos a obediência de Francisco indo pregar aos porcos, a mesma obediência a uma ordem injusta que os Franciscanos da Imaculada escolheram seguir. Rezemos para que Francisco, o Papa, possa perceber que são ordens e congregações como os Franciscanos da Imaculada que estão impedindo a Igreja de desmoronar.

MP Summorum Pontificum Finalmente Traduzido



Após seis anos de vigência a Santa Sé decidiu que um dos documentos mais importantes do pontificado de Bento XVI deveria estar disponível em outras línguas além do latim e do húngaro.

Publicado em 2007, a carta apostólica em forma de Motu Proprio "Summorum Pontificum" reconheceu aos sacerdotes o direito de celebrar a missa e demais sacramentos conforme os livros litúrgicos em vigor no ano de 1962, portante antes do Concílio Vaticano II e das suas subsequentes reformas.

O documento não é só uma carta que confere clareza a um tema tão delicado, mas é acima de tudo um reconhecimento de um direito fundamental dos sacerdotes latinos, não alienado nem mesmo por Paulo VI.

Alguns blogs afirmam que a volta de Monsenhor, agora arcebispo, Guido Pozzo à comissão Ecclesia Dei foi o catalisador do update no site vaticano. Pessoalmente acredito que não, já que a Santa Sé ainda está mergulhada na letargia do período de férias. Acredito que o documento sempre esteve traduzido, mas só agora foi publicado "por algum equívoco".

sábado, 10 de agosto de 2013

Cerimoniário Pontifício ligado ao Lobby Gay


O Papa Francisco removeu do Vaticano o monsenhor Franco Camaldo, nomeando-o Cônego da Basílica de São João de Latrão. A nomeação não só o remove das funções litúrgicas que até agora desempenhava junto ao pontífice, mas encerra por completo qualquer influência que Camaldo possa ter dentro da Cúria Romana.

Em junho deste ano o Papa Francisco afirmou a existência de um lobby gay dentro das paredes do Vaticano. No mesmo mês o Papa deu um passo adiante na reorganização do banco do Vaticano (IOR) – uma das preocupações centrais do conclave que elegeu Jorge Bergoglio – nomeando mons. Battista Ricca como um dos integrantes principais para reformar e gerir o banco. A história pregressa de Mons. Ricca veio a público, com reportagem de Sandro Magister remexendo no tempo em que o monsenhor esteve a serviço da embaixada Vaticana no Uruguai e, ainda segundo Magister, manteve um relacionamento íntimo com um jovem suíço e com frequência seria visto em bares com ele e até chegou a ser espancado

Após o conclave de 2005.
Ao fundo, com o então Mestre de Cerimônias Piero Marini
Mons Camaldo também foi expulso por causa das suas ligações e afinidades, de forma especial com Angelo Balducci, antigo cavalheiro de Sua Santidade, que em 2010 se viu envolvido num escândalo de prostituição masculina que envolvia membros do coro pontifício e até mesmo seminaristas.

Camaldo ainda estaria ligado à figura do padre Patrizio Poggi, laicizado pelo Vaticano e preso pela polícia italiana por pedofilia. Poggi recentemente afirmou que há um círculo de clérigos gays em Roma que procura prostituição masculina, sobretudo de jovens imigrantes do leste europeu, e até mesmo pedofilia. Afirmou que possuia nomes de monsenhores, mas a mídia não lhe deu credibilidade.

A expulsão de Camaldo não ganhou (ainda) as páginas amplas do jornais ou menção nos telejornais, mas é pouco provável que fique incólume por muito tempo.

Mons. Ricca, por enquanto, permanece no cargo tendo o próprio Papa como seu primeiro defensor. Até quando, resta esperar para ver. O que se sabe é que o lobby ou círculo gay no Vaticano não ficará imóvel frente a uma ameaça.

domingo, 4 de agosto de 2013

A (Conta da ) Copa do Mundo é Nossa!



O vídeo que ilustra esta postagem foi produzido pela brasileira Carla Dauden, que mora nos EUA. Claramente o vídeo não tem como objetivo o cidadão brasileiro, tradicionalmente bem informado e consciente das mazelas do seu país.

É um vídeo curto que ilustra muito bem o sentimento de indignação que qualquer compatriota deveria externar frente aos gastos astronômicos do [des]governo do PT. Entretanto há muitos brasileiros, mesmo depois das manifestações de junho, que fecham os olhos e preferem viver na doce ilusão do país petista, um verdadeiro jardim do Éden de desenvolvimento econômico e justiça social.

A conta da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos é alta, sem dúvida. Os benefícios práticos para o país não serão, nem de perto, tão grandes assim, como querem justificar os governistas. Pelo contrário, o ônus da administração das obras faraônicas será muito maior e inevitavelmente consumirá muito mais dinheiro do erário.

Assistam ao vídeo, divulguem aos amigos pelo facebook e twitter.
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