quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Dom Helder é psicografado por espíritas!(?)

Fazendo eco ao blog do Leonardo Henrique, reproduzo abaixo a notícia sobre o lançamento de mais uma obra espírita. Até ai, nenhuma novidade, uma vez que publicações de caráter espírita se encontram aos milhares. O grande X da questão está no suposto espírito que ditou o livro ao médium: Dom Helder Câmara!

Aposto que você fez o sinal da cruz três vezes! Sim, Dom Helder resolveu voltar do além túmulo para espalhar as suas teorias... ou talvez nem tanto assim.

Segundo informa a reportagem:

O livro psicografado pelo médium Carlos Pereira, da Sociedade Espírita Ermance Dufaux, de Belo Horizonte, causou muita surpresa no meio espírita e grande polêmica entre os católicos. O que causou mais espanto entre todos foi a participação de Marcelo Barros, monge beneditino e teólogo, que durante nove anos foi secretário de Dom Helder Câmara, para a relação ecumênica com as igrejas cristãs e as outras religiões. Marcelo Barros secretariou Dom Helder Câmara no período de 1966 a 1975 e tem 30 livros publicados.

Ao prefaciar o livro Novas Utopias, do Espírito Dom Helder, reconhecendo a autenticidade do comunicante, pela originalidade de suas idéias e, também, pela linguagem, é como se a Igreja Católica viesse a público reconhecer o erro no qual incorreu muitas vezes, ao negar a veracidade do fenômeno da comunicação entre vivos e mortos, e desse ao livro de Carlos Pereira, toda a fé necessária como o Imprimatur do Vaticano. É importante destacar, ainda, que os direitos autorais do livro foram divididos em partes iguais, na doação feita pelo médium, à Sociedade Espírita Ermance Dufaux e ao Instituto Dom Helder Câmara, de Recife, o que, aliás, foi aceito pela instituição católica, sem nenhum constrangimento.
No prefácio do livro aparece também o aval do filósofo e teólogo Inácio Strieder e a opinião favorável da historiadora e pesquisadora Jordana Gonçalves Leão, ambos ligados a Igreja Católica. Conforme eles mesmos disseram, essa obra talvez não seja uma produção direcionada aos espíritas, que já convivem com o fenômeno da comunicação, desde a codificação do Espiritismo; mas, para uma grandiosa parcela da população dentro da militância católica, que é chamada a conhecer a verdade espiritual, porque “os tempos são chegados”; estes ensinamentos pertencem à natureza e, conseqüentemente, a todos os filhos de Deus.
A verdade espiritual não é propriedade dos espíritas ou de outros que professam estes ensinamentos e, talvez, porque, tenha chegado o momento da Igreja Católica admitir, publicamente, a existência espiritual, a vida depois da morte e a comunicação entre os dois mundos.

Que escândalo! O Instituto que leva o nome de um bispo católico recebe dinheiro oriundo da venda de obras espíritas! Obras estas que desviam o cristão da verdadeira Doutrina (com "D"), emanada não de misteriosas vozes do obscuro, mas Daquele que dá vida e vida em abundância! Vergonha! Um verdadeiro apostolado de Judas Iscariotes.

Outro ponto que destaquei acima é a orientação desses filósofos e teólogos, que direciona o livro (que está rendendo $$$) para os católicos. Sim, caro leitor, agora devemos não só receber $$$ de obras espíritas, mas também devemos também ler essas obras tidas como "verdade espiritual" pelos dois senhores 'ligados a Igreja Católica".

E você, como eu, achou que não poderíamos descer mais baixo! Mas que esperar dos discípulos de Dom Helder a não ser isso?

A Igreja nunca negou a existência espiritual (existe sim vida após a morte e isso é óbvio para qualquer católico com meio neurônio). Agora a comunicação entre os "dois lados", com essa de espíritos superiores guiando a humanidade rumo à angelicalização em massa de todo espírito humano, bom isso já é outra coisa, totalmente incompatível com a mensagem do Evangelho - o verdadeiro, segundo Jesus Cristo, diga-se de passagem.

Há pela rede católica excelentes artigos que refutam as verdades espíritas uma a uma. É só procurar. Outro ponto interessante, para quem gosta da história dessa seita é estudar as raízes do movimento espírita e ver como todos os fenômenos tidos pelos espíritas como "pré-Kardequianos" foram desmentidos (muitas vezes pelos próprios autores dos fenômenos). Um caso que é emblemático é o das Irmãs Fox, que iniciaram na prática o fenômeno de [suposta] comunicação espiritual. No final da vida das irmãs elas reconheceram publicamente que mentiram  durante todos os fenômenos, que tudo era uma bela farsa! E ainda escreveram recomendando a todos que abandonassem o espiritualismo (como é conhecido em inglês) pois era "a maior blasfêmia conhecida no mundo". As "avós" do movimento espírita declararam, em 1888, que o espiritismo era "a maior blasfêmia conhecida no mundo". E Katie Fox foi adiante: Eu tenho o espiritismo como uma das maiores maldições que o mundo já conheceu (publicado no "New York Herald," em outubro de 1888).

Mas voltando ao livro de "Dom Helder". Espanta, contudo, na entrevista concedida pelo espírito de Dom Helder (!) a falta da linguagem própria do bispo. Expressões típicas do seu discurso quando vivo são abandonadas. Não há uma única referência ao "pobre" [no sentido da Teologia da Libertação] , "opção pelos pobres", "comunhão", "missão", partilha" e outros termos semelhantes que ilustram o vocabulário marxista. Em contrapartida, Dom Helder espiritual assume termos próprios da doutrina espírita: "existência no corpo físico", "vibram na mesma sintonia", "melhoramento da humanidade", "plano físico", etc.

Será que esse suposto Dom Helder abandonou o comunismo e resolveu se converter ao espiritismo? Ou seria mais uma fraude, como tantas outras que existem no meio espírita mesmo antes desse movimento ter esse nome? Seria esse livro mais uma pedra de tropeço no caminho da Igreja pela salvação das almas? Acredito piamente que sim, que é uma obra oportunista, claramente fraudulenta (basta ler a entrevista para não reconhecer Dom Helder) e uma ofensa aos católicos e a Dom Helder (!). É uma vergonha que seja co-patrocinada por católicos e que parte do $$$ acabe na Igreja Católica de alguma forma.

Eis a entrevista do espírito de Dom Helder:




Dom Helder, mesmo na vida espiritual, o senhor se sente um padre?
 
Não poderia deixar de me sentir padre, porque minha alma, mesmo antes de voltar, já se sentia padre. Ao deixar a existência no corpo físico, continuo como padre porque penso e ajo como padre. Minha convicção à Igreja Católica permanece a mesma, ampliada, é claro, com os ensinamentos que aqui recebo, mas continuo firme junto aos meus irmãos de Clero a contribuir, naquilo que me seja possível, para o bem da humanidade. 
 
Do outro lado da vida o senhor tem alguma facilidade a mais para realizar seu trabalho e exprimir seu pensamento, ou ainda encontra muitas barreiras com o preconceito religioso?
 
Encontramos muitas barreiras. As pessoas que estão do lado de cá reproduzem o que existe na Terra. Os mesmos agrupamentos que se formam aqui se reproduzem na Terra. Nós temos as mesmas dificuldades de relacionamento, porque os pensamentos continuam firmados, cristalizados em determinados pontos que não levam a nada. Mas, a grande diferença é que por estarmos com a vestimenta do espírito, tendo uma consciência mais ampliada das coisas podemos dirigir os nossos pensamentos de outra maneira e assim influenciar aqueles que estão na Terra e que vibram na mesma sintonia. 
 
Como o senhor está auxiliando nossa sociedade na condição de desencarnado?
 
Do mesmo jeito. Nós temos as mesmas preocupações com aqueles que passam fome, que estão nos hospitais, que são injustiçados pelo sistema que subtrai liberdades, enriquece a poucos e colocam na pobreza e na miséria muitos; todos aqueles desvalidos pela sorte. Nós juntamos a todos que pensam semelhantemente a nós, em tarefas enobrecedoras, tentando colaborar para o melhoramento da humanidade. 
 
Como é sua rotina de trabalho? 
 
A minha rotina de trabalho é, mais ou menos, a mesma. Levanto-me, porque aqui também se descansa um pouco, e vamos desenvolver atividades para as quais nos colocamos à disposição. Há grupos que trabalham e que são organizados para o meio católico, para aqueles que precisam de alguma colaboração. Dividimo-nos em grupos e me enquadro em algumas atividades que faço com muito prazer. 
 
Qual foi a sua maior tristeza depois de desencarnado? E qual foi a sua maior alegria?
 
Eu já tinha a convicção de que estaria no seio do Senhor e que não deixaria de existir. Poder reencontrar os amigos, os parentes, aqueles aos quais devotamos o máximo de nosso apreço e consideração e continuar a trabalhar, é uma grande alegria. A alegria do trabalho para o Nosso Senhor Jesus Cristo.
 
O senhor, depois de desencarnado, tem estado com freqüência nos Centros Espíritas?
 
Não. Os lugares mais comuns que visito no plano físico são os hospitais; as casas de saúde; são lugares onde o sofrimento humano se faz presente. 
Naturalmente vou à igreja, a conventos, a seminários, reencontro com amigos, principalmente em sonhos, mas minha permanência mais freqüente não é na casa espírita. 
 
O senhor já era reencarnacionista antes de morrer? 
 
Nunca fui reencarnacionista, diga-se de passagem. Não tenho sobre este ponto um trabalho mais desenvolvido porque esse é um assunto delicado, tanto é que o pontuei bem pouco no livro. O que posso dizer é que Deus age conforme a sua sabedoria sobre as nossas vidas e que o nosso grande objetivo é buscarmos a felicidade mediante a prática do amor. Se for preciso voltar a ter novas experiências, isso será um processo natural. 
 
Mediunidade – Qual é o seu objetivo em escrever mediunicamente?
 
Mudar, ou pelo menos contribuir para mudar, a visão que as pessoas têm da vida, para que elas percebam que continuamos a existir e que essa nova visão possa mudar profundamente a nossa maneira de viver.
 
Qual foi a sensação com a experiência da escrita mediúnica?
 
Minha tentativa de adaptação a essa nova forma de escrever foi muito interessante, porque, de início, não sabia exatamente como me adaptar ao médium para poder escrever. É necessário que haja uma aproximação muito grande entre o pensamento que nós temos com o pensamento do médium. É esse o grande de todos nós porque o médium precisa expressar aquilo que estamos intuindo a ele. No início foi difícil, mas aos poucos começamos a criar uma mesma forma de expressão e de pensamento, aí as coisas melhoraram.. Outros (médiuns) pelos quais tento me comunicar enfrentam problemas semelhantes.
 
Foi uma surpresa saber que poderia se comunicar pela escrita mediúnica?
 
Não. Porque eu já sabia que muitas pessoas portadoras da mediunidade faziam isso. Eu apenas não me especializei, não procurei mais detalhes, deixei isso para depois, quando houvesse tempo e oportunidade. 
Imaginamos que haja outros padres que também queiram escrever mediunicamente, relatarem suas impressões da vida espiritual. 
 
Por que Dom Helder é quem está escrevendo? 
 
Porque eu pedi. Via-me com a necessidade de expressar aos meus irmãos da Terra que a vida continua e que não paramos simplesmente quando nos colocam dentro de um caixão e nos dizem “acabou-se”. Eu já pensava que continuaria a existir, sabia que haveria algo depois da vida física. Falei isso muitas vezes. Então, senti a necessidade de me expressar por um médium quando estivesse em condições e me fossem dadas as possibilidades. É isto que eu estou fazendo. 
 
Outros padres, então, querem escrever mediunicamente em nosso País?
 
Sim. E não poucos. São muitos aqueles que querem usar a pena mediúnica para poder expressar a sobrevivência após a vida física. Não o fazem por puro preconceito de serem ridicularizados, de não serem aceitos, e resguardam as suas sensibilidades espirituais para não serem colocados numa situação de desconforto. Muitos padres, cardeais até, sentem a proteção espiritual nas suas reflexões, nas suas prédicas, que acreditam ser o Espírito Santo, que na verdade são os irmãos que têm com eles algum tipo de apreço e colaboram
nas suas atividades. 
 
Como o senhor se sentiu em interação com o médium Carlos Pereira?
 
Muito à vontade, pois havia afinidade, e porque ele se colocou à disposição para o trabalho. No princípio foi difícil juntar-me a ele por conta de seus interesses e de seu trabalho. Quando acertamos a forma de atuar, foi muito fácil, até porque, num outro momento, ele começou a pesquisar sobre a minha última vida física. Então ficou mais fácil transmitir-lhe as informações que fizeram o livro. 
 
O senhor acredita que a Igreja Católica irá aceitar suas palavras pela mediunidade?
 
Não tenho esta pretensão. Sabemos que tudo vai evoluir e que um dia, inevitavelmente, todos aceitarão a imortalidade com naturalidade, mas é demais imaginar que um livro possa revolucionar o pensamento da nossa Igreja. Acho que teremos críticas, veementes até, mas outros mais sensíveis admitirão as comunicações. Este é o nosso propósito. 
 
É verdade que o senhor já tinha alguns pensamentos espíritas quando na vida física? 
 
Eu não diria espírita; diria espiritualista, pois a nossa Igreja, por si só, já prega a sobrevivência após a morte. Logo, fazermos contato com o plano físico depois da morte seria uma conseqüência natural. Pensamentos espíritas não eram, porque não sou espírita. Sem nenhum tipo de constrangimento em ter negado alguns pensamentos espíritas, digo que cheguei a ter, de vez em quando, experiências íntimas espirituais. 
 
Igreja – Há as mesmas hierarquias no mundo espiritual? 
 
Não exatamente, mas nós reconhecemos os nossos irmãos que tiveram responsabilidades maiores e que notoriamente tem um grau evolutivo moral muito grande. Seres do lado de cá se reconhecem rapidamente pela sua hombridade, pela sua lucidez, pela sua moralidade. Não quero dizer que na Terra isto não ocorra, mas do lado de cá da vida isto é tudo mais transparente; nós captamos a realidade com mais intensidade. Autoridade aqui não se faz somente com um cargo transitório que se teve na vida terrena, mas, sobretudo, pelo avanço moral. 
 
Qual seu pensamento sobre o papado na atualidade? 
 
Muito controverso esse assunto. Estar na cadeira de Pedro, representando o pensamento maior de Nosso Senhor Jesus Cristo, é uma responsabilidade enorme para qualquer ser humano. Então fica muito fácil, para nós que estamos de fora, atribuirmos para quem está ali sentado, algum tipo de consideração. 
 
Não é fácil. Quem está ali tem inúmeras responsabilidades, não apenas materiais, mas descobri que as espirituais ainda em maior grau. Eu posso ter uma visão ideológica de como poderia ser a organização da Igreja; defendi isso durante minha vida. Mas tenho que admitir, embora acredite nesta visão ideal da Santa Igreja, que as transformações pelas quais devemos passar merecem cuidado, porque não podemos dar sobressaltos na evolução. Queira Deus que o atual Papa Ratzinger (Bento XVI) possa ter a lucidez necessária
para poder conduzir a Igreja ao destino que ela merece. 
 
O senhor teria alguma sugestão a fazer para que a Igreja cumpra seu papel?
 
Não preciso dizer mais nada. O que disse em vida física, reforço. Quero apenas dizer que quando estamos do lado de cá da vida, possuímos uma visão mais ampliada das coisas. Determinados posicionamentos que tomamos, podem não estar em seu melhor momento de implantação, principalmente por uma conjuntura de fatores que daqui percebemos. Isto não quer dizer que não devamos ter como referência os nossos principais ideais e, sempre que
possível, colocá-los em prática. 
 
Espíritas no futuro? 
 
Não tenho a menor dúvida. Não pertencem estes ensinamentos a nossa Igreja, ou de outros que professam estes ensinamentos espirituais. Portanto, mais cedo ou mais tarde, a nossa Igreja terá que admitir a existência espiritual, a vida depois da morte, a comunicação entre os dois mundos e todos os outros princípios que naturalmente decorrem da vida espiritual. 
 
Quais são os nomes mais conhecidos da Igreja que estão cooperando com o progresso do Brasil no mundo espiritual? 
 
Enumerá-los seria uma injustiça, pois há base em todas as localidades. 
Então, dizer um nome ou outro seria uma referência pontual porque há muitos, que são poucos conhecidos, mas que desenvolvem do lado de cá da vida um trabalho fenomenal e nós nos engajamos nestas iniciativas de amor ao próximo. 
 
Amor – Que mensagem o senhor daria especificamente aos católicos agora, depois da morte? 
 
Que amem, amem muito, porque somente através do amor vai ser possível trazer um pouco mais de tranqüilidade à alma. Se nós não tentarmos amar do fundo dos nossos corações, tudo se transformará numa angústia profunda. O amor, conforme nos ensinou o Nosso Senhor Jesus Cristo, é a grande mola salvadora da humanidade. 
 
Que mensagem o senhor deixaria para nós espíritas? 
 
Que amem também, porque não há divisão entre espíritas e católicos ou qualquer outra crença no seio do Senhor. Não há. Essa divisão é feita por nós não pelo Criador. São aceitáveis porque demonstram diferenças de pontos de vista, no entanto, a convergência é única, aqui simbolizada pela prática do amor, pois devemos unir os nossos esforços. 
 
Que mensagem o senhor deixaria para os religiosos de uma maneira geral?
 
Que amem. Não há outra mensagem senão a mensagem do amor Ela é a única e principal mensagem que se pode deixar.






quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

11 de Setembro e o Concílio Vaticano II


11 de Outubro

Dom Demétrio Valentini
Bispo de Jales (SP)
[comentários meus]
Neste ano de 2012 podemos exorcizar um trauma vivido pela humanidade em nossos dias. Trata-se do 11 de setembro. A data do grande atentado terrorista de 2001.
Ao lado desta data trágica, neste ano percebemos que existiu outro dia 11, desta vez no mês de outubro, em 1962, quando aconteceu a abertura do Concílio Ecumênico Vaticano II.
Ao contrário do 11 de setembro, o 11 de outubro lembra paz e fraternidade.
Até parece providencial [?]. Em todo o caso, não deixa de ser simbólico comparar as duas datas.  Uma causou tantas vítimas, e produziu tanto estardalhaço. A outra quase passou despercebida.  Talvez neste ano recobre força.
Mas a história parece nos dar esta preciosa lição. O mal é violento, produz destruição, e deixa consequências trágicas.
Ao passo que o bem é discreto, lento, persistente, e no final, vencedor.
Assim o 11 de outubro de 1962. Foi um evento singular, reunindo bispos do mundo inteiro. Um pentecostes atualizado [que já precisa de uma nova versão...um "Service Pack"], com a diversidade de fisionomias representativas de “todas as raças e línguas”.
Nem comparar com o 11 de setembro de 2001!  Só os números são semelhantes. O resto é contraste. Em todo o caso, precisamos buscar na história, não só os fatos que nos lembram os difíceis problemas que afligem a humanidade, mas também as datas que renovam nossas esperanças de um mundo de paz e de reconciliação, mais justo e fraterno.
Este ano nos oferece a oportunidade de colocar em destaque um evento histórico que suscitou tanta participação, envolvimento, esperanças, alegrias e certezas de que vale a pena retomar as grandes inspirações do Evangelho de Jesus Cristo, e colocá-las em prática para que moldem com rosto novo a fisionomia cansada da humanidade.
A celebração dos 50 anos do Concílio Vaticano II torna o dia 11 de outubro deste ano a data de referência para a organização do calendário. Desta maneira, as outras datas se situam melhor a partir desta [a nova gênese da Igreja! 11 de outubro é um novo Natal]. A referência ao Concílio se torna indispensável.
É em vista deste fato que o Papa vai convocar um “Ano da Fé”. A data que ele colocou para o seu início é o dia 11 de outubro. É vidente a referência ao Concílio.
Durante o mês de outubro será realizado em Roma o Sínodo sobre a nova evangelização e a transmissão da fé. Tudo para recordar o Concílio [que favoreceu tanto a evangelização que hoje precisamos convocar uma "nova" evangelização].
A Diocese de Jales, criada no ano do anúncio do Concílio, em 1959, sente um compromisso especial de ir comparando sua caminhada com a renovação eclesial proposta pelo Concílio [!!!]. Para isto, iniciou a celebração do jubileu conciliar já na romaria do ano passado.  Os diversos temas do Concílio servirão de inspiração não só para a romaria deste ano, mas dos próximos também.
Em todo o caso, este é o ano de constatar que a história não tem só episódios tristes, existem também aqueles que nos trazem recordações positivas.
Não existe só o 11 de setembro. Existe também o 11 de outubro!

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Primeiro Aniversário do Ordinariato Inglês

Aproximadamente 500 pessoas de Londres e cidades próximas se reuniram para celebrar o primeiro aniversário de criação do Ordinariato Pessoal de Nossa Senhora de Walsingham, destinado aos ex-anglicanos convertidos ao catolicismo.

O serviço litúrgico incluiu uma "Evensong", que é a tradicional oração anglicana da tarde ou do anoitecer, equivalente às Vésperas no contexto católico romano, e também uma procissão e bênção com o Santíssimo Sacramento. O Ordinário, Mons. Keith Newton, conduziu a celebração.

A "Evensong" (poderíamos traduzi-la como oração da noite ou do anoitecer) conta, na sua estrutura litúrgica, com uma forte musicalidade. É conduzida normalmente por um forte espírito penitencial, uma porção do saltério, duas leituras (antigo e novo testamentos), dois cânticos, o credo, orações e respostas cantadas.

Há muitas variações em cada comunidade anglicana nacional, mas raiz da Evensong continua a mesma, mesmo no Ordinariato católico.

Eis as fotos






























sábado, 14 de janeiro de 2012

Birritualismo litúrgico

Numa recente postagem mostramos um bispo latino, o Patriarca Latino de Jerusalém, celebrando a divina liturgia oriental numa catedral melquita. A celebração se deu por conta da visita de um grupo de bispos ingleses ao Oriente Médio.

Um ponto que chama a atenção dos leitores é o fato do celebrante - um bispo latino - usar os paramentos latinos para celebrar a liturgia oriental e não a típica vestimenta dos melquitas. Bem, pretendo dar alguns exemplos de casos semelhantes que acontecem com certa frequência no Brasil e no mundo e de outros casos onde o sacerdote (latino) celebra a liturgia oriental paramentado como sacerdote oriental.

Antes de tudo é preciso entender que a Igreja prevê o birritualismo sempre para o bem dos fiéis, sobretudo os orientais na diáspora, ou seja, fora do seu território canônico, e também para aqueles fiéis de outros ritos que não possuem ordinário ou clero no seu território.

Se o número de fiéis orientais dentro de uma diocese latina for razoável, o bispo latino pode apontar um sacerdote (latino) para oferecer os sacramentos conforme a liturgia desses fiéis. Isso acontece muito no Brasil com os maronitas.

Um exemplo seria algo que acontece na minha própria diocese, onde um padre de ascendência oriental é responsável por celebrar mensalmente a liturgia para os fiéis maronitas. O acordo foi firmado entre Dom Edgard Madi, o sacerdote  em questão e o bispo diocesano local. Neste caso específico o sacerdote pode usar os paramentos orientais porque ele é birritualista, ou seja, possui a faculdade de celebrar os dois ritos católicos. Vejam um vídeo sobre essa celebração que ocorre na minha diocese.


Sendo um rito católico válido, qualquer fiel pode frequenta-lo, independente da sua nacionalidade "litúrgica". Por isso vocês verão no vídeo que há muitos fiéis que claramente não são descendentes de libaneses.

Um caso mais famoso é do padre fundador da Canção Nova, mons. Jonas Abib, que também é birritualista. Inclusive Mons. Jonas foi agraciado com o título honorífico de "corepiscopo", que seria o grau mais elevado de clérigo dentro de uma diocese maronita.

Mas e os casos da celebração eventual de um rito diverso? É preciso entender que o rito faz parte da identidade daquela igreja específica e, portanto, um sacerdote latino não pode começar a rezar a missa em qualquer rito que desejar, mesmo sendo um rito católico válido. Destaco ainda que estamos falando de ritos, ou seja, um conjunto de fórmulas que cresceram ao longo dos séculos em determinada comunidade cristã. Incluímos nessa categoria os ritos romano, bizantino (grego e eslavo), maronita, siríaco, etc. Não estou falando em ritos "de cura", "de libertação", "crioulo", "afro" ou qualquer outro inventado recentemente e que são, na verdade, abusos da liturgia católica.

Nos casos onde um sacerdote latino é convidado a celebrar ou concelebrar (o que é mais comum) a liturgia oriental ele usa, normalmente, os paramentos do seu próprio rito. O inverso também vale, ou seja, quando um sacerdote oriental (con)celebra a liturgia latina, ele o faz com os seus próprios paramentos.

Bispos católicos orientais e alguns latinos
concelbrantes

Bispos latinos e orientais que
concelebrarão a liturgia ucraniana
Consagração Episcopal Oriental
Bispos latinos participam
Bispos durante o Sínodo do Oriente Médio
Cada um paramentado de acordo com o seu rito

Sobretudo durante as consagrações episcopais é comum que vários bispos latinos, paramentados latinamente, concelebrem.



Os Núncios em terras eslavas, gregas ou do Oriente Médio costumam celebrar com alguma frequência, sobretudo nas datas da fundação de uma determinada ordem, da dedicação da Catedral oriental ou ainda uma data histórica, a liturgia oriental. Como vemos no vídeo abaixo, o Núncio na Ucrânia Dom Thomas Edward Gullickson é o concelebrante da liturgia oriental e o faz paramentado de forma latina. Apenas seu báculo é diferente.



Há alguns casos, contudo, que essa regra parece ser esquecida. Um deles foi quando João XXIII celebrou a liturgia melquita, paramentado de forma mista. Neste caso é importante lembrar que o Papa não é apenas chefe espiritual da Igreja latina, mas também um bispo universal. Dessa forma, como cabeça visível da Igreja, lhe é assegurada a jurisdição universal, incluindo a litúrgica, é claro.


Temos, contudo, algumas imagens do Papa João Paulo II celebrando a divina liturgia ucraniana com paramentos latinos, confirmando que a liturgia oriental de João XXIII foi uma lícita exceção.

Não podemos esquecer de mencionar o caso do cardeal Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, quando concelebrou a liturgia maronita. O cardeal paramentou-se como sacerdote maronita, algo que transmitiu um pouco de confusão litúrgica aos fiéis.


Se há algum "antigo costume não escrito" que justifique a "maronitização" do cardeal latino, eu desconheço. Entretanto, partindo da observação do que acontece na Igreja nos casos acima, podemos concluir que o sacerdote latino só deve paramentar-se como oriental se tiver o privilégio do birritualismo garantido pelo seu Ordinário local ou pela Santa Sé. Caso contrário, deverá celebrar de acordo com as vestimentas do seu próprio rito. Isso vale até para bispos e cardeais.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Os Direitos Absolutos do Deputado Jean Wyllys

Como muitos blogueiros já relataram, a página do Facebook do ilustre deputado federal Jean Wyllys teve vários comentários apagados. Após a sua violenta declaração sobre o Papa Bento XVI, o nobre deputado removeu toda reação de defesa ao soberano pontífice feita por católicos da sua página oficial do Facebook, dando provas evidentes da sua incapacidade de (1) respeitar a opinião alheia, (2) lidar com as consequências dos seus atos e (3) agir com um mínimo de honestidade intelectual.

Jean Wyllys é um dos maiores "defensores" da liberdade de expressão, mas no fundo, como todo esquerdista, flerta com a censura. Eis as regras que o deputado baixou após ter a sua página visitada pelos católicos:

Políticas de participação na página do deputado federal Jean Wyllys no Facebook
Esta página pretende ser um canal de comunicação do deputado federal Jean Wyllys com o público em geral. O Mural desta página está aberto para receber suas mensagens de apoio, sugestões e críticas, as quais desde já agradecemos.

Entretanto, o direito humano fundamental à liberdade de expressão não pode violar outros direitos igualmente valiosos, como a dignidade e a vedação à discriminação. Por isso, a Assessoria de Comunicação do deputado federal Jean Wyllys moderará as publicações, excluindo-as caso constituam atos ilícitos (como, por exemplo, calúnia, injúria, difamação, preconceito de raça ou origem etc.), caso ofendam algumas das políticas abaixo, ou ainda quando violem Termos e Condições do Facebook. O autor da mensagem poderá ainda ser bloqueado, de acordo com os critérios mencionados.
Agradecemos sua compreensão.
Políticas de publicação:
1. Procure se expressar em bom nível e com clareza.
2. Não publique conteúdo inadequado (pornográfico, discriminatório, que estimule o ódio etc.) e/ou termos chulos (como palavrões ou ofensas).
3. Nenhum SPAM será permitido.
4. Não faça divulgação de produtos e/ou serviços com fins comerciais.
5. Cite a fonte ao compartilhar conteúdo de terceiros.
6. Os trollers e a prática de trolagem (assim entendido o "comportamento que tende a, sistematicamente, desestabilizar uma discussão, provocar e enfurecer as pessoas envolvidas") não serão tolerados.
7. Ameaças de qualquer natureza serão tratadas conforme a sua gravidade, incluindo o encaminhamento às autoridades competentes.
Colabore, participe e ajude o deputado federal Jean Wyllys a construir uma nova política!
Assessoria de Comunicação do deputado federal Jean Wyllys

Certamente muitos daqueles comentários apagados pela Assessoria de Comunicação do Deputado não feriam em nada as normas de conduta estabelecidas por ele próprio. Então o que justificaria sua remoção? Simples, como já dissemos, foi a incapacidade do deputado lidar com opiniões contrárias, algo típico de um político que flerta com o totalitarismo, neste caso um totalitarismo ideológico.

O deputado pede que colaboremos, para que possamos ajuda-lo a construir uma nova política. Mas que nova política é essa? Seria uma política baseada na calúnia, na ofensa gratuita? Seria uma nova política edificada na pedra da opressão e da patrulha ideológica? Se sim, então não, nobre deputado, não irei ajuda-lo a construir essa nova política.

Os católicos, que estão exercendo seu direito à liberdade de expressão e de pensamento, estão organizando um Twitaço e uma petição online. Vários blogueiros de peso se manifestaram, muito já foi escrito e eu mesmo nada poderei acrescentar.

Mas um lado bom tudo isso tem. É bom ver máscaras caindo, é bom ver totalitários esbravejando a sua ira irracional contra a verdadeira liberdade, que orientada a Deus e Dele emana. Ninguém é livre servindo ao pecado, nobre deputado! Nem mesmo os deputados do PSOL.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Campanha TWITAÇO - Dep. Jean Wyllys

do blog do Celito Garcia


Campanha TWITAÇO #RetrateseDepJeanWyllys

Salve Maria!
Caríssimos tem sido de grande importância para a moral cristã toda forma de manifestação - na caridade - contra os ataques ao Papa Bento XVI e a Igreja Católica. Graças a Deus podemos hoje mostrar nosso repúdio a declarações como a do Dep. Jean Whyllys através do facebook, twitter, orkut, e-mail, etc. É um tempo novo, tempo em que os cristãos católicos - mesmo que poucos - não estão ficando mais em silêncio. FAÇA PARTE VOCÊ TAMBÉM DESTE MOMENTO HISTÓRICO QUE VIVEMOS. Que as bençãos da Santísima Virgem Maria esteja sobre nós.





Patriarca Latino de Jerusalém celebra Divina Liturgia


O Patriarca Latino de Jerusalém, Mons. Fuad Twal, celebrou a Divina Liturgia na Catedral Melquita por ocasião de uma visita dos bispos ingleses à Terra Santa.
É muito interessante ver essa troca, pois mostra como a Igreja latina acolhe os outros ritos litúrgicos, dando uma autêntica mostra da universalidade da Igreja Católica. Concelebraram os padres e bispos latinos presentes, todos paramentados como sacerdotes da Igreja latina - o que é o normal mesmo numa celebração num rito diferente do nativo. Contudo, a falta da casula nos concelebrantes é uma visível marca do minimalismo litúrgico que empobrece os latinos.
Diferente do que acontecia no rito latino até 1969, a concelebração é permitida na maioria dos ritos orientais.













Saudação da CNBB ao novo Secretário da Congregação para os Bispos



Saudação ao novo Secretário da Congregação para os Bispos

Destaques nossos, comentários também!
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) felicita a dom Lorenzo Baldisseri pela nomeação para o cargo de Secretário da Congregação para os Bispos, um dos mais importantes dicastérios da Cúria Romana. Reconhecemos, com gratidão, sua trajetória como Núncio Apostólico no Brasil, marcada por excelente atuação tanto junto às autoridades brasileiras como representante do Papa, quanto pelo seu zelo apostólico manifestado pelas visitas pastorais realizados a numerosas dioceses. Além disso, seus pronunciamentos, particularmente registrados no recém-lançado livro “Ação e Missão – Um itinerário eclesial no Brasil”, sempre foram iluminadores de modo a contribuir com a CNBB no serviço da comunhão entre os bispos e com o sucessor de Pedro.
Entre suas beneméritas contribuições para igreja no Brasil, estão a singular atenção pastoral que sempre teve para com os bispos, a presença em todas as assembleias do episcopado (no período em que exerceu sua função de Núncio), o encaminhamento de grande número de nomeações de bispos [das quais se salvam cinco ou seis, no máximo] e a criação de várias dioceses. Destacamos, no entanto, com especial reconhecimento, sua decisiva participação na conclusão do acordo entre o governo brasileiro e a Santa Sé que estabeleceu o Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil, promulgado pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 11 de fevereiro de 2010. Naquela ocasião, Dom Baldisseri nos lembrava que com aquele ato solene se concluía o processo deste histórico tratado internacional que “constitui a reafirmação e a consolidação das relações existentes entre o Brasil e a Santa Sé e a adequada e clara regulamentação da significativa presença e contribuição da Igreja Católica para o progresso, a harmonia e o bem comum da sociedade brasileira” [mas foram os católicos tradicionais que precisaram defender esse acordo enquanto o mesmo era duramente atacado pela mídia, pelos pastores de igrejolas e por partidos políticos de esquerda!].
Em nome do episcopado brasileiro, agradecemos profundamente a Dom Baldisseri pelo seu valioso trabalho junto ao governo e a Igreja no Brasil e asseguramos as nossas orações pelo êxito de sua nova missão a serviço da Igreja como secretário da Congregação para os bispos. Temos a certeza de que a igreja no Brasil será sempre grata pelo seu fecundo trabalho realizado como Núncio Apostólico em nosso país.
Cardeal Dom Raymundo Damasceno de Assis.
Arcebispo de Aparecida
Presidente da CNBB

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Dom Lorenzo Secretário da Congregação para os Bispos. Que dó, que dó!



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