Na Rússia algumas capelas e igrejas foram profanadas, especialmente os santos ícones da Igreja Ortodoxa Russa foram objeto de profanação.
Bem, no Brasil e em diversas partes do mundo estamos "nos acostumando" com essas profanações. Não poucas igrejas são vandalizadas, tendo suas
imagens quebradas,
sacrários violados e bens roubados.
Contudo, no Brasil a reação parece ser a típica reação morna, tosca e carente de todo amor pela Igreja. Uma notinha de repúdio da diocese em questão, uma nota no jornal e pronto, a vida pode seguir seu curso. A cada dia nos conformamos mais com atitudes de intolerância, prejuízo e afronta.
Não por acaso a CNBB recebeu estarrecida as estatísticas sobre o catolicismo no Brasil, que dão conta do estrago - este sim, vigoroso, constante e intenso - na fé de milhares.
Mas na Rússia a coisa parece ser um pouco diferente. Após o último domingo, liturgia de São Tomé no calendário eslavo, o Patriarca Cirilo (Kirill) reuniu-se para uma vigília em desagravo, improvisada de última hora. E com ele estava um verdadeiro exército vermelho, mas não aquele soviético... um exército de bispos e padres!
A Vigília contra as profanações mobilizou Moscou. E nós, parte ou não dos 7 milhões de católicos brasileiros, o que fazemos diante das nossas profanações?
Algumas manifestações, embora dignas de todo o louvor e incentivo,
me deixam preocupado. Cito como exemplo as manifestações pró-vida, sobretudo. Vinte pessoas se reúnem, rezam e protestam, entoam palavras de ordem pela defesa da vida do nascer ao declínio natural.
Não estou, obviamente, criticando estas pessoas! Não!
Devem sim continuar a fazer o que estão fazendo, batalhando pela vida, defendendo a doutrina da Igreja que é, acima de tudo, uma defesa irrecusável da vida.
O que
me deixa estarrecido é que são tão poucos.
Poucos é até um eufemismo quando comparamos com o tamanho do Brasil. São poucos até mesmo dentro do universo dito tradicionalista que,
longe de ser exemplo de defesa intransigente da doutrina, tornou-se apenas reduto para malucos cibernéticos, que não desejam levantar um dedo na prática, pela defesa da Igreja, da fé e da vida (há boas exceções, é claro). São teóricos, católicos de embates e duelos virtuais, avessos ao trabalho braçal, às vigílias de oração, etc.
Esse imobilismo parece ser um carisma dos brasileiros, dos fiéis ordinários ou extraordinários. Não é por acaso que um dos menores apostolados da FSSPX em toda a América (ou mesmo no mundo) é o brasileiro quando, pelo número de católicos, deveria ser o apostolado mais populoso.
Não temos um exército como o Russo, não temos soldados em número suficiente.
Verrà il Guerrone