quinta-feira, 21 de julho de 2011

Igrejas vazias na Itália são ocupadas por Ortodoxos

Quando o regime ateu se apoderou da Russia, no começo do século XX, seus principais objetivos eram destruir toda e qualquer manifestação de fé no país. Através de uma política de perseguição, prisões arbitrárias de clérigos e a alienação dos bens imóveis das principais comunidades cristãs do país, o bolchevismo mostrou sua face anti-cristã.

A Igreja Ortodoxa Russa sofreu uma dura perseguição dos ateus, mas a Igreja Católica foi quase dizimada. Pela unidade da pátria, segundo os termos revolucionários, vários católicos de rito bizantino - incluindo clérigos - foram obrigados a uma união forçada com a Igreja Ortodoxa. Os templos católicos - aqueles que não foram demolidos - foram incorporados ao patrimônio Ortodoxo o que, num primeiro momento, trouxe satisfação aos bispos ortodoxos. Entretanto, o regime não se contentou em destruir a presença romana em território russo e partiu também para cima da Igreja Ortodoxa.

Somente após a queda do Muro de Berlim a Igreja Católica, especialmente de tradição bizantina - começou a deixar as catacumbas e passou a reaver, judicialmente, seus antigos locais de culto.

A devolução dos templos não agradou aos Ortodoxos que se queixaram rapidamente ao governo. De fato a situação Ortodoxa não era tão melhor, mas por ser parte da identidade nacional, por ter colaborado com o regime Soviético e, por isso, ter sido tolerada minimamente durante o governo vermelho, ela ainda gozava de uma estrutura que permita um renascimento tranquilo. Os católicos, por sua vez, não tinham teto, não tinham nada.

A queixa ortodoxa também se estendeu além do campo imobiliário, tornando a palavra "proselitismo romano" uma constante nos encontros entre ortodoxos e católicos. A presença católica, ainda hoje, não é tolerada completamente em território russo onde, acreditam os hierarcas ortodoxos, há um direito de posse claramente ortodoxo.

Entretanto é na Itália - território canônico claramente católico, se seguirmos o mesmo argumento usado pelos ortodoxos para protestar contra a presença católica na Rússia - que vemos uma notícia surpreendente.
Algumas capelas e igrejas católicas, que serviam a comunidades italianas, mas que agora encontram-se abandonadas por algum motivo, são cedidas cordialmente aos clérigos ortodoxos russos que pastoreiam o povo russo fora da Rússia.

Segundo o Arcebispo (Ortodoxo) Mark Yegorievsk:

" As igrejas católicas que não têm paroquianos - disse o bispo em entrevista no site da Igreja Russa - são muitas vezes colocados à nossa disposição e o aparecimento de tantos fiéis é devido à ajuda da Igreja Católica, que nos oferece a sua instalações para o culto."

Um gesto generoso, sem dúvida, que não recebe uma devolutiva Ortodoxa, especialmente na Ucrânia onde a resistência russa vem impedindo a proclamação de um novo patriarcado católico bizantino.

Um gesto generoso também e que não encontra semelhança mesmo dentro do orbe católico romano. Enquanto várias igrejas e capelas ficam as moscas ou são "emprestadas" aos cismáticos, vários fiéis católicos tradicionais não têm local para rezar a liturgia tradicional e são obrigados a usar salões, garagens, etc.

Acredito que todo católico tradicional deveria exigir do seu bispo ser tratado como um Ortodoxo - com cortesia, amor e fraternidade.

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