sexta-feira, 20 de maio de 2011

Fiéis Católicos de Ribeirão Preto... e de todo lugar!

O Filme é sempre o mesmo!

Abaixo transcrevo uma mensagem enviada pelo grupo de leigos de Ribeirão Preto que, por grande força de fé, luta pela missa no caloroso território de Arquidiocese de Ribeirão Preto (e não é brincadeira... Ribeirão Preto é muito quente!!!).
Reproduzo o texto do Fratres In Unum, com comentários em vermelho.

***

Caríssimos irmãos na Fé, louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

“Nosso Redentor mostrou-se como uma só pessoa com a Santa Igreja, que ele assumiu” (Papa Gregório Magno, Mor. Praef. 1,6,4).

“Ninguém pode ter a Deus por Pai se não tiver a Igreja por Mãe” (Cipriano de Cartago, Da Unidade da Igreja).

Lendo alguns comentários feitos sobre a I Cruzada da Arquidiocese de Ribeirão Preto, sentimo-nos na obrigação de esclarecer alguns pontos obscuros sobre toda a polêmica.

Nosso pequeno grupo foi formado com o intuito de juntos, buscarmos uma formação sólida e verdadeiramente católica, baseada na doutrina que sempre foi ensinada ao longo dos séculos. Não por menos, somos tidos como católicos “tradicionais”.

Não queremos entrar na discussão do Concílio Vaticano II, que nas palavras do então cardeal Ratzinger, “não definiu nenhum dogma e conscientemente quis expressar-se em um nível muito mais modesto, meramente como Concílio pastoral; entretanto, muitos o interpretam como se ele fosse o super dogma que tira a importância de todos os demais Concílios”. (Cardeal Joseph Ratzinger,Alocução aos Bispos do Chile, em 13 de Julho de 1988, in Comunhão e Libertação, Cl, año IV, Nº 24, 1988, p. 56. Negrito meu).

Esse tema deve ficar a cargo de pessoas especializadas, contudo, é evidente que há contradições gritantes entre o que sempre foi ensinado, e que foi proposto de forma pastoral pelo Concílio, e essas contradições e ambiguidades também alcançam o culto da Igreja. [é uma postura muito sensata a do Grupo São Pio X, GSPX. Devemos deixar a grande discussão para a Igreja que, certamente, tem peritos mais competentes que nós. Contudo, entretanto, todavia... se o assunto está sendo discutido isso significa que ainda não foi possível alcançar um ponto conclusivo, correto? Então, corrijam-me se estiver errado, onde não há uma decisão final, há espaço para posições pró e contra. Como católico foi me dado o dom exclusivo e único de ter e professar uma doutrina clara, sem pontos de discussão. Vários bispos da Igreja e grandes sacerdotes, hoje, mostram pontos graves de contradição ou, pelo menos, confusão no Vaticano II e nem por isso estão fora da Igreja]

Continuando, formamos nosso grupo para estudarmos a doutrina anterior ao Concílio Vaticano II [! Sim, porque havia vida antes do Vaticano II, mesmo com alguns sacerdotes se esforçando para nos convencer do contrário], e a partir desse estudo analisarmos a atual situação do mundo e especialmente da Igreja pós-conciliar. Entretanto, nem só de pão vive o homem, é preciso mais, é preciso a força da oração e dos sacramentos, é preciso a santificação da alma, e por isso, recorremos em 2007, antes da publicação do Motu Próprio, ao nosso Arcebispo, Dom Joviano de Lima Junior SSS, para lhe solicitar a autorização para que pudéssemos ter em Ribeirão Preto, o Santo Sacrifício na forma extraordinária. Estávamos dispostos, inclusive, a custear a vinda de um padre de outra região, caso não houvesse nenhum sacerdote em condições de celebrar de forma adequada [lembrando que mesmo sendo num momento pré-motu proprio tínhamos outros documentos da Igreja que apelavam à generosidade do bispo].

De forma abrupta, Dom Joviano recusou nossa petição, alegando que queríamos causar um cisma na Igreja particular de Ribeirão Preto.Imaginem como tudo parece hilário, 15 pessoas destruindo toda a Arquidiocese [tradicionalistas são armas de destruição em massa!], quando todos sabemos que não há mais nada a ser destruído, pois os mesmos prelados que proíbem que seja celebrado o Santo Sacrifício na forma que santificou grandes homens e mulheres e converteu multidões, são os mesmos que autorizam celebrações que chamam carinhosamente de missas sertanejas, missas afro, missas para animais e com fantoches, e cujos frutos todos conhecemos: aumento do protestantismo, secularização da sociedade, perda da sacralidade da Missa, escândalos e mais escândalos [Isso é a regra em todas as dioceses onde há resistência ao Motu Proprio. Você nunca verá uma diocese com vida litúrgica ordinária piedosa e que se recusa acolher a liturgia anterior, extraordinária. É onde pipoca o abuso litúrgico que há maior a resistência. É igual à minha diocese].

Tudo isso nos faz recordar o que São Remígio disse no batismo de Clóvis, rei dos Francos: “Abaixa a cabeça, ó sicâmbrio! Adora o que queimaste e queima o que adoraste”.

Hoje fazem o contrário, queimam e odeiam o que sempre foi doutrina da Igreja, e adoram tudo que é moderno e nefasto.

Com a publicação do Motu Próprio, tentamos marcar uma nova reunião com o Arcebispo, mas, por motivos de saúde Dom Joviano não pode nos atender e tivemos que deixar uma petição escrita na Cúria Arquidiocesana. Nunca recebemos uma resposta [a boa e velha consideração paterna e amora dos prelados da civilização do amor!].

Sendo assim, cansados de vermos nosso direito de assistir o rito na forma extraordinária ser recusado, e de vermos a desobediência latente de nossos prelados para com a pessoa do Papa [qual dos dois machuca mais é difícil dizer!], encaminhamos uma carta à Comissão Ecclesia Dei, relatando em detalhes como se deu a primeira reunião com o Arcebispo.

Junto com a carta, encaminhamos um dossier com relatos de abusos litúrgicos cometidos na Arquidiocese. A resposta não veio.[e sinceramente, creio que nao virá. No fundo o Vaticano não vai contra o bispo, exceto quando os leigos são de língua inglesa e têm apoio da Una Voce, porque daí o circo é postado em grandes blogues de repercussão global, como o Rorate e o WDTPRS e outros... Fiéis de língua portuguesa, mergulhados no lamaçal da libertação não recebem a mesma consideração. Sem contar que Dom Joviano é arcebispo e era chefe da liturgia da CNBB!]

Em 2011, no mês de março marcamos uma nova reunião com Dom Joviano. De início, o Arcebispo se mostrou muito receptivo [já vi esse filme, ao vivo], ouviu atentamente que não queríamos de modo algum causar problemas [por aqui falamos o mesmo], e que estávamos dispostos a colocar em prol da Igreja de Ribeirão Preto, toda nossa capacidade e conhecimento [é um mini-flashback!], e que queríamos que nos fosse garantido o direito de freqüentar a Santa Missa na foram extraordinária.

Alegamos também que nossa demanda não se tratava de puro saudosismo [no meu caso, além do saudosismo, precisamos explicar que nosso desejo não era "folclore"... nosso bispo achava que a missa na forma extraordinária e, sei lá, a Cuca e o saci estavam no mesmo contexto!], mas sim de uma necessidade espiritual sólida de todos os membros do grupo.

Para nossa surpresa, Dom Joviano alegou que havia recebido uma carta da Comissão Ecclesia Dei que lhe dava autoridade para julgar a petição [WTH? Julgar??? Um decreto do Papa?] e decidir sobre o caso, e que a questão tinha sido analisada pelo Conselho de Presbíteros que julgou de forma unânime que não deveria ser autorizada a celebração da Santa Missa. A resposta foi NÃO.

Tentamos contra argumentar, alegando que tudo não passava de uma injustiça, já que como já dissemos, em Ribeirão Preto, há um verdadeiro caos litúrgico sem nenhuma intervenção do Arcebispo.

De forma seca, Dom Joviano encerrou a reunião dizendo que já havia nos dado a resposta.

Gostaríamos de compartilhar a frustração que sentimos, mas não há palavras que descrevam tamanha infelicidade. ´[só quem viveu uma situação semelhante sabe como isso é deprimente, porque embora você já entre preparado para ouvir o pior, quando você efetivamente ouve o pior você não consegue acreditar! É uma coisa paralisante ver e ouvir o seu bispo, uma pessoa que deveria viver e morrer pela salvação das almas, sendo mesquinho, autoritário, prepotente e, de certo modo, cismático com o Papa. A sensação que fica é de uma impotência misturada com decepção. Realmente isso destroça a nossa alma]

Mas, a luta continua, e fizemos uma nova carta à Comissão Ecclesia Dei pedindo esclarecimentos sobre o ocorrido, do porque não tínhamos recebido uma resposta, e porque foi dado ao Arcebispo o poder de decidir sobre uma matéria tão delicada. Estamos aguardando a resposta [e já veio... chama-se Universae Ecclesiae].

Obviamente não podemos afirmar nada sobre o que foi acertado entre o Arcebispo e a Comissão Ecclesia Dei, não tivemos acesso ao corpo do texto, contudo, o sentimento de desconfiança é latente.

Por tudo isso meus amados irmãos, recorremos à intercessão da Santíssima Virgem, pois, se antes já clamávamos por Maria, agora nosso clamor será redobrado, porque não queremos partir para ataques levianos e nem à soluções fáceis, queremos apenas permanecer católicos.

Gostaríamos de manifestar também, que recebemos com bom grado os comentários de alguns de nossos irmãos sobre a FSSPX. Quanto a isso só podemos dizer duas coisas: Temos uma grande consideração pelo trabalho feito pela Fraternidade São Pio X, contudo, precisamos, por questão de consciência, esgotar todas as possibilidades legais possíveis.

Nosso grupo é pequeno, somos em torno de 20, 25 pessoas, que trabalham, estudam, e que mal encontram tempo para se reunir, e é justamente por isso que estamos realizando um ciclo de palestras, http://catolicosribeirao.blogspot.com/p/ciclo-de-palestras-2011.html.

Esperamos, portanto, ter esclarecido alguns pontos sobre a questão, e convidamos todos a acessarem nosso blog para postarem suas intenções http://catolicosribeirao.blogspot.com/2011/05/primeira-cruzada-de-rosarios.html.

Obrigado a todos e que Deus nos ajude!

“AD MAJOREM DEI GLORIAM“

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