Seus gestos populistas, como o uso de carros 1.0 nas viagens, caminhar até o palácio apostólico ou carregar a sua própria pasta de trabalho, tudo devidamente registrado pela mídia, é claro, demonstram a influência do peronismo nas veias platinas do pontífice.
A sua participação nas negociações entre EUA e Cuba, no levantamento do embargo econômico imposto à ilha desde o meio do século passado, reconhecida e elogiada pelo próprio Barack Obama, foram essenciais para uma sobrevida do comunismo na ilha prisão.
E agora é em CUBA, sob as bênçãos dos irmãos Castro, que um encontro histórico acontecerá. Francisco e o patriarca ortodoxo russo Kirill se encontrarão na ilha prisão para discutir diversos assuntos. A importância do encontro ecumênico é imensa, diria até que é equivalente ao encontro entre Athenagoras e Paulo VI.
A Igreja Ortodoxa Russa sempre foi uma pedra no sapato na reconciliação entre a Ortodoxia cismática e a Igreja Católica. Por décadas João Paulo II tentou se encontrar com Alexis II sem sucesso. O mesmo se deu no curto pontificado de Bento XVI.
Então o que mudou? Os ares mudaram, como diria Piero Marini, e agora se respira no Vaticano o mesmo odor sulfuroso do Kremlin. Os dois líderes falam a mesma língua e o diálogo pode acontecer sem problemas ou dificuldades.
Francisco adotou integralmente a agenda socialista, que muito agrada ao verdadeiro patriarca ortodoxo russo, Vladimir Putin. Lançou-se sem pudor contra o capitalismo global, adotando a mesma linguagem de políticos de esquerda como Barack Obama (que elogiou o papa argentino também por isso, chegando a citá-lo em vários discursos) e até mesmo o PT! Sua encíclica sobre a ecologia, que contém até mesmo erros graves, foi aplaudida pelas mesmas organizações que, sob o pretexto de preservar o ambiente, promovem o aborto em diversos países. Francisco é muito familiar com o conceito esquerdista de Pátria Grande. Em suma, Francisco é o Papa que os camaradas esperavam!
O encontro, como disse, acontecerá em Cuba. Nada mais simbólico!
Francisco já não está mais preocupado em disfarçar que seu pontificado se constitui na criação de uma anti-Igreja. Não é preciso. Se consolidou como um líder carismático, populista, adorado pela imprensa. É o bastante para por em marcha as suas profundas e permanentes reformas. A Igreja, depois de Francisco, dificilmente conseguirá olhar para o Céu, pois está com o nariz chafurdado na terra.
O que virá do encontro?
Segundo a mídia, os dois líderes
Em primeiro lugar é bom relembrar que Francisco, sempre muito falante, costuma fazer um silêncio vergonhoso sobre a perseguição dos cristãos no Oriente Médio e na África. Massacres diários acontecem nessas localidades e o Papa, que celebra sempre uma missa diária, resolve meditar sobre qualquer outro tema ordinário ou, o que se tornou sua especialidade, lança uma crítica contra os católicos fiéis ao magistério, impondo-lhes estigmas, apelidos jocosos ou conclamando aos demais católicos a não serem como eles, fariseus de coração duro e incapazes de se amar, etc.
A questão da Ucrânia me preocupa demasiado com Francisco como Papa. Sinto que, depois dos franciscanos da imaculada, dos bispos conservadores deposto em série e de todo o orbe tradicionalista, Francisco voltará seu punho "misericordioso" contra nossos irmãos católicos orientais ucranianos.
Os orientais ucranianos formam a maior comunidade católica não-latina do mundo e são, para a Rússia, um obstáculo para o controle do país, que é a conexão entre a Rússia e a Europa. De fato a Ucrânia sempre se viu esmagada pelo peso da Rússia e do Ocidente e os católicos desse país sempre penderam, é claro, para o lado ocidental da disputa.
Kirill, como Alexis II antes dele, tem um ódio visceral pela Igreja Grego-católica Ucraniana. Considera-os um cavalo de Troia do Vaticano em terras que, segundo eles, são exclusivamente russas. Não tenho dúvidas, portanto, que Francisco não irá titubear em desmantelar essa comunidade cristã tão fiel e vibrante para agradar ao patriarcado ortodoxo. Destruir qualquer vestígio de catolicismo é a especialidade de Francisco!
Acrescente-se a isso o fato do patriarca católico ucraniano, Dom Sviatoslav Shevchuk, ter se alinhado com os conservadores durante o nefasto Sínodo para a Família, ocorrido em outubro passado. Ele é um alvo em potencial para a misericórdia de Francisco!
Enfim...
Em outros tempos esse encontro teria até me animado. Seria o sinal de uma abertura para a conversão da Rússia e para a unidade. Hoje, contudo, com Francisco, não acredito nisso. É antes um sinal diabólico.
Só nos resta....rezar!