segunda-feira, 21 de abril de 2014

Adeus Viri Selecti

O blog Secretum Meu Mihi (SMM) publicou ontem (domingo de páscoa/2014) um texto chamando a atenção para a nova "moda litúrgica" durante a celebração da cerimônia conhecida como "lava-pés", ou como é oficialmente conhecida, a missa "In Coena Domini".

"Assim como aconteceu nos anos 90 com os acólitos homens, vamos dizendo adeus aos Viri Selecti da quinta-feira santa", conclui o blog. SMM se refere a o uso indiscriminado e contrário, até então, às normas e à tradição da Igreja no tocante ao ingresso de meninas como acólitos(as). O Vaticano, pressionado pela difusão da prática, autorizou de forma extraordinária a função de meninas como coroinhas.

Sem dúvida o mau exemplo vem de cima. Aqui não desejo parecer um crítico inquebrantável do Papa Francisco, mas é impossível deixar de notar como o seu (mau) exemplo litúrgico influenciou de maneira muito rápida a forma como essa cerimônia em particular será conduzida a partir de agora. Noto ainda como Bento XVI, com seu exemplo ortodoxo na liturgia, teve um efeito muito discreto quando olhamos o mundo católico como um todo. O mau exemplo parece portar uma atração irresistível.

SMM nos apresenta o exemplo do bispo de Cleveland, Richard G. Lennon, que lavou os pés de várias mulheres durante a cerimônia. O sentido óbvio da cerimônia do lava-pés é apresentar o sacerdote como Cristo lavando os pés dos seus apóstolos. Qualquer criança conseguiria realizar a conexão do ato litúrgico com os evangelhos. Contudo alguns bispos e padres parecem ter perdido alguma capacidade intelectual elementar, ou seja, o modernismo lhes afetou o cérebro.

Agora nós precisamos transcender o significado original do lava-pés para atingirmos, após algum exercício mental, um êxtase teológico inclusivista e politicamente correto. Nós deixamos aquela cerimônia tão enrijecida na sua interpretação evangélica e passamos para uma cerimônia que deseja dizer alguma coisa a mais - mas ninguém sabe exatamente o quê.

Não é preciso ir muito longe, até Cleveland, por exemplo, para encontrarmos os pezinhos não tão viris assim sendo lavados pelo clero.

[JOINVILLE] Padre Silvano beija os pés de fiel escolhida entre os membros da comunidade, que neste ano, na tradicional e simbólica cerimônia de lava-pés, lembrou as vítimas de tráfico humano

[MANAUS] 12 pessoas que trabalham no entorno da catedral, entre prostitutas, lavadores de carros
e dependentes químicos foram escolhidas. A senhora acima é uma lavadora de carros

[BAURU] Dom Caetano Ferrari também realizou seu lava-pés franciscano

[PIRACICABA] Já em 2013, Dom Fernando Mason lavando os pés de mulheres

Certamente a prática não foi inaugurada por Francisco. A inclusão de mulheres na cerimônia é prática frequente em muitas paróquias no Brasil e fora dele. Há na América Latina, de modo especial, um ódio visceral ao Velho Mundo que se traduz na irreverência litúrgica e na inobservância intencional das normas prescritas pelo missal que, afinal de contas, é romano, não é mesmo!?

Não se trata de advogar apenas uma estrita observância das normas litúrgicas, como se isso fosse pouco. Trata da defesa de um princípio fundamental e que engloba toda a liturgia - a dependência existente entre o rito e a Igreja, um não tendo sentido sem o outro.

Quando mudamos o rito estamos mudando a Igreja; deixamos de ser parte a única Igreja Católica para nos tornarmos uma parcela isolada, no tempo e espaço, de igreja (com "i" minúsculo). Quando mudamos o rito ele deixa de ser rito, perde a sua essência e, portanto, seu sentido.

Entenda, caro leitor, que isso é grave e ultrapassa uma simples paixão inadvertida pelo formalismo litúrgico.
Essas novas cerimônias do lava-pés, mostradas acima, passaram a significar outra coisa, estão desconectadas do restante do corpo litúrgico da Igreja.

Uma pergunta me vem a mente. Como um bispo, um sucessor dos apóstolos!, consegue afirmar que a cerimônia do lava-pés é um sinal de humildade quando ele próprio, ao alterar a liturgia, demonstra nada além de orgulho puro!? Como isso é possível? Como eu - falo dos bispos - posso servir se não tenho humildade suficiente para obedecer ao rito prescrito no livro litúrgico?

São realmente perguntas que nos desafiam. A essência da humildade não reside na língua, nos bons discursos e nas frases de efeitos. Quantos de nós já não encontramos bispos - para ficamos só nesse exemplo - que aportam a uma determinada diocese com o famoso versículo "vim para servir e não para ser servido" e que se revelam verdadeiros tiranetes de mitra?

Por fim, elogio enormemente os bispos e padres que corajosa e humildemente seguiram o missal, pois a essência da humildade está na obediência. São prelados e sacerdotes anônimos nesta postagem, mas que merecem nossas orações sinceras.

sábado, 12 de abril de 2014

O Francisco Uruguaio. Novo Arcebispo de Montevidéu é elogiado pela comunidade Gay



O Uruguai está experimentando seu próprio 13 de março desde a posse do novo arcebispo de Montevidéu, Mons. Daniel Sturla.

Mons. Sturla, até então o bispo auxiliar da arquidiocese, foi eleito em fevereiro deste ano como novo arcebispo para suceder Dom Nicolás Cotugno.

A mídia uruguaia e os diversos segmentos formadores da sociedade desse país trataram de reproduzir, em escala nacional, o que foi feito em Roma imediatamente após a eleição do arcebispo de Buenos Aires como Papa; várias reportagens e programas de rádio e TV trataram de traçar uma linha ideológica clara entre o bispo emérito, seja ele o de Roma ou o Uruguaio, e o atual e humilde bispo da vez, Bergoglio ou Sturla. Iniciou-se, assim, o efeito "franciscano" também em Montevidéu.

Os dois prelados - o de Roma e o de Montevidéu - parecem ter uma inclinação forte ao microfone e às páginas de jornal, certamente muito mais por influência do primeiro sobre o segundo. Dão entrevistas valendo-se de um tom informal, quando não impreciso.

O blog SECRETUM MEU MIHI nos apresenta a recente nota da imprensa uruguaia onde mostra Mons. Sturla recebendo membros de uma associação de gays e lésbicas e - pasmem! - sendo elogiado por eles em nota oficial. Eis um trecho.

O Vigário pastoral, Javier Galdona, que também participou da reuniã, disse ao El Observador que o arcebispo pediu perdão num contexto geral de qualquer tipo de discriminação que a comunidade homossexual possa ter sentido por parte da Igreja Católica.
Quem sou eu para julgar!?

O que separa os católicos conservadores ou neo-conservadores, como queira rotular, dos católicos tradicionais é, entre outras coisas, uma sensível noção ao perigo das palavras. O efeito das palavras de Francisco naquele avião de volta do Rio de Janeiro é real e concreto, além de desastroso.

Quem sou eu para julgar? soou como um toque de trombeta, reunindo em torno daquilo que poderia significar uma legião de demônios: mídia anti-católica, associações pró-aborto, a milícia do gênero. O dano causado por essas quatro palavras está além da conta e ainda para ser visto!

No Uruguai, com a posse do progressista Sturla, veremos o que se passará mais tarde em várias dioceses do país e do orbe católico como um todo.  A contraposição entre o misericordioso Sturla e seu antecessor rigorista e moralista é, como já dito acima, uma reprodução nacional da visão Bergoglio e Ratzinger.

Também destaco, no trecho da matéria que reproduzi acima, o impressionante pedido de perdão do arcebispo. Sturla coloca a Igreja que representa - e jurou defender - em posição submissa às associações gayzistas. Ao dizer que "pediu perdão num contexto geral de qualquer tipo de discriminação que a comunidade homossexual possa ter sentido por parte da Igreja Católica", sobretudo no "possa ter sentido", o arcebispo endossa todo tipo de ataque que a gaystapo possa vir a realizar. A única referência aqui é o subjetivo "sentimento" dessas verdadeiras milícias anti-católicas.

Um longo calvário para a Igreja Uruguaia

Mons. Sturla tem apenas 54 anos. É um bispo jovem e inexperiente, mas considerando a linha que vem adotando e o caminho que escolheu trilhar, vemos que a Igreja nessa pequeno país viverá um grande sofrimento.

Rezemos!

terça-feira, 1 de abril de 2014

Gayzismo na TV Aparecida. Ou "Quem sou eu para julgar?" e seus efeitos práticos



Peço aos amigos leitores que assistam a este vídeo. O programa "Em Frente" da TV Aparecida - até onde se sabe é um canal católico - se propõe a responder questões enviadas pelos telespectadores. Questões de fé, moral, sentimental, etc., tudo isso passa pelas mãos dos três apresentadores, um padre em manga de camisa e dois leigos.

Nunca gostei do programa e confesso que não o assistia há algum tempo, para não dizer anos. Não sei em que horário é transmitido, mas isso não vem ao caso porque vários vídeos estão disponíveis no Youtube.

Nunca pensei no que pastoral significava até a eleição de Francisco. Neste vídeo, como vocês podem ver, a "pastoral" toma forma. Aquela palavra amórfica e com pouco significado prático vem com força assumindo feições que nos assustam.  Seria essa a intenção do Papa? Pouco importa na prática, porque os katólicos estão interessados em dar a esse novo bezerro de ouro - a Pastoral - as suas próprias feições e dançam em torno dele.

Focando no assunto da pergunta, certamente que um homossexual não pode ser privado da comunhão se - e somente SE - vive uma vida de castidade de acordo com a doutrina católica. Sem dúvida que, na vivência pastoral, verificar tal condição de observância é praticamente impossível e o sacerdote deve confiar, na medida do possível, no comungante. Para isso as admoestações pré-comunhão são muito bem-vindas, uma vez que, ecoando ao apóstolo São Paulo, alertam para o perigo do sacrilégio daqueles que comungam em pecado mortal ou sem a reta intenção.

É possível que o sacerdote tenha se expressado de forma incompleta ou, pela simplicidade da pergunta, não tenhamos alcançado todo o contexto. Interpretarei as ações do pároco da consulente da melhor maneira possível, como pede a caridade.

Algo bem distinto fazem os apresentadores do programa que, numa tentativa repleta de incorreções pastorais, vilipendiam a doutrina, chegando ao cúmulo de se afirmar (transcrevo) "se você quer ensinar para as pessoas o que a Igreja pensa sobre a prática da vivência da homossexualidade, você como padre pode responder, se ninguém perguntar você nem deveria falar porque senão é desnecessário".
Do ponto de vista meramente didático isso provocaria risos em qualquer estudante mediano de pedagogia. "Se ninguém perguntar você nem deveria falar"? Que magistério é esse que não ensina, que se cala frente à ignorância? Que prática pastoral é essa que não pastoreia?

E o teólogo continua:

(...) na hora da comunhão é um erro gravíssimo [referindo-se as admoestações do sacerdote] porque a própria liturgia da Igreja diz: felizes os convidados para a Ceia do Senhor [tradução brasileira do Ecce Agnus Dei, com fidelidade absoluta ao latim], não é para dizer outra coisa além do que a própria Igreja na liturgia diz. E ofender a consciência das pessoas é um pecado mais grave do qualquer outro.

Ora! Eu mesmo subscreveria a zelosa observação do "teólogo" Rodolfo! Sim, não devemos acrescentar uma vírgula ao rito romano. O estranho é que o próprio "felizes os convidados para a Ceia do Senhor" é um acréscimo criminoso ao missal romano.

O vídeo não requer maiores comentários. É todo ele uma obra nojenta - usemos sim essa palavra - de falsa piedade, falso amor ao próximo, falsa doutrina e falsa pastoral.
Aos 10 minutos o padre "apresentador" já chegar a ameaçar, em consonância com a pastoral política gayzista, o padre em questão de crime civil! E a apresentadora leiga incita indiretamente aos telespectadores a processarem seus padres! Num canal católico!

Peço apenas aos leitores, se possível, que comentem e negativem o vídeo. É preciso dar mostras, ainda que pequenas, de desaprovação. Aos amigos blogueiros, peço que comentem com mais profundidade sobre o assunto em seus respectivos blogs (podem me mandar o link que publico aqui), porque me falta ânimo para tal. A desolação dos padres pastorais é tamanha que me falta estômago para encarar uma postagem mais longa.
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