segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Piero Marini - Prefeito do Culto Divino e Chefe da Ecclesia Dei. Ou: Quando você pensa que não poderia ficar pior...



Os blogues de língua espanhola, com destaque para o La Cigueña de la Torre, dão como certa a nomeação do Cardeal Antonio Cañizares como sucessor do Cardeal Rouco na Sé de Madri.

Cañizares, apelidado de "pequeno Ratzinger" por sua proximidade com Bento XVI e por sua pequena estatura física, esteve a frente da congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos desde 2008. Como Prefeito, embora apoiando a ideia da hermenêutica da continuidade dentro do campo litúrgico, o principal terreno na batalha de Bento XVI para a revitalização do catolicismo, não teve conquistas significativas. Sejamos francos... o que veio de realmente significativo desta importante congregação nos anos de Cañizares? Praticamente nada. O projeto de reforma da reforma, nos anos de Ratzinger, caminhou a passos lentos e não encontrou resposta dentro da própria congregação que lhe desse sustentação prática, ou seja, o que víamos era apenas o exemplo piedoso do Papa alemão e nada mais.

Cañizares em Madri, a perda não seria tão lamentável assim. Ou seria...?
Ressurge das cinzas de um abençoado esquecimento o nome de Piero Marini, antigo mestre de cerimônias de João Paulo II. Ele não pede apresentações, e com certeza, o leitor já deve demonstrar sinais de uma suave ojeriza quando ouve seu nome.

Sim, os blogues espanhóis dão como certa também a nomeação de Piero Marini como Prefeito da Congregação que cuida - ou pelo menos deveria cuidar - da liturgia e dos sacramentos.

Bento XVI, ainda cardeal, já apontava na construção da nova missa uma das causas principais do esmorecimento da fé católica no ocidente. E não isentou o comitê encarregado da reforma da sua parcela de culpa. Para Bento XVI e muitos outros liturgistas de renome, a reforma não foi conduzida segundo a "planta" do concílio; em seu lugar foi construído um rito ecumênico.

O responsável pela reforma, como todo leitor deste blog deve saber, foi Annibale Bugnini, que teve por secretário particular o então padre Piero Marini. Marini inclusive escreveu um livro defendendo seu antigo mentor e a sua obra prima, o Novus Ordo Missae.

A nomeação de Marini já circula na internet desde abril, pelo menos. Entretanto hoje acrescentamos um detalhe a mais nessa história.

Uma verdadeira ironia do destino, o Papa Francisco planeja[ria] deslocar a Comissão Ecclesia Dei, que cuida das comunidades tradicionais e das questões relacionadas com o antigo missal, da Congregação para a Doutrina da Fé para a do Culto Divino. Assim, Piero Marini seria chefe "universal" dos dois ritos. Alguém pode imaginar algo mais bizarro?

Eu acredito que esse movimento seria natural e até "orgânico" num futuro distante, quando a missa antiga estivesse presente harmoniosamente na maioria das dioceses. Entretanto, não podemos esquecer que a comissão cuida também da relação com a FSSPX. Estaria, portanto, encerrado todo o contato? Com a comissão nas mãos do Culto Divino, sim.

Piero Marini, chefe da Ecclesia Dei, seria também a total aniquilação do tradicionalismo "cum Petro et sub Petro".

Piero Marini soube sobreviver ao pontificado de Bento XVI, esperando apenas a sua chance. Teve a paciência digna de uma cobra e aguentou o exílio dentro de um comitê sem grande importância dentro da Igreja. Ressurge agora porque vê uma chance.

A sua nomeação para o Culto Divino já está sendo lamentada em vários cantos do mundo. Damian Thompson já rogou ao Papa Francisco que não o fizesse. Vários teólogos italianos também escreveram. Mas é Francisco o bispo de Roma.

A nomeação de Piero Marini como chefe da Ecclesia Dei é o horror dos horrores. Se confirmada, tiro meu chapéu para Francisco. Nunca antes na história dessa Igreja um Papa conseguiu, em tão pouco tempo, transformar um pontificado precedente em pó.


segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Padres de Tradição Virtual Somem.



Algo me chama a atenção desde o começo de Abril. Algo que não sei se chamou a sua atenção também, caro leitor.
Este post é breve e serve apenas para expor esse "algo". Os padres tradicionais brasileiros desapareceram!
Sim, caro leitor, eles simplesmente sumiram...

Num passado não tão distante, você certamente deve se lembrar que na blogosfera pipocavam as páginas de alguns sacerdotes, diocesanos e/ou religiosos, que escreviam com um entusiasmo invejável e um conhecimento igualmente digno de nota. Acontece que já tem algum tempo que esses mesmos sacerdotes abandonaram a barca do teclado.
Eu percebi isso imediatamente ao anúncio "Habemus Papam". Foi como um tiro estridente que deu a largada a uma correria desenfreada. Alguns padres que lidavam com apostolado tradicional, sumiram. Padres que celebravam, até então, a missa tradicional para grupos estáveis - e que vinham conseguindo bons resultados e notáveis frutos - sumiram ou abandonaram oficialmente esses mesmos grupos que estão, até agora, sem pastor.

É possível tecer inúmeras teorias. Qualquer uma me moveria a julgar o coração destes sacerdotes da www. Portanto não dedilho nenhuma delas aqui, mas tenham certeza que as tenho. Sobretudo pelo testemunho de algumas pessoas ligadas a esses padres, que estão ainda atônitas. Não me refiro a um ou dois padres, desta ou daquela cidade, mas são vários "casos" que me chegam. Os guardarei como segredo de confissão.

Quantos mais irão sumir? Se antes tínhamos os padres de passeata, agora parece que os padres da Tradição Virtual também integrarão aquele seleto clube das modinhas que passaram. Talvez eles estejam preparando uma conversão pastoral, adaptando seu apostolado ao contexto. Vai saber!
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