segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Bons frutos da comunhão na mão - Mulher dá eucaristia para cachorro e é excomungada

Eis ai mais um fruto daquelas práticas inseridas a revelia da Tradição, com anuência de bispos e Papas incapazes de combater os maus costumes. Recomendamos vivamente ao sacerdote em questão que, se deseja eficazmente combater sacrilégios como esses, instale em sua paróquia as mesas de comunhão e, seguindo o exemplo de Bento XVI, ofereça a comunhão apenas de joelhos e diretamente na boca - uma prática 100% eficaz contra sacrilégio, testada pela sabedoria da Igreja ao longo dos séculos!


(Ancoradouro) Um ato de sacrilégio aconteceu neste domingo, dia 10,  na Comunidade de São Francisco de Assis e Santo Expedido, em Praia Grande, na baixada santista. Uma mulher, ao receber a eucaristia das mãos do ministro extraordinário da Comunhão coloca-a imediatamente na boca de seu cachorro.



Depois de excomungada mulher posou para fotos com o cachorro.

A notícia correu pelas redes sociais. Padre Joseph Thomas Puzhakkara conversou com o ANCORADOURO por telefone. ” Quando a ministra da eucaristia deu a comunhão, a mulher não a quis receber e imediatamente a deu para a cachorra. Eu chamei a atenção e  comuniquei que ela estava excomungada da Igreja Católica”.

De acordo com informações da fiel Silmara Vasconcelos que esteve presente na missa,  ”Toda a Igreja ficou em absoluto choque, assustada, pasmada, alguns caíram em lágrimas, com tal aberração e falta de respeito”. Segundo Silmara, a mulher fez confusão desde o início da missa até conseguir colocar o cachorro assentado em um banco da Igreja. Após o episódio a mulher continuou na Igreja e ainda fez poses para fotos.

A sanção é prevista no Código de Direito Canônico no inciso 1367. “Quem expele por terra as espécies consagradas  ou as leva ou retem com uma finalidade sacrílega, incorre em excomunhão latae sententiae [automática]*  reservada a Sé Apostólica”. Apenas a Santa Sé pode revogar a pena.

Contudo, a preocupação do padre se deu no momento seguinte. Ao Blog ele confidenciou: "Após o ocorrido, uma senhora entrou na sacristia e me disse que fazia a mesma coisa, pegava pedaços da eucaristia e a dava ao cachorro”. Como a sentença de excomunhão, nestes casos é automática, o sacerdote também comunicou à mulher “que era um sacrilégio e só o papa poderia perdoá-la”.

O sacerdote passou a fazer catequeses nas missas e meios de comunicação explicando que o absurdo não é possível. ” É o fim do mundo”, classificou o padre. A igreja fica em uma região praiana. “Já tínhamos os cuidados para evitar sacrilégios com eucaristia em missas negras e outros cultos demoníacos. Agora tem mais essa”, lamentou o padre.

domingo, 10 de agosto de 2014

Retomando. Vários comentários numa única postagem.

Estive um pouco ausente do blog por alguns compromissos de trabalho. Vou tentar comentar brevemente alguns fatos importantes que passaram longe do blog nessa ausência.

Boa Notícia 1 - Dom Fernando Guimarães é o novo bispo do Ordinariato Militar

A esta novidade não cabe muito comentário, apenas comemoração! Dom Fernando é um bispo excelente e tenho certeza que o Ordinariato receberá os bons frutos do seu episcopado.
Você consegue contar nos dedos das mãos o número de dioceses que oferecem aos seus seminaristas uma excelente formação e dá aos padres condições de uma vida espiritual e de exercício do sacerdócio realmente católicos. Conta nos dedos das mãos e ainda sobram dedos, infelizmente. O Ordinariato é um desses raros oásis no Brasil eclesio-socialista.
Então nada a se comentar, apenas agradecemos a essa (rara) boa notícia que veio de Roma.
Até o momento o site da CNBB nem noticiou a nomeação, muito menos publicou qualquer nota de felicitações ao novo Ordinário. No mesmo dia da nomeação, o site da CNBB tinha coisa mais importantes para noticiar - "Entidades debatem questão energética no Brasil". Nos dias seguintes: "Questões sobre transgênicos são apresentadas à CNBB", "Dom Guilherme destaca olhar de esperança no documento 101 da CNBB" sobre reforma agrária.

Boa Notícia 2 - Diretório para o Ministério e Vida dos Sacerdotes

A Congregação para o Clero publicou uma nova edição do Diretório para o Ministério e Vida dos Sacerdotes (aqui faço a tradução do título do documento em inglês, então me perdoem se não for o mesmo título em português). Neste documento, que busca ser realmente um guia, como o próprio nome sugere, para o exercício do ministério sacerdotal, se lê que a batina é a veste própria do ordenado e recomenda fortemente o seu uso.
É claro que o documento é apenas um documento e que é muito pouco provável que algum padre diocesano brasileiro, por exemplo, o siga. É possível que nem mesmo saiba da sua existência.
Esse diretório vaticano deveria, no mundo das regras que não são seguidas, ser a referência fundamental para todo e qualquer documento da Conferência Episcopal sobre o mesmo assunto. Deveria...
Na prática é letra morta, arquivada rapidamente numa gaveta, mas ainda sim reconheçamos que a Congregação fez um bom trabalho lembrando aos ordenados de algumas coisas. Parabéns!

Má Notícia 1 - Templo de Salomão. Jerusalém agora é no Brás.

Todo mundo ficou sabendo da inauguração do mega-templo de Edir Macedo. Autoridades políticas de grande vulto estavam presentes, uma cerimônia teatral foi conduzida para enaltecer o templo milionário.
Está materializado em cada tijolo superfaturado do Templo de Salomão do Brás a incompetência e a negligência dos bispos brasileiros. As cabeças da CNBB - de ontem e de hoje - deveriam estar nas primeiras filas do templo, assistindo Edir Macedo se proclamando sumo sacerdote.
Dom Henrique Soares foi o único bispo a abordar o assunto. Mas fica contraditório um bispo se levantar, mesmo com razão, e esclarecer que o templo de Edir Macedo não passa de um embuste sem qualquer fundamento teológico cristão e uma ofensa histórica aos judeus, e continuar participando das Assembleias da CNBB, aplicando a doutrina da CNBB e vivendo o espírito de colegialidade cnbbista. Não foi esse espírito que permitiu o Templo de Salomão? Não foram os anos de Campanha da Fraternidade, esvaziando qualquer espírito católico das nossas quaresmas, que espantaram os católicos para o redil comercial de Edir Macedo? Fica a pergunta ao bispo.
O Templo do Brás foi só o primeiro. Outras denominações pentecostais também irão demonstrar o seu poder econômico, porque é uma guerra comercial em busca de consumidores disfarçada de religião. Talvez até reconstruam uma Jerusalém completa no sertão do Cariri.

Má Notícia 2 - O comuna reabilitado por Francisco ataca João Paulo II e afirma que Fidel Castro é inspirado diretamente pelo Espírito Santo.

O Papa Francisco recentemente retirou de Miguel d'Escoto Brockmann a suspensão "a divinis" imposta pelo Papa João Paulo II quando o sacerdote nicaraguense se recusou a abandonar sua participação no governo sandinista.
A remissão da pena, embora diversa e de menor peso que uma excomunhão, não se processou verificando qualquer arrependimento público da parte de d'Escoto Brockmann, pelo contrário, este ainda se orgulha de todo o passado e recentemente fez a seguinte afirmação: "O Vaticano pode silenciar a todos, então Deus fará as pedras falarem e espalharem a sua mensagem. Mas Ele não fez isso, Ele escolheu o maior latino-americano de todos os tempos: Fidel Castro".
Sim! Embora o novo Templo fique no Brás, o profeta está radicado em Cuba! Fidel Castro, para d'Escoto, deve ser um novo arauto do Espírito Santo.
Mas quem sou eu pra julgar?

Notícia Horrorosa - Muçulmanos decapitam crianças no Iraque.
Continua o martírio dos nossos irmãos e irmãs no Iraque e alguns regiões da vizinhança. Segundo informou um cristão caldeu norte-americano a rede de Tv CNN, há uma praça em Mossul onde as cabeças de crianças são empaladas e ficam a mostra.
Milhares de homens estão sendo executados, sobretudo através da degola. A sombra do mal nunca se mostrou tão forte como no Iraque, a perseguição aos batizados nunca foi tão cruel e sanguinária.
Os EUA, reticentes desde o começo, estão considerando uma nova intervenção militar. Alguns bombardeios já foram feitos. A culpa do nascimento dos terroristas é de Obama, já que o presidente deixou o Iraque sem qualquer condição de se auto-proteger depois da guerra, para cumprir uma promessa de campanha feita ainda na sua primeira eleição.
Parece que agora o mundo começou a olhar com seriedade para o Iraque. A demora custou milhares de vidas e mais de 200 mil cristãos estão em debandada.
Continuemos a rezar sempre com mais força pelos cristãos do Iraque e pela derrota do demônio que lá  instalou seu reino de terror, um inferno na Terra.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Nem todo mundo está feliz com Francisco. Começando pelos jovens padres.

Clero jovem e "conformista" está desconfiado de Francisco - Afirma Arcebispo de Dublim

"Eles estão tão presos num modelo de sacerdócio do passado"

(The Tablet | Tradução Blogonicus) - A coragem do Papa Francisco está causando inquietação entre aqueles com "um catolicismo muito conformista e fechado" alertou o arcebispo de Dublim.

Num discurso proferido em Melbourne, o arcebispo Diarmuid Martin fez referência a um jovem padre que recente contou ao seu pároco que não estava tão feliz com algumas das coisas que o Papa dizia.

O jovem sacerdote sentia que [as palavras do Papa] "não estão alinhadas com o que aprendemos no seminário" e ele sugeriu que elas estavam "deixando os fiéis inseguros e até mesmo encorajando aqueles que não professavam as crenças católicas ortodoxas a desafiarem o ensinamento tradicional".

O arcebispo alertou os católicos progressistas e conservadores contra o encerrar-se sobre suas próprias ideias. Ele também reconheceu que o catolicismo irlandês tinha uma forte tradição de ensino estrito.

Respondendo aos comentários, Pe. Seamus Ahearne da Associação de Padres Católicos, afirmou que as palavras do arcebispo eram "adequadas" e o que a Igreja na Irlanda precisa ouvir mais comentários como estes.

Ele afirmou que a preocupação do arcebispo com o 'jovem padre' era bem familiar já que muitos estão preocupados com alguns jovens padres que na Igreja irlandesa aparentam abraçar uma visão muito tradicionalista da Igreja.

Eles estão "tão presos num modelo de sacerdócio do passado", comentou e disse que isso se manifesta na "forma como eles se vestem, na forma como celebram a missa e na forma como se posicionam".


***
Nossos comentários...

A Associação de Padres Católicos é um grupo que até bem pouco tempo atrás se colocava como crítico e desconfiado de Bento XVI e João Paulo II, por exemplo, mas agora se converteu na guarda pretoriana do Papa Francisco. Isso vem acontecendo em todo o mundo, com grupos que sempre estavam não só à margem da ortodoxia, mas divergiam de tudo o que a Igreja dizia. Coincidência? Ou talvez eles vejam em Francisco alguém capaz de responder aos seus mais profundos anseios por mais mudanças, mais "aggiornamento"? Vai saber...

Nós estamos assistindo, novamente, a uma grande mudança de valores - o certo agora é errado. É motivo de escândalo "a forma como eles se vestem, a forma como celebram a missa e a forma como se posicionam"!

O jovem padre se questiona: Por que o que me ensinaram no seminário parece ser tão diferente do que sai da boca do Papa? Um questionamento certamente legítimo nesses tempos de incertezas e de magistério oficioso das entrevistas e telefonemas, e só por essa dúvida cruel temos a certeza da perplexidade deste jovem padre e do nível de formação que recebeu. Certamente não frequentou um seminário progressista, porque se tivesse passado por uma casa de formação moderna não iria ligar muito para o que o Papa fala.

O jovem sacerdote está confuso e preocupado com os fiéis e com a Igreja e aí vemos que é realmente um padre de linha mais tradicional. E que resposta recebe? Ora! O culpado é o próprio padre, certamente afetado com alguma doença mental que o impede de ver o quão maravilhoso é este pontificado! Já o acusam, embora sem empregar o termo, do maior pecado e da maior heresia que a Igreja já viu: cripto-lefebvrianismo. Ário e Lutero não fizeram mal algum, mas Mons Lefebvre... misericórdia!

Aqui é importante a gente ter em conta que todos os papas são criticados, mas o que importa é o teor da crítica. A divisão em direita e esquerda, embora não seja apropriada num ambiente eclesial, nos ajuda a entender. João Paulo II e Bento XVI (só para considerar os mais recentes) eram criticados por serem conservadores demais, por pregarem o que estava no catecismo ou na doutrina social da Igreja, exigindo fidelidade à liturgia (Bento XVI mais do que JPII). Os críticos desses papas eram também os críticos da doutrina e da ortodoxia da Igreja Católica, em suma os revolucionários.

Com Francisco acontece o inverso. Os críticos desse papa são aqueles que por anos lutaram para defender a ortodoxia nos níveis mais fundamentais da comunidade de fé, seja nas paróquias, nos grupos de oração e estudo, etc. Eram desprezados pelo clero revolucionário, pelos bispos progressistas, espezinhados pelos teólogos da PUC, etc. Não se trata, portanto, de um revesamento da crítica, uma lei do pêndulo que diz que agora quem critica é a direita ou a esquerda. É nessa análise que falham os conservadores que tentam, pobres coitados!, defender ações do Papa que são objetivamente contrárias "aquilo que aprendemos no seminário".

O ambiente no qual Francisco circula com mais desenvoltura é o mesmo ambiente que era hostil à Bento XVI e JPII.

Eu confesso que tenho dó do trabalho que os bispos conservadores mais eminentes estão tendo para defender Francisco. Recentemente o arcebispo da Filadélfia, Charles Chaput, numa palestra proferida no Napa Institute na Califórnia chegou a afirmar, numa constatação óbvia para nós, que "nem todo mundo está feliz com o Papa Francisco"! E ele disse a frase não num contexto de "quem não tá feliz com Francisco é ruim da cabeça ou doente do pé", como sugerem os progressistas, mas ponderando e tentando argumentar que Francisco é o Papa que precisamos hoje.

Se por um lado alguns bispos (coitados!) buscam defender o Papa, outros já preparam as fogueiras para a caça as bruxas que se avizinha, como é o caso do arcebispo irlandês. E Francisco dá sinais claríssimos que não gosta de conservadores, muito menos de tradicionalistas ou, como ele chama, de "restauracionistas". Todos os bispos removidos ou visitados por ordem de Francisco são ou podem ser enquadrados como conservadores, a única ordem religiosa no mundo que foi severamente interferida é uma ordem conservadora, em várias entrevistas oficiais ou oficiosas ele já deixou claro que não entende os padres e fieis que desejam a missa tradicional ou que fazem buquês espirituais, ou que se vestem dessa ou daquela forma, etc. São os mesmos preconceitos repetidos pelo padre da Associação de Padres Católicos da Irlanda. Coincidência? Paranoia?

Estamos realmente vivendo um período de aquecimento para uma caçada. Quem vai soar as trombetas? A morte de Bento XVI, é claro. Acredito - e aqui é pura especulação minha, fique avisado - que o Motu Proprio Summorum Pontificum só não foi revogado ou anulado porque Ratzinger ainda vive. A partir do momento que o Santo Padre Bento XVI for ao encontro do Senhor, as porteiras se abrem e os cães furiosos são soltos. Rezemos então pela saúde do Papa... emérito!

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Pensando "Pastoralmente". O que acontece quando preterimos a doutrina na ação pastoral.

Ultimamente está na moda nos círculos eclesiásticos a expressão "agir pastoralmente" ou "pensar pastoralmente" que, na melhor das hipóteses, significa uma miríade de coisas.

O que se busca quando ouvimos o tal do "agir pastoralmente" são soluções práticas para problemas complexos. O que fazer com os divorciados recasados? Ou com os "casais" homossexuais? Como agir com o número crescente de casais não casados sacramentalmente?

Sempre a ação pastoral na Igreja estava subordinada à doutrina. Não poderia haver solução "pastoral" que contrariasse aquilo que estava escrito na Catecismo sobre o mesmo tema. Como disse, a ação pastoral estava subordinada à doutrina. Estava...

Agora as coisas parecem tomar um novo rumo e há uma, se podemos dizer, "nova escola" de pensamento dentro da Igreja, que na verdade não é tão nova assim, mas vem ganhando algum destaque nestes últimos meses. O "pastoral" parece querer se descolar do doutrinal e clamar para si alguma independência.

Para atingir tal intento, os proponentes dessa nova forma "autônoma" de ação pastoral se apoiam na contraposição de termos; pastoral seria aquela abertura humanizadora ao outro, enquanto o doutrinal seria algo limitado, frio e desumano, ou ainda algo essencialmente legalista e incapaz de acompanhar os "desafios do mundo moderno". Aquilo que na Igreja sempre caminhou de mãos dadas, agora se separa e vai por caminhos distintos.

O resultado é no mínimo uma Igreja contraditória - prega uma coisa, mas faz outra.

Vemos isso com clareza nos argumentos dos defensores da comunhão aos divorciados. Eles não falam numa mudança na doutrina, mas de uma nova "ação pastoral". Na prática, como já demonstraram vários bispos e cardeais, é anular a doutrina em nome de uma suposta misericórdia.

Quando o Cardeal Maradiaga fala ao Cardeal Muller, da Doutrina da Fé, que é preciso parar de pensar em "termos de bem e mal" ou ver as coisas somente no preto e branco, ele advoga justamente essa subversão prática da doutrina em nome do "agir pastoralmente".

Alguns, por outro lado, argumentam que isso é apenas mais uma falácia da parcela progressista e revolucionária estacionada desde a década de 60 na Igreja e que tal modus operandi não se espalhará na Igreja. Ingenuidade!

Já dizia o ditado que água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. O pensamento pastoral já se espalhou por outros setores na Igreja e até mesmo encontra simpatizantes dentro do grupo dos ditos conservadores. E poderia ser diferente? Afinal, eles censuram os teólogos e até bispos que seguem linhas heterodoxas, mas quando o padrinho da nova teologia é o próprio Papa, só lhes resta obedecer, obedecer e obedecer, sem qualquer questionamento ou reserva. É hora de ogar o catecismo fora e fazer a tal da "teologia de joelhos".

Agora trago o caso que me motivou a escrever.

Acredito que todos saibam que recentemente a Igreja anglicana da Inglaterra aprovou quase por unanimidade a ordenação de mulheres ao episcopado. Em seguida, prevendo a repercussão negativa junto aos "parceiros ecumênicos", o arcebispo anglicano da Cantuária escreveu aos principais líderes de outras igrejas, dentre elas a Católica, explicando a decisão e pedindo (!) que as outras comunidades "não desistam de nós [anglicanos]" e continuem do diálogo ecumênico.

A ordenação de mulheres dentro do anglicanismo inviabilizou qualquer esforço de unidade desde a década de 70, mas os teólogos, padres e bispos envolvidos diretamente com o diálogo ecumênico insistem e não desistem.

Bento XVI, como era um Papa que colocava a ação pastoral subordinada à doutrina, criou uma estrutura própria para receber anglicanos - o Ordinariato. Enquanto Cardeal Ratzinger ele acompanhou de perto o diálogo com anglicanos e percebeu que a unidade sacramental nos termos propostos e desejados pelos anglicanos era (e é) impossível para os católicos. O Ordinariato, criado anos depois da sua elevação ao trono de Pedro, é uma ideia engenhosa que funciona plenamente e sem qualquer contradição, resultado da sabedoria e prudência daquele que guiava a barca.

Agora, entretanto, estamos vivendo tempos de independência da ação pastoral!

Ao saber da decisão histórica que permite a ordenação de "bispas", Mons. Bernard Longley, arcebispo de Birmingham e chefe da comissão de diálogo entre católicos e anglicanos, não se declarou decepcionado, nem publicou nota afirmando que isso dificultaria a unidade, que a Igreja Católica não permite e jamais permitirá a ordenação de mulheres, etc. Não! Esses argumentos serviam ao tempo da doutrina, agora precisamos pensar além da doutrina e aplicar o remédio da misericórdia!

Abaixo traduzo um trecho de uma matéria do The Telegraph:

Numa entrevista à Church of Ireland Gazette, ele [Mons. Bernard Longley] afirmou que ainda que as duas igrejas trabalhem de forma muito próxima no dia a dia, é motivo de "dor" que elas ainda não possam partilhar a comunhão. Mas ele apontou para um documento do Vaticano publicado em 1993 e também para um estudo produzido pelos bispos na ilhas britânicas que já permitiam que não-católicos recebessem os sacramentos em circunstâncias muito especiais, incluindo o perigo de morte.
Perguntado sobre se ele pensava que, dada a relação limitada existente, possa haver espaço para futuras mudanças, ele disse: "Meu ponto de vista pessoal é que você está certo em chamar atenção para as mudanças que já vimos sobre a compreensão teológica mais profunda sobre as duas igrejas.
"E sobre essa base o Diretório Ecumênico de 1993 tornou possível a recepção da sagrada comunhão pelos batizados que não são membros da igreja católica em algumas circunstâncias especiais e sob certos critérios.
"Dado que isso representa uma mudança e um distanciamento significativo da impossibilidade para a possibilidade limitada, eu poderia imaginar e prever um dos frutos do nosso trabalho ecumênico como um movimento na direção de uma compreensão mais profunda sobre a comunhão e uma partilha mais profunda entre as nossas igrejas... que poderiam, talvez, caminhar para a reconsideração de algumas dessas circunstâncias".
Ele acrescentou que seria impossível para ele prever a "velocidade da mudança", mas que ele espera que as regras existentes possam ser aproveitadas.
Mas o bispo anglicano de Guildford, Rev Christopher Hill, um membro da Comissão [de diálogo anglo-católico] e um dos que pressionam para uma aproximação maior, afirmou que a influência do Papa Francisco poderia significar que o momento é propício para uma mudança.
"Estou ciente de que Roma está considerando a atualização do Diretório e, agora, com o tom mais aberto vindo do Papa Francisco eu posso ver porque o arcebispo Bernard pensa que, talvez, seja o momento certo para quem sabe um outro olhar sobre isso", disse ele.

Antes de mais nada é preciso deixar claro que Mons. Bernard Longley é considerado um bispo conservador, tendo inclusive celebrado a liturgia tradicional várias vezes, o que desmente a crença geral que celebrar ou permitir a celebração da missa antiga é automaticamente um atestado de ortodoxia.

Dado o contexto geral, o que Mons. Bernard Longley está dizendo é que não importa muito no que se acredita, não importam os dogmas que temos ou as diferenças teológicas existentes, mas é preciso encontrar meios práticos para remediar a tal da "dor" que anglicanos e católicos supostamente sentem por não partilharem a comunhão sacramental.

Mons. Longley está fazendo o caminho contrário. Não parte de uma comunhão na fé para chegarmos à comunhão sacramental, como deixou claro João Paulo II ou Bento XVI em vários documentos, mas para ele é a comunhão sacramental o princípio e o fim em si mesma.

A comunhão aos não-católicos só é possível em casos, como deixou claro, especialíssimos, sobretudo no perigo de morte. O mesmo serve para católicos comungando em outras comunidades onde a Eucaristia é validamente oferecida - é uma exceção muito rara. Acontece que os anglicanos não tem Eucaristia validamente consagrada e, mesmo que tivessem, não possuem uma compreensão eucarística nem próxima da católica.

O pensamento apresentado por Mons. Longley é a expressão do argumento pastoral, que é mais sentimental, prevalecendo sobre o doutrinal. Seguindo a lógica, até Mórmons ou Testemunhas de Jeová poderiam receber, se quisessem, a comunhão.

Não se trata de um teólogo anglicano expondo uma ideia - o que seria desculpável, porque eles pensam qualquer coisa absurda - mas de um arcebispo católico "tradicional". Sou levado a concluir que "pensar pastoralmente" amolece alguns miolos.

A Comunhão Anglicana em todo o mundo já deu provas mais do que concretas que não tem qualquer intenção de interromper o caminho que começou a trilhar e que inclui não só a ordenação de mulheres, mas a bênção de uniões homossexuais, aborto, eutanásia, etc. Mas para Mons. Longley nada disso é um impedimento.

A visão de Mons. Longley sobre as relações católico-anglicanas está descompassada com a realidade. Não estamos caminhando para um entendimento mais profundo entre as duas igrejas, na verdade, nunca estivemos mais separados do que agora! Tal pensamento equivocado poderia encontrar eco na frase do Papa Francisco - a Igreja nunca esteve tão bem como hoje! Uma visão no mínimo equivocada.

O grande problema que enfrentamos ultimamente é o desprezo claro pela doutrina, até mesmo da parte dos conservadores ou "neo-cons". 

O que vemos diante de nós não é um perigo da Igreja, no próximo sínodo, acolher os divorciados e reabilitá-los à comunhão de alguma forma, mas de divorciarmos o pastoral do doutrinal. Os resultados dessa separação serão escândalos e apostasia.

E na Cátedra de Pedro, onde antes buscávamos alguma certeza ou segurança, encontramos ainda mais dúvidas, ainda mais questionamentos.

Sem dúvida que todo católico deseja a unidade dos cristãos, deseja que os fieis se sintam acolhidos dentro da comunidade de fé que é a Igreja Católica. Mas esse desejo tem um preço que é a conversão pessoal e o arrependimento sincero. Remover a necessidade fundamental da conversão e da penitência, oferecendo-lhes inadvertidamente a Sagrada Comunhão é contribuir para a perdição de inúmeras almas! Não se trata de misericórdia, mas de profanação!

Não existem atalhos e a porta é estreita! Para chegarmos à Ressurreição com Cristo devemos passar pelo Calvário! O que estão querendo nos oferecer é um cristo sem cruz, uma misericórdia sem Verdade, uma fé esvaziada. E isso não pode ser católico!

domingo, 3 de agosto de 2014

Papa Francisco reintegra sacerdote sandinista ao ministério.

(Christian Newswire* | Tradução Blogonicus) - O Vaticano publicou um decreto que levanta uma suspensão de 29 anos aplicada ao Pe. Miguel F. d'Escoto Brockmann (foto), um sacerdote da [Congregação] Maryknoll. A Maryknoll Fathers and Brothers é uma sociedade missionária dos EUA.

Pe. d'Escoto, 81 anos, foi ordenado como sacerdote católico em 10 de junho de 1961. Ele ajudou a fundar a Orbis Books, a publicação teológica da congregação de Maryknoll, e se tornou um oficial junto ao Conselho Mundial de Igrejas. Durante a década de 70, d'Escoto se envolveu com política na Nicarágua. Ele integrou a Frente Sandinista de Libertação Nacional, um partido politico que removeu Anastasio Somoza e estabeleceu um governo revolucionário.

Por suas ações políticas, seu envolvimento com o governo sandinista e a recusa em abandonar um cargo político (ministro do exterior da Nicarágua) incorrendo na violação do seu ministério, Pe. d'Escoto foi suspenso dos seus deveres sacerdotais pelo Vaticano.

Na notificação do Vaticano datada de 1º de agosto, [se lê] "O Santo Padre concedeu seu benevolente assentimento para que Pe. Miguel d'Escoto Brockmann seja absolvido da pena canônica infligida a ele e o confia ao Superior Geral do Instituto [Maryknoll] com o propósito de acompanhá-lo no processo de reintegração do ministério sacerdotal"

A revogação da suspensão permite ao Pe. d'Escoto reassumir os seus deveres sacerdotais.

Pe. d'Escoto permaneceu como um membro da Maryknoll com residência na Nicarágua. De setembro de 2008 até setembro de 2009, ele presidiu a 63º sessão da Assembleia das Nações Unidas como seu presidente.

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Nossos comentários
Parece que a misericórdia, ou melhor, a "benevolência" só existe com a esquerda marxista.

Francisco se distancia a cada dia dos seus predecessores, de modo especial Bento XVI e João Paulo II que tanto fizeram para lutar contra a teologia da libertação e o marxismo, religioso ou não.

Diferentemente de João Paulo II, que de dedo em riste censurou publicamente a Ernesto Cardenal - um outro padre sandinista - Francisco acolhe benevolentemente.

Então quer dizer que Pe. d'Estoco se arrependeu e buscou o perdão do Vaticano? Nada disso! O mais escandaloso é isso, o político comunista revolucionário que por acaso também é um padre não se arrependeu de nada, não se afastou das atividades políticas e teve a sua punição revogada por um gesto, como deixa claro o texto, do próprio Papa Francisco!

Ernesto Cardenal, novamente ele!, foi um dos religiosos que mais festejaram quando viu Bergoglio subir ao poder. Ele disse sobre Bergoglio: “De maneira nenhuma esperávamos um papa do nosso continente, nem um papa revolucionário neste momento, porque foi eleito entre os cardeais que foram escolhidos pelos dois últimos papas (João Paulo II e Bento XVI), conservadores e reacionários. Então de onde sairia um revolucionário? E saiu”.

O que dizer disso tudo?
O que vemos é um Papa que baila um tango perigoso com aquela parcela da Igreja que erroneamente julgávamos derrotada (mea culpa! mea culpa!). É um papa que reabilita comunistas e beija a mão de sacerdotes gayzistas, mas censura publicamente e sem o menor desconforto a ínfima parcela do laicato que, por exemplo, recorre à prática piedosa dos buquês espirituais ou ainda que se aproxima da missa tradicional; a estes últimos só há o preconceito e o desdém.

Seguindo a mesma lógica que vimos até o momento, Leonardo Boff poderia ser reabilitado imediatamente! E o papa ainda poderia pedir perdão ao franciscano. Paranoia? Longe disso...

O pontificado de Francisco não é difícil de entender, mas é difícil de defender. Resta aos menos "paranoicos" fazerem os seus malabarismos sofismáticos, tentando negar o que está bem claro diante de nós.

Um mérito deste pontificado, entretanto, é que está nos mostrando a cada nova entrevista dúbia ou a cada decisão temerária, que a Igreja é guiada em primeiro lugar pelo Espírito Santo e não é uma instituição humana. Rezemos ainda mais pelo Papa, com mais força e devoção. Ele precisa muito das nossas orações.
______________
*A nota que traduzimos da Christian Newswire é assinada por Mike Virgintino, que se apresenta como RP da congregação de Maryknoll.

[Atualização 04/08 15:36 - Segundo informa a rede de notícias CNA, dando mais detalhes sobre o caso, Pe. d'Estoco escreveu ao Papa pedindo para que pudesse celebrar a Eucaristia novamente antes de morrer.]

sábado, 2 de agosto de 2014

A podridão da CNBB não conhece limites.

A reforma política da CNBB
Qual o partido vem à mente quando se menciona MST, CUT, Via Campesina, Contag, UNE, Fenaj?


(Percival Puggina | Mídia News) Buscando informações sobre o projeto de reforma política que vem sendo objeto de coleta de assinaturas, descobri uma nova dimensão da hegemonia que se estabeleceu sobre a nação.

Qual o partido ou tendência ideológica que lhe vem à mente quando eu menciono MST, CUT, Via Campesina, Contag, UNE, Fenaj?

Pois bem, fazendo a tal busca, obriguei-me a ler as 23 páginas do projeto de lei que "dispõe sobre o financiamento das campanhas eleitorais e o sistema de eleições proporcionais". Tratei, igualmente, de saber de onde ele veio.

Esse projeto foi divulgado em outubro do ano passado pelo movimento Eleições Limpas (www.eleicoeslimpas.com.br) e hoje é acionado por uma certa Coalizão pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas (procure no Google por esse nome e clique em "Quem somos").

Vê-se, ali, que a coalizão é formada por 99 entidades - sim, você leu certo, 99! - contadas uma a uma.

Entre as já mencionadas, ainda encontrei outros velhos conhecidos: UBES (estudantes secundaristas), CNTE ("trabalhadores" em educação), Conic (aquele Conselho Nacional de Igrejas Cristãs que apoiou oficialmente o PNDH-3), o MMC (Movimento das Mulheres Camponesas, aquelas que invadiram os laboratórios da Aracruz em 2006), um certo Fórum Paulista de Participação Popular (cujo site é encimado por peça publicitária de um candidato do PT a deputado federal), a Via Campesina, a UBM (entidade de mulheres pró-aborto), RFS (Rede Feminista de Saúde, pró-aborto), a Rbrip (rede de ONGs e movimentos sociais com propostas "alternativas"), a Liga Brasileira de Lésbicas, o Movimento Evangélico Progressista, a Articulação Mulheres Brasileiras (pró-aborto e contra os direitos dos nascituros).

E por aí vai. Sabe quando a oposição conseguirá reunir algo semelhante a esse formidável elenco de militantes ONGs, grupos, movimentos, uniões, conselhos, redes, ligas, associações, federações, centrais, etc.?

Encimando a lista, mas como fios da mesma meada, luzem os logotipos e as siglas da CNBB e da OAB. Isso mesmo. Mais uma vez, você leu certo. As duas entidades, juntam-se a estranhíssimas parcerias, revolucionárias umas, desrespeitadoras da lei outras, objetivamente criminosas outras mais, para propor à nação uma "reforma política" praticamente igual à que o PT sempre pretendeu. Quem duvida, informe-se.

2013 - Deputados do PT entregam projeto de reforma política do partido
para Dom Leonardo Steiner, o bispo amigo de comunistas brasileiros e
estrangeiros.
O 3º Congresso do PT, em 2007, definiu-se por uma reforma política que estabelecesse: 1) o financiamento público das campanhas; 2) o voto em listas fechadas; 3) a representação de gênero, raça e etnia. O projeto da Coalizão: 1) cria o financiamento público e proíbe o financiamento de empresas; 2) estabelece o voto em lista fechada; 3) gratifica com mais recursos públicos o partido que apresentar candidatos de segmentos sociais minoritários.

E faz dois adendos ao projeto do PT: 1) admite o financiamento de pessoas físicas até o limite de R$ 700; 2) acrescenta à proposta petista um segundo turno nas eleições parlamentares para o ordenamento final das cadeiras por voto nominal.

Nem uma palavra, nem um pio, sobre o que mais importa: delegar a chefia de Estado e a chefia de governo a pessoas distintas, impor o desaparelhamento partidário da administração pública e estabelecer o voto distrital misto. 

Com esses apoiadores e tanta identidade de pontos de vista, eu não preciso saber mais para compreender a quem serve esse projeto. 

E concluo: se ele serve a quem serve, não serve ao Brasil. 

PERCIVAL PUGGINA é arquiteto, empresário, escritor, titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões, integrante do grupo Pensar+ e membro da Academia Rio-grandense de Letras.

Os silêncios de um Papa tão falante


(Sandro Magister | Tradução Blogonicus) - Roma, 1 de agosto de 2014 - No dia de Santa Ana, padroeira de Caserta, o Papa Francisco visitou esta cidade. Tudo normal? Não. Porque apenas dois dias depois, Jorge Mario Bergoglio retornou à Caserta numa visita privada para encontrar seu amigo italiano que conheceu em Buenos Aires, Giovanni Traettino, pastor de uma igreja evangélica local.

Mais ainda, no princípio o propósito de Francisco era apenas se encontrar com este seu amigo, com o bispo de Caserta deixado totalmente no escuro, e foi preciso convencer o Papa a duplicar o programa para não descuidar das ovelhas do seu redil.

Em Francisco a colegialidade de governo é mais invocada que praticada. O estilo é o de um general dos jesuítas que, no final, decide tudo por si só. É compreendido por seus gestos, por suas palavras e por seus silêncios.

Por exemplo, há semanas que nos bastidores Bergoglio cultiva relações com os líderes de poderosas comunidades evangélicas dos EUA. Na residência de Santa Marta [Francisco] passou horas e horas na sua companhia. Os convidou para almoçar. Num desses momentos de convivência se imortalizou o toque de mãos abertas, entre grandes risadas, com o pastor James Robinson, um dos tele-evangelistas americanos de maior sucesso.

Quando, entretanto, ninguém sabia de nada, Francisco lhes antecipou seu propósito de encontrar seu colega italiano em Caserta e explicou o motivo: "oferecer as desculpas da Igreja Católica pelos danos que esta lhes causou ao obstaculizar o crescimento das suas comunidades".

Argentino, Bergoglio conhece diretamente a expansão esmagadora das comunidades evangélicas e pentecostais na América Latina, que seguem arrebatando da Igreja Católica grandes massas de fiéis. Entretanto, decidiu não combater seus líderes, mas fazer amizade com eles.

Na mesma linha que adotou com o mundo muçulmano: oração, invocação da paz, condenações gerais do que se está fazendo de mal, mas muito cuidadoso ao se manter longe dos casos específicos, sobre pessoas específicas, sejam vítimas ou algozes.

Francisco também não abandona esta atitude reservada quando o mundo inteiro se mobiliza em defesa de determinadas vítimas e todos esperariam dele um pronunciamento.

Não gastou uma única palavra quando a jovem mãe sudanesa Meriam estava no cárcere com seu filho, condenada a morte porque é cristã, mas a recebeu quando foi liberada graças às pressões internacionais.

Não disse nada pelas centenas de estudantes nigerianas raptadas pelo Boko Haram, apesar da campanha também promovida por Michelle Obama com o lema "Bring back our girls" (devolvam as nossas meninas).

Se cala sobre a sorte de Asia Bibi, a mãe paquistanesa encarcerada há cinco anos, esperando a apelação contra a sua sentença que a condenou a morte, acusada de ter ofendido o Islã.

Também a campanha pela libertação de Asia Bibi ve por todos os lados o comprometimento do mundo católico e se fez pública neste ano uma dolorosa carta escrita por ela ao Papa que não a respondeu.

São silêncios que causam uma impressão maior quando são praticados por um Papa de quem se conhece sua generosíssima disponibilidade para escrever, telefonar ou levar ajuda, para abrir as portas a qualquer pessoa que bate, não importa se é pobre ou rico, bom ou mau.

Por exemplo, ele havia levantado algumas críticas sobre a demora para se encontrar com as vítimas dos abusos sexuais cometidos por representantes do clero. Mas no último dia 7 de julho isso foi arranjado, dedicando toda uma jornada a seis dessas vítimas, chamadas a Roma desde três países europeus.

Nos mesmos dias avançou a reorganização das finanças vaticanas, com algumas mudanças nos cargos máximos e a demissão do inocente presidente do IOR, o alemão Ernst von Freyberg.

Inexplicavelmente, em dezesseis meses de pontificado, este funcionário jamais conseguiu obter uma audiência com o Papa.

Ainda mais inexplicável é a "damnatio" que atingiu o seu predecessor, Ettore Gotti Tedeschi, derrubado em maio de 2012 justamente por haver levado adiante a obra de limpeza, derrubado precisamente pelos maiores responsáveis pela má administração. Seus pedidos ao Papa Francisco para ser recebido e ouvido jamais receberam resposta.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Foto do Dia - Os Jesuítas de Hoje.


Papa Francisco almoça com jesuítas de Roma.

Numa visita surpresa, o Papa Francisco celebrou ontem a festa de Santo Inácio de Loyola com um almoço na Cúria Geral da Companhia de Jesus, em Roma.
Na foto vemos um ícone da igreja moderna. Antes uma poderosa e rigorosa companhia religiosa, com vocações abundantes e disciplina militar, os jesuítas se transformaram num clube de aposentados onde até os (poucos) jovens parecem velhos.
"A Igreja nunca esteve melhor".
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