No seu site de notícias há uma grande quantidade de traduções e reproduções de outros sites - alguns católicos, outros nem tanto - que nos impele a afirmar tal aversão, claramente notada.
Bem, primeiro quero deixar claro que isso se trata de uma opinião constatada e este texto deve ser considerado como tal; testaremos assim a já conhecida "tolerância" dos tolerantes.
Através das suas traduções ou reproduções, o IHU se coloca num claro alinhamento com um progressismo parcial. Parcial porque não vê, ou finge não ver, o outro lado da moeda. Progressismo porque se volta contra todo esforço de restauração dentro da Igreja, por menor que seja.
Se você percorrer todo o conjunto de traduções internacionais feitas pelo IHU verá que há sim uma predileção - seria injusto usar esse termo, porque o IHU não "prefere", mas favorece - pela agenda esquerdista. Para um site que deseja ser jornalistico isso é uma traição não só ao princípio da imparcialidade, mas também ao da honestidade intelectual.
Nunca li no IHU uma única notícia abordando de forma positiva o Motu Proprio Summorum Pontificum e seus frutos, por exemplo. Será que o tradutor oficial do IHU para assuntos religiosos fecha os olhos aos mais de 200 novos sacerdotes que foram ordenados dentro das comunidades Ecclesia Dei (+FSSPX) nos últimos 3 anos? Será que o catolicismo vibrante e crescente, nos países mais secularizados da Europa, não chama a atenção porque está ligado aos grupos, diriam eles, "integristas" ou "tradicionalistas"?
E parece que o patriarca da tradução do IHU elegeu seu alvo principal - a FSSPX. De fato o que me leva a traçar estas poucas linhas é a falta de paciência com tamanha desonestidade e a publicação de uma tradução intitulada "Lefebvrianos, 50 anos de ataque ao Concílio e aos papas". Só pelo título já podemos prever o conteúdo.
Eu não sou membro da FSSPX - o que me isenta da acusação de advogar em causa própria - e certamente compreendo os problemas que existem dentro da fraternidade. Contudo, a "puxação de tapete" por parte do patriarca do IHU é tão evidente, tão desonesta, que chega a provocar náuseas no mais tolerante.
E a FSSPX não é a única "vítima" da fúria tradutora, mas qualquer um que não esteja alinhado com a agenda ideológica presente na linha editorial do IHU (ou seria a linha imposta pelo tradutor?). Vejamos alguns títulos das traduções feitas pelo IHU:
Os desiludidos falaram. O Vaticano responde Incidente entre Vaticano e Casa Branca: o silêncio dos bispos conservadores
Cardeal inglês cancela missa em latim em sua diocese
Equilíbrio ao debater sobre aborto. A opinião de um teólogo jesuíta
Em defesa da menina brasileira. Artigo do presidente da Pontifícia Academia para a Vida
Uma coisa é favorecer uma determinada posição dentro de um contexto editorial, outra, bem diferente, é atacar gratuitamente a posição contrária sem mostrar o outro lado, apresentando apenas uma fração do contexto.
Um exemplo da total parcialidade do IHU é a famosa, pra nós blogueiros católicos, postura do Cardeal Burke em rezar em frente ao maior centro de abortos do mundo (IPPF), pedindo perdão pelos assassinatos cometidos contra inocentes no ventre de suas mães. Quantas linhas o IHU dedicou sobre o assunto? Zero.
Em contrapartida, o IHU parece gostar de publicar coisas do tipo:
Cardeal não vê ''nenhum obstáculo teológico'' ao sacerdócio feminino
Apelo à desobediência. Manifesto de párocos austríacos
Apelo à desobediência. Manifesto de párocos austríacos
80% dos padres austríacos são favoráveis à abolição do celibato
O elogio do papa aos agnósticos: ''Uma ajuda para quem crê''
O elogio do papa aos agnósticos: ''Uma ajuda para quem crê''
Um mérito do IHU é trazer notícias que não se vê na mídia secular. Contudo, esse mérito, que poderia ser de fato algo bom, é soterrado pelo lamaçal progressista que caracteriza a linha editorial do mesmo. Quem vê a Igreja pelos olhos da IHU a vê distorcida, irreal e presa dentro de uma bolha falaciosa. Longe de apresentar um retrato equilibrado da Igreja e especialmente do pontificado de Bento XVI, o IHU está mais interessado em cultivar preconceitos dialéticos.
