Com havia especulado o Pe. Clécio no seu blog Oblatvs:
Confirmou-se hoje [3/9/2011] o rumor de que o Núncio na Itália, Dom Giuseppe Bertello, seria nomeado Presidente da Pontifícia Comissão para o Estado da Cidade do Vaticano e Presidente do Governo do mesmo Estado.
A nomeação ganha importância para o Brasil porque há quem preveja que Dom Lourenzo Baldisseri, núncio aqui, seria nomeado para a nunciatura na Itália. Se permanecer no cargo até novembro, serão 9 anos à frente de uma das mais importantes nunciaturas e costumeira credencial para o cardinalato.
Caso se confirme o boato de sua nomeação para a nunciatura na Itália, é possível que o chapéu vermelho não venha, afinal Dom Lourenzo Baldisseri já é septuagenário.
Caso se confirme o boato de sua nomeação para a nunciatura na Itália, é possível que o chapéu vermelho não venha, afinal Dom Lourenzo Baldisseri já é septuagenário.
Agora o vaticanista e sempre bem informado Andrea Tornielli [via Juventutem Argentina] nos envia uma outra história:
Nascido há 69 anos em Pian di Meleto em Marca italiana, foi ordenado em 1968 e cardeal [sic] da diocese de Roma, ele serviu como núncio para Bangladesh, a direção das missões diplomáticas em Madagáscar, Maurícias e Seyschelles, e núncio na Tailândia. Em 2003, foi nomeado embaixador do Vaticano na Argentina.
O que aconteceu!? Teria Dom Lorenzo sido condenado ao degredo em terras tupiniquins?
A resposta é bem simples. Ambos são italianos, então há empate técnico. O que diferenciou os dois foi a forma como eles trabalham com o contexto da Igreja em suas respectivas nunciaturas.
Enquanto no Brasil há conivência com um catolicismo despregado de Roma - vide aplicação do Motu Proprio, tradução do missal, correção de abusos, etc - na Argentina a coisa parece ser muito diferente, pelo menos da parte da representação oficial da Santa Sé. Vejamos um trecho do que escreveu o núncio Bernardini:
É aqui que o Papa Bento, precisamente por causa da sua fidelidade para com a "Verdade", faz uma coisa que escapou à atenção de muitos comentaristas: traz de volta, integralmente, o Credo na forma do Concílio de Constantinopla, isto é, na versão normalmente contida na Missa. A mensagem é clara: recomeçamos da doutrina, do conteúdo fundamental da fé. "Sim, porque - escreve o teólogo e Papa Ratzinger - a primeira proclamação da Igreja missionária está hoje em perigo pelas teorias do tipo relativista, que pretendem justificar o pluralismo religioso, não apenas ‘de facto’ mas também ‘de jure’".
A consequência desse relativismo, explica o futuro Bento XVI, é que se consideram superadas uma série de verdades, tais como: o caráter definitivo e completo da revelação de Cristo; a natureza da fé teológica cristã com respeito à crença em outras religiões, a unicidade e universalidade salvífica do mistério de Cristo, a mediação salvífica universal da Igreja, a subsistência na Igreja Católica da única Igreja de Cristo.
Eis aqui, portanto, a Verdade como causa principal desta aversão e diria quase perseguição ao Santo Padre. Uma aversão que tem como consequência prática seu sentimento de solidão, de abandono.
Abandonado por quem? Aqui está a grande contradição! Abandonado pelos opositores da Verdade, mas especialmente por alguns sacerdotes e religiosos, não apenas pelos bispos, mas não pelos fiéis.
Assim como o clero está passando por uma certa crise, no Episcopado prevalece um perfil baixo, não obstante, os fiéis de Cristo estão ainda com todo o seu entusiasmo.Obstinadamente continuam rezando e vão a Missa, frequentam os sacramentos e rezam o rosário. E acima de tudo tem esperança no Papa. Existe um ponto surpreendente de solidez entre o Papa Bento XVI e o povo, entre o homem vestido de branco e as almas de milhões de cristãos. Eles entendem e amam o Papa. Isto porque sua fé é simples!Por outro lado, é a simplicidade a porta de entrada para a Verdade.
Durante esta celebração eucarística, peçamos ao bom Deus e à Virgem fazer parte nós também deste tipo de cristãos.
Temos, da parte da nunciatura brasileira, palavras semelhantes?
O que há é um sentimento de sincronia. Há, nas palavras do núncio na argentina, muita sincronia com o que o Papa Bento XVI vem fazendo. O núncio é o eco do Papa em determinado país e não deve minar os esforços do sucessor de Pedro em fazer, por exemplo, a reforma da reforma litúrgica.
Embora seja uma boa notícia para a Itália, é péssima para nós.