segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Vamos falar de política. Ou: Dilma enterrando 1.2 Bilhão em Cuba

"É tudo dinheiro de trouxa... mas não espalha"
Dilma e Raúl Castro

Explicação tem, só não vê quem não quer.

A PresidentE Dilma esteve em Cuba - antes deu uma passadinha nazoropa para ladrar em Davós e se hospedar no Ritz em Portugal - onde orgulhosamente anunciou os investimentos brasileiros, via BNDES, num porto cubano. Vejamos:

A presidente Dilma Rousseff e o presidente de Cuba, Raúl Castro, inauguraram nesta segunda-feira a primeira fase do porto de Mariel, oeste da ilha, que contou com financiamento brasileiro.
O terminal, construído pela Odebrecht e com um investimento total previsto de US$ 957 milhões, contou com um financiamento de US$ 682 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O projeto de modernização do porto de Mariel, situado a 45 quilômetros a oeste de Havana, é o "coração" da primeira Zona Especial de Desenvolvimento criada em Cuba, dentro do plano de reformas econômicas empreendido no mandato de Raúl Castro.
Pelo menos 400 empresas brasileiras participaram das obras dessa infraestrutura portuária, que contará com uma contribuição de outros US$ 290 milhões do Brasil em uma segunda etapa.
A conclusão do terminal inclui um píer linear de 702 metros equipado com quatro guindastes e um terminal de contênieres.
"O Brasil acredita e aposta no potencial humano e econômico de Cuba", disse Dilma em discurso no ato de inauguração, ao qual também foram os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro; Bolívia, Evo Morales, e Haiti, Michel Martelly, que se encontram em Cuba por ocasião da II Cúpula da Celac.
A presidente afirmou que o Brasil "quer se transformar em um colaborador econômico de primeira ordem" para a ilha.
Por sua vez, Raúl Castro ressaltou as "condições vantajosas" do financiamento brasileiro às obras de Mariel e agradeceu ao país sul-americano sua "colaboração solidária" no que considerou um "projeto transcendental para a economia cubana".
"Esse terminal de contêineres e a poderosa infraestrutura que o acompanha são uma amostra concreta do otimismo e a confiança com que os cubanos olhamos para o futuro socialista e próspero da pátria", disse Raúl.

Sim caro leitor, o seu dinheiro (e o meu) financia o fortalecimento da ditadura comunista em Cuba.
É evidente que uma explicação lógica, do ponto de vista econômico, é impossível. Cuba não tem indústria, seu comércio rasteja entre o mercado negro, controlado por bandidos declarados, e o mercado vermelho, controlado por bandidos de farda, ou seja, o governo Castro. Não há retorno para o Brasil, portanto o aporte financeiro realizado não se caracteriza como investimento econômico.

Foi sim um investimento político, para fortalecer uma ditadura capenga. A Venezuela já não consegue sustentar o voraz e parasitário Regime Castro. Por anos o finado caudilho venezuelano enviou milhares e milhares de dólares à ilha prisão, sustentando os irmãos Castro e privando a Venezuela de investimentos importantes e de papel higiênico. A fonte bolivariana, contudo, secou e Cuba olha agora para o Brasil. É Dilma e o PT que financiarão, com a nossa ajuda, é claro, o regime que desejam ver implantado aqui.

Em novembro a prodigiosa presidente anunciou, no seu tradicional programa de rádio, que o seu governo investiu singelos R$ 40 milhões no porto de Aratu (Bahia). O porto de Aratu " é responsável por 60% de toda a carga movimentada em modal marítimo na Bahia, portanto possui grande importância para a economia da Bahia, pois serve como meio de escoamento da produção e da entrada de produtos para o Pólo Petroquímico de Camaçari, o Centro Industrial de Aratu (CIA) e o Complexo da Ford de Camaçari" [Wikipedia].

Para Cuba, entretanto, Dilma se mostra mais generosa, mais "mãe". Talvez não goste de axé, dendê ou de Ivete, preferindo enterrar dinheiro público num porto que ninguém sabe pra quê irá servir.

Estamos em ano eleitoral e Dilma será reeleita. A proeza eleitoral do poste presidencial, que vem fazendo a nossa economia patinar, não será mérito do povo cubano, mas sim do baiano. A Bahia e todo o nordeste estão com Dilma, como estiveram com Lulla por 8 anos. Cuba agradece.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Rolezinho abençoado por Frade Carmelita

Abaixo coloco um texto do excelente blog LIBERTATUM. Não preciso acrescentar nada, apenas subscrevo. É claro que a esta congregação religiosa do Frei Petrônio não cabe enviar o Pe. Volpi nem fechar seus monastérios... é claro!

***

Padre Carmelita abençoa o rolezinho!


Meus caros,

Apresento a vocês no vídeo abaixo a benção leviana e  irresponsável que o Frei Petrônio de Miranda, da Ordem do Carmo, do Convento do Carmo de São Paulo, concede ao chamado "rolezinho", com meus comentários logo abaixo:



O Padre alega que dá as bençãos ao rolezinho porque lê a Bíblia, a mesma Bíblia que o Papa Francisco lê. Tenho lá minhas dúvidas, porque no Brasil rola uma Bíblia herege , a Edição Pastoral, repleta de introduções e notas-de-rodapé escritas à luz de Karl Marx, que nada mais era que um cultor do satanismo.

A fala do frei Petrônio é eivada de empulhações. Primeiramente, como já foi muito demonstrado por vários articulistas liberais e conservadores, os Shopping Centers são a maior manifestação de pluralidade e acesso jamais vista em nossa sociedade.

Não há que se dizer que existem shoppings centers para ricos e para pobres; alguns voltam-se para um público de renda mais elevada, mas nenhuma pessoa com menos posses está impedida de entrar, fazer compras e utilizar serviços.

Jamais qualquer tipo de pessoa foi discriminada em um estabelecimento desses. Pelo contrário, o que se tem visto é um movimento contínuo de avanço de tais empreendimentos em direção aos bairros mais populares, com absorção preferencial da mão-de-obra local.  Em Belém, o maior shopping center está localizado em uma área popular, tendo outro concorrente que adentrou mais ainda nos bairros, e pelo menos mais três estão em construção, todos distantes do centro da cidade e das localidades mais nobres. Além disso, têm proliferado no subúrbio os hipermercados, eles mesmos com características semelhantes aos shopping centers, com dezenas de lojas e prestadores de serviços.

Isto tem uma razão óbvia: os ricos costumam ir aos shoppings somente para fazer compras - quando não usam Miami para tal fim - porque, ora bolas, possuem à disposição outras opções de lazer; portanto, são as pessoas de classe média e pobre os clientes mais fiéis, que os usam como supermercado e centro de lazer. Diferentemente do que têm apregoado alguns sedizentes intelectuais, que não passam de militantes comunistas enferrujados, por esses locais passa a cultura, sim, pois são frequentes os shows teatrais, de dança e de música totalmente gratuitos, além dos cinemas e parques de diversão.

São raros, raríssimos, os aparelhos públicos que em conjunto ofereçam tantos benefícios à população com tanta segurança, limpeza, banheiros bonitos e limpos e olhem só...ar condicionado! Ainda mais: os shopping centers são instalações que economizam espaço e retiram automóveis de circulação!

Não há coisa mais comum em shopping centers do que grupos de jovens, brancos e pretos, ricos e pobres, muitas vezes numerosos, brincando, conversando e até namorando em paz e sem exageros indecorosos, claro. Então, o que pode ter o rolezinho de diferente? Respondo: o tumulto, os assaltos, o uso de drogas, o vandalismo, o assédio violento contra outras pessoas. Isto sim é proibido! E aqui faço minha contraposição lançando uma pergunta ao Frei Petrônio: Onde está na Bíblia tudo isto, seu padre de boca-mole safado e sem-vergonha?

Diz um ditado que praga de urubu magro não mata cavalo gordo. Eis aí  um urubu da revolução, a querer vender a ideia da segregação racial e social justamente onde ela não existe.

O Frei comunista em vários momentos faz questão de frisar que não gosta de shopping center e de Mac Donald's. Não sei  por que ele citou o Mac Donald's, que em relação ao caso, "rolezinho", especificamente, está fora de contexto. Mentira, sei sim: é que o frei carmelita tem o seu hábito impregnado de anti-capitalismo e anti-americanismo. Seria tão melhor que as pessoas pobres tivessem o seu fim de semana preenchido por um discurso de mais de sete horas, como fazem os grandes guias geniais dos países socialistas, a ouvir de pé, contentando-se ao final com um Mac Lula Feliz, composto de um pão dormido, uma rapadura, algum refresco aguado e muito doce e como surpresinha, uma figurinha de um grande herói, como o próprio Lula, Dilma, Dirceu, Genoíno ou Delúbio Soares...!

Está mais do que na hora da população católica perguntar diretamente a esses clérigos: - Qual é o teu negócio? É Jesus Cristo ou é Karl Marx?

Padre Petrônio de Miranda: você chamou a população trabalhadora e ordeira de farisaica! Pois eu digo: Você, sim é que é um fariseu!

Maradiaga mostra suas garras contra Müller.

O Vice-Papa, SS Cardeal Maradiaga

Desde a eleição de Francisco a tônica na Igreja mudou. Duvido que alguém negue isso. O que causa discussão é saber exatamente o que o Papa argentino trouxe de novo e o que ele mantém.

Existe um espírito "pastoral" que se apoderou da Igreja nos últimos meses. Toda e qualquer ação deve ser eminentemente pastoral, o que quer que isso signifique. Ninguém até hoje soube me dizer o que significa "agir pastoralmente", "pensar pastoralmente", etc. Pastoral é um termo amórfico e tudo aquilo que não tem uma forma clara e definida, dentro da Igreja, torna-se perigoso.

A esquerda eclesial - ela existe! - está usando o contexto da eleição de Francisco, sua origem e seus hábitos, para justificar uma nova empreitada contra o que eles chamam de 'dogmatismo', que seria por natureza oposto ao 'pastoral'.

Também duvido que alguém consiga negar que a esquerda eclesial, ou seja, a trupe que comandava a Igreja em 1968, não venha ditando as regras novamente e, muitas vezes, com anuência do Papa Francisco. Bergoglio tem - e não podemos negar - uma inclinação para a esquerda, como tinha Paulo VI. É um modernista? Aqui cabe uma análise profunda que não é objetivo deste texto ou deste blog, pois excede as capacidades deste blogueiro.

A esquerda vem se preparando para sua primeira grande batalha em anos - o Sínodo dos Bispos para a Família. É nele que veremos bispo contra bispo, cardeal contra cardeal. E espero sinceramente que vejamos isso, porque se houver apenas consenso, bispo com bispo e cardeal com cardeal, então a Igreja de fato deixou de existir. Digo isso porque pelo que vemos, o consenso seria pelo abandono da doutrina tradicional em relação ao matrimônio indissolúvel com a adoção de uma "atitude pastoral" de cuidado com os divorciados que, na prática, permitiria que estes pudessem comungar e receber os demais sacramentos sem qualquer reserva. É importante, portanto, ver no sínodo bispos e cardeais capazes de defender a doutrina católica frente a um levante esquerdista majoritário que deseja um relaxamento da mesma.

E o tema dos divorciados, que será a pauta do Sínodo, vem alimentando a imprensa. O Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Dom Müller, vem sendo atacado com frequência por sua defesa "dogmática" do matrimônio em detrimento de uma atitude mais misericordiosa e pastoral. Vários bispos alemães, incluindo o cardeal Marx que integra o conselho particular do Papa Francisco, já o atacaram publicamente por sua postura, desqualificando o prefeito em si, mas não ousando contestar-lhe os argumentos teológicos.

Agora outro cardeal vem com ferocidade sobre Müller. É ninguém menos que o arcebispo hondurenho Oscar Rodriguez Maradiaga, presidente do mesmo conselho particular nomeado pelo Papa Francisco para reformar a Cúria. Maradiaga já ganhou a alcunha de "vice-papa" e se comporta como tal.

Maradiaga, gozando da proteção de Francisco, ataca Müller dentro do seu próprio país, declarando seu descontentamento com o Prefeito da Doutrina da Fé a dois jornais alemães. Ao jornal Frankfurter Rundschau, como reporta do Fr. Z, Maradiaga disse que "[para Müller] só existe o certo e o errado, só isso.  Mas eu digo: "O mundo, meu irmão, o mundo não é assim. Você deve ser um pouco flexível para ouvir outras vozes, para que você não diga apenas 'aqui está a parede'".

Segundo Maradiaga, Müller não tem uma compreensão completa do mundo real porque para ele só existe o certo e o errado, o preto e o branco. Essa deficiência de Müller, segundo Maradiaga, se deve a sua origem como teólogo alemão e professor. O que podemos concluir que Müller não é "pastoral", mas dogmático e a moda agora dentro da Igreja é ser pastoral.



Fr. Z lembra que até pouco tempo atrás outro bispo alemão e professor de teologia esteve no Vaticano. Bento XVI tem um passado quase idêntico ao de Müller, como teólogo e professor universitário antes de ser chamado ao episcopado e ao trabalho na Cúria. Será que Maradiaga ousaria repetir semelhante declaração se o Papa fosse Ratzinger?

Me espanta o grande "conhecimento de mundo" que o cardeal Maradiaga tem. Honduras tem 7 milhões de habitantes, sendo um país com uma área total menor que a do estado do Ceará e com uma economia insignificante. O cargo mais elevado que o cardeal ocupou até a chegada de Francisco foi o de presidente da Cáritas. Já que os argumentos nessa discussão são exclusivamente ad hominem, Maradiaga já começa em flagrante desvantagem.

Me espanta também como o Papa Francisco vem escolhendo mal os seus colaboradores. Uma escolha pior do que a outra e isso não se deve a posição ideológica dos escolhidos, mas às suas capacidades e experiências precedentes. Se é para escolher um progressista, pelo menos escolha um com um bom currículo.

domingo, 19 de janeiro de 2014

Comissão de Investigação sobre Medjugorje conclui seus trabalhos

(Vatican Insider | Tradução Blogonicus) Um veredito sobre as aparições de Medjugorje não está muito longe. A comissão de inquérito sobre Mejugorje que foi criada em Março de 2010 e é presidida pelo Cardeal Camillo Ruini concluiu seu trabalho. Padre Federico Lombardi confirmou que a comissão realizou a sua última reunião na sexta-feira e os resultados do inquérito serão agora examinados pela Congregação para a Doutrina da Fé, liderada pelo prefeito Gerhard Müller.

Todo o material recolhido, as entrevistas com os videntes e muitas outras testemunhas, as histórias contadas pelas diversas pessoas envolvidas, relatórios de peritos e reflexões teológicas sobre as mensagens, foi resumido em um relatório final e repassado para a Congregação para a Doutrina da Fé para uma avaliação cuidadosa. O relatório será estudado juntamente com outros documentos que a Congregação reuniu ao longo dos anos.

Vatican Insider soube que a Comissão centrou-se principalmente na primeira fase das aparições. Não há aparentemente nenhuma prova de quaisquer truques, fraudes ou abuso da credulidade popular. No entanto, é bastante difícil para a Igreja formar um veredito definitivo sobre a natureza sobrenatural de um fenômeno que está em curso.

Dos seis videntes que relataram aparições em junho de 1981, quando eles ainda eram crianças ou em seus adolescentes, três afirmam que ainda vêem aparições diárias da "Rainha da Paz", ao mesmo tempo, todas as tardes, onde quer que estejam no nessa hora. Esses videntes são: Vicka (que vive em Medjugorje), Marija (que vive em Monza) e Ivan (que mora em os EUA, mas retorna à sua terra natal frequentemente) Uma quarta vidente Mirjana, vê uma aparição no segundo dia de cada mês.

O grande volume de mensagens circulando representa um problema para a Comissão. Da mesma forma a previsão de sinais sobrenaturais e segredos que os videntes se recusaram a partilhar, mesmo com as autoridades da Igreja.

Alguns dos membros da Comissão sublinharam a necessidade de uma mudança de ritmo na prestação de cuidados pastorais para milhões de fiéis que vêm a Medjugorje de todo o mundo. A Comissão e o próprio cardeal Ruini, graças à visitas de pessoas próximas a ele, têm notado que as pessoas realmente estão se convertendo à fé ou voltando para os sacramentos - o que a Igreja se refere  como frutos espirituais - de uma forma significativa.

Mas isso sozinho não faz uma decisão por parte da Igreja no que diz respeito à natureza sobrenatural das aparições. Na verdade, ao longo dos últimos meses, o Prefeito Müller advertiu os bispos dos EUA para manter um olhar atento sobre as reuniões realizadas por videntes de Medjugorje. Estas são muitas vezes reuniões públicas com muitas aparições na agenda. Durante a missa no último 14 de novembro, na Casa Santa Marta, o Papa muito eloquentemente disse que Maria é Mãe e "não é um agente postal dos correios enviando mensagens todos os dias". Estas palavras foram dirigidas a pessoas que se comunicam continuamente mensagens e profecias sobre o futuro.

O Bispo de Mostar, Ratko Peric, que também atende Medjugorje, é notoriamente cético sobre o fenômeno, como era seu predecessor. Depois, há o problema secular das relações entre o clero diocesano e os frades franciscanos da Herzegovinana época das aparições. Algumas soluções propostas no passado recente foram para restaurar a antiga diocese de Trebinje, de modo a remover Medjugorje do território da diocese de Mostar ou criar um santuário mariano, que seria gerido por um reitor de uma outra diocese.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Curtas & Rápidas


 Cardeal Burke - Único Bispo Pró-família em Roma

(Rorate Caeli) Vários italianos se reuniram na Piazza Santi Apostoli para manifestar seu repúdio a um projeto de lei sobre a homofobia (com certeza deve ser um daqueles projetos que criminaliza qualquer um que não concorda com a gaystapo). Várias famílias, jovens e até alguns sacerdotes estavam na Piazza. E o[s] bispo[s] de Roma? Nenhum, exceto o valente cardeal (americano) Raymond Leo Burke! O Cardeal Burke, como bem notou o repórter Marco Tosatte do periódico La Stampa, foi o único sucessor dos apóstolos presente na manifestação pró-família.


Cardeal Müller, um novo Ottaviani (sério?).

(kath.net) De acordo com o "Passau Neue Presse" alguns bispos alemães tentaram dissuadir o Papa Francisco da nomeação de Müller como cardeal. Segundo a matéria, ao Papa Francisco teriam sido apresentados pelo menos dois jornais (alemães) onde Müller seria avaliado negativamente. Um dos jornais seria o "Die Zeit", onde Müller foi chamado de o "adversário mais obstinado do Papa Francisco". Curiosamente, uma contribuição de SS Hans Küng I ao "Passau Neue Presse" dava conta que Müller seria um novo Ottaviani, "impondo sua visão conservadora sobre o Papa, o Concílio e toda a Igreja". Esperamos sinceramente que algum anjo passe ao lado de Küng e diga amém!



Bertone e Scherer fora do IOR

(InfoVaticana) O Papa Francisco realizou algumas mudanças na comissão de reforma do IOR, o banco do Vaticano. Fez uma renovação da comissão, por mais 5 anos, e redesenhou o quadro de cardeais que servem na mesma . A comissão de reforma foi convocada por Bento XVI e, depois de meros 11 meses de trabalho, que deveriam durar 5 anos, o seu sucessor remove todos os cardeais envolvidos. A comissão agora conta com os nomes (preparem-se) Schonborn, Collins, Tauran, Parolin e Santos Abril. Saíram os cardeais Scherer, Toppo, Bertone e Calcagno. A reforma do IOR e a reforma da Cúria foram pontos decisivos para a eleição de Bergoglio como Papa, em Março passado.


Um Secretário Curto e Grosso

Almodovar aprovaria a foto
(Fratres In Unum) O blog brasileiro nos trouxe a figura de Fabiàn Pedacchio Leaniz, sacerdote argentino e secretário pessoal de Francisco. Segundo o blog (e isso já circulava antes da eleição de Bergoglio), Dom Pedacchio é uma das pessoas, ou mesmo A pessoa, com maior influência sobre o Papa do fim do mundo, tido como um papa ininfluenciável.
Pedacchio já foi denunciado pelo blog espanhol  La cigüeña de la torre em 2012 (traduzimos o texto como "A Máfia Argentina do Cardeal Bergoglio") como um informante de Bergoglio na Congregação para os Bispos, onde trabalhava. Seu alvo principal seria o bispo conservador de Ciudad del Este, no Paraguai. Pedacchio estaria desviando informações que estavam sob segredo pontifício e passando documentos confidenciais da Congregação Vaticana diretamente para o fim do mundo, ou seja, Buenos Aires.
Segundo o Fratres, "diz-se que Pedacchio, antigo oficial da Congregação para os Bispos, seria o artífice da ascensão meteórica de um antigo companheiro seu de dicastério, também oficial, o brasileiro Dom Ilson Montanari. Conta-se também que Pedacchio teria repreendido rude e publicamente o Cardeal Mauro Piacenza por ter ousado genuflectir em uma Missa concelebrada com o Papa, na Casa Santa Marta. O secretário do Papa avisara a todos das dificuldades do Pontífice para se ajoelhar e que, portanto, ninguém deveria fazê-lo ao longo da celebração".
Ah sim! Ele ama os livros de Gabriel Garcia Marquez, e ele é um fã de Pedro Almodovar. Mesmo não podendo comprovar a autenticidade, não seria menos interessante destacar que Dom Pedacchio tem (?) um perfil na rede social Badoo, onde não aparece exatamente como sacerdote católico.

[UPDATE 15:10]
Cardeal Cipriani confirmado na Comissão para Am. Latina

Para eterno desgosto do site Religión Digital, o Papa Francisco confirmou o cardeal arcebispo de Lima como membro da Pontifícia Comissão para a América Latina, ligada à Congregação para os Bispos. Como já escrevemos aqui, Religión Digital encontra-se em campanha quase cotidiana de difamação do Cardeal Arcebispo. Estranhamente o site jornalístico não publicou a confirmação do cardeal...

domingo, 12 de janeiro de 2014

Novos Cardeais ou: Quem está dentro e quem está fora da Igreja Franciscana



A Santa Sé informou hoje a lista com os nomes dos novos cardeais que serão criados por Francisco no seu primeiro consistório em fevereiro. São 16 cardeais votantes, alguns da Cúria Romana, mas a grande maioria são bispos de diversos continentes.

Francisco manteve-se coerente com a tônica que vem dando ao seu pontificado - um papa do fim do mundo, com cardeais não muito longe do mesmo fim. A predominância é de nomes não-europeus e, para espanto de muitos vaticanistas, nenhum nome estadunidense foi anunciado.

Quem está dentro?

Gerhard Ludwig Müller, como prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, nomeado por Bento XVI e um dos primeiros nomes confirmados por Francisco. O futuro cardeal vem assumindo uma função inédita na história da Igreja, atuando como um "corretor" do próprio Papa. A cada nova entrevista, declaração, ligação, etc. do Papa Francisco, Müller surge das sombras da Santa Inquisição para "esclarecer" o que o Papa realmente quis dizer e acalmar os ânimos. Embora venha realizando defesas importantes da doutrina da Igreja, sobretudo no caso do levante dos bispos alemães favoráveis ao divórcio, não podemos esquecer que em Roma são poucos os cardeais (ou bispos) com um ódio visceral à FSSPX tão grande quanto o Müller. Neste ponto, por motivos diversos, Müller se junta à Braz de Aviz na perseguição a tudo aquilo que cheira à Tradição.

Lorenzo Baldisseri, antigo Núncio para o Brasil. Para mim o discurso anti-carreirista do Papa Francisco é uma grande ilusão. O Papa já criticou os bispos "de aeroporto", os padres carreiristas, os padres com carrões, já vetou a honra de monsenhor aos padres mais jovens, etc. Na prática, entretanto, Francisco é o Papa que mais vem premiando os mesmos carreiristas que condena. Não creio que algum levantamento nesse sentido tenha sido feito, mas é fácil observar como os bispos de carreira, sobretudo aqueles vindos da sombria academia eclesiástica, estão maravilhados com as possibilidades com Francisco. Dom Baldisseri representa, na minha opinião, a pior escolha deste pontificado. Podemos dizer que Baldisseri representa aquele incômodo sinal de contradição, que ninguém ousa apontar, mas que todos sabem que está lá.

Bispos do Fim do Mundo. Nicarágua, Costa do Marfim, Burkina Faso e Haiti foram contemplados com o barrete. Acho interessante e até produtiva a presença de bispos de lugares afastados. Uma Igreja missionária precisa de uma visão das terras de missão. Entretanto, não podemos deixar de notar que a presença desses bispos tem um duplo efeito. Por um lado ela amplia a visão da Igreja, por outro enfraquece o colégio de cardeais trazendo para dentro bispos com pouca experiência de política eclesial que, bem ou mal, é importante.

Quem está fora?

O mais importante deste consistório é saber quem não tem lugar na Igreja de Francisco. A Igreja inclusiva, pobre e mariana do papa Francisco, que esmaga violentamente a congregação dos Franciscanos da Imaculada, parece não ter lugar para alguns.
Nomes impressionantes ficaram de fora da lista, sobretudo nomes Ratzingerianos.

Dom Moraglia. Ortodoxia litúrgica e doutrinal não estão na moda
neste pontificado.

Dom Francesco Moraglia, patriarca de Veneza. Os patriarcas latinos de Veneza e Lisboa são elevados ao cardinalato, por privilégio papal, no primeiro consistório após a sua nomeação para as dioceses. Francisco deixou Francesco de fora deliberadamente. Francesco Moraglia é um bispo de teologia forte, conservador, próximo a Bento XVI. Justamente a sua proximidade teológica com o antigo papa pode ter sido o motivo da sua exclusão.

Dom André-Joseph. Atacado pelo mundo e esquecido
pela Igreja. Um exemplo de Bispo!
Dom André-Joseph Leonard, arcebispo de Bruxelas e Primaz da Bélgica. Este nome dispensa qualquer apresentação! Dom André é um dos bispos mais perseguidos ideologicamente na Europa. Sua ausência neste consistório fornecerá à mídia européia, que já o detesta, mais munição. Dirão, posso antever, que Dom André não está alinhado com Francisco, que o Papa não lhe aprova, etc... Dom André é um bispo-herói, combatendo pela Igreja na linha de frente da guerra contra a cultura da morte e a secularização. Se o Vigário não lhe honra com um barrete, com certeza o Senhor lhe dará uma coroa melhor!

Dom Murilo Krieger, primaz do Brasil. É verdade que a presença de Dom Orani no consistório pode ter excedido as vagas reservadas aos brasileiros, mas preterir o Primaz do Brasil pelo Arcebispo do RJ é um pouco complicado e contraria as expectativas. Mas a perda, olhando generosamente, não foi tão grande assim...

Nenhum americano. Como todo latino-americano, o argentino Francisco parece ter uma rusga ideológica com os estadunidenses. Pelo menos o arcebispo de Baltimore, Dom William Edward Lori, poderia receber o barrete, mesmo seu antecessor não tendo completado 80 anos, já que o cardeal Edwin Frederick O'Brien foi nomeado para outra função (algo semelhante aconteceu com Dom Odilo e Dom Hummes).
Os cardeais dos EUA que deverão ser criados nos próximos consistórios serão uma pedra no sapato de Francisco. Não adianta o leitor dessas linhas elevar seus olhos aos céus achando que estou sendo duro ou malicioso! É fato! Talvez por isso mesmo Francisco esteja enchendo o colégio de bispos 'do fim do mundo', para contar com algum respaldo político dentro da Igreja para as famosas reformas franciscanas que virão. Isso meus amigos é política eclesial. É feia, não é santa, mas existe.

Bispos Tridentinos. Com exceção de D. Gualtiero Bassetti, arcebispo de Perugia, e do próprio Dom Orani, nenhum outro bispo elevado por Francisco ao cardinalato celebrou ou assistiu a uma celebração da missa tridentina.  Algo muito característico dos consistórios de Bento XVI era a presença de bispos simpáticos ao rito antigo. Penso que a proximidade com a missa tradicional, agora, pode ser um fator a mais para a exclusão do nome.

E o que pensar?

Os consistórios de Bento XVI eram motivo de alegria na blogosfera católica. Nomes fortes, bispos com excelente formação intelectual e teológica, pastores atuantes, etc. Ratzinger, nas suas escolhas para o colégio, procurava centrar na pessoa do nomeado.
Já os consistórios de Francisco, tomando por base o que vemos nesse, serão recheados de obviedades.
O colégio de cardeais é muito importante e, vendo a lista de hoje, fico me perguntando para onde o Papa guia a barca de Pedro.
 Os novos cardeais são conhecidos por sua ortodoxia, pela defesa da fé e dos valores católicos? Não! Simplesmente são bispos de Burkina Faso ou da Nicarágua. O único mérito de alguns cardeais de Francisco é a sua origem geográfica e o único pecado mortal neste pontificado é ter nascido na Europa ou nos EUA.
A Igreja Franciscana parece muito diferente no discurso e na prática. Censura os carreiristas nas homilias da Santa Marta, mas lhes concede barretes. Pede a Deus religiosos que anunciam o evangelho com doçura, mas pune com ferocidade os Franciscanos da Imaculada. Pede bispos corajosos, mas não reconhece aqueles prelados que lutam com todas as forças pela fé católica.
O que pensar? Penso que em breve teremos cardeais do Suriname, da Libéria, de Lampedusa, etc. E por que seriam criados cardeais? Porque são do Suriname, da Libéria, de Lampedusa, etc. com tudo isso o colégio de cardeais se torna cada vez mais parecido com os congressos sul-americanos, onde políticos são eleitos simplesmente porque são simpáticos ou têm um bordão divertido.

E mais alguma coisa...

Quem aposta que os anéis dos cardeais serão de prata ou de algum outro material diferente do ouro? Talvez sejam até de tucum.

domingo, 5 de janeiro de 2014

A Guerra contra o Cardeal Cipriani



Sem dúvida alguma um dos cardeais mais eminentes da América Latina é o arcebispo de Lima (Peru) dom Juan Luis Cipriani Thorne. E a sua natural eminência no trato com a doutrina, na catequese, na difusão da fé, no fomento da vida religiosa e das vocações sacerdotais acabou atraindo a ira da esquerda sociopata dentro e fora da Igreja.


Destaco a cruzada empreendida pelo site "Religión Digital" (RD) contra o cardeal peruano. Não há um só dia em que este espaço não reserve uma notícia ou nota atacando o cardeal, destacando-lhe algum ponto de "intolerância", criticando seu trabalho pastoral, etc. acredito que criticariam as roupas do cardeal se fosse possível.

O site RD é um site esquerdista e, por isso mesmo, não nos estranha que busque com todas as forças atacar o cardeal Cipriani. Recentemente publicou um artigo no qual o escritor Vargas Llosa pede que o Papa Francisco remova o cavernoso Cipriani da função de arcebispo, pois este representaria, segundo o escritor, uma Igreja fanática, reacionária e intolerante. RD deu um imenso destaque ao pedido do escritor ateu, como se este fosse um grito do povo católico peruano. Hoje, gostei da resposta do cardeal ao escritor e aos pseudo-jornalistas da RD:

Pode haver gente muito culta que diga que este cardeal é um homem das cavernas, antigo, que não tolera ninguém, que é um desastre. Eu digo, bom, não sei se você (Vargas Llosa) é um doutor em teologia, se estás próximo a Deus, se tem conhecimento da fé católica ou se tem uma bola de cristal de onde consegue dizer quem está certo ou errado. Eu procuro ensinar o que me ensinou a Igreja e procuro vivê-lo"

Desde o episódio da remoção do título de "Pontifícia" da Universidade Católica do Peru - título este que, mesmo removido pelo Vaticano, a universidade insiste em continuar ostentando - deflagrou-se uma caça às bruxas no Peru. Por "bruxas" entenda-se todos os bispos e religiosos ligados de alguma forma ao cardeal Cipriani.

Desde a eleição de Francisco os meios progressistas - em êxtase - encontraram munição pontifícia para atacar o cardeal. Iniciou-se uma comparação tendenciosa entre Cipriani e Bergoglio. Digo tendenciosa porque qualquer comparação séria veria que o Cardeal Cipriani foi (e é ) um bispo diocesano melhor do que seu companheiro argentino; basta comparar os dois seminários, de Buenos Aires e Lima, e veremos quem realizou o melhor trabalho.

Os meios progressistas tentam uma campanha de desinformação contra Cipriani. RD é só mais um instrumento torpe nesse projeto. Entretanto os bispos do Peru também estão procurando se distanciar de Cipriani, vendo no arcebispo uma estrela em declínio.

Recentemente, ainda um resquício da questão da universidade, a presidência da Conferência Episcopal Peruana veio a público para dizer que o Cardeal Cipriani não é o chefe da Igreja no Peru e só representa a si mesmo.

"Todos nós bispos sabemos que em nossas dioceses somos os representantes de Cristo e que dependemos do Papa. E todos sabemos que a Conferência Episcopal  é uma instituição onde, de maneira familiar, nos reunimos para coordenar assuntos, mas não é uma instância de poder acima dos bispos. Todos sabemos, e eu não sei se esse bispo maior com o tempo se esqueceu da base da teologia", afirmou o cardeal Cipriani respondendo ao presidente da Conferência Episcopal, Mons. Luis Bambarén.


Embora atacado por todos os lados o cardeal sabe que o povo simples de Lima o conhece. Cipriani faz na prática aquilo que os esquerdistas apenas defendem na teoria - a opção pelos pobres. O cardeal não tem medo de estar entre os pequeninos da sua arquidiocese, caminha com eles e lhes ensina a verdade do Evangelho e o faz vestido de bispo e não em manga de camisa! Para qualquer esquerdista isso é intolerável.

Acredito que dias piores virão para o cardeal. Rezemos por este digno filho da Igreja!

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Piero Marini - Prefeito do Culto Divino e Chefe da Ecclesia Dei. Ou: Quando você pensa que não poderia ficar pior...



Os blogues de língua espanhola, com destaque para o La Cigueña de la Torre, dão como certa a nomeação do Cardeal Antonio Cañizares como sucessor do Cardeal Rouco na Sé de Madri.

Cañizares, apelidado de "pequeno Ratzinger" por sua proximidade com Bento XVI e por sua pequena estatura física, esteve a frente da congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos desde 2008. Como Prefeito, embora apoiando a ideia da hermenêutica da continuidade dentro do campo litúrgico, o principal terreno na batalha de Bento XVI para a revitalização do catolicismo, não teve conquistas significativas. Sejamos francos... o que veio de realmente significativo desta importante congregação nos anos de Cañizares? Praticamente nada. O projeto de reforma da reforma, nos anos de Ratzinger, caminhou a passos lentos e não encontrou resposta dentro da própria congregação que lhe desse sustentação prática, ou seja, o que víamos era apenas o exemplo piedoso do Papa alemão e nada mais.

Cañizares em Madri, a perda não seria tão lamentável assim. Ou seria...?
Ressurge das cinzas de um abençoado esquecimento o nome de Piero Marini, antigo mestre de cerimônias de João Paulo II. Ele não pede apresentações, e com certeza, o leitor já deve demonstrar sinais de uma suave ojeriza quando ouve seu nome.

Sim, os blogues espanhóis dão como certa também a nomeação de Piero Marini como Prefeito da Congregação que cuida - ou pelo menos deveria cuidar - da liturgia e dos sacramentos.

Bento XVI, ainda cardeal, já apontava na construção da nova missa uma das causas principais do esmorecimento da fé católica no ocidente. E não isentou o comitê encarregado da reforma da sua parcela de culpa. Para Bento XVI e muitos outros liturgistas de renome, a reforma não foi conduzida segundo a "planta" do concílio; em seu lugar foi construído um rito ecumênico.

O responsável pela reforma, como todo leitor deste blog deve saber, foi Annibale Bugnini, que teve por secretário particular o então padre Piero Marini. Marini inclusive escreveu um livro defendendo seu antigo mentor e a sua obra prima, o Novus Ordo Missae.

A nomeação de Marini já circula na internet desde abril, pelo menos. Entretanto hoje acrescentamos um detalhe a mais nessa história.

Uma verdadeira ironia do destino, o Papa Francisco planeja[ria] deslocar a Comissão Ecclesia Dei, que cuida das comunidades tradicionais e das questões relacionadas com o antigo missal, da Congregação para a Doutrina da Fé para a do Culto Divino. Assim, Piero Marini seria chefe "universal" dos dois ritos. Alguém pode imaginar algo mais bizarro?

Eu acredito que esse movimento seria natural e até "orgânico" num futuro distante, quando a missa antiga estivesse presente harmoniosamente na maioria das dioceses. Entretanto, não podemos esquecer que a comissão cuida também da relação com a FSSPX. Estaria, portanto, encerrado todo o contato? Com a comissão nas mãos do Culto Divino, sim.

Piero Marini, chefe da Ecclesia Dei, seria também a total aniquilação do tradicionalismo "cum Petro et sub Petro".

Piero Marini soube sobreviver ao pontificado de Bento XVI, esperando apenas a sua chance. Teve a paciência digna de uma cobra e aguentou o exílio dentro de um comitê sem grande importância dentro da Igreja. Ressurge agora porque vê uma chance.

A sua nomeação para o Culto Divino já está sendo lamentada em vários cantos do mundo. Damian Thompson já rogou ao Papa Francisco que não o fizesse. Vários teólogos italianos também escreveram. Mas é Francisco o bispo de Roma.

A nomeação de Piero Marini como chefe da Ecclesia Dei é o horror dos horrores. Se confirmada, tiro meu chapéu para Francisco. Nunca antes na história dessa Igreja um Papa conseguiu, em tão pouco tempo, transformar um pontificado precedente em pó.


segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Padres de Tradição Virtual Somem.



Algo me chama a atenção desde o começo de Abril. Algo que não sei se chamou a sua atenção também, caro leitor.
Este post é breve e serve apenas para expor esse "algo". Os padres tradicionais brasileiros desapareceram!
Sim, caro leitor, eles simplesmente sumiram...

Num passado não tão distante, você certamente deve se lembrar que na blogosfera pipocavam as páginas de alguns sacerdotes, diocesanos e/ou religiosos, que escreviam com um entusiasmo invejável e um conhecimento igualmente digno de nota. Acontece que já tem algum tempo que esses mesmos sacerdotes abandonaram a barca do teclado.
Eu percebi isso imediatamente ao anúncio "Habemus Papam". Foi como um tiro estridente que deu a largada a uma correria desenfreada. Alguns padres que lidavam com apostolado tradicional, sumiram. Padres que celebravam, até então, a missa tradicional para grupos estáveis - e que vinham conseguindo bons resultados e notáveis frutos - sumiram ou abandonaram oficialmente esses mesmos grupos que estão, até agora, sem pastor.

É possível tecer inúmeras teorias. Qualquer uma me moveria a julgar o coração destes sacerdotes da www. Portanto não dedilho nenhuma delas aqui, mas tenham certeza que as tenho. Sobretudo pelo testemunho de algumas pessoas ligadas a esses padres, que estão ainda atônitas. Não me refiro a um ou dois padres, desta ou daquela cidade, mas são vários "casos" que me chegam. Os guardarei como segredo de confissão.

Quantos mais irão sumir? Se antes tínhamos os padres de passeata, agora parece que os padres da Tradição Virtual também integrarão aquele seleto clube das modinhas que passaram. Talvez eles estejam preparando uma conversão pastoral, adaptando seu apostolado ao contexto. Vai saber!

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Os Bispos da Alemanha declaram guerra!



Acredito que não existe nenhum outro país com uma contribuição tão "bipolar" quanto a Alemanha. Sua literatura, a cultura do seu povo e a tradição e o amor ao trabalho duro são características do povo e da nação alemã. Entretanto não podemos esquecer que foi dessa terra que brotou três dos piores males que afligem o mundo moderno, uma sombra perpétua que parece encobrir a face da humanidade. O primeiro mal foi, sem dúvida, a revolta protestante. O segundo foi a teoria marxista. O terceiro, o nazismo. Um foi consequência direta do outro.
Não por acaso essas três manifestações do mal encarnaram-se em homens de grande intelecto e capacidade de convencimento: Lutero, Marx e Hitler. Os três males - que aqui vejo como as "Três Dores da Alemanha" - se caracterizam ainda por uma estreita relação com a Igreja Católica, quer diretamente, como no caso de Lutero, que foi monge católico, ou indiretamente, como foi o caso de Marx, ateu convicto da necessidade de destruição do cristianismo, e Hitler, um católico de fachada.
Agora, entretanto, é a vez da Igreja alemã apunhalar a Igreja Universal. A revolta e o desejo de destruir o que há de santo e católico estão dentro do templo de Deus.

Chega-nos a notícia que a Igreja Alemã, num ato cismático (entretanto não receberão preâmbulo doutrina para assinar), planeja aprovar a comunhão para os divorciados em segunda união. Sobre isso já escrevemos antes.
A reunião plenária dos bispos da Alemanha está marcada para março próximo, mas segundo informa o site "Catholic Herald" (CH), os bispos já possuem um documento pré-aprovado com diretrizes para a prática. O documento seria baseado na nota que a arquidiocese de Friburgo emitiu em outubro, mas que foi feita sem efeito pela Congregação para Doutrina da Fé, comandada hoje por um bispo alemão, e também num rascunho redigido por uma comissão de seis bispos.

Segundo informa o CH, os bispos estão confiantes que a sua "prática pastoral" não sofrerá qualquer repreensão de Roma. Essa confiança foi reforçada, segundo o CH, pela nova Exortação Apostólica Pós-Sinodal do Papa Francisco.

"Nós já temos as nossas próprias diretrizes e o Papa assinalou claramente que certas coisas podem ser decididas localmente.
Não somos a única diocese que busca soluções úteis para este problema e nós tivemos reações positivas de outras dioceses na Alemanha e do exterior nos assegurando que eles já praticam o que nós escrevemos em nossas diretrizes", afirmou Robert Eberle, porta-voz da arquidiocese de Friburgo.

A exortação Apostólica "Evangelii Gaudium", publicada no último dia 26, no seu número 32 assinala que:

Dado que sou chamado a viver aquilo que peço aos outros, devo pensar também numa conversão do papado. Compete-me, como Bispo de Roma, permanecer aberto às sugestões tendentes a um exercício do meu ministério que o torne mais fiel ao significado que Jesus Cristo pretendeu dar-lhe e às necessidades atuais da evangelização. O Papa João Paulo II pediu que o ajudassem a encontrar «uma forma de exercício do primado que, sem renunciar de modo algum ao que é essencial da sua missão, se abra a uma situação nova». Pouco temos avançado neste sentido. Também o papado e as estruturas centrais da Igreja universal precisam de ouvir este apelo a uma conversão pastoral. O Concílio Vaticano II afirmou que, à semelhança das antigas Igrejas patriarcais, as conferências episcopais podem «aportar uma contribuição múltipla e fecunda, para que o sentimento colegial leve a aplicações concretas». Mas este desejo não se realizou plenamente, porque ainda não foi suficientemente explicitado um estatuto das conferências episcopais que as considere como sujeitos de atribuições concretas, incluindo alguma autêntica autoridade doutrinal. Uma centralização excessiva, em vez de ajudar, complica a vida da Igreja e a sua dinâmica missionária.

Segundo o trecho acima, com negritos meus, o Papa vê um novo futuro para as Conferências Episcopais. Bento XVI nunca viu as conferências episcopais como verdadeiros sínodos ou como entidades com referências canônicas. As conferências são uma criação recente, que predata em alguns anos a própria inauguração do Vaticano II. As conferências episcopais não possuem um status dentro da realidade eclesial superior a um órgão meramente consultivo; ao longo dos anos, entretanto, elas adquiriram considerável poder a ponto de regular o que um bispo, este sim um verdadeiro prelado, pode ou não fazer dentro da sua diocese. Isso nos conduziu à situação esdruxula em que vivemos hoje no Brasil, por exemplo, onde bispos católicos ortodoxos são reféns da CNBB.

Acredito - e aqui cabe uma pausa - que as conferências episcopais são, na sua maioria, as verdadeiras pedras de tropeço na ação evangelizadora da Igreja. Potencializar a sua autoridade, conferindo-lhes alguma posição análoga a uma "antiga Igreja Patriarcal" reduzirá a Igreja Universal a uma porção de igrejolas nacionais unidas por comodismo, interesse financeiro ou afinidade ideológica. O "sentire cum ecclesia" desaparecerá se o projeto apontado por Francisco no nº 32 se tornar realidade.

Uwe Renz, porta-voz da diocese de Rottenburg-Stuttgart, acredita que os bispos alemães estão agindo de acordo com o "espírito do ensinamento do Papa Francisco". Até onde sei o espírito do Papa Francisco encontra-se com o mesmo, não saiu a borboletear pelas margens do Reno.

Estamos como as vésperas de uma invasão, num estado de guerra fria. É guerra, mas ao mesmo tempo não é.

O que fará Francisco se a Alemanha adotar a comunhão aos divorciados? Prosseguirá com sua "Agenda 32" de patriarcalização das Conferências Episcopais? Não sabemos ainda.

A doutrina da Igreja sobre o divórcio é clara. As palavras de Francisco nem tanto. Esse é o problema do discurso "pastoral", que é inevitavelmente ambíguo e subjetivo.

A aprovação da prática pela Alemanha conduzirá a um efeito dominó em toda a Europa e América Latina. Se a Santa Sé indulgenciar tal prática escandalosa com um silêncio pastoral obsequioso ou com uma aprovação tácita justificada por algum malabarismo teológico, então será hora deste blogueiro jogar a toalha. Desculpe o desabafo, mas todos experimentamos extravios, incertezas, dúvidas. Quem não experimentou? Todos, eu também! Faz parte da fé.

Rezo para que as portas do inferno não prevaleçam, para que Francisco veja o perigo diabólico da "Agenda 32" e derrote a marcha de hereges que rompe nas terras de Ratzinger.

Antes perder a moribunda igreja alemã que perder todo o rebanho!

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

30 Padres Removidos do Vaticano


(CNA/Ewtn  | Tradução Blogonicus) - Pelo menos 30 padres que estavam empregados nos departamentos do Vaticano poderão ser removidos dos seus postos e enviados para as dioceses nos próximos meses, de acordo com três diferentes fontes.
"A Congregação para o Clero será a primeira da lista", afirmou uma fonte do Vaticano familiarizada com a congregação.

Quatro padres empregados na congregação foram chamados para trabalhar nas dioceses. Entre eles está mons. Luciano Alimandi, que foi secretário pessoal por muitos anos do antigo chefe do departamento, Cardeal Dario Castrillon Hoyos.

De acordo com a fonte ouvida, Mons. Alimandi e outros três formavam "parte do círculo pessoal do Cardeal Mauro Piacenza". Ele foi prefeito da Congregação para o Clero até setembro.

O cardeal Piacenza foi apontado para comandar a Penitenciária Apostólica em 21 de setembro. O arcebispo Beniamino Stella o substituiu como prefeito da Congregação para o Clero. Uma fonte que esteve em contato com arcebispo Stella explicou ao CNA que "muitas mudanças são esperadas na congregação".

Essa fonte também afirmou que "o Papa Francisco deseja ter poucos empregados nos dicastérios vaticanos e quer mandar o máximo de padres que puder para servir nas paróquias e dioceses". A reforma do Papa, afirmou a fonte, "dará mais poder aos bispos locais. No passado, quando havia um caso difícil para lidar, um oficial da congregação era enviado ao local para relatar sobre o problema. No futuro, os bispos locais poderão receber essa função, recebendo parte do trabalho dos dicastérios vaticanos".

Outra fonte, que falou com a CNA e pediu para não ser identificado, "as mudanças envolverão todos os departamentos do Vaticano".
A fonte disse que "quando apontado como membro do grupo dos cardeais, o Cardeal Giuseppe Bertello realizou várias visitas às congregações vaticanas pedindo a cada uma delas por uma lista de pessoas que não necessárias à congregação".

De acordo com a fonte, a lista incluiria 30 nomes, todos sacerdotes. A fonte acrescentou que "alguns padres foram solicitados pelas suas dioceses de origem".


***

Não é de hoje que lemos e ouvimos que a reforma franciscana consistirá de uma diminuição considerável do poder da Cúria Romana. Alguns usam um eufemismo para mascarar um fato que salta aos olhos, falam de uma "diminuição da burocracia". Como ninguém gosta de burocracia, todos aplaudem qualquer iniciativa nesse sentido.

Eu me lembro do escândalo do clero americano, lá perto do ano 2000-2001, envolvido em diversas acusações de abusos sexuais. Todos os casos foram mascarados, por anos, pelos... bispos locais! Os bispos, mesmo com "pouco poder", causaram um estrago de proporções ainda desconhecidas. As finanças da igreja americana foram pelo ralo graças aos vários processos judiciais com indenizações milionárias; dioceses inteiras estão na bancarrota até hoje. A credibilidade da Igreja nos EUA foi levada ao chão e só agora começa a se recuperar.

Na crise americana o papel da Cúria Romana, na investigação e punição dos culpados, foi decisivo. Sobretudo o Papel do então cardeal Ratzinger. Um caso mais recente, de igual proporção, aconteceu na Irlanda e na Escócia e a Cúria, com seu poder, foi também decisiva para tentar reconstruir o que os bispos destruíram.

Me pergunto o que aconteceria se essa ideia de reforma for adiante. Se casos como os que citei acima surgirem novamente, o que aconteceria? Será que a "mini-Cúria" de Francisco seria capaz de resolver problemas semelhantes?

Cardeal Piacenza teve um infarto durante missa com Papa Francisco
Prenúncio da sua queda poucos meses depois.

Outro ponto da matéria que me chama a atenção é a obsessão com o Cardeal Piacenza. Por que Piacenza? Na minha modesta opinião - que não conta nada ou influencia coisa alguma - Mauro Piacenza foi o melhor Prefeito que essa congregação já teve desde o Vaticano II.

Levanto duas teorias [da conspiração]. Uma eu já escrevi aqui neste blog, seria que a remoção humilhante de Piacenza seria um desagravo que Francisco faria ao seu "amigo" Claudio Hummes, ex-prefeito e antecessor de Piacenza. A outra diz respeito ao conclave. É possível que Mauro Piacenza tenha se levantado como candidato de "oposição" a Francisco. Uma vez que os italianos não aderiram em consenso com Scola, Piacenza seria o nome mais natural. Nele votariam toda a ala ratzingeriana e bertoniana, sobretudo os cardeais curiais criados no consistório de fevereiro de 2012. É só uma teoria e o segredo do conclave nos permite criar teorias as mais diversas.

Devemos esperar rezando para ver o que acontecerá. Poder aos bispos locais, sobretudo para investigar e reportar casos problemáticos, é, sem dúvida, a pior besteira que poderia ser feita desde o Vaticano II.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...