quarta-feira, 20 de novembro de 2013

30 Padres Removidos do Vaticano


(CNA/Ewtn  | Tradução Blogonicus) - Pelo menos 30 padres que estavam empregados nos departamentos do Vaticano poderão ser removidos dos seus postos e enviados para as dioceses nos próximos meses, de acordo com três diferentes fontes.
"A Congregação para o Clero será a primeira da lista", afirmou uma fonte do Vaticano familiarizada com a congregação.

Quatro padres empregados na congregação foram chamados para trabalhar nas dioceses. Entre eles está mons. Luciano Alimandi, que foi secretário pessoal por muitos anos do antigo chefe do departamento, Cardeal Dario Castrillon Hoyos.

De acordo com a fonte ouvida, Mons. Alimandi e outros três formavam "parte do círculo pessoal do Cardeal Mauro Piacenza". Ele foi prefeito da Congregação para o Clero até setembro.

O cardeal Piacenza foi apontado para comandar a Penitenciária Apostólica em 21 de setembro. O arcebispo Beniamino Stella o substituiu como prefeito da Congregação para o Clero. Uma fonte que esteve em contato com arcebispo Stella explicou ao CNA que "muitas mudanças são esperadas na congregação".

Essa fonte também afirmou que "o Papa Francisco deseja ter poucos empregados nos dicastérios vaticanos e quer mandar o máximo de padres que puder para servir nas paróquias e dioceses". A reforma do Papa, afirmou a fonte, "dará mais poder aos bispos locais. No passado, quando havia um caso difícil para lidar, um oficial da congregação era enviado ao local para relatar sobre o problema. No futuro, os bispos locais poderão receber essa função, recebendo parte do trabalho dos dicastérios vaticanos".

Outra fonte, que falou com a CNA e pediu para não ser identificado, "as mudanças envolverão todos os departamentos do Vaticano".
A fonte disse que "quando apontado como membro do grupo dos cardeais, o Cardeal Giuseppe Bertello realizou várias visitas às congregações vaticanas pedindo a cada uma delas por uma lista de pessoas que não necessárias à congregação".

De acordo com a fonte, a lista incluiria 30 nomes, todos sacerdotes. A fonte acrescentou que "alguns padres foram solicitados pelas suas dioceses de origem".


***

Não é de hoje que lemos e ouvimos que a reforma franciscana consistirá de uma diminuição considerável do poder da Cúria Romana. Alguns usam um eufemismo para mascarar um fato que salta aos olhos, falam de uma "diminuição da burocracia". Como ninguém gosta de burocracia, todos aplaudem qualquer iniciativa nesse sentido.

Eu me lembro do escândalo do clero americano, lá perto do ano 2000-2001, envolvido em diversas acusações de abusos sexuais. Todos os casos foram mascarados, por anos, pelos... bispos locais! Os bispos, mesmo com "pouco poder", causaram um estrago de proporções ainda desconhecidas. As finanças da igreja americana foram pelo ralo graças aos vários processos judiciais com indenizações milionárias; dioceses inteiras estão na bancarrota até hoje. A credibilidade da Igreja nos EUA foi levada ao chão e só agora começa a se recuperar.

Na crise americana o papel da Cúria Romana, na investigação e punição dos culpados, foi decisivo. Sobretudo o Papel do então cardeal Ratzinger. Um caso mais recente, de igual proporção, aconteceu na Irlanda e na Escócia e a Cúria, com seu poder, foi também decisiva para tentar reconstruir o que os bispos destruíram.

Me pergunto o que aconteceria se essa ideia de reforma for adiante. Se casos como os que citei acima surgirem novamente, o que aconteceria? Será que a "mini-Cúria" de Francisco seria capaz de resolver problemas semelhantes?

Cardeal Piacenza teve um infarto durante missa com Papa Francisco
Prenúncio da sua queda poucos meses depois.

Outro ponto da matéria que me chama a atenção é a obsessão com o Cardeal Piacenza. Por que Piacenza? Na minha modesta opinião - que não conta nada ou influencia coisa alguma - Mauro Piacenza foi o melhor Prefeito que essa congregação já teve desde o Vaticano II.

Levanto duas teorias [da conspiração]. Uma eu já escrevi aqui neste blog, seria que a remoção humilhante de Piacenza seria um desagravo que Francisco faria ao seu "amigo" Claudio Hummes, ex-prefeito e antecessor de Piacenza. A outra diz respeito ao conclave. É possível que Mauro Piacenza tenha se levantado como candidato de "oposição" a Francisco. Uma vez que os italianos não aderiram em consenso com Scola, Piacenza seria o nome mais natural. Nele votariam toda a ala ratzingeriana e bertoniana, sobretudo os cardeais curiais criados no consistório de fevereiro de 2012. É só uma teoria e o segredo do conclave nos permite criar teorias as mais diversas.

Devemos esperar rezando para ver o que acontecerá. Poder aos bispos locais, sobretudo para investigar e reportar casos problemáticos, é, sem dúvida, a pior besteira que poderia ser feita desde o Vaticano II.

Um comentário:

Anônimo disse...

Carissimo Danilo, minha opinião é igual a do amigo não influencia em nada no Vaticano hahaha,Falando sério agora, não creio em nenhuma perseguição direta ao cardeal Piacenza, mas se o Papa esta diminuindo o numero de padres em serviço na santa sé ele esta coberto de razão,chega de carreiristas em cargos burocraticos põe esse povo pra trabalhar nas paróquias celebrando e rezando para os fiéis, e melhor uma curia pequena que funcione do que um orgão inchado que funciona mal ex: como a maioria dos governos executivos do Brasil federal e estadual petistas e psdbistas.
Luis Augusto

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