domingo, 1 de setembro de 2013

Fundação para Manter Vivo o Espírito do Cardeal Martini

Cardeal Martini, homem de discernimento e de paz: Papa Francisco recebendo Provincial dos Jesuítas italianos e responsáveis da Fundação agora criada


(Rádio Vaticano) A 31 de agosto de 2012, faz precisamente hoje um ano, falecia numa casa dos jesuítas, nos arredores de Milão, o cardeal Carlo Maria Martini. Recebendo ondem, sexta-feira, na Casa de Santa Marta, o Provincial na Itália da Companhia de Jesus, Padre Carlo Casalone, o Papa Francisco sublinhou que "recordar o Cardeal Martini é um ato de justiça". O Superior dos Jesuítas Italianos encontrava-se acompanhado dos animadores e dos membros da "Fundação Carlo Maria Martini", agora criada. A Fundação é uma iniciativa da Província da Itália da Companhia de Jesus, em colaboração com a Arquidiocese de Milão, e visa recordar o Cardeal Martini "promovendo o conhecimento e o estudo de sua vida e obras, e manter vivo o espírito que animou o seu empenho, favorecendo a experiência da Palavra de Deus no contexto da cultura contemporânea", com uma particular atenção ao "diálogo ecumênico, inter-religioso, com a sociedade civil e com os não-crentes, junto ao aprofundamento da indissolúvel relação entre fé, justiça e cultura".

Para além disso, a Fundação quer promover "o estudo da Sagrada Escritura numa abordagem que contempla também outras disciplinas, entre as quais a espiritualidade e as ciências sociais", colaborar com projetos formativos e pastorais que valorizem a pedagogia inaciana, sobretudo dirigida aos jovens", bem como "apoiar o aprofundamento do significado e a difusão da prática dos Exercícios Espirituais".

Presente também no encontro com o Papa o nosso diretor e diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi. Rádio Vaticano entrevistou-o:

P. Lombardi:- "O encontro foi breve, informal, mas significativo, naturalmente, porque era preciso que o Papa fosse a primeira pessoa informada diretamente sobre o nascimento desta Fundação e sobre as suas finalidades. O provincial, Padre Casalone, fez uma bonita introdução explicando a natureza e a finalidade da Fundação e o Papa respondeu, como lhe é habitual, de modo muito espontâneo e direto, com algumas recordações acerca do Cardeal Martini. Em particular, recordou o seu papel fundamental por ocasião de uma famosa Congregação Geral dos Jesuítas – a 32ª, em 1974 – que discutiu, de modo muito intenso e acalorado, a questão da relação entre fé e justiça. O Papa recordou esta grande contribuição de Martini, tanto como serviço à Companhia de Jesus e à sua unidade ao aprofundar um tema fundamental, quanto também para a boa relação e compreensão entre a Companhia de Jesus e a Santa Sé – naquele tempo tínhamos o Papa Paulo VI, que com os seus colaboradores acompanhava com muita atenção e participação também a vida da Companhia de Jesus e os seus problemas. O Cardeal Martini teve um papel determinante."

RV: Que palavras reservou o Papa Francisco ao Cardeal Martini, a um ano do seu falecimento?

Padre Lombardi:- "O Papa Francisco qualificou o Padre Martini como um homem de discernimento e de paz, um profeta e homem de paz; como aquele que ajudou muito a entender a relação fé-justiça. O Papa encorajou, naturalmente, a Fundação na sua atividade, referindo o dever dos filhos de recordar os pais: aí estamos na ordem espiritual e eclesial, mas qualificou Martini como um “pai” na Igreja, pai para a sua diocese, pai para inúmeras pessoas. Recordou que também "nós, no fim do mundo – disse –, recebemos dele uma grande contribuição pelo conhecimento bíblico, mas também justamente pela espiritualidade e vida de fé, alimentada pela Palavra de Deus". Portanto, a Fundação lança as suas primeiras iniciativas, dá os primeiros passos com a bênção e o encorajamento do Papa Francisco: isso era muito significativo para nós."

RV: Portanto, um encontro importante...

Padre Lombardi:- "Era importante porque justamente no aniversário da morte do Cardeal Martini é instituída essa Fundação. Participam dela os Jesuítas italianos que são os detentores, por vontade do Cardeal Martini, de seu arquivo pessoal, de seus escritos, enquanto os livros da sua biblioteca ficaram para a Arquidiocese de Milão. Para manter viva essa herança tão importante, ela passa a ser administrada e valorizada por essa Fundação da qual participam os Jesuítas italianos, juntamente com representantes da família Martini e da arquidiocese de Milão. Portanto, é uma iniciativa que traz em si a responsabilidade dos principais elementos ligados à vida e à herança de Martini." 

***

Martini sempre foi visto como o grande pilar do progressismo episcopal. Era o homem da esquerda, icônico.
Funcionou como um prolongamento natural do pontificado de Paulo VI na era joãopaulina, tornando-se crítico do governo da Igreja em diversos pontos, sobretudo quando Ratzinger ascendeu ao trono de Pedro.
Ao final da vida, já adoentado e afastado, atentou para uma última jogada - uma entrevista póstuma que deixou preparada. Contando em gozar da indulgência devida aos moribundos e, principalmente, à memória dos mortos, Martini resolveu que as suas críticas deveriam ser sintetizadas com ele já no túmulo. Atacou tudo, a moral, os dogmas, a administração.

A morte do Cardeal Martini, o jesuíta Cardeal-Arcebispo emérito de Milão, é ocasião para a imprensa de lembrar daquele que poderia ter sido o grande opositor ao Cardeal Ratzinger no conclave, se não tivesse sido revelada anteriormente sua doença – o Mal de Parkinson, que o matou, sete anos depois. Sua primeira medida como Papa, conforme se anunciara na época, teria sido a mudança da Santa Sé de Roma para Jerusalém…
Pois o Cardeal Martini, uma das últimas flores do modernismo teológico, deixou um veneno na cauda. Nessa entrevista póstuma, a ser publicada após a notícia de sua morte ter chamado a atenção da mídia, ele louva os santos da Teologia da Libertação, ataca a estrutura e a moral da Igreja, as leis e o direito canônico, defende a comunhão dos divorciados… e prega uma espécie de “refundação”, a partir da escolha de “doze pessoas incomuns” para os postos de direção da Igreja.
O cansaço e o esvaziamento da Igreja que ele aponta existem sim, mas foram causados pela “espírito” do Vaticano II que ele tenta relançar agora. E brasas escondidas sob as cinzas, ardendo no amor de Deus, vão sendo recuperadas pela volta à sã doutrina e à tradição litúrgica da Igreja, promovida pelo Papa Bento XVI. (Cf. Lucia Zucchi, comentário 03/09/12)
Como os progressistas não deixam sementes - 0 vocações - eles precisam atacar lá do além. 
Que o Cardeal descanse em paz, na misericórdia do Senhor, mas que seu exemplo seja para todo o sempre visto de forma muito crítica! Afinal, não é isso que importa, criticar?


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