Abaixo a carta, com meus comentários e destaques.
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N. Friburgo, 13/05/2012. 95º aniversário da 1ª aparição de Nossa Senhora de Fátima
Carta aberta aos meus confrades sacerdotes, fiéis e amigos.
Após ler a carta dos três Bispos da Fraternidade à Casa Geral, e a resposta desta por parte de Mons. Fellay e seus seguidores (que tem mais ou menos os mesmos erros que os manifestados, em outra época, por Dom Gérard, P. Rifan, P. Muñoz), nada mais me resta que manifestar:
1° Nossa total adesão à Fraternidade São Pio X e a seu Fundador e, portanto, meu apoio absoluto aos três Bispos [que não possuem qualquer posição de liderança na Fraternidade, mas que dizem o que ele, Pe. Cardozo, quer ouvir] que permanecem fieis à obra de Mons. Lefebvre, em quem coloco minha obediência.[ou seja, é insubordinado ao legítimo superior]
2º Meu desconhecimento da autoridade de Mons. Fellay [Superior Geral], dada sua pertinácia e afastamento dos princípios do Fundador [deduzo que os princípios do Fundador não foram a salvação das almas, o bem da Igreja, mas uma permanência constante num permanente estado de necessidade, alheio a toda forma de sujeição ao romano pontífice], e de todos os que compartilham sua posição de entrega a Roma, independente do cargo que ocupam, e, portanto, minha repulsa à postura deste [!] Monsenhor, baseada em seus pareceres e políticas totalmente apartadas do sim-sim, não-não do Evangelho e dos fundamentos dados por Mons. Lefebvre [o desobediente cobra uma postura evangélica de Dom Fellay! Francamente. Chega a ser triste e irônico, mas podemos dizer que da mesma forma como há um espírito do Vaticano II que só conduz ao erro, há agora um Mons. Lefebvre etéreo, revolucionário e que nos pede incondicional insubordinação]. (*)
3º Nossa rejeição absoluta, também, a qualquer acordo com a Roma modernista a que esse bispo, Mons. Fellay, está descaradamente nos arrastando em uma operação suicida, ignorando os conselhos:
a: do Fundador; [que a seu tempo procurou e assinou um acordo, nunca quis estar em estado de necessidade e só deixou a estrutura canônica porque foi obrigado, pela então excomunhão, a sair]
b: de seus três irmãos no Episcopado; [que não possuem, nem podem clamar para si qualquer jurisdição sobre a Fraternidade, como Mons Lefevbre deixou claro durante a consagração em 1981, sendo apenas auxíliares do Superior Geral - Mons Fellay - e dos demais superiores de distrito da FSSPX. Ou seja, os irmãos no episcopado têm tanta autoridade dentro da FSSPX quanto qualquer padre recém ordenado! Apelar ao episcopado dos três é ir verdadeiramente contra o projeto que Mons Lefebvre tinha em 1981 para eles! Agora me diga, quem está contra Mons Lefebvre? Além disso, Pe Cardozo consegue ser muito conciliarista e democrático quando quer]
c: de diversos sacerdotes que, ao longo dos últimos anos, lhe refutaram, com as devidas razões, os passos dados em direção à comunhão com uma igreja que ela própria se define “pós-conciliar” e não católica, que é inimiga de Nosso Senhor e do seu reino universal(¹), e acabaram expulsos ou renunciando, para não acabar na lamentavel situação a que hoje chegamos. [A quem Pe. Cardozo se refere? Aos padres expulsos da Fraternidade. Pe. Florian Abrahamowicz, por exemplo, ou seriam padres do porte de Pe. Clarence Kelly e outros tantos abertamente sedevacantistas? A estes nos cabe olhar? Estes são modelo de fidelidade evangélica?]
4º Por isto, faço meu chamamento aos três Bispos fiéis e que têm a autoridade legada a eles pelo Fundador [Santo DEUS!!! Apenas o Superior Geral pode clamar para si qualquer autoridade herdada de Mons Lefebvre.], para que assumam o comando da Fraternidade para evitar seu desmantelamento e dispersão. [Quer a revolta, por isso é um padre revolucionário e incapaz de aceitar qualquer autoridade que não a sua própria. Vejam, leitores, a que ponto chega!]
5º Convoco [! Agora ele próprio tem a autoridade de um verdadeiro Superior Geral, herdeiro de Mons Lefebvre!] aos membros e aos fiéis que ainda guardam um mínimo de lealdade, fidelidade e obediência ao Fundador, para apoiarem, de forma clara e eficaz, os nossos três Bispos leais, retirando todo apoio aos obsequiosos seguidores de quem permitiu, com seu consentimento, colaboração e silêncio, o atual estado de coisas, levando a Fraternidade a esta divisão irremediável.
[Quem está dividindo a Fraternidade? Quem está convocando à revolta? Quem está dando autoridade a quem não tem? A resposta é simples - Pe Cardozo! E o pior é que, como ovelhas em fila ao precipício, muitos o ouvirão e lhe darão razão. Aplaudirão Pe. Cardozo como herói.]
Devido ao nosso caráter de confirmados, isto é, de soldados de Cristo Rei, pelo juramento anti-modernista que fizemos antes da nossa ordenação, para não acabarmos no perjúrio e na apostasia, insto todos a assumirem claramente a postura da Tradição, a apoiar com todos os nossos esforços a defesa da Fraternidade, barco seguro no qual tantos objetivos alcançamos e pelo qual sobrevivemos à apostasia destes tempos, enquanto esperamos uma real e completa conversão do Papa, e de Roma à Roma Eterna [esqueceu-se de dizer que quando essa suposta conversão vier, ainda sim eles não irão aceitar].
Confiantes na consagração de nossa família religiosa feita outrora ao Imaculado Coração de Maria, combatamos com Ela e por Ela, até o fim. Amém.
P. E.J.J.Cardozo
(*) Em declarações desta sexta-feira à agência Catholic News Service, da Casa generalícia em Menzingen (Suíça), o superior da Fraternidade São Pio X (SSPX), Bernard Fellay admitiu as discrepâncias na congregação quanto a um possível acordo com a Santa Sé: “Não posso excluir que possa haver uma ruptura”, afirmou ele.
Mons. Fellay explicou à CNS que, em sua opinião, “o movimento do Santo Padre - porque realmente veio dele - é genuíno”: “Não parece haver alguma armadilha (...) SIC! (...) Por isso, teremos que examiná-lo cuidadosamente e, se é possível, ir adiante”.
Em referência ao impulso de Bento XVI, Fellay é muito claro: “Pessoalmente, gostaria de ter esperado um pouco mais para ver as coisas mais claramente, mas é bastante claro que o Santo Padre quer que aconteça agora”.
Mas não estamos sozinhos a defender a fé. O próprio Papa o faz,... (SIC!)...
(¹) Mons. Lefebvre em carta datada de 18/08/1988, por causa do acordo feito por D. Gerard, escreveu a Dom Thomas, prior do Mosteiro de Santa Cruz: “...manter sua liberdade e rejeitar todos os laços com esta Roma modernista”.
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Temo que entre os senhores existam alguns que não o compreendam bem, e que inclusive não o compreendam em absoluto. Lamento-o porque – digo francamente – acredito que seja uma tendência ao cisma. Aqueles que acreditam que já não se deve ter mais nenhum contato nem com Roma, nem com os bispos, nem com tudo o que se faz na Igreja, têm uma tendência cismática. Pois bem, eu não quero ir em direção ao cisma.
(...)
Não se deve, pelo fato de existir enfermos ao nosso redor, na Igreja, pela autoridade estar enferma, dizer que esta autoridade já não exista. Apesar de estar enferma, precisamente por isso, temos que tentar mostrar o remédio, e tentar fazer algum bem. Esta foi a atitude daqueles que, na Igreja, ao longo da história, resistiram a Roma, ao Papa, aos bispos, às heresias que se sucederam na Igreja, que se difundiram na Igreja, através da Igreja.
Fazer isso é muito fácil, é demasiado simples, porque então já não há mais combate. Diria que já não há mais espírito pastoral, não há mais espírito sacerdotal. Se fraqueja, se vai embora, se abandona o combate, se vai, e deixa os demais para que lutem sós. Isso é pura e simples covardia. É abandonar o combate, abandonar o desejo de procurar o bem dos demais; porque ainda quando os outros estejam enfermos, apesar de que sejam superiores, alguém tem o dever de adverti-los – é o que diz Santo Tomás – de forma respeitosa e firme sobre os erros daqueles que são culpáveis. Se alguém diz “Eu já não reconheço os superiores. Acabou. Não há mais superiores, não tenho mais superiores. Não tenho ninguém. Vou embora, fico sozinho e faço o que quero, etc.”. Mas, por que estão aqui, os senhores, seminaristas que têm essa atitude? É melhor que vão embora, que não fiquem aqui, não vale a pena. Se os senhores querem ou preferem não ter superiores e viver sem superiores, assim sem mais, como na natureza…