quarta-feira, 13 de julho de 2011

Explicações sobre Assis III

"Massacrem aqueles que insultam o islã" e "exterminem aqueles que matam o islã". Protestos em LONDRES.
Prova cabal da inutilidade de Assis.


O encontro de Assis e os medos dos ''ratzingerianos''

Fonte: IH-Unisinos

A convocação dos líderes das religiões mundiais decidida por Bento XVI para Assis no próximo dia 27 de outubro, por ocasião do 25º aniversário do primeiro encontro desejado pelo Papa João Paulo II, deve preocupar muitos colaboradores do pontífice. Há alguns dias, nas colunas do L'Osservatore Romano, vem sendo publicada uma série de renomadas intervenções, todas voltadas a oferecer a interpretação correta e preventiva do gesto papal.

É o caso, por exemplo, do artigo publicado no jornal vaticano do prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, o cardeal William Joseph Levada, que se perguntou "por que, se era tão atento aos possíveis mais entendimentos do gesto do seu beato predecessor", Bento XVI considerou "oportuno dirigir-se como peregrino a Assis por ocasião de um novo encontro pela paz e a justiça".

Depois de Levada, entraram em campo o secretário de Estado, Tarcisio Bertone, que anunciou a presença em Assis também de personalidades do mundo da cultura não religiosa. E o presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-Religioso, o cardeal Jean Louis Tauran, que especificou que haverá, sim, momentos de oração, mas de "oração privada" dos representantes individuais das diversas religiões, antes de se dirigirem juntos à Basílica de São Francisco.

Ontem à tarde, ainda nas colunas do L'Osservatore, foi o fundador da Comunidade de Santo Egídio, Andrea Riccardi, que ofereceu a enésima interpretação correta do gesto de João Paulo II e agora do seu sucessor. Riccardi explicou que a ideia de uma espécie de "ONU das religiões" estava muito distante da mente de Wojtyla. "João Paulo II – escreveu Riccardi – sempre rejeitou claramente a ideia de Assis como manifestação de uma espécie de inter-religião, desejada por círculos restritos".

A que se deve tanta manifestação de força para antecipar a correta hermenêutica do próximo encontro de Assis? Acima de tudo, não devemos esquecer que o primeiro encontro em 1986 havia sido precedido e acompanhado por muitas polêmicas. Alguns cardeais influentes expressaram perplexidade acerca da oportunidade de convocá-lo, enquanto o arcebispo Marcel Lefebvre definiu de "abominável" o encontro inter-religioso.

Em Assis, em 1986, segundo alguns observadores, surgiram nervosismos e alguns abusos (embora nem tudo o que foi dito a respeito seja verdade, por exemplo quando se fala de sacrifícios animais ocorridos nos altares de Igrejas Católicas). O discurso de João Paulo II, com cuja redação e revisão colaborou o então cardeal Joseph Ratzinger, foi claro.

Depois do anúncio surpresa em janeiro passado, quando Bento XVI convocou o novo encontro das religiões em Assis para invocar a paz, alguns historiadores (entre eles, Roberto de Mattei) e jornalistas católicos próximos da sensibilidade mais tradicional assinaram um abaixo-assinado pedindo que o papa repensasse a decisão. E se disseram seguros de que, independentemente do que Ratzinger disser ou fizer em Assis, a mensagem veiculada pela mídia será a do sincretismo religioso, de um perigoso abraço entre verdade e erro que coloca tudo e todos no mesmo plano.

É evidente que as perplexidades expostas pelos signatários eram e são compartilhadas por mais de uma pessoa na Igreja, também em níveis mais elevados, até dentro do Vaticano. De outro modo, não se explicaria a sequência insistente de artigos influentes que o L'Osservatore Romano está colocando em suas páginas para explicar o significado do gesto papal, para evitar suas interpretação incorretas e para definir seus contornos e seus conteúdos.

Em essência, as intervenções no jornal vaticano servem para enfrentar a preocupação (às vezes o dissenso, mesmo que não explícito) por parte dos chamados ambientes "ratzingerianos", que consideram que a convocação de Assis – desejada por Bento XVI, sem qualquer pressão ou sugestões – não está em conformidade com o seu próprio pontificado, com as suas linhas programáticas. Uma posição que evidencia como em muitos ambientes, não só midiáticos, há uma ideia do Papa Ratzinger que não corresponde à realidade.

João Paulo II, depois do primeiro encontro de 1986, retornou a Assis com todas as religiões em janeiro de 2002, e nessa ocasião quis a seu lado justamente o cardeal Ratzinger. A revista 30 Giorni revelou que o purpurado, não presente na lista dos participantes até o dia anterior, interveio exatamente a pedido do papa. Em seu retorno, Ratzinger escreveu para a revista uma profunda meditação sobre o significado do gesto e sobre a experiência vivida. "Não se tratou – observou o futuro papa – de uma autorrepresentação de religiões que seriam intercambiáveis entre si. Não se tratou de afirmar uma igualdade das religiões, que não existe. Assis foi, antes, a expressão de um caminho, de uma busca, da peregrinação pela paz que assim o é só se unida à justiça".

"Com o seu testemunho pela paz, com o seu compromisso com a paz na justiça – continuava o então cardeal Ratzinger –, os representantes das religiões empreenderam, no limite das suas possibilidades, um caminho que deve ser para todos um caminho de purificação".

Além disso, no livro Fede, Verità e Tolleranza, Ratzinger afirmava que, embora existindo "perigos inegáveis" de mal-entendidos, "seria igualmente errado rejeitar em bloco e incondicionalmente a oração multirreligiosa", que deve estar ligada a determinadas condições e deve continuar sendo um "sinal em situações extraordinárias, nas quais, por assim dizer, se eleva um grito comum de angústia que deveria sacudir os corações dos homens e, ao mesmo tempo, sacudir o coração de Deus".

O Papa Wojtyla, poucos meses depois dos atentados do 11 de setembro, quis reunir as religiões em Assis para remover a justificação teológica do uso da violência, do abuso do nome de Deus para justificar o terrorismo. Em um momento em que o choque de civilizações era apresentado como inevitável, ele quis indicar a tarefa das religiões na construção da paz. Há dez anos, na cena mundial, embora sendo dominante a ideia do conflito entre religiões e a exasperação deste último, certamente não é o abraço do sincretismo que faz com que todos pareçam iguais e bons. Bento XVI indicou em 2011 a liberdade religiosa como via indispensável para construir a paz e lembrou que não se pode negar "a contribuição das grandes religiões do mundo ao desenvolvimento da civilização". Evidentemente, ele considera que a humanidade hoje está vivendo um momento tão difícil a ponto de justificar até os riscos de Assis III.

***

Querem purificar o encontro de Assis, inclusive os anteriores, através da mística do discurso. Entretanto, parece que os grandes purpurados de Roma não conseguiram argumentar no mesmo nível dos "intelectuais preocupados", encabeçados pelo historiador de Mattei.

Compreende-se, de alguma forma, a vontade e o desejo do Papa pela paz. Infelizmente o meio - o encontro - utilizado para promover essa paz é equivocado.

Bento XVI se reunirá com representantes de diversas confissões religiosas. Nisso não há grande novidade, porque o Papa já se reuniu individualmente com quase todos eles, no Vaticano ou durante as suas viagens. O problema está (1) no local do encontro, com toda a sua história negativa do passado e (2) no ideal presente para este encontro, a paz.

Não seria mais útil um encontro com autoridades civis? Afinal, são elas e não os representantes das diversas confissões que podem assegurar a paz no âmbito civil. Mas, e ai está o grande pulo do gato, Assis não é um encontro pela paz civil, mas um encontro por uma paz transcendente. Por isso a "oração" dos líderes religiosos pela paz.

O mundo ocidental não tem problemas com a religião, isso é fato. Devemos sim reconhecer que há no ocidente uma mentalidade ateia, legislação opressora aos princípios cristãos, etc, mas reconheçamos também que ninguém é preso por ir a uma missa, que os padres podem exercer livremente seu ministério, que a Igreja goza de autonomia, etc.

O problema reside no outro lado de um meridiano imaginário, que nos divide em ocidente e oriente. Do outro lado, cristãos são mortos por serem cristãos, a Igreja é perseguida, a prática do cristianismo em alguns países é punida com a morte, a conversão também não é permitida. Escolas cristãs e orfanatos são vítimas de atentados, igrejas são incendiadas. Tudo isso diariamente.

O grande problema de Assis é que o Vigário de Cristo não irá pedir paz, mas irá confraternizar com aqueles que, como os soldados romanos, ferem Cristo na carne. Muitos daqueles religiosos que estarão em Assis representam os credos opressores, sobretudo o islã.

Me pergunto, cinicamente, se algum grande líder muçulmano irá, publicamente em Assis, pedir pelos cristãos na Terra Santa ou pelos católicos do Oriente Médio. Será que algum grande Imã irá se desculpar pela perseguição unânime dos países muçulmanos aos cristãos? Ou será - o que é mais provável - que irá se lamentar pela "islamofobia", que só existe na cabeça desses líderes, do ocidente?

Não há guerra contra as religiões. Há uma guerra contra a Igreja. Ela é perseguida, ela é odiada por todos os lados, inclusive desde dentro. Se há algo que une as religiões é o ódio contra a Igreja. Muçulmanos, judeus, budistas e animistas tribais, todos perseguem a Igreja onde e quando podem.

Assis é um encontro nobre, mas irracional. Nobre na sua intenção de clamar aos céus pela paz. Irracional porque o faz de mãos dadas com o Adversário.

Imaginem se Pio XII, clamando pela paz, se reunisse com Nazistas e Comunistas em Assis! Seria lógico pensar algo assim? Pois é exatamente o mesmo sentimento aterrorizante de um encontro desses (que graças a Deus é impossível) que passa na cabeça dos católicos coerentes quando se lê sobre Assis.

O bom católico não pode aceitar Assis, por mais mirabolantes que sejam as justificativas. Assis é zombar dos cristãos que, hoje, dão o seu sangue em terras majoritariamente muçulmanas ou animistas. O encontro de Assis é, como disse o Mons. Lefebvre, uma abominação.

Todas as imagens dessas postagem são de acontecimentos recentes na Índia, Paquistão, Iraque. Assis III é uma afronta a todas essas pessoas. Assis III não resolverá o problema dessas pessoas. A voz corajosa da cristandade, que não negocia a sua fé, é a única que poderá se elevar aos céus.

A paz só pode vir de Jesus Cristo, só Ele é a paz, a verdadeira paz.

Um comentário:

Anônimo disse...

Danilo, Viva Cristo Rei! Salve Maria!

Se acaso goste, então veja o que estamos fazendo por Assis III no meu site.

http://www.tradicaoemfoco.com

Espero que goste do protesto. Caso gostar, divulgue.

Em Cristo,
Luciano Beckman.

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