sábado, 3 de setembro de 2011

Cisma na Áustria - uma possibilidade

Abades austríacos temem cisma na Igreja 

Abades austríacos altamente influentes disseram nesta semana que os boatos de um cisma na Igreja austríaca não poderão ser apaziguados, e o atual conflito também não poderá ser resolvido, por meio de um encontro entre o arcebispo de Viena, o cardeal Christoph Schönborn, e os representantes dos padres dissidentes.


Fonte: Unisinos

A Igreja tem estado em crise desde que mais de 300 sacerdotes liderados pelo Mons. Helmut Schüller (foto) convocaram para a desobediência em questões como o celibato sacerdotal e a Comunhão para divorciados de segunda união. Depois de ter dito aos membros da Iniciativa dos Párocos Austríacos, no dia 10 de agosto, que ele não poderia permitir que o seu apelo ficasse como estava e que eles deveriam voltar atrás ou deixar a Igreja, o cardeal Schönborn deu um tempo para que os sacerdotes "refletam" antes de uma segunda reunião, a portas fechadas, prevista para o dia 10 de setembro.

 Mas os abades e os prepósitos austríacos disseram que as posições estão agora tão endurecidas que uma segunda rodada de conversações possivelmente não poderá resolver os problemas. Existem cerca de 40 abades e prepósitos na Áustria, e a metade de todas as paróquias têm padres de ordens religiosas como párocos.

O persidente da Conferência dos Superiores Religiosos da Áustria, o abade Maximilian Fürnsinn, da Abadia de Herzogenburg, disse que um encontro da cúpula da Igreja é necessário, já que certas reformas defendidas pela Iniciativa dos Párocos, como a permissão de que homens mais velhos e casados celebrem missa, podem ser aceitas e são, pelo menos, dignas de discussão. O abade Martin Felhofer, da Abadia de Schlagl, disse: "Isso já não pode mais ser resolvido pelo cardeal [Schönborn] sozinho. Todos – bispos, abades, religiosos e representantes da Iniciativa dos Párocos Austríacos – devem se sentar e discutir os problemas juntos".

 Enquanto o cardeal Schönborn estava em Madri para a Jornada Mundial da Juventude – onde aparentemente seus colegas bispos lhe questionaram repetidamente sobre a Iniciativa dos Párocos – e posteriormente em Roma para o encontro Schülerkreis deste ano, a iniciativa continuou atraindo manchetes quase diariamente na mídia austríaca.

 Quatro padres deixaram a Iniciativa, mas 86 se juntaram à causa, de modo que agora ela soma 400 padres – aproximadamente um em cada 10 – e 12 mil apoiadores ativos. Em suas muitas entrevistas à imprensa nas últimas três semanas, Mons. Schüller confirmou ter recebido apoio de todo o mundo, em particular do Brasil, dos EUA, da Irlanda, da França, da Alemanha, da Itália e do México.

 As reações internacionais mostraram que o Vaticano estava "obviamente" diante de problemas em todo o mundo e que "as nossas preocupações certamente não são questões à la Mickey Mouse", disse Mons. Schüller no dia 25 de agosto. Ele admitiu que a Iniciativa também havia sido alvo de diversas críticas muito duras. "Alguns querem nos expulsar da Igreja Católica completamente e chegaram até mesmo a nos amaldiçoar. Eles nos chamam de cismáticos e rebeldes que estão destruindo a Igreja", disse ele à revista semanal News. O cardeal Schönborn retornou a Viena no dia 29 de agosto, e fontes próximas a ele dizem que ele está extremamente preocupado. Há rumores de que ele tem poucas alternativas a não ser suspender os líderes rebeldes, mas há temores de que isso possa levar a um cisma, já que a última pesquisa (do Instituto Oekonsult, encomendada pela Austrian Press Agency) aponta que 76,5% dos austríacos apoiam a Iniciativa.

Dom Egon Kapellari, bispo de Graz, número dois da Conferência dos Bispos da Áustria, disse à revista Profil, na ausência do cardeal Schönborn, que questões como o celibato sacerdotal obrigatório ou a ordenação feminina, que a Iniciativa dos Párocos gostaria de discutir, eram "tarefas que se apresentam diante de nós e que temos que controlar no longo prazo, mas que não podem ser adequadamente respondidas no curto prazo".

***
Cardeal Schönborn
Só um milagre salva o episcopado do protegido de Bento XVI

Um desastre e mais um escândalo na administração Schönborn. De fato, hoje é possível ter a nítida dimensão do estrago que nomeá-lo bispo e, principalmente, cria-lo cardeal produziu na Igreja da Áustria. E pensar que ele também foi considerado um forte papabile no conclave de 2005.

O estrago é tão grande que alcançou dimensões internacionais e obrigará, evidentemente, o Vaticano a interferir.

A Igreja na Áustria tem um histórico não muito agradável de desobediência. Nos últimos 100 anos ela vem sendo celeiro de teólogos progressistas que, quase sempre, gozavam da proteção do episcopado ou de altas autoridades eclesiásticas.

Mas voltando a revolta dos padres, é claro que se não for resolvida agora, poderá espalhar-se por toda a Áustria e alem. O Vaticano precisará ser menos diplomático e mais incisivo na sua ação e, sem dúvida, não deverá permitir que Schonborn seja parte de uma equipe de conversa.

O tempo de tolerância com o desastroso cardeal é chegado ao fim. Certamente há, no Vaticano, um dicastério sem grande importância e onde a presença do cardeal se faz adequada e incapaz de causar mais danos a Igreja.

7 comentários:

Anônimo disse...

"Há rumores de que ele tem poucas alternativas a não ser suspender os líderes rebeldes, mas há temores de que isso possa levar a um cisma, já que a última pesquisa (do Instituto Oekonsult, encomendada pela Austrian Press Agency) aponta que 76,5% dos austríacos apoiam a Iniciativa."

Eu não entendi?

A maioria dos austríacos estão apoiando os rebeldes ou a punição para os rebeldes?

Renato

Danilo disse...

Por "Iniciativa", refere-se ao motim dos padres.

Anônimo disse...

A melhor coisa que poderia acontecer seria um cisma!

Bruno Luís Santana disse...

Eles não são mais católicos... Mas têm enorme potencial de causar danos à Igreja, se a hierarquia permir que esses corpos estranhos permaneçam na posição que estão.

Roma fala X, os ultra-modernistas falam Z.
Não se entendem, mas Roma ao invés de dar o toque de caixa e fazer com que aprendam a falar a mesma língua, ela simplesmente age como um órgão de consultoria, que dá conselhos... E ao mesmo tempo compreende como unidade a união no seio do Direito Canônico à frente da Verdade.

É duro, mas essa falta de energia só contribui para essa conclusão.

E essa postura é o que ela até o presente demonstra para com a FSSPX. Quer aparar arestas, mas agora já não pressiona mais a FSSPX a falar a mesma língua que Roma.

Roma fala X, a FSSPX fala Y.

Mas se para a Tradição isso parece um bom negócio, não o é para a Igreja como um todo.
O interesse dos católicos de verdade é restaurar tudo em Cristo.
Não basta dar liberdade para a FSSPX dentro do direito canônico. Isso só deixaria a Igreja parecendo um hospício, onde convive lado a lado gato, cachorro e papagaio. Por mais pretensioso que seja, Roma precisa de auto-restauração. O melhor favor que poderia fazer a toda a Igreja, inclusive à mesma FSSPX é prosseguir visivelmente no retorno doutrinário e litúrgico, corrigindo todas as ambiguidades conciliares e teocentrizando a missa nova, a ponto de não haver mais sentido que hajam mais "duas diferentes formas do mesmo rito"... E como a "forma extraordinária", esta sim é um rito natural...
Que o exemplo de vida de São Pio X seja para todos diretriz de como agir.

Paulo disse...

O Unisinos é uma espécie de Golias brasileiro?

Anônimo disse...

Quanto ao que pensam os austríacos: mais de 90% deles apoiaram o nazismo, e no fim da guerra correram para o Santo Rosário para não serem escravizados pelos comunistas. Enfim, o que pensam os austríacos não vale muita coisa...

Danilo disse...

Paulo
"Golias" é o nome de uma publicação "católica" francesa que só publica opiniões progressistas e só defende tudo o que NÃO é católico.

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