quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Bento XVI e o realismo do diálogo com protestantes

Já escrevi uma vez e volto a reafirma-lo: o ecumenismo desenvolvido neste pontificado é radicalmente diferente daquele ecumenismo no século passado.

Com Bento XVI o ecumenismo se tornou uma busca pela unidade sacramental e isso transformou certos parceiros ecumênicos em cartas fora do baralho. É o caso dos protestantes!

Marc Dröge, bispo luterano
Ordenação de mulheres e casamento
gay são os únicos temas relevantes
Com a comunidade ortodoxa oriental, que possui sacramentos válidos e uma convergência em doutrina muito grande, há um diálogo teológico que objetiva ajudar os ortodoxos a compreender, da melhor maneira possível, o que é a Igreja Católica, sem aqueles preconceitos que os ortodoxos cultivaram por praticamente mil anos. Na essência os ortodoxos não negam [a maioria dos] os dogmas desenvolvidos no segundo milênio, apenas possuem uma incompreensão destes mesmos dogmas. É o caso, por exemplo, da infalibilidade papal que os ortodoxos compreendem de forma muito mais dilatada do que este dogma realmente é.

Com os protestantes já ficou muito claro que a direção a tomar é outra. O diálogo é mínimo porque o resultado, para os protestantes, já foi alcançado. Para o protestante, um liberal por natureza, o diálogo é sempre numa via única, como deixa claro o "bispo" luterano Marc Dröge*, vociferando contra os resultados da visita de Bento XVI a Alemanha:

O debate é necessário para temas como a ordenação de mulheres – a partir da plenitude de Cristo (Gálatas 3:28) – assim como os direitos dos amantes do mesmo sexo, porque também a eles a não diminuível imagem de Deus é concedida, como a forma sinodal da Igreja, porque cada ser humano batizado cristão é chamado à responsabilidade na Igreja de Cristo, como o nosso convite à Ceia do Senhor, porque o próprio Cristo convida todos os batizados à partilha de pão e vinho”.

Ou seja, para o protestante, como demonstrado acima, o debate ou o diálogo só pode existir dentro de um plano progressista, sobre temas que a Igreja Católica não pode conciliar pois, se o fizesse, traria a si mesma e, acima de tudo, ao Seu fundador.

As comunidades protestantes estão morrendo num ritmo frenético. O número de fiéis diminui a olhos vistos e, mesmo se abrindo de forma escandalosa ao mundo moderno e adotando todas as políticas seculares de gênero, ainda sim perde fiéis para outros tipos de seita.

A derrocada protestante é clara. São como loucos que se atiram no precipício e, durante a queda, sorriem. 

*leia a reportagem sobre as declarações do bispo luterano aqui

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