O blog espanhol "La cigüeña de la torre" nos reporta que Mons. Guido Marini, Cerimoniário do Papa, seria nomeado bispo de Ventimiglia-San Remo, uma diocese da província de Gênova. Mons. Marini é natural de Gênova e trabalhou com os cardeais Bertone e Bagnasco na arquidiocese.
Por enquanto tal nomeação não passa de mais um boato de sacristia. Entretanto, penso que a presença de Mons. Marini é mais um vestígio da "antiga administração" que o Papa Francisco quer eliminar o quanto antes.
Circula na blogosfera - e penso que não é de todo incorreto ou pura maledicência - que Francisco tornou-se uma espécie de "vingador" dos feridos pelo Pontificado de Bento XVI. A recente remoção do prefeito para o clero seria um desagravo ao cardeal Hummes, amigo pessoal do Papa, que foi substituído por Piacenza como chefe dos padres do mundo.
Poderíamos supor que a nomeação do Arcebispo Piero Marini, removido por Bento XVI em 2007, como prefeito para o Culto Divino, outro boato recorrente, seguiria essa mesma linha de pensamento. Francisco já substituiu os consultores da Oficina de Celebrações Litúrgicas por nomes ligados ao Arcebispo Marini.
O estilo de Francisco é claro e não temos motivos para pensar que Mons. Marini sobreviveria muito tempo na Cúria de Bergogliana. Acredito que Mons. Marini deixaria o posto sem questionar, como fez Piacenza. É bom lembrar que, já em 2005, circulava o rumor que Bento XVI queria nomear Piero Marini como bispo de Assis, uma diocese pequena, porém mais prestigiosa que Ventimiglia-San Remo. Tal nomeação estaria até assinada por Ratzinger. O então mestre de cerimônias se recusou a deixar o Vaticano.
Bento XVI não teve a força necessária - devemos admitir! - para exorcizar os seguidores de Sodano da Cúria. Foram eles que tornaram o papado de Bento insustentável, sabotando-o em quase todos os níveis. Francisco, por outro lado, parece ter força de sobra para reinstalar nos mais altos postos o pessoal sodanista.