terça-feira, 12 de novembro de 2013

Bispos dos EUA e Chile escolhem seus presidentes

Uma Igreja ainda mais obcecada pela defesa incondicional da vida

Bispos americanos reunidos

A Conferência Episcopal Americana (USCCB) escolheu hoje o seu novo presidente. Em primeiro lugar é preciso destacar a lista dos então candidatos à presidência da mais importante conferência de bispos do mundo:

Gregory Aymond (arcebispo de Nova Orleans)
Charles Chaput (arcebispo da Filadélfia)
Daniel DiNardo (Cardeal Arcebispo de Galveston-Houston)
José Gomez (Arcebispo de Los Angeles)
Joseph Kurtz (Arcebispo de Louisville)
William Lori (Arcebispo de Baltimore)
Dennis Schnurr (Arcebispo de Cincinnati)
Allen Vigneron (Arcebispo de Detroit)
Thomas Wenski (Arcebispo de Miami)
Blase Cupich (Bispo de Spokane)

A predominância de nomes "beneditinos" é visível. São bispos que, na sua maioria, compartilham com o Papa Emérito a sua visão de uma igreja unida pela mesma fé, de tradição ininterrupta.
Três candidatos foram nomeados com a missão de restaurar dioceses destruídas pela administração progressista e liberal dos seus predecessores. Charles Chaput recebeu de Bento XVI a missão de reconstruir a arquidiocese da Filadélfia arrasada pelos escândalos de pedofilia. José Gomez recebeu a arquidiocese de Los Angeles, lar do cardeal ultra-heterodoxo Roger Mahony; nos primeiros meses de governo Gomez precisou lidar com a crise gerada pelo bispo auxiliar, e braço direito de Mahony, Gabino Zavala que assumiu a paternidade de uma menina já adolescente. Thomas Wenski recebeu a "diocese gay" para recompor; como o próprio nome já diz, a diocese de Miami se tornou conhecida pelo número absurdo de padres envolvidos em orgias homossexuais.
O Cardeal DiNardo desempenha um papel importante no estabelecimento do Ordinariato da Cátedra de São Pedro, destinado aos ex-anglicanos americanos que desejam se converter ao catolicismo. Foi sua a iniciativa de abrir as portas do seminário arquidiocesano de Houston para que os ex-pastores pudessem completar seus estudos.

Terminadas as considerações, o escolhido para suceder o Cardeal Dolan como presidente foi o arcebispo de Louisville, Dom Joseph Kurtz.
Kurtz era vice-presidente da USCCB, diretor do Centro Nacional de Bioética Católica e membro do grupo que promove a canonização do Venerável Arcebispo Fulton Sheen. Kurtz ainda é um grande ativista pró-vida.

Arcebispo Kurtz rezando em frente a uma clínica de abortos

 A escolha do arcebispo Kurtz, além de confirmar a regra de se eleger o vice-presidente como presidente (regra que havia sido quebrada quando Dolan assumiu), dá um sinal claro que a Igreja americana não desistirá da defesa da vida, nem minguará sua vontade de reverter a cultura de abortos tão enraizada no país.

Depois das palavras do Papa Francisco sobre a [suposta] obsessão da Igreja com temas como o aborto e o casamento gay, pensava-se que a USCCB escolheria um bispo mais alinhado com essa [suposta] visão do Papa. Quem apostou suas fichas em nomes mais políticos, como Lori ou Vigneron, perdeu.

***

Na outra ponta do continente da esperança...

Bispos Chilenos depois da Assembleia Geral

Os bispos do Chile reelegeram o arcebispo de Santiago, Dom Ricardo Ezzati, como seu presidente.
Surpreendentemente - para um país membro do CELAM - os bispos do Chile recomendaram publicamente que os católicos votem nas eleições gerais do próximo dia 17 seguindo a doutrina católica e avaliando seus candidatos considerando a defesa da vida e da família.
Na sua mensagem ao povo chileno os bispos do estreito, porém belíssimo, país falam de "Três casos relevantes a considerar no seu discernimento ético, ao escolher seus representantes". A primeira é a avaliação e a defesa incondicional da vida desde a concepção até seu fim natural. A segunda instância de discernimento é a proteção da família, da comunidade de vida e de amor, fundada sobre o matrimônio entre um homem e uma mulher. A terceira instância para o nosso discernimento é de que a paz social é a obra da justiça.
O atual presidente do Chile, Sebastian Piñera, é contrário ao aborto e à leis que o promovam de alguma forma, afirmando-se um defensor da vida. Dos nove candidatos à presidência, apenas um (Ricardo Israel) é defensor da vida e inclusive tem uma "política de natalidade" para promover que os casais tenham mais filhos. Todos os demais candidatos apoiam o aborto ou desejam ampliar a sua oferta, além de endossarem uma cultura de gênero gayzista.

Enquanto isso no Brasil...

Nossos bispos devem estar preocupados com a falta d'água, maioridade penal, "capitalismo selvagem", degradação das matas ciliares ou emitindo alguma nota que ninguém dará a menor atenção.

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