Entretanto, como toda desgraça é pouca, esses mesmos governantes parecem encontrar amigos dentro do clero católico. Padres, religiosos e também bispos estão envolvidos, em graus diversos, nessas questões e, pasmem (?), são instrumento de divulgação dessas novas políticas anti-cristãs.
A notícia que trago, resumida, é do senhor bispo de Saltillo, no México. Segundo o site CNA:

Bispo Raul Lopez Vera (foto) da diocese de Saltillo tem repetidamente manifestado apoio às uniões do mesmo sexo. Em março deste ano, o Bispo Vera Lopez publicou um comunicado no site diocesano, manifestando o seu apoio para o "fórum de diversidade sexual, familiar e religiosa". O evento foi destinado a "erradicar o que alguns setores da Igreja acreditam sobre a homossexualidade" - especialmente a crença do "que os atos homossexuais são contrários a Deus."
O bispo é o retrato da sua diocese. Se um bispo apóia as uniões homossexuais o que será que os seus padres apoiam? O que será que é dito nos confessionários das paróquias de Saltillo? É claro que eles não usam confessionários...
Há duas formas de um bispo apoiar a cultura atual. Uma e a mais clara é agir como faz o senhor bispo de Saltillo, dando declarações públicas e contrariando a doutrina. Esses bispos, entretanto, são uma minoria. Eles são uma espécie de isca midiática, capturando a atenção dos católicos atordoados.
O pior tipo é o bispo que não fala. É o bispo que prefere lutar contra o desmatamento na Amazônia ao invés de defender a família. É o bispo que promove grandes festas e encontros com o povo diocesano e se cala em questões públicas nas quais a moral católica é contestada.
O bispo que defende a todo custo uma campanha contra, sei lá, o aumento abusivo do preço do álcool combustível e se nega a participar ou desenvolver em sua diocese campanhas pró-vida, esse sim é um bispo perigoso. Perigoso porque ele anestesia sua diocese e com isso permite que essa nova doutrinação aconteça nas escolas, nos partidos políticos, nas ruas e, finalmente nas Igrejas.
O bispo que não fala é muito comum no Brasil. Pense, quantas campanhas pró-vida você já viu na sua diocese? E, se elas existem, em quantas delas o seu bispo participou? Quantas vezes você leu no jornal ou ouviu no rádio o seu bispo se posicionando contrário ao casamento gay? Não precisa nem ser uma defesa apologética, ortodoxa e radical, só uma defesa simples já está bom. E ai? Quantas?
Se a sua diocese tem um jornal ou um boletim informativo, em quantos números dessa publicação o seu bispo se posicionou contrário ao patrulhamento ideológico imposto à sociedade? Em quantas colunas ou editoriais o seu bispo abordou os problemas morais do mundo? Ou será que ele só fala coisas boas, coisas agradáveis de se ouvir!?
Agora pense. Em que momentos o seu bispo se pronuncia publicamente? Em que momentos a voz do pastor é ouvida? Muitos bispos só aparecem nos jornais seculares para explicar aos jornalistas o tríduo pascal, o simbolismo dos tapetes enfeitados em Corpus Christi, o presépio ou ainda a festa do padroeiro diocesano. Só isso. Em questões de fé e moral muitos jornais estão procurando pastores protestantes e líderes de seitas neo-pentecostais que, por incrível que pareça, oferecem respostas católicas aos temas polêmicos.
Pense e reze! Porque eu imagino que o resultado da sua reflexão não foi nada bom!