O motivo, segundo as fontes, é o escandalo que se instalou na arquidiocese após a publicação de um relatório investigativo, conduzido por um grupo de leigos conhecido por "Christifidelis".
De acordo com o relatório, que foi publicado por um periódico sensacionalista, há uma rede de sacerdotes gays instalada em Miami e estimulada pelo então-arcebispo Favarola e seus colaboradores mais próximos. Essa rede seria a responsável pela promoção da cultura gay na arquidiocese.
O relatório, enviado ao Vaticano, conta com 400 páginas, incluindo fotos, e-mails e publicações em redes sociais ou em sites de prostituição.
O relatório aponta a presença de homossexuais também no seminário que, segundo um dos testemunhos, seria uma espécie de "Hogwarts Gay", numa referência à escola de bruxaria dos livros de Harry Potter. Como num passe de mágica as denúncias começaram a surgir e Favarola caiu.
"Eu provavelmente entrei para o seminário, em parte, porque eu estava atraído pela idéia de estar em um mundo gay ", afirmou Peter Fuchs, que agora vive com um companheiro na capital dos EUA. A forma como Fuchs foi abordado no seminário foi direta, com o reitor do seminário, Pe. Bernies Kirlin, colocando a mão entre as suas pernas.
Neil Doherty, um dos maiores abusadores dos EUA, foi por 13 anos diretor de vocações do seminário arquidiocesano e foi acusado de drogar jovens com álcool e sodomiza-los. Doherty era amigo próximo de Kirlin.
O relatório dá informações sobre padres que vivem com amantes do sexo masculino, que vivem com outros padres, um padre que é proprietário de uma vila erótica numa região afastada de Miam e que gosta de usar drogas durante o sexo, outro que se encontra com jovens.
Outro fato apontado pelo documento é a propriedade de uma fábrica de Yohimbe, uma bebida afrodisíaca distribuída em bares gays da região. Segundo o relatório, Dom Favarola seria proprietário de uma parte da fábrica.
A advogada Sharon Bourassa resolveu, em 2005, conduzir uma série de investigações sobre o comportamento inapropriado do clero local. O relatório produzido foi enviado ao Vaticano e Sharon recebeu uma resposta de que o documento havia alcançado os olhos do Papa Bento XVI. Em 2006 a advogada recebeu a visita de um cardeal vaticano, mas nada foi reportado ao público.