quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Bispo americano proíbe oração pelo casamento gay na Catedral



[Sun-Times] O líder da Igreja Católica de Springfield se manifestou nesta terça-feria para sabotar um protesto silencioso pelo casamento entre pessoas do mesmo sexo, planejado para acontecer na catedral, afirmando que o plano [dos manifestantes] de rezar o rosário pela igualdade no casamento é "blasfemo".

Os partidários da Bill 10 [equivalente a um projeto de lei que tramita no senado estadual que prevê o "casamento" gay] planejam participar da missa na Catedral da Imaculada Conceição como parte de "uma clamorosa presença católica pela igualdade do matrimônio", como descrevem os organizadores, que irá comportar um dia inteiro de manifestações favoráveis à legislação.

O bispo Thomas Paprocki, cabeça da diocese de Springfield, afirmou que qualquer um usando uma faixa com as cores do arco-íris não poderá permanecer dentro da igreja.

"É blasfêmia mostrar desrespeito ou irreverência a Deus ou a algo sagrado", Paprocki disse em um comunicado divulgado na terça-feira pela manhã. "Desde que Jesus ensinou claramente que o casamento como criado por Deus é uma instituição sagrada entre um homem e uma mulher (ver Mateus 19:4-6 e Marcos 10:6-9), rezar pelo casamento do mesmo sexo deve ser visto como blasfemo e como tal, não será permitido na catedral.

Pessoas vestindo uma faixa do arco-íris, ou que de outra forma se identificam como filiados ao Movimento Rainbow Sash [faixa arco-íris] não serão admitidos na catedral e quem se levanta para rezar pelo casamento entre pessoas do mesmo sexo na catedral será convidado a se retirar ", disse Paprocki.

"É claro que a nossa catedral e paróquias estão sempre abertas para todos os que desejam se arrepender de seus pecados e pedir perdão a Deus", disse ele.

***

Em primeiro lugar, devemos reconhecer a coragem do bispo. Combater o gayzismo com força não é uma atitude vista com frequência dentro da Igreja. Parabéns a Dom Paprocki!

Destaquei o último trecho da matéria porque ele é a síntese de toda a pastoral autenticamente católica - abraçar o pecador, não o pecado.
Mas quem é ele para julgar? O bispo, é claro! O pastor do rebanho que deve ensinar, acolher e corrigir!

Um dos problemas da Igreja, hoje, é querer, de alguma forma, acolher o pecado. Essa é uma tentação moderna muito forte, com raiz numa falsa noção de compaixão e caridade.

Pensemos, por exemplo, na questão dos divorciados em segunda união. O que se quer é encontrar uma solução pastoral para essas pessoas, mas não se fala, nessa sonhada "solução", do arrependimento, muito menos na mudança de vida. Os bispos [alguns, queira Deus que não sejam todos] querem encontrar um "jeitinho" para incorporar plenamente essas pessoas à Igreja, mas esquecem-se, ou fingem esquecer, que esses casais vivem em pecado grave e não será uma canetada do papa do fim do mundo ou uma decisão no próximo Sínodo que mudará essa realidade. Corremos o risco, isso sim, de um agravamento sem precedentes na já inédita crise da Igreja se algo desse tipo for adotado, uma verdadeira "solução final" para a Igreja.

Como consequência dessa vontade de acolher o pecador e o pecado, há ainda o perigo de uma separação entre doutrina e prática pastoral. A Igreja não pode pregar contra a sodomia e celebrar missas-gays, como acontece nos EUA e Inglaterra.

O bispo de Springfield agiu de forma corretíssima. Colocou a doutrina à serviço da prática pastoral, ignorando o bom-mocismo reinante. Espero que o bispo não se torne mais uma vítima da patrulha franciscana.

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