Cópia da Entrevista removida do site do Vaticano. Agora só através do Cache |
Segundo o Pe. Frederico Lombardi a decisão de remover o texto da página partiu da Secretaria de Estado. "A entrevista é confiável de um modo geral, mas não em avaliações individuais: por este motivo, foi decidido não torná-la num texto disponível no site da Santa Sé. Em substância, remover a entrevista a configurou de acordo a natureza desse texto. Houve uma certa ambiguidade e debate sobre o seu valor. A decisão foi tomada pelo Secretário de Estado", afirmou Lombardi.
Desde a publicação da entrevista, o Pe. Lombardi havia afirmando que o texto não tinha sido revisado ou lido previamente pelo Papa Francisco, sendo composto por Scalfari a partir das sua própria memória de uma conversa com o Francisco.
Segundo informa o La Stampa, "o artigo continha expressões dificilmente atribuíveis ao papa Francisco. Bem como um erro sobre o que aconteceu na Capela Sistina. Em uma das respostas, foi dito que o Papa, depois de atingir um quorum para a eleição, antes de aceitar, havia se retirado em oração. O fato não é verdadeiro, e foi refutado por vários cardeais, incluindo o arcebispo Timothy Dolan de Nova York".
As afirmações do Pe. Lombardi sobre a natureza não magisterial da entrevista, que deveriam servir para consolar alguns católicos perplexos com as declarações do Papa sobre o primado da consciência e sobre a natureza do bem e do mal, não foram completamente acolhidas devido a presença do texto em veículos oficiais do Vaticano.
No dia seguinte à publicação do texto de Scalfari no periódico La Repubblica, foi a vez do jornal oficial do Papa, L'Osservatore Romano, comandado por Gian Maria Vian, publicar o texto na íntegra. Em quanto isso, na entrada pessoal do pontífice no site do Vaticano, a entrevista figurava entre documentos de magistério.
Antonio Socci, colunista católico do jornal italiano "Libero", escreveu em 27 de outubro que após a publicação da entrevista, o Papa Francisco estava plenamente consciente do risco de incompreensão de algumas de suas palavras, particularmente aqueles sobre a consciência.
De acordo com Socci, o Papa Francisco "lamentou" a publicação da entrevista no "L'Osservatore Romano" e "queixou-se que ao diretor Vian, em Assis, no dia 04 de outubro".
O vídeo da TV do Vaticano mostra que quando o papa Francisco foi visitar o túmulo de São Francisco de Assis, ele parou e teve uma conversa de um minuto com Vian.
Papa Francisco em conversa "dura" com Vian. |
Os gestos do Papa são severos e rápidos. |
De acordo com Socci, "este é provavelmente o momento em que o papa Francisco queixou-se a Vian".
Segundo reporta o site CNA/EWTN, apenas duas pessoas estavam perto o suficiente do papa Francisco para ouvir a conversa entre ele e Vian: o jornalista Aldo Cazzullo, e o vice-diretor da assessoria de imprensa da Santa Sé, o padre Ciro Benedettini.
Socci confirmou ao CNA em 28 de outubro que ele "soube sobre o arrependimento do Papa por duas fontes diferentes."
É recomendável assistir ao vídeo (clique aqui) e ver as expressões e os gestos do Papa a Vian. Francisco, com as mãos, indica uma negativa sobre algo que foi escrito. As imagens começam aos 22:56 minutos.
Embora tenha sido removida do website do Vaticano, a página ainda consta nas entradas de pesquisa do buscador do mesmo site. Entretanto os links só podem ser acessados através de uma cópia cache.
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