domingo, 4 de janeiro de 2015

Os novos cardeais de Francisco - Um conclave do terceiro mundo



Já anunciado em dezembro, o próximo consistório para a criação dos novos cardeais se dará em fevereiro próximo. A lista, entretanto, dos agraciados com a púrpura cardinalícia só foi divulgada hoje. São eles, com direito a voto num eventual conclave:

1 – Mons. Dominique Mamberti, prefeito da Signatura Apostólica
2 – Mons. Manuel José Macário do Nascimento Clemente, Patriarca de Lisboa
3 – Mons. Berhaneyesus Demerew Souraphiel, C.M., Arcebispo de Addis Abeba (Etiópia)
4 – Mons. John Atcherley Dew, Arcebispo de Wellington (Nova Zelândia)
5 – Mons. Edoardo Menichelli, Arcebispo de Ancona-Osimo (Itália).
6 – Mons. Pierre Nguyên Văn Nhon, Arcebispo de Hà Nôi (Viêt Nam).
7 – Mons. Alberto Suárez Inda, Arcebispo de Morelia (México).
8 – Mons. Charles Maung Bo, S.D.B., Arcebispo de Yangón (Myanmar).
9 – Mons. Francis Xavier Kriengsak Kovithavanij, Arcebispo de Bangkok (Tailândia).
10 – Mons. Francesco Montenegro, Arcebispo de Agrigento (Itália).
11 – Mons. Daniel Fernando Sturla Berhouet, S.D.B., Arcebispo de Montevidéu (Uruguai).
12 – Mons. Ricardo Blázquez Pérez, Arcebispo de Valladolid (Espanha).
13 – Mons. José Luis Lacunza Maestrojuán, O.A.R., Bispo de David (Panamá).
14 – Mons. Arlindo Gomes Furtado, Bispo de Santiago de Cabo Verde (Cabo Verde).
15 – Mons. Soane Patita Paini Mafi, Bispo de Tonga (Ilha de Tonga).

Aqui cabe ressaltar a insistência em não criar cardeais ratzingerianos, que mais uma vez vemos como marca dos consistórios franciscanos e a única regra absoluta que o pontífice reinante se impôs a seguir. O patriarca de Veneza, Dom Moraglia, continua humilhado sem o barrete vermelho a que teria direito se o Papa-Sol respeitasse os antigos costumes da Igreja. Francisco preferiu criar como cardeal o arcebispo de Agrigento, diocese que nunca na história teve um cardeal como cabeça e cuja a importância dentro da própria igreja italiana é praticamente nula (alguém já ouviu alguma coisa sobre Dom Montenegro?), a fazer cardeal o Patriarca de Veneza, Sé que deu à Igreja três papas no século XX. Lamentável, sem dúvida.

Como no consistório anterior, Francisco aposta em cardeais de lugares inusitados e, em alguns casos, igrejas locais muito pequenas. São os cardeais do fim do mundo para acompanhar o Papa do fim do mundo.

Francisco parece querer moldar o próximo conclave com muita força. Todos os papas fazem isso, de uma forma ou de outra, mas gradualmente. Bento XVI levou oito aos deixando o colégio e a cúria ratzingerianos...e depois esses elegeram Francisco, o que é um mistério insondável da alma humana! Francisco, contudo, age pela força, autocrático como sempre. A sanha em criar cardeais vindos de lugares exóticos, de pouca importância para a política interna da Igreja já se tornou uma marca e com isso o Papa acredita - pura especulação minha - eleger seu sucessor para "além do fim do mundo".

Na minha modesta opinião, que nada vale, a insistência do Papa nesse tipo de consistório se torna um espetáculo lamentável e de consequências vindouras para a Igreja que ainda não podemos mensurar. Levará anos, talvez décadas, para a Igreja se recuperar dessas decisões obviamente equivocadas e, mais uma vez, de caráter eminentemente populista. É um consistório bolivariano, sem dúvida, muito próximo das políticas "sociais" aplicadas nos países do eixo "Foro de São Paulo".

O colégio de cardeais é, de alguma forma, o Senado da Igreja. Nele estão os melhores dos melhores (os melhores progressistas também), os bispos das dioceses mais importantes, das maiores igrejas particulares, das dioceses mais ricas (no caso dos alemães, é claro), etc. Não se enquadra em nenhuma categoria, por exemplo, a diocese de Santiago de Cabo Verde. Não é falta de respeito, é bom senso mesmo.

Que o Papa queira nomear cardeais de dioceses pequenas, localizadas no "fim do mundo", é uma prerrogativa pontifícia, mas preterir dioceses importantes e de relevo para a Igreja é colocar-se, mais uma vez, acima da própria Igreja. 

Analisando racionalmente, o arcebispo de Salvador  e primaz do Brasil - o maior país católico do mundo, por enquanto - tem muito mais precedência que o Bispo de Tonga. Entretanto, dom Murilo Krieger não foi feito cardeal, mais uma vez.

Não sei o que se passa na cabeça do pontífice quando decide seus novos cardeais. Talvez pense "quem é o mais desconhecido de todos? Que país está mais perdido no mapa?" e, pabum!, escolhe o bispo de Addis Abeba, na Etiópia. Talvez faça isso com a ajuda de um grande globo, girando-o e repousando seu dedo ao acaso. Não sei! Mas o que sei é que as nomeações e, especialmente, as não nomeações custarão caro o Papa que, penso eu, se acha inalcançável por qualquer ressentimento.

Mais uma vez os EUA foram preteridos na criação de novos cardeais. Com a ótica típica de um pensamento terceiromundista ou bairrista, Francisco se diverte criando cardeais os bispos que o mundo até então nem sabia que existiam. Outros, por sua vez, esperam.

Francisco, embora tenha vindo do fim do mundo, se esquece que o mesmo é redondo e dá voltas.

O que virá a seguir? O que sairá desse conclave cada vez mais "exótico", repleto de figuras do fim do mundo? Não sei... só sei que o fim está próximo!

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

2015, o Ano da Vida Consagrada e a falência dos Franciscanos

Em 2015 celebra-se em toda a Igreja o "Ano da Vida Consagrada". Neste ano o Papa Francisco, através da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, "convida-vos a refletir sobre o tempo de graça que nos é dado viver".

O documento inicial deste ano, publicado com as rubricas do próprio Prefeito, João Braz de Aviz, e do seu fiel colaborador, José Rodrigues Carballo, apresenta de forma nada acidental a figura de Francisco de Assis já nos primeiros parágrafos. E quem poderia imaginar que, às vésperas do começo desse ano da Vida Consagrada, seriam justamente os franciscanos o símbolo mais gritante do modelo falido que a dupla Aviz-Carballo quer apresentar para toda a Igreja.

Recentemente o mundo católico foi surpreendido, ou talvez nem tanto já que os veículos de informação não se dignaram a reportar pelo mundo tal notícia, pela falência da cúria dos Frades Menores que se deu por  operações "financeiras opacas, por conta da reestruturação de um hotel em Roma, com vistas ao Vaticano". "O escândalo, que saiu em Panorama (18 de dezembro), teria explodido em outubro. Os investimentos, escreve o vaticanista do semanário, Ignazio Ingrao, remetem ao período em que era superior dos frades menores José Rodriguez Carballo, hoje secretário da Congregação para os religiosos. Está sob acusação o ex-ecônomo geral, o Fr. Giancarlo Lati, que foi demitido juntamente com alguns conselheiros.".

O arcebispo Carballo, como fez bem em nos lembrar o blog Fratres in Unum, foi a primeira nomeação de Francisco para a Cúria Romana como secretário da Congregação para os Religiosos. O mundo progressista amou de imediato a nomeação de Carballo, tecendo elogios mil a sua pessoa e ao Papa. Carballo é  "natural de Espanha, foi ministro da Província Franciscana de Santiago de Compostela, presidente da União dos Frades Menores da Europa e mestre dos jovens em formação".

Se analisarmos superficialmente o currículo de Carballo, vemos que o digníssimo 119.° sucessor de São Francisco de Assis é um completo desastre. Além da falência e das operações financeiras escandalosas, o arcebispo assistiu passivamente ao desmoronamento dos franciscanos na sua própria terra natal.

Franciscanos espanhóis reunidos em Madri. Reparem na "juventude" dos irmãos.

No último dia 29/dez os remanescentes das províncias franciscanas de Bética, Castilla, Cataluña, Cartagena, Granada, Valencia e a Custodia de San Francisco Solano, muitas delas centenárias, se reuniram em Madri para formalizar o processo de fusão que levará o país a ter uma única província. Segundo o comunicado, a nova província contará com aproximadamente 400 religiosos, a maioria bem acima dos 60 anos.

É escandaloso que Carballo seja secretário da Congregação que, de alguma forma, deveria tentar incentivar o crescimento e progresso das comunidades religiosas. Seu passado o desqualifica para a função! Pode ser escandaloso, mas é antes de tudo sintomático.

Carballo e Braz de Aviz, além de Francisco (o Papa, não o Santo), possuem uma visão muito diferente da vida religiosa. Seu magistério sobre a vida consagrada "significa renovar a vida segundo o Evangelho, não no sentido de radicalidade entendida como modelo de perfeição e, muitas vezes, de separação". Na prática isso quer dizer aderir, de alguma forma, à mundanidade e apresenta o regular como secular. O resultado prático desse magistério é a derrocada que vemos e noticiamos: milhares de conventos e mosteiros vazios, já que o religioso atual não deve se separar seja lá do que for, muito menos do mundo; religiosos e religiosas vivendo uma vida escandalosa e diametralmente oposta ao carisma dos fundadores, já que devemos entender a vida evangélica não "no sentido de radicalidade entendida como modelo de perfeição". É claro que tal crise não se originou com Francisco ou Carballo, sendo ambos religiosos (o primeiro, jesuíta, e o segundo franciscano), antes os dois a personificam perfeitamente.

De posse desse "magistério" apresentado pela trinca Bergoglio-Carballo-Aviz, entendemos com muita tranquilidade, por exemplo, o ódio visceral que os três sentem pelos Franciscanos da Imaculada. A congregação dos filhos da Imaculada é um anti-magistério, se posiciona como antítese a tudo aquilo que os três pregam e entendem como modelo de vida religiosa. Por isso deve ser esmagada de forma impiedosa.

2015 pode ser o ano da vida consagrada falida em todos os sentidos - financeiro, estrutural, vocacional e espiritual. Um ano que deveria colocar os secretários e membros da Congregação debruçados sobre o projeto de vida religiosa que deu errado, reavaliar e conduzir os religiosos por um novo caminho. Isso acontecerá? Claro que não! Bergoglio-Carballo-Aviz não possuem a capacidade crítica para enxergar o erro! Pelo contrário, insistem e persistem.

O documento para o ano da Vida Consagrada tem por título "Alegrai-vos". O mais justo, entretanto, seria "Arrependei-vos".

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Novos rumos no Opus Dei

(Eulogio López - Hispanidad  | Tradução blogonicus) - Oficialmente os fatos são estes: mons. Javier Echevarría, prelado do Opus Dei, anuncia sua retirada paulatina e nomeia como auxiliar o Mons. Fernando Ocariz (foto), até agora vigário da Obra. E este é substituído como vigário geral pelo atual responsável pela obra na Argentina, Mons. Mariano Fazio.
(...)Como em todas as razões oficiais, tudo nos revela a verdade, nada mais que a verdade, mas não toda a verdade.
Para que seja toda a verdade, necessitamos destacar que o Papa Francisco comunicou ao mons. Echevarria numa mensagem muito portenha: cuide da sua saúde. É o mesmo quando um britânico ouve de seu chefe que é já é hora de cuidar melhor do seu jardim.
(...) E como dom Javier Echevarria é um cristão obediente aos seus superiores, imediatamente começou a sua retirada, com as ditas nomeações.
(...) Foi o próprio mons. Fazio quem entregou  o novo "organograma" a Francisco, a quem este respondeu: "Eu não pedia tanto...". Não se sabe se pedia tanto, mas alguns suspeitam que pedia algo mais. Não pedia que o espanhol Fernando Ocáriz, 69 anos, sucedesse a Echevarría, mas que o fizesse o próprio mons. Fazio (54 anos).
E isso posto, o assunto adquire um outro tom, ligeiramente mais cinza, se o Papa Francisco decidir dilatar a nomeação, como bispo, de Ocáriz.



(Cesáreo Marítimo - Blog Germinans Germinabit | Tradução blogonicus) - O novo vigário geral da Prelazia do Opus Dei é argentino e amigo do Papa Francisco. Suponho que se trata de alinhar o Opus Dei aos novos tempos da Igreja. Possivelmente o mesmo Papa influenciou nesta nomeação. E como em toda nomeação em que se movem instâncias de poder, o novo Vigário Geral, mons. Mariano Fazio (foto acima), atraiu sobre si os focos de todo tipo de informativos. E, evidentemente, se tira da hemeroteca para definir o personagem.

Se está dando nestes dias uma ampla circulação de um artigo que escreveu mons Fazio no Clarín há três anos. O parágrafo mais chamativo desse artigo, e que suscita mais comentários, é o que segue: "Vivemos dias de busca, nos quais palavras como indignação, revolta, manifestação, insatisfação, possuem uma ressonância especial. A sociedade de consumo não logra saciar o homem e os jovens a denunciam. Esse é o nosso eclipse. Entretanto, os homens e as mulheres de hoje não renunciam aos grandes ideais, queremos gritar com força o mesmo que há tantos anos "Liberdade, igualdade, fraternidade!". Não queremos ceder ao cinismo ou ao conformismo".

Tem cabimento colocar em questão a idoneidade deste monsenhor por ter escrito estas palavras? A tristeza, uma verdadeira tristeza, é que tenhamos que lamentar essas palavras de mons. Fazio, porque são nada mais e nada menos que o grito de guerra do Iluminismo contra a Igreja.


***
Sem dúvida há um efeito Francisco circulando pela Igreja. Não é, nem de longe, uma redescoberta da
fé ou uma corrida em massa aos sacramentos, como quer pintar alguma mídia, secular ou não, quando fala do pontífice argentino.
O verdadeiro efeito Francisco é sentindo nas comunidades tradicionais ou de perfil mais conservador. As pequenas, o Papa esmaga sem pestanejar; as grandes, como o Opus Dei, vai mudando aos poucos através de manobras e promoções de clérigos afinados com o seu estilo pessoal.

sábado, 20 de dezembro de 2014

Mais um bispo conservador na mira? Mais um...


Já vimos o filme antes: o protagonista é sempre um Bispo conservador, fiel ao catecismo e à Doutrina da Igreja, sóbrio na liturgia e, em alguns casos, incentivador público da missa antiga. Os seus antagonistas são meia dúzia de leigos progressistas que o acusam de retrógrado, involuído e clamam aos céus - leia-se Vaticano - pela remoção do prelado.

Nos tempos do franciscanismo bergogliano já vimos pelo menos cinco bispos conservadores caindo. O seu antigo desafeto, Dom Rogelio Livieris, de Ciudad del Este; Dom José Luis Mollaghan, que foi removido para um cargo que não existe até hoje; o cardeal Piacenza que caiu pouco tempo depois do conclave; o cardeal Burke, cuja remoção foi apenas um detalhes depois de meses de humilhações; Dom Franz-Peter Tebartz-van Elst, conhecido como "bispo de luxo", mas um sólido conservador. Não contabilizamos o bispo italiano de Albenga-Imperia, Dom Mario Oliveri, que ainda não caiu oficialmente, mas que se encontra na mira de Francisco e espera apenas que o pontífice puxe o gatilho.

Agora é a vez do bispo de Liechtenstein, dom Wolfgang Haas, um conhecidíssimo padrinho do motu proprio Summorum Pontificum, receber de uma parcela ínfima do laicato da sua diocese as mesmas acusações.

Reproduzo uma matéria da agência da FSSPX, DICI

Seguindo o exemplo do movimento suíço "Ça suffit!" (Basta!) da diocese de Chur, uma associação de leigos de Liechtenstein está colocando pressão no arcebispo de Vaduz para que faça a diocese "evoluir". Pelo 17º aniversário da diocese, a associação "Pour une Eglise ouverte" (Para uma Igreja aberta) publicou em 4 de dezembro, nas colunas dos jornais locais, uma carta aberta ao ordinário do distrito, bispo Wolfang Haas, antigo bispo de...Chur. Nesta carta, os "fiéis" consideram "urgente para a Igreja em Liechtenstein se posicionar claramente ao lado do Papa Francisco e apoiar os seus projetos de reforma". De forma concreta, ela reprova a arquidiocese por não consultar os leigos durante a preparação para o Sínodo sobre a família de outubro passado. A associação teria apreciado "se as bases" pudessem se expressar sobre os temas do casamento e da sexualidade. "Mesmo hoje a arquidiocese permanece em silêncio" lamenta o autor da mensagem. "E a vontade do Sínodo é que esses temas sejam discutidos nas comunidades locais".
A associação ainda considera que a arquidiocese "tem muitos padres incardinados" (aproximadamente sessenta). E muitos deles não são "suficientemente qualificados". "Nós pedimos uma reavaliação dos quadros da arquidiocese e que o envolvimento pastoral esteja mais disponível para os assistentes, catequistas e diáconos permanentes" declarou a associação. Em outras palavras: menos padres, mais leigos. 
Os autores da carta-manifesto estão atentos à forma como o jogo deve ser jogado para uma eventual remoção do bispo. Sabem que argumentos, hoje, com Francisco, têm mais peso que a doutrina ou a ortodoxia. Jogam com a "evolução", ou seja, a diocese é atrasada ou quem sabe "cripto-lefebvrista"? Jogam com a participação dos leigos, com o sínodo e, por último, contrapõem a arquidiocese ao Papa quando pedem que a mesma se posicione "claramente ao lado do Papa Francisco". Os manifestantes não acusaram, ainda, o bispo de mau uso dos recursos financeiros da diocese - este sim um crime gravíssimo aos olhos de Bergoglio.

Está aberta de fato a temporada de caça aos bispos conservadores. E a matilha é formada por aquela meia dúzia de leigos grisalhos insatisfeitos, saudosistas da década de 70 e inconformados com os pontificados de João Paulo II e Bento XVI, que agora enxergam em Francisco um revival de antigas e obscuras forças. E lembrem-se: este é apenas o segundo ano de pontificado!

sábado, 6 de dezembro de 2014

Foto do dia: Ciudad del Este depois da intervenção bergogliana


Na foto acima Mons. Ricardo Valenzuela, Administrador Apostólico da diocese de Ciudad del Este, visita os membros da Comunidade Missionária de Jesus.
Depois da infame intervenção ordenada pessoalmente pelo papa Francisco, a diocese teve seu bispo removido em tempo recorde - o que prova por A mais B que a intervenção foi apenas uma encenação apresentada pelo papa e seu cardeal espanhol Santos Abril - e um novo prelado nomeado. Sobre isso já falamos aqui.
Reparem na imagem. Os membros da Comunidade ainda se encontram profundamente marcados pelo espírito que o antigo bispo, o corajoso Mons Rogelio Livieris, lhes deixou. Um espírito que não é outro senão aquele da Igreja Católica de sempre, autêntica missionária e seguidora de Jesus.
Reparem que o Administrador Apostólico, que representa o Papa no governo de uma diocese sem bispo instalado, é o retrato daquela igreja falida da década de 70, a mesma que encontra em Francisco o seu autêntico representante.
Este é o retrato verdadeiro do falado efeito Francisco. Não se trata de renovação, mas de um movimento reacionário da velha guarda, embolorada e moribunda, que se amotinava nos porões ou catacumbas, como fez Dom Helder, contra tudo aquilo que era católico.

sábado, 22 de novembro de 2014

Reforma da Cúria. Round 2 das pancadas franciscanas.


Em julho deste ano escrevi um texto com o título "A Reforma da Cúria é tão ruim quanto os seus reformadores", do qual destaco alguns trechos:

(...)Francisco não sabe lidar com a Cúria porque carrega um grande preconceito contra ela desde os tempos de bispo diocesano. E os cardeais escolhidos por ele para o grupo de estudo compartilham a mesma opinião negativa sobre a Cúria, alguns mais outros menos. Não se trata de uma reforma, mas de uma revanche.
(...)
(...)o objetivo não é, nem de longe, melhorar a Cúria, mas destruí-la por completo. Uma cúria fraca pede conferências episcopais fortes, e Maradiaga está dizendo que é justamente isso o que vai acontecer.
(...)
De qualquer forma, estamos na iminência de uma catástrofe. O sínodo para a família no próximo outubro é uma antecipação necessária para a reforma da cúria. Veremos no Sínodo - Deus nos livre! - um embate de cardeais e bispos sobre os divorciados. Sem perder tempo para que os conservadores da cúria se recuperem do sínodo, vem imediatamente a reforma da cúria. Um golpe depois do outro.

Francisco e sua trupe de cardeais estão novamente com os olhos voltados para a cúria. O sínodo, em sua primeira etapa, cumpriu uma missão fundamental - identificar as cabeças da resistência ao "admirável pontificado novo", fundado sob a rocha arenosa de Jorge Mario Bergoglio. Alvo identificado, só resta neutralizá-lo. A tal "derrota" sofrida por Bergoglio e Kasper é apenas uma consequência negativa da identificação da liderança conservadora, mas não deixa de incomodar o papa argentino.

Agora mesmo o blog Fratres in Unum publica um texto de Tosatti, um vaticanista que vem se destacando e ocupando um lugar anteriormente reservado a Tornielli, intitulado "Grandes mudanças à vista na Cúria." Você deve ler o breve post por inteiro.

Com base no texto do Tosatti-Fratres, confirmo aquilo que até o momento apenas havia especulado também numa outra postagem (O Papa-Sol. A Igreja Sou EU!), onde escrevi:
Maradiaga, o vice-papa, poderia ser nomeado para algum cargo na Cúria Romana. Francisco precisa de um nome forte em Roma, porém inteiramente devotado ao projeto bergogliano, e na face desta Terra não há ninguém mais fiel ao processo revolucionário de Bergoglio que o cardeal arcebispo de Tegucigalpa Oscar Maradiaga.
Segundo Tosatti: Crê-se que Maradiaga seria o comandante de uma nova “super congregação”, que abarcaria o Conselho Justiça e Paz, o Conselho para os Migrantes, o Conselho Cor Unum, a Academia para a Vida e o Conselho para os Operadores Sanitários, bem como um quinto secretariado para o Direito das Mulheres.

O objetivo da reforma, repito, é a eliminação de cardeais curiais através da fusão de congregações e conselhos, resultando num peso menor desses prelados, de linha sempre mais conservadora que os bispos e cardeais residenciais, num inevitável conclave ou nos sínodos. A maioria dos cardeais da cúria participa automaticamente dos sínodos por força do cargo que ocupam. Francisco não quer que o sínodo de 2014 se repita em termos absolutos (derrota preliminar do teorema Kasper) e o seu processo revolucionário, agora, não pode encontrar resistências tão inquebrantáveis ou contestações tão fortes.

Os poucos cardeais que restarão na Cúria de Francisco serão prelados de segunda linha, como Stella ou Baldisseri, mas totalmente subservientes e obedientes aos caprichos e planos do Papa-Sol. A Cúria, que antes reunia os bispos "top de linha", os melhores e mais bem preparados, ficou para a história. Cardeais de peso e com grande expressão como Burke, Canizares, Castrillon Hoyos, Ruini, Medina Estevez, Ratzinger ou mesmo Ré e Sodano, gostem ou não dos dois últimos, não serão mais vistos em Roma.

Acredito que depois da aniquilação reforma da Cúria teremos também, é claro e natural, uma reforma do colégio de cardeais. Querem apostar? Francisco já não se sente obrigado a obedecer qualquer regra na nomeação de novos purpurados, esquecendo sedes que por direito adquirido ao longo da história da Igreja deveriam ter cardeais no comando (Lisboa e Veneza). Um antigo desejo progressista, daquela turminha endiabrada de 1970/80, era que os presidentes das Conferências Episcopais elegessem o papa. Um desejo que, se Deus permitir um pontificado franciscano mais longo do que 5 anos, se tornará realidade.

Quem viver, verá!

sábado, 15 de novembro de 2014

Papa escolhe novo bispo de Ciudad del Este

O Papa Francisco nomeou hoje o padre Heinz Wilhelm Steckling (foto), até agora reitor do seminário dos Oblatos de Maria Imaculada em Assunção, como novo bispo de Ciudad del Este.

Pelo menos na mídia pouco se sabe sobre o sucessor de Dom Rogelio, mas acredito que mais e mais informações começarão a aparecer, sobretudo pelo histórico recente envolvendo a diocese paraguaia. Sabemos apenas que o novo bispo é alemão, o que não é um bom sinal, e já foi superior dos Oblatos de Maria Imaculada de 1998 a 2010.

A rapidez na substituição de Dom Rogelio demonstra, com ainda mais clareza, que o processo de remoção do bispo já estava decidido de antemão - e nós sempre afirmamos isso - sendo a visita do cardeal Santos Abril apenas uma grande encenação.

Bergoglio sempre considerou o ex-bispo de Ciudad del Este seu grande desafeto e, mesmo depois de subir ao trono petrino, demonstra não ter a capacidade ou a grandeza de espírito para superar pequenezas, punindo com punhos de ferro aqueles que em tempos idos lhe foram desfavoráveis ou contestadores.

Acredito que já naquela noite, na sacada de São Pedro, depois de ouvir seu nome anunciado ao mundo e contemplar em silêncio a multidão, Bergoglio já tinha uma lista de cabeças a cortar e uma estratégia que deveria ser seguida com a eficiência e a disciplina tão características da Ordem a qual pertence. Será que Bergoglio, a exemplo da personagem de George R. R. Martin, Arya Stark, repete os nomes dos seus inimigos antes de dormir para não esquecê-los? É possível... Francisco não esquece, Francisco não perdoa! E a janela continua aberta...

domingo, 9 de novembro de 2014

O Papa-Sol. A Igreja Sou EU!


Há neste pontificado de Francisco muitas características interessantes, ainda que tristes, que nos remetem ao jogo político bolivariano apresentado pelas lideranças seculares na América Latina.

Este pontificado se apresentou como a grande reinvenção da misericórdia, como se a Igreja não fosse misericordiosa nos dois mil anos precedentes, do amor aos pobres e da simplicidade absoluta. Toda essa imagem foi construída de forma propagandística, também através da pena de jornalistas de esquerda e do martelo ideológico de alguns padrecos e bispos saudosistas da Teologia da Libertação, mas sobretudo através do engenho pessoal de Bergoglio. Como não pensar na imagem de Chavez, Mujica ou Lula, é claro, igualmente manipuladas pela mídia que fez de cada mandatário um novo "pai dos pobres", um messias político que promete o paraíso na Terra.

Mas da mesma forma como sabemos que Mujica, Kirschner, Morales, Maduro, Lula ou Dilma não estão ou mesmo nunca estiveram preocupados com o bem estar da sociedade ou dos mais pobres, mas apenas desejam transformar a sociedade para instalar por essas plagas um projeto hegemônico de poder, unipartidário e inquestionável, Francisco está francamente comprometido com a transformação da Igreja.

A mídia de nariz sujo da América Latina ainda incensa o pontífice, pintando o Papa argentino como um construtor de pontes (daí vem a palavra "pontífice") não mais entre o céu e a Terra, mas entre os desejos sociais e a estrutura da Igreja; o Corpo Místico de Cristo se foi restando apenas a "estrutura" e esta pode e deve ser modificada. Mas há uma outra mídia, mais comprometida com a verdade dos fatos e que se localiza habitualmente nos países desenvolvidos, que vem torcendo o nariz para Bergoglio. Nos periódicos italianos já há uma unanimidade entre os vaticanistas contra Bergoglio. Não se trata de uma oposição pela oposição, como diria Marina Silva, mas de uma resistência aos métodos nada santos empregados pelo Papa para mudar aquilo que não pode ser mudado - a doutrina da Igreja.

Blogs que antes tentavam construir um caminho de unidade entre Bergoglio e os papas anteriores desistiram da empreitada. O mais famoso deles, o blog do Pe. Z., até cunhou uma frase de impacto: "lendo Francisco através de Bento (XVI)". Já faz algum tempo que o Pe. Z. removeu o banner com a frase.

Nos acostumamos com o conceito de "hermenêutica da continuidade" apresentado por Bento XVI e esperávamos que Bergoglio, por mais diferente que pudesse ser de Ratzinger, seguisse por essa via. Não seguiu. Pelo contrário, Francisco se torna cada dia mais um exemplo vivo daquela descontinuidade, da desconstrução das certezas dogmáticas e da "bagunça", uma verdadeira ruptura agressiva.

O Papa-Sol

Francisco é, de longe, o pontífice mais absolutista da história. Seus discursos iniciais estavam marcados por um forte apelo à colegialidade, ao modo sinodal de governar a Igreja. Eram discursos verdadeiramente revolucionários, mas que tinham uma base elementar no Vaticano II. Contudo, Francisco tem uma ideia muito peculiar sobre como conciliar o modelo sinodal com a potestade pontifícia: os padres sinodais só têm voz se esta for um eco da própria voz de Bergoglio.

Francisco procurou, através do último Sínodo dos Bispos em Roma, ter a sua agenda de revolução doutrinal endossada pelos padres sinodais. Para isso, de forma muito articulada, colocou o cardeal Kasper para introduzir o tom da discussão - a comunhão aos divorciados em segunda união. Kasper atuou como um verdadeiro boi de piranha, atraindo para si as críticas e mostrando para Francisco quem eram os críticos.

Vários cardeais se levantaram contra o "teorema Kasper". Artigos em jornais e revistas foram publicados, livros escritos.  Cardeais conservadores expressavam seu desprazer com a ideia, amplamente divulgada, que a Igreja modificaria sua doutrina.

Francisco então tentou organizar o Sínodo de forma a neutralizar opositores, dispondo peões como num elaborado jogo de xadrez. Entra em cena o segundo "boi de piranha" do Papa, o cardeal Baldisseri. Como secretário do Sínodo, junto com o arcebispo progressista Bruno Forte, Baldisseri cria um ambiente de completa censura aos dissidentes, ocultando pronunciamentos, manipulando a tribuna e entregando um "relatio" completamente inédito. A revolta dos padres sinodais, sobretudo os da África e Ásia, foi evidente e permitiu que a crise se tornasse pública. Vários jornais falaram numa derrota de Francisco e deram espaço ao questionamento das até então incríveis capacidades gerenciais do papa jesuíta.

No discurso de encerramento do Sínodo, Francisco, o "Papa-Sol", lembrou a todos os presentes que, neste pontificado, "A Igreja sou eu". Citou de forma clara o cânone 749 no qual se afirma que o Papa é "Pastor e Doutor supremo de todos os fiéis" e goza "da potestade ordinária, que é suprema, plena, imediata e universal na Igreja" (cf. cânn. 331-334). Para bom entendedor, meia palavra basta, e o recado foi dado!

A Defenestração de Burke

Um líder da oposição dentro do Sínodo, embora rejeite categoricamente este rótulo, o cardeal americano Raymond Burke, então prefeito da Signatura Apostólica, foi a primeira vítima dos ajustes do pós-sínodo.

O tema do sínodo era (é) a família e questões de ordem canônica foram (serão) discutidas. Mas o prefeito da mais alta côrte da Igreja, o chefe do Direito Canônico, só participou do Sínodo "ex-oficio", ou seja, uma participação automática. O cardeal Burke não foi convidado pessoalmente pelo Papa, nem mesmo ocupou alguma posição de liderança oficial na estrutura do Sínodo, como era de se esperar.

Burke foi nomeado ontem, depois de muita especulação, como Soberano da Ordem Militar de Malta, cargo honorífico e reservado aos cardeais aposentados. Burke, com 66 anos, está bem longe da aposentadoria.

Mas Francisco foi muito inteligente ao fazer o Sínodo para a Família em duas etapas. Burke, a grande figura conservadora, está fora da segunda assembleia do sínodo que se reunirá em outubro de 2015. Com absoluta certeza outros cardeais opositores estarão igualmente fora do embate final. Francisco não esquece, Francisco não perdoa!

Humilhação aos EUA

Com a saída de Burke a Cúria Romana perde o único prelado norte-americano num cargo de chefia. A Igreja dos EUA é poderosa e influente, sempre contando com algum bispo ou cardeal num alto posto da administração eclesial. Com Francisco isso parece não ser o caso.

Basta lembrar que no último consistório para a criação de novos cardeais, Francisco ignorou os EUA completamente. Pela primeira vez em mais de cem anos os EUA estavam fora do consistório.

Francisco também nomeou para Chicago, sede do arcebispo mais influente dos EUA e um nome profundamente ligado a João Paulo II e Bento XVI, Francis George, um prelado de segunda linha, sem expressão nacional, mas afinado com a "misericórdia" de Francisco e um "yes man".

A elevação de padres e bispos do segundo ou mesmo do terceiro escalão à posições proeminentes parece ser a marca deste pontificado. Começou na Cúria, com a nomeação relâmpago de Stella como substituto de Piacenza e agora se espalha para as dioceses do mundo. Talvez - e aqui é uma teoria pessoal - a elevação prelados medíocres em detrimento de outros mais bem preparados é uma estratégia de longo prazo para que as reformas bergoglianas passem com facilidade até as estruturas mais fundamentais da Igreja - as paróquias e capelas. Foi dessa forma que Bergoglio modelou a Igreja na Argentina, com bispos mal formados e pouco habituados à defesa da doutrina, e está ai o resultado...

O que sabemos, entretanto, é que João Paulo II e Bento XVI deixaram os EUA com bispos muito conservadores e, graças a Deus, jovens. As grandes lideranças dos EUA, na sua maioria, são relativamente jovens - Samuel Aquila (64), William E. Lori (63), José Gomez (62), Thomas Wenski (64), Alexander Sample (54), James Sartain (62), Salvatore J. Cordileone (58) e até mesmo o cardeal Dolan (64), embora este último esteja bem longe de ser um tradicionalista ou mesmo conservador, ele levantou duras objeções durante o Sínodo. Ou seja, será muito difícil para Francisco modificar muito rapidamente a linha conservadora dos EUA. É claro que o "Papa-sol" poderá criar uma infinidade de cargos honoríficos ou despachar uma dezena de "visitas fraternas" aos arcebispos americanos para, de forma arbitrária e humilhante, se livrar deles... afinal "A Igreja é Francisco".

Do ponto de vista meramente político, negligenciar a Igreja norte-americana é um erro estratégico grave que pode trazer ainda mais problemas ao Papa, ou mesmo a antecipação da sua renúncia.

E o que vem por ai...

É muito difícil e arriscado prever o futuro. Podemos traçar linhas conjecturais, podemos especular somente.

Esperamos para antes do próximo Sínodo uma reformulação mais acelerada na Cúria. Nomes de influência já se foram, com a remoção de Cañizares do Culto Divino e agora de Burke da Signatura Apostólica. Os únicos prelados "com luz própria" são Müller, da Doutrina da Fé, e Pell das Finanças Vaticanas. Ambos se colocaram como opositores da trinca Kasper-Baldisseri-Francisco no sínodo.

Faço apenas algumas especulações:

Maradiaga, o vice-papa, poderia ser nomeado para algum cargo na Cúria Romana. Francisco precisa de um nome forte em Roma, porém inteiramente devotado ao projeto bergogliano, e na face desta Terra não há ninguém mais fiel ao processo revolucionário de Bergoglio que o cardeal arcebispo de Tegucigalpa Oscar Maradiaga.

Francisco precisa, ainda, lidar com a oposição na própria Itália. Para tanto, a substituição de Caffara (76), arcebispo de Bolonha e um dos autores do livro que criticava as propostas de Kasper, é importantíssima e estratégica. Recentemente Francisco fez algumas alterações na legislação da renúncia dos prelados com mais de 75 anos, obrigando-os a apresentar ao Papa sua demissão. É possível que Galantino, o bispo que não gosta que católicos rezem em clínicas de aborto, suba até o arcebispado de Bolonha.

Posso estar enganado, mas não acredito que Piero Marini será o próximo prefeito do Culto Divino. Seria um problema a mais na já conturbada agenda de Francisco e o ex-cerimoniário e ex-secretário de Annibale Bugnini já conta com 72 anos. É possível que um nome totalmente inesperado e mais jovem, alçado do segundo escalão, assuma a Congregação. Porém será um nome Bugniniano e crítico da missa antiga e do Motu Proprio. Disso não tenho dúvida!

Conclusão

O importante é que todos acordaram para este pontificado. Estão vendo um processo claro de desconstrução da Igreja através das mãos do Papa Francisco. Até mesmo jornais católicos, redes de TV católicas (nos EUA, é claro...) percebem que há algo errado com este pontificado.

Comparam Francisco ao Papa Paulo VI. Não acho a comparação justa.
O Papa Montini permitiu que seu pontificado fosse sequestrado por progressistas, sendo ele mesmo simpático a muitas, mas não todas, das suas ideias revolucionárias. Paulo VI pecou pela falta de decisão, por ser o "papa Hamletiano" e por confiar e dar poderes demais aos seus colaboradores. Francisco é justamente o oposto - todas as decisões partem dele e ele não confia em ninguém além de si mesmo. Francisco não tem colaboradores, tem executores.
Paulo VI foi o papa sem personalidade enquanto Francisco é o papa mais personalista que existe.

sábado, 27 de setembro de 2014

Dom Rogelio removido

Estou completamente afastado do blog, como vocês perceberam, mas uma notícia tão importante quanto esta não poderia passar se um comentário.
Depois de anos planejando a remoção de Dom Rogelio Livieris da sua diocese de Ciudad del Este, o cardeal Bergoglio, no seu novo personagem de "Papa Francisco, o humilde", finalmente reuniu todas as condições para ver o seu "plano" realizado.
Em 25 de setembro, a Santa Sé informa ao mundo que o bispo de Ciudad del Este não é mais pastor desse rebanho. Como bom bispo que é e sempre foi, obediente a Cristo e, naturalmente, ao Seu Vigário, Dom Rogelio reconheceu pública e pacificamente a remoção.

Será que resta alguma dúvida? Será que ainda precisamos de mais algum sinal para compreendermos qual é o plano do Papa Francisco? Claro que não! As pedras da rua já sabem, mas alguns ainda insistem em negar.

Agora, diante deste grave ato, apelam para uma argumentação jurídica, já que não conseguem encontrar um único motivo - um só! - para a remoção que Dom Rogelio que não seja a destruição de tudo aquilo que é tradicional ou conservador. Afirmam, os neocanonistas, que o Papa é o Papa, que seu poder lhe permite por e dispor dos bispos. E quem disse o contrário? Tal argumento serve apenas para desviar a discussão. Não estamos interessados em saber sobre a legalidade ou não da remoção, mas da sua motivação.

Francisco sabe a que veio e está fazendo tudo muito certinho. Bispos liberais estão subindo posições como foguetes em dia de virada de ano. Conservadores são humilhados através de remoções, rebaixamentos ou transferências.

Quando falamos em autodemolição da Igreja, o único mérito do pontificado de Francisco foi ter tornado o pontificado de Paulo VI o segundo pior dos últimos anos.

Viva o Papa [emérito]!

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Bons frutos da comunhão na mão - Mulher dá eucaristia para cachorro e é excomungada

Eis ai mais um fruto daquelas práticas inseridas a revelia da Tradição, com anuência de bispos e Papas incapazes de combater os maus costumes. Recomendamos vivamente ao sacerdote em questão que, se deseja eficazmente combater sacrilégios como esses, instale em sua paróquia as mesas de comunhão e, seguindo o exemplo de Bento XVI, ofereça a comunhão apenas de joelhos e diretamente na boca - uma prática 100% eficaz contra sacrilégio, testada pela sabedoria da Igreja ao longo dos séculos!


(Ancoradouro) Um ato de sacrilégio aconteceu neste domingo, dia 10,  na Comunidade de São Francisco de Assis e Santo Expedido, em Praia Grande, na baixada santista. Uma mulher, ao receber a eucaristia das mãos do ministro extraordinário da Comunhão coloca-a imediatamente na boca de seu cachorro.



Depois de excomungada mulher posou para fotos com o cachorro.

A notícia correu pelas redes sociais. Padre Joseph Thomas Puzhakkara conversou com o ANCORADOURO por telefone. ” Quando a ministra da eucaristia deu a comunhão, a mulher não a quis receber e imediatamente a deu para a cachorra. Eu chamei a atenção e  comuniquei que ela estava excomungada da Igreja Católica”.

De acordo com informações da fiel Silmara Vasconcelos que esteve presente na missa,  ”Toda a Igreja ficou em absoluto choque, assustada, pasmada, alguns caíram em lágrimas, com tal aberração e falta de respeito”. Segundo Silmara, a mulher fez confusão desde o início da missa até conseguir colocar o cachorro assentado em um banco da Igreja. Após o episódio a mulher continuou na Igreja e ainda fez poses para fotos.

A sanção é prevista no Código de Direito Canônico no inciso 1367. “Quem expele por terra as espécies consagradas  ou as leva ou retem com uma finalidade sacrílega, incorre em excomunhão latae sententiae [automática]*  reservada a Sé Apostólica”. Apenas a Santa Sé pode revogar a pena.

Contudo, a preocupação do padre se deu no momento seguinte. Ao Blog ele confidenciou: "Após o ocorrido, uma senhora entrou na sacristia e me disse que fazia a mesma coisa, pegava pedaços da eucaristia e a dava ao cachorro”. Como a sentença de excomunhão, nestes casos é automática, o sacerdote também comunicou à mulher “que era um sacrilégio e só o papa poderia perdoá-la”.

O sacerdote passou a fazer catequeses nas missas e meios de comunicação explicando que o absurdo não é possível. ” É o fim do mundo”, classificou o padre. A igreja fica em uma região praiana. “Já tínhamos os cuidados para evitar sacrilégios com eucaristia em missas negras e outros cultos demoníacos. Agora tem mais essa”, lamentou o padre.

domingo, 10 de agosto de 2014

Retomando. Vários comentários numa única postagem.

Estive um pouco ausente do blog por alguns compromissos de trabalho. Vou tentar comentar brevemente alguns fatos importantes que passaram longe do blog nessa ausência.

Boa Notícia 1 - Dom Fernando Guimarães é o novo bispo do Ordinariato Militar

A esta novidade não cabe muito comentário, apenas comemoração! Dom Fernando é um bispo excelente e tenho certeza que o Ordinariato receberá os bons frutos do seu episcopado.
Você consegue contar nos dedos das mãos o número de dioceses que oferecem aos seus seminaristas uma excelente formação e dá aos padres condições de uma vida espiritual e de exercício do sacerdócio realmente católicos. Conta nos dedos das mãos e ainda sobram dedos, infelizmente. O Ordinariato é um desses raros oásis no Brasil eclesio-socialista.
Então nada a se comentar, apenas agradecemos a essa (rara) boa notícia que veio de Roma.
Até o momento o site da CNBB nem noticiou a nomeação, muito menos publicou qualquer nota de felicitações ao novo Ordinário. No mesmo dia da nomeação, o site da CNBB tinha coisa mais importantes para noticiar - "Entidades debatem questão energética no Brasil". Nos dias seguintes: "Questões sobre transgênicos são apresentadas à CNBB", "Dom Guilherme destaca olhar de esperança no documento 101 da CNBB" sobre reforma agrária.

Boa Notícia 2 - Diretório para o Ministério e Vida dos Sacerdotes

A Congregação para o Clero publicou uma nova edição do Diretório para o Ministério e Vida dos Sacerdotes (aqui faço a tradução do título do documento em inglês, então me perdoem se não for o mesmo título em português). Neste documento, que busca ser realmente um guia, como o próprio nome sugere, para o exercício do ministério sacerdotal, se lê que a batina é a veste própria do ordenado e recomenda fortemente o seu uso.
É claro que o documento é apenas um documento e que é muito pouco provável que algum padre diocesano brasileiro, por exemplo, o siga. É possível que nem mesmo saiba da sua existência.
Esse diretório vaticano deveria, no mundo das regras que não são seguidas, ser a referência fundamental para todo e qualquer documento da Conferência Episcopal sobre o mesmo assunto. Deveria...
Na prática é letra morta, arquivada rapidamente numa gaveta, mas ainda sim reconheçamos que a Congregação fez um bom trabalho lembrando aos ordenados de algumas coisas. Parabéns!

Má Notícia 1 - Templo de Salomão. Jerusalém agora é no Brás.

Todo mundo ficou sabendo da inauguração do mega-templo de Edir Macedo. Autoridades políticas de grande vulto estavam presentes, uma cerimônia teatral foi conduzida para enaltecer o templo milionário.
Está materializado em cada tijolo superfaturado do Templo de Salomão do Brás a incompetência e a negligência dos bispos brasileiros. As cabeças da CNBB - de ontem e de hoje - deveriam estar nas primeiras filas do templo, assistindo Edir Macedo se proclamando sumo sacerdote.
Dom Henrique Soares foi o único bispo a abordar o assunto. Mas fica contraditório um bispo se levantar, mesmo com razão, e esclarecer que o templo de Edir Macedo não passa de um embuste sem qualquer fundamento teológico cristão e uma ofensa histórica aos judeus, e continuar participando das Assembleias da CNBB, aplicando a doutrina da CNBB e vivendo o espírito de colegialidade cnbbista. Não foi esse espírito que permitiu o Templo de Salomão? Não foram os anos de Campanha da Fraternidade, esvaziando qualquer espírito católico das nossas quaresmas, que espantaram os católicos para o redil comercial de Edir Macedo? Fica a pergunta ao bispo.
O Templo do Brás foi só o primeiro. Outras denominações pentecostais também irão demonstrar o seu poder econômico, porque é uma guerra comercial em busca de consumidores disfarçada de religião. Talvez até reconstruam uma Jerusalém completa no sertão do Cariri.

Má Notícia 2 - O comuna reabilitado por Francisco ataca João Paulo II e afirma que Fidel Castro é inspirado diretamente pelo Espírito Santo.

O Papa Francisco recentemente retirou de Miguel d'Escoto Brockmann a suspensão "a divinis" imposta pelo Papa João Paulo II quando o sacerdote nicaraguense se recusou a abandonar sua participação no governo sandinista.
A remissão da pena, embora diversa e de menor peso que uma excomunhão, não se processou verificando qualquer arrependimento público da parte de d'Escoto Brockmann, pelo contrário, este ainda se orgulha de todo o passado e recentemente fez a seguinte afirmação: "O Vaticano pode silenciar a todos, então Deus fará as pedras falarem e espalharem a sua mensagem. Mas Ele não fez isso, Ele escolheu o maior latino-americano de todos os tempos: Fidel Castro".
Sim! Embora o novo Templo fique no Brás, o profeta está radicado em Cuba! Fidel Castro, para d'Escoto, deve ser um novo arauto do Espírito Santo.
Mas quem sou eu pra julgar?

Notícia Horrorosa - Muçulmanos decapitam crianças no Iraque.
Continua o martírio dos nossos irmãos e irmãs no Iraque e alguns regiões da vizinhança. Segundo informou um cristão caldeu norte-americano a rede de Tv CNN, há uma praça em Mossul onde as cabeças de crianças são empaladas e ficam a mostra.
Milhares de homens estão sendo executados, sobretudo através da degola. A sombra do mal nunca se mostrou tão forte como no Iraque, a perseguição aos batizados nunca foi tão cruel e sanguinária.
Os EUA, reticentes desde o começo, estão considerando uma nova intervenção militar. Alguns bombardeios já foram feitos. A culpa do nascimento dos terroristas é de Obama, já que o presidente deixou o Iraque sem qualquer condição de se auto-proteger depois da guerra, para cumprir uma promessa de campanha feita ainda na sua primeira eleição.
Parece que agora o mundo começou a olhar com seriedade para o Iraque. A demora custou milhares de vidas e mais de 200 mil cristãos estão em debandada.
Continuemos a rezar sempre com mais força pelos cristãos do Iraque e pela derrota do demônio que lá  instalou seu reino de terror, um inferno na Terra.
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