sábado, 25 de junho de 2011

Foto do dia - Cadê o bispo?

Um retrato do Colégio Episcopal Brasileiro, turma 2011-2015

Na foto estão os eleitos para compor as comissões e conselhos da CNBB. Depois das eleições gerais em maio deste ano, o conselho permanente escolheu os demais membros.
A CNBB conta com 22 (vinte e dois!) dicastérios. Coloco aqui a lista com os nomes das comissões que mais nos interessam e alguns comentários.

Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé
Dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília (DF) (Presidente – eleito na Assembleia de maio/2011)
Dom Filippo Santoro, bispo de Petrópolis (RJ)
Dom Murilo Krieger, cardeal [!] arcebispo de Salvador (BA) [a CNBB já concedeu o barrete a Dom Murilo]
Dom Paulo Cezar Costa, bispo auxiliar do Rio de Janeiro (RJ)
Dom Pedro Cipolini, bispo de Amparo (SP)

A doutrina da fé da CNBB é um departamento puramente honorífico. O que sabemos dela? O que ela fez nos últimos anos? Antes era presidida pelo arcebispo de Belo Horizonte e agora pelo novo de Brasília. As duas arquidioceses estão em frangalhos do ponto de vista doutrinal.

Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia
Dom Armando Bucciol, bispo de Livramento de Nossa Senhora (BA) (Presidente – eleito na Assembleia de maio/2011)
Dom Edmar Peron, bispo auxiliar de São Paulo (SP)
Dom Fernando Panico, bispo de Crato (CE)
Penso que Dom Panico seja uma boa escolha, embora disponha de poucas informações sobre ele. Se alguém souber mais...

Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família
Dom João Carlos Petrini, bispo de Camaçari (BA) (Presidente – eleito na Assembleia de maio/2011)
Dom Antônio Augusto Duarte, bispo auxiliar do Rio de Janeiro (RJ)
Dom Joaquim Justino Carreira, bispo auxiliar de São Paulo (SP)

Um assunto tão importante na sociedade brasileira: vida e família. Não estou questionando a capacidade dos bispos da comissão, mas acredito que ela poderia ter recebido um pouco mais de atenção da CNBB como um todo. Três nomes e de bispos praticamente desconhecidos não é sinal de comprometimento com essas causas fundamentais.

Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação Social
Dom Dimas Lara Barbosa, arcebispo de Campo Grande (MS) (Presidente – eleito na Assembleia de maio/2011)
Dom Manoel Delson Pedreira da Cruz, bispo de Caicó (RN)
Dom Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)

Aqui está o arcebispo do Rio de Janeiro numa comissão sem graça, pura perfumaria. Comunicação é importante? Sim, mas não justifica dois arcebispos importantes estacionados aqui.

Comissão Episcopal de Textos Litúrgicos - CETEL
Dom Alberto Taveira Corrêa, arcebispo de Belém (PA)
Dom Armando Bucciol, bispo de Livramento de Nossa Senhora (BA)
Dom Dadeus Grings, arcebispo de Porto Alegre (RS)
Dom Geraldo Lyrio Rocha, arcebispo de Mariana (MG)
Dom Manoel João Francisco, bispo de Chapecó (SC)

A tradução dos textos litúrgicos, responsabilidade conjunta da Liturgia, Doutrina da Fé e da CETEL, parece ter se perdido em algum buraco negro. Vejam o número de prelados envolvidos nessa comissão (5+2 suplentes). Ainda sim não acredito que o trabalho será concluído. Dom Alberto e Dom Dadeus são boas opções, especialmente este último.

Conselho Nacional Pró-Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida
Dom Raymundo Damasceno Assis, cardeal arcebispo de Aparecida, presidente da CNBB (Ex-ofício)
Dom José Belisário da Silva, arcebispo de São Luís (MA) e vice-presidente da CNBB (Ex-ofício)
Dom Bruno Gamberini, arcebispo de Campinas (SP)
Dom Odilo P. Scherer, cardeal arcebispo de São Paulo (SP)
Dom Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)

Todos nós amamos Nossa Senhora Aparecida, sabemos da importância do seu santuário nacional (embora a arquitetura interna do mesmo...medonha!), mas dois cardeais, um cardeal em potencial e dois arcebispos para o Santuário? Acho muito desperdício de força.

Um comentário:

Bruno Luís Santana disse...

Da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, o primeiro nome - o de D. Petrini, o que posso dizer é o seguinte:

Ele é um bispo italiano, cabeça da recém-criada diocese de Camaçari (desmembrada da arquidiocese de Salvador há pouco tempo,e agora o território onde o mosteiro tradicional da FBMV - amiga da FSSPX - se localiza, visto que Candeias agora é integrante da neo-diocese de Camaçari).
Ele, quando padre, era muito ligado à Comunhão e Libertação, e foi durante anos bispo auxiliar daqui de Salvador. Dizem que é um homem comedido, com sensibilidade, e provavelmente alguma coisa na cabeça além da mitra. Provavelmente é conservador e mais "antenado" com a Santa Sé, e algumas pessoas creem que sua nomeação para a diocese de Amargosa provavelmente é um passo futuro para alguma arquidioces de maior importância e/ou influência.
Trocando em miúdos: ao que tudo indica, NÃO É TL, não é RCC, não é progressista e não é anti Motu Proprio (aliás, nem ele nem os outrora bispos auxiliares de Salvador o são: o primeiro - D. Josafá - agora bispo de Barreiras/BA, na época do Summorum Pontificum demonstrou muito interesse e disse a mim que comungava muito do pensamento de Ratzinger... E também não entendia porque o velho cardeal Magella era tão contrário à Missa Tradicional.
O segundo - D. Gregório - até poucos anos atrás era monge beneditino, fez o que pôde para convencer a curia a permitir a Missa Tradicional, e ele mesmo foi um dos poucos bispos a assistir a Missa Pontifical de D. Rifan no ano passado, no Congresso Eucarístico Nacional. O terceiro é o D. Petrini, agora bispo de Alagoinhas, com as informações supra citadas...

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