domingo, 30 de janeiro de 2011

Ele também deve cair

Várias dioceses católicas pelo mundo ganharam, com Bento XVI, novos bispos e, principalmente, bispos melhores que seus predecessores. Muitas dessas dioceses são Sés cardinalicias, ou seja, seus ordinários serão feitos cardeais nos consistórios futuros.
Há, entretanto, dioceses que são mais importantes que outras, mesmo no universo das exclusivas dioceses cardinalícias. Assim, Paris tem muito mais peso que Buenos Aires, por exemplo. Los Angeles é mais valiosa e influente que o Rio de Janeiro.
Na Itália, o maior grupo de cardeais do mundo, isso não é diferente. Milão é a Sé "primus inter pares" do colégio italiano. A arquidiocese é tão importante que, como comenta Paolo Rodari, seu bispo é automaticamente um papável. Podemos dizer que Milão está entre as Top 5 dioceses mais importantes do mundo ao lado de Los Angeles, NY, Westminster e Paris.
O Papa, segundo Rodari, está escolhendo com muito carinho um nome para Milão. O cardeal Tettamanzi já passou da hora de renunciar, beira os 80 anos.
Tanto na Cúria quanto fora dela há pessoas interessadas em continuar a linha desenvolvida pelo finado arcebispo Montini e exacerbada pelo "anti-papa" Carlo Maria Martini, a de um catolicismo acolhedor, aguado e insosso, se me permitem.
Dessa vez, pelo que parece, um papa não terá apenas que lidar com a pressão de bispos gananciosos pela cadeira de Santo Ambrósio (reza a lenda que Tettamanzi teria "pedido" a João Paulo II a Sé de Milão), mas uma outra força surge para problematizar ainda mais a nomeação: os novos movimentos leigos. Rodari afirma que o "comunhão e libertação" é muito forte na região.
A questão é que nomes não faltam. Bons nomes... ai já é uma outra questão.
Pelo andar das nomeações este ano, especialmente aqui no Brasil, podemos esperar, quase com certeza, a nomeação de um bispo em linha com o Cardeal Tettamanzi. Talvez um pouco mais romano, mas ainda sim uma nomeação que não nos fará soltar gritos de alegria pelo povo de Milão.
Os progressistas estão sem grandes nomes no colégio de cardeais. Seu líder, antes arcebispo de Milão, Carlo Maria Martini desapareceu da vida pública (graças a Deus). Só lhes resta o delirante cardeal de Viena.
Rezemos pelo Papa e pela Sé de Milão.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Entrevista com D. Peter Elliott

Meus comentários em Vermelho

ORDINARIATO AUSTRALIANO INCENTIVA PAZ E UNIDADE


Entrevista com Dom Peter Elliott, delegado dos bispos australianos


MELBOURNE, sexta-feira, 28 de janeiro de 2011 (ZENIT.org) - O estabelecimento de um ordinariato para os australianos que desejam entrar na Igreja Católica aumentou a esperança de uma maior paz e unidade, segundo o bispo auxiliar de Melbourne, Dom Peter Elliott.
Dom Elliott, presidente da Conferência dos Bispos Católicos da Austrália para o Ordinariato, e ele próprio um ex-anglicano, explicou a ZENIT que há um sentimento de entusiasmo e expectativa entre aqueles que desejam aderir ao ordinariato, conforme estipulado no Anglicanorum Coetibus.
O Comitê para a preparação do ordinariato australiano foi formado há apenas um mês. No próximo mês, haverá um encontro nacional para os interessados em saber mais sobre ele. Espera-se que o ordinariato seja estabelecido este ano.
Nesta entrevista com ZENIT, Dom Elliott fala sobre os desafios e as esperanças em torno deste ordinariato, seu impacto no ecumenismo e como pode ajudar os católicos a crescer na fé.
ZENIT: O senhor poderia nos falar sobre planos para o estabelecimento do novo ordinariato na Austrália?
Dom Elliott: Os planos avançam mais lentamente do que no Reino Unido. Mas a situação é mais complexa.
Em primeiro lugar, está o desafio da geografia - a Austrália tem o mesmo tamanho que os Estados Unidos.
Temos de reunir grupos que estão espalhados, inclusive isolados. Como delegado episcopal da Conferência dos Bispos, minhas milhas por voar com frequência estão aumentando rapidamente!
Depois, dois grupos muito diferentes precisam se unir: vários clérigos e leigos na oficial Igreja Anglicana da Austrália (ACA) e muitos membros da Igreja Católica Anglicana da Austrália (Traditional Anglican Communion, TAC). Os dois grupos compartilham uma herança anglo-católica, mas sua história é diferente.
Um dos frutos do ordinariato seria sua união em uma só comunidade.
ZENIT: Como se incluirá a comunidade de antigos anglicanos do Japão no ordinariato?
Dom Elliott: Esta possibilidade está apenas em seus estágios iniciais, por isso não tenho como dar mais detalhes.
ZENIT: Qual foi o sentimento geral entre aqueles que buscam fazer parte do ordinariato?
Dom Elliott: Há um sentimento de entusiasmo e expectativa entre esses anglicanos da Austrália.
Nos últimos 20 anos, eles sofreram devido a seus princípios católicos, foram confrontados e deixados de lado em graves questões doutrinais e morais. [notam alguma semelhança?]
Neste país, não havia nenhuma disposição pastoral para estas pessoas de boa vontade na Igreja oficial. [gente sendo perseguida dentro da Igreja por sua fé católica... sinto algo familiar] Tinham de aceitar a nova ordem, ou organizar-se entre eles. Até hoje são considerados injustamente como "anglicanos descontentes". [é essa imagem que se costuma criar dos tradicionalistas ou conservadores, gente insatisfeita e reacionária, contrária a tudo e todos, basicamente "gente do NÃO". Foi justamente a organização e a fraternidade estabelecida entre eles que fez o Anglicanorum Coetibus ser uma realidade]
Ao mesmo tempo, os que criaram paróquias e dioceses anglicanas independentes (TAC) sofreram rejeição e ridicularização, e fizeram muitos sacrifícios para seguir as suas consciências.
Ambos os círculos estavam começando a ver que a oferta generosa do Santo Padre significa paz e unidade. Estão estudando diligentemente o Catecismo da Igreja Católica - um bom exemplo para todos nós.
ZENIT: O senhor poderia dizer algo sobre as relações inter-religiosas com a Igreja Anglicana na Austrália? Que tipo de respostas o senhor ouviu dos anglicanos que não desejam se tornar católicos?
Dom Elliott: Em geral, as relações entre católicos e anglicanos na Austrália são boas.O ordinariato não prejudicará o ecumenismo.
No ano passado, tive a oportunidade de liderar os círculos oficiais de diálogo de anglicanos e católicos. Quando expliquei o ordinariato, houve uma resposta amistosa e cortês. Seguiu uma interessante conversa teológica, mas não houve reação negativa.
Temos de fazer distinções entre os anglicanos que não têm nenhum desejo de voltar ao catolicismo. Os evangélicos têm enviado mensagens de boa vontade. Eles acreditam honestamente que todos os anglo-católicos deveriam voltar à unidade com Roma. [só que alguns demonstram isso de uma forma nada amável, quase zombeteira]
Muitos anglicanos parecem indiferentes, acreditando que o ordinariato será pequeno, pelo menos inicialmente. Um bispo anglicano estava irritado com a oferta do Papa, mas foi rapidamente corrigido por outro bispo evangélico.
Aqui se vê o que nós chamamos de "elefante na sala ao lado" no mundo do anglicanismo, o grande número de evangélicos, especialmente em Sydney e na Nigéria, mas também em outros locais. O que farão esses comprometidos cristãos, que acreditam na Bíblia, é um mistério. Depois, quando os ordinariatos tomarem forma, esses evangélicos decidirão o futuro da Comunhão Anglicana.
ZENIT: O que isso significa para o senhor pessoalmente, como um ex-anglicano?
Dom Elliott: Eu tenho na minha vida um forte sentido do que o Beato John Henry Newman descreveu como uma "providência particular".
Minha recepção na Igreja, realizada em 1968, em Oxford, tem hoje mais sentido do que nunca. Minha tarefa é ajudar os anglicanos de tradição católica a seguir o mesmo caminho de unidade e paz em Cristo [da mesma forma como está fazendo o bispo inglês Alan Hopes].
Mas o meu lema episcopal é "Parare vias eius", ou seja, preparar seus caminhos. Estas palavras de Benedictus têm agora um significado mais profundo e mais focado.
Há também uma pontinha de tristeza; eu gostaria que meus queridos pais, o reverendo Leslie Llewelyn Elliot e June Elliot, estivessem vivos para ver esse dia. Eu sei que eles estão orando pelos ordinariatos. Não há subúrbios no céu.


****
Será que nós também precisaríamos de um "Coetibus" para os tradicionalistas? Infelizmente no Brasil ele não seria possível, pois como bem destacou o bispo Elliott, a unidade prévia dos grupos tornou possível a criação do Ordinariato. No caso dos conservadores ou tradicionalistas católicos brasileiros a desunião é o motto perene e absoluto. Até hoje eu simplesmente não consigo entender as razões, as causas e objetivos dessa falta de união. Mistério.

O teólogo Ratzinger versus o Papa

O Papa assinou um documento em 1970 que questionava o celibato
O texto foi aprovado por oito outros teólogos e enviado para os bispos alemães


Joseph Ratzinger, hoje Papa Bento XVI assinou um documento datado de 09 de fevereiro de 1970, que questionava a obrigação do celibato , enquanto avisava a "desobediência massiva de grupos de sacerdotes". O texto foi assinado por oito outros teólogos, pensadores de renome mundial como Karl Rahner, Otto Semmelroth, Karl Lehmann e Walter Kasper.

"Nossas consultas e estudos concordam sobre a necessidade de um tratamento separado da lei que institui o celibato (...) tanto a Igreja alemã para o mundo da Igreja", os teólogos escreveram em uma carta à Conferência Episcopal Alemã, para a qual atuavam como consultores em matéria de fé e moral.

O conteúdo do documento é publicado hoje em um relatório no jornal alemão Süddeutsche Zeitung, intitulado As dúvidas do jovem Ratzinger.

No texto, os teólogos repetem várias vezes que, com a sua análise, não queriam influenciar qualquer decisão. Mas o fato de se empenharem a escrever um documento deste tipo mostra que pelo menos eles próprios tinham dúvidas sobre a obrigação do celibato.

(...)

Fonte: El Pais
****

Entre Ratzinger "fase I" (padre), Ratzinger "fase II" (cardeal) há um abismo enorme. Os dois parecem realmente duas pessoas completamente diferentes. As opiniões, a teologia, a visão de mundo e de Igreja são de duas pessoas distintas.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Há um meio de unidade entre nós?

Já escrevi várias vezes sobre isso no meu antigo blog. Só que dessa vez não vou escrever muitas linhas. Tenho duas perguntas para os leitores deste blog e gostaria que todos os que estão lendo estas linhas pudessem me responder.

1 - O Brasil amarga resultados péssimos na aplicação do Motu Proprio Summorum Pontificum. Na sua opinião o que falta para melhorarmos esses números e a qualidade das missas tradicionais no país?

2 - É fato também que os católicos da asa direita da Igreja (tradicionalistas, conservadores, etc, etc, etc), embora empenhados na promoção dos valores autenticamente católicos num país onde o catolicismo é cada vez mais raro, não estão engajados ou organizados suficientemente. Parece que essas mesmas pessoas estão contentes em criticar uns aos outros e os demais através da rede de computadores. Na sua opinião, é possível hoje superar essas características e criar um trabalho conjunto? Se sim, de que forma?

Eu gostaria de ouvir a opinião sincera de cada um.

Thiberville, FSSPX, Assis 3, a Cúria, etc

Este ano de 2011 não começou nada bem para os católicos tradicionais. Nuvens pesadas no horizonte indicavam tempestade e, com ela, um balde de água fria desabou sobre nossas cabeças.

O blog dos nossos amigos de Curitiba, o "S. Pio V", nos fez o precioso trabalho de traduzir um texto excelente sobre as recentes posições, um tanto complicadas, adotadas por alguns expoentes da Fraternidade Sacerdotal São Pio X. Recomendo a leitura integral do texto.

As posições desses ilustres sacerdotes, conhecidos pela firme defesa da fé, são tristes. Demonstram que, infelizmente, ainda repousa na Fraternidade um espírito de cisma. Digamos com sinceridade e não é ofensa alguma à alma de Dom Lefebvre dize-lo. Mesmo quando vivo, Dom Lefebvre precisou lidar com essa espinhosa tarefa: combater o sedevacantismo. E o que o Pe. Régis de Cacqueray prega, embora não seja um sedevacantismo propriamente dito, é algo na prática que vai na mesma direção e atinge o mesmo objetivo.

Acredito que a Fraternidade, por incrível que pareça, adotou uma posição muito, mas muito semelhante a da Cúria Romana. Vemos na Cúria um festival de "disse e não disse" que chega a dar medo e isso acontece agora com os padres de Econe. Vejamos na prática:

Original aqui:
Em 23 de dezembro de 2010, Dom Fellay, encontrando-se em Nova Caledônia para celebrar a missa de meia-noite, no dia de Natal, na pequena capela da comunidade de Katiramona, teve a oportunidade de responder a algumas perguntas de um jornalista de “Nouvelles Caledoniennes”.
Duas ou três reflexões do prelado me chamaram a atenção:
Eis a primeira: “Aliás, o Papa regressa às idéias tradicionais. Ele vê muito bem que há um desvio e que é necessário corrigi-lo. Estamos, talvez, mais próximos do Papa do que pareça”.

Declarações como essas deixam os membros da fraternidade, especialmente aqueles que sustentam o apostolado, preocupados. Seria um indício de acordo com Roma? Seria a ponta do iceberg da submissão? Todas essas perguntas são feitas.

As declarações do Pe. Régis de Cacqueray exercem um efeito calmante na parcela mais inflexível da fraternidade. Isso, contudo, não diminui a gravidade das palavras.

E especialmente agora, neste momento, as palavras do Pe. Régis são mais doces aos ouvidos. Afinal temos Assis parte 3, temos as recentes nomeações na Cúria, como a presença do bispo Zollitsch na Nova Evangelização e Dom Aviz na Congregação dos Religiosos; temos até o Papa arborizando um parque em honra a Lutero. Não é natural endossarmos a posição pretendida pelo Pe. Régis? Claro que é!

2011 está se mostrando um ano onde o sedevacantismo pode se tornar uma terrível tentação. E o sedevacantismo é uma opção? Sim, é claro que é! Isso, contudo, não significa que seja a opção correta.
Vocês já repararam que as grandes heresias tem sua raiz num contexto e não na realidade bíblica ou magisterial? É precisamente isso que as difere dos dogmas. Explico:

Se você buscar bases para o primado de Pedro e sua infalibilidade, dogma da Igreja, encontrará uma base na Escritura (várias, aliás) e uma base naquilo que a Igreja sempre fez. A proclamação do dogma da infalibilidade foi só um ato formal de uma realidade já presente.

Contudo, você consegue buscar bases concretas para o sedevacantismo na Escritura ou no Magistério? Não,  porque ele é condicionado pelo contexto, essencialmente pelo contexto. Ele é uma reação, equivocada eu diria, a uma crise. Crises não são inéditas na Igreja.

Você consegue encontrar bases para, por exemplo, o monotelismo na Escritura? Não. E para o monofisismo? Também não.

Então acredito que o sedevacantismo é uma heresia? Sim, porque ela desafia de alguma forma a bíblia e a Tradição. Ela coloca entre parênteses a promessa de assistência perene de Cristo a Sua Igreja e a própria natureza do primado petrino. Essas duas realidades - assistência e primado - estão intimamente unidas. Não dá pra ter uma e não a outra. De que forma o Espiríto Santo ordinariamente assiste sua Igreja? Através do Sucessor de Pedro. E de onde vem a autoridade do Sucessor de Pedro? Da promessa feita por Jesus Cristo. Entenderam? É um círculo.

"Ah, mas o Papa pode rejeitar a assistência do Espírito Santo". Ok. Quantas vezes você viu isso na história da Igreja? Tivemos Papas horríveis que desafiaram a moral da Igreja, por exemplo, com seu comportamento reprovável e nem por isso foram menos Papas.

Temos uma crise complexa e terrível na Igreja. E o sedevacantismo não nos dá elementos concretos para responder a esse crise adequadamente. Imagine um avião em pane geral; qual seria a melhor chance de salvação dos passageiros? Confiar no piloto que faz o que pode ou matar o piloto? Eu fico com o piloto justamente porque eu não sei pilotar, eu não posso pilotar.

O sedevacantismo nos leva a um protestantismo camuflado. Se não há Papa, quem é Papa? Ficaremos nesse limbo sedevacante até quando? Até que o próximo Papa seja ortodoxo, mas quem dirá que ele é ortodoxo? O consenso geral? Isso é relativismo (a verdade decidida pela maioria). Percebem a complicação?

Entendo, contudo, aqueles se sentem tentados de alguma forma pelo sedevacantismo. É uma saída mais fácil e aparentemente lógica. Mas quando você se debruça percebe que a lógica sedevacantista não é lógica.

Compreendo o medo dos padres e fiéis da Fraternidade em submeter-se por completo aos bispos diocesanos. Entre meu bispo diocesano e Dom Fellay fico com o segundo, é claro, mas na prática não posso. O recente caso de Thiberville demonstra como esses bispos podem ser terríveis com os tradicionalistas. Sejamos francos, 85% do episcopado mundial odeia o tradicionalismo e por isso a crise na Igreja não será superada pela canetada do Papa em acordos práticos com ninguém. Se não houver um movimento concreto de cima, através da nomeação de bons bispos, e de baixo, através da união dos católicos tradicionais em torno da fé da Igreja em comunhão com o Papa, a crise não será superada.

Defendo de maneira absoluta a união de esforços entre os leigos como uma tática muito mais eficiente que o sedevacantismo. O sedevacantismo isola as pessoas; mesmo em grupos sedevacantistas (como é o caso da SSPV, por exemplo) não há crescimento, não há vitalidade! Há força, isso sim, e só.

As vocações, sinal da saúde espiritual, crescem e florescem em locais onde o bem da Igreja é buscado. Os seminários da FSSPX estão cheios e são sinal de esperança para o futuro. Os da SSPV não estão tão cheios assim e a história mostra que eles foram, um dia, muito maiores que a FSSPX nos EUA.

A FSSPX precisará fazer uma nova autoavaliação, buscando coesão e clareza nos seus propósitos. Se o objetivo da FSSPX for esperar que o Papa se converta e tudo mais que está claro na carta do Pe. Régis, então não há futuro para eles. As conversações com Roma se tornariam inúteis, tudo o que Mons Fellay deveria fazer era sentar, rezar e torcer para que esse Papa ortodoxo aparecesse. As atitudes de Mons. Fellay demonstram o contrário, pois testemunham uma convicção sobre o Papa e uma proximidade.

O ano de 2011 começa, ao meu ver, como uma reação. Vocês imaginam tudo o que foi conquistado desde 2007? Três anos de boas vitórias: Summorum Pontificum, remissão das excomunhões, diálogo sobre Vaticano II, Dom Burke cardeal, novos bispos ortodoxos até mesmo no Brasil, cardeal Cañizares em Roma, Piacenza no lugar de Hummes, purificação dos Legionários de Cristo, Instituto Cristo Rei sendo oficialmente reconhecido como "de direito pontifício", Instituto Bom Pastor, recorde em ordenações tradicionais, etc. É muita coisa!

E, fala a verdade, você achou que a velha guarda progressista iria ficar estática assistindo a demolição dos seus "sonhos modernistas"? Ah tá bom! Eles ainda estão no poder, ou melhor, eles são o poder em muitos lugares. 2011 promete ser a reação progressista. Nos preparamos com união para enfrentar essa reação.

É hora também de vermos a coragem dos membros da FSSPX e não o abandono prático da batalha. Rezemos por eles e por nós mesmos, afinal, estamos todos na mesma barca.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Árvore do Papa para o Jardim de Lutero


Como parte das comemorações pelos 500 anos da Reforma Protestante de Lutero se criará na Alemanha o "Luthergarten" ou "Jardim de Lutero" até 2017. Será um espaço relativamente amplo, com 500 árvores trazidas de todo o mundo.
Uma dessas árvores, entretanto, chama a atenção. Ela virá de Roma, mais especificamente do jardim da Basílica de São Paulo Fora dos Muros, plantada e abençoada pelo Papa em pessoa durante as comemorações da Semana pela Oração da Unidade dos Cristãos, agora dia 23.
Será uma oliveira, abençoada como "sinal da comunhão ecumênica crescida entre católicos e luteranos". A iniciativa parte do Conselho para Promoção da Unidade dos Cristãos.
Uma delegação da Igreja Evangelico-Luterana está em Roma para as "comemorações" da visita de Lutero a Roma e terá, dia 24/01, uma audiência com Bento XVI.

Leia mais em: http://www.zenit.org/article-37955?l=spanish

Jesuíta agraciado pela Maçonaria e Dom Manoel Pestana

Do blog "Adversus Haereses", sempre atento ao mundo editorial católico, tomamos conhecimento do seguinte:

Como resposta ao senhor Haroldo J Rahm, SJ, indigno filho de Santo Inácio, transcrevemos o seguinte trecho do discurso do saudoso Dom Manoel Pestana também divulgado esta semana pelo Fratres:

[...] victoria quae vincit mundum: fides nostra. A nossa fé é a vitória que vence o mundo. Que vence o mundo! Eu estarei convosco até a consumação dos séculos. As portas do inferno com ela. Nem a maçonaria que é o corpo místico de Satanás, nem as heresias que são realmente a lepra da nossa Igreja, mas que encontram sempre na graça de Maria e no amor de Cristo um remédio salutar para todos os males, nada disso me deve fazer perder a coragem ou deixar de lutar.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Vídeo sobre o Ordinariato

Conferência Episcopal Italiana doa um milhão de euros para Diocese de Petrópolis


Conferência Episcopal Italiana enviou à Região Serrana do Rio de Janeiro, 10 toneladas de materiais (roupa, alimento, material de higiene pessoal e limpeza e água. A doação vai atender, segundo informações da diocese de Petrópolis (RJ), os municípios de Petrópolis [2 paróquias]; Teresópolis [3 paróquias];Areal [1]; São José do Vale do Rio Preto [2]. Além desta doação, a diocese de Petrópolis recebeu a doação de um milhão de euros da Conferência Italiana.
O dinheiro arrecadado pela diocese de Petrópolis, inclusive o doado pela Cáritas Brasileira e pela Conferência Italiana, está sendo usado para a compra de material específico para as famílias, como roupa íntima e de higiene pessoal, quando falta nas paróquias para atender as vítimas. A matéria referente às doações é destaque no site oficial da Conferência Episcopal Italiana, nesta segunda-feira, 17.
Dom Filippo Santoro, bispo diocesano de Petrópolis, disse que as doações estão chegando de várias dioceses brasileiras, de empresas e instituições ligadas a Igreja Católica, como a Cáritas Brasileira e Internacional e da Conferência Episcopal Italiana. “A solidariedade as vítimas é muito grande. A Igreja Católica no Brasil está mobilizada para atender as vítimas na Região Serrana”.
O bispo de Petrópolis explicou que a doações que chegam as paróquias atingidas pela chuva, são levadas para os desabrigados ou para famílias que estão em locais de difícil acesso. “Estamos contando com voluntários que utilizam carro e motos, e até mesmo a pé, para fazer chegar aos sobreviventes todo material necessário para viverem este momento”.

Fonte: Diocese de Petrópolis via CNBB

Primeiro Ordinário - Foto do dia

Mons. Keith Newton
Ordinário de Nossa Senhora de Walsingham

Primeira foto "oficial". Na verdade é só uma foto de uma conferência de imprensa que teve lugar hoje na cúria de Westminster. Notem (e como poderiam não notar) a imponente cruz peitoral do sacerdote que, conforme permissão especial do Santo Padre, pode usar todas as insígnias reservadas aos bispos.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Imagens da Primeira Missa do Pe. Andrew Burnham

A primeira missa do neo-sacerdote Andrew Burnham foi marcada pela reverência litúrgica como era (é) comum nos grupos anglo-católicos da igreja anglicana - fato que deve ser reconhecido.
Por isso a incorporação em assa dos anglo-católicos ao catolicismo não é só uma questão ecumênica, mas é um incentivo ao plano beneditino de resgate da liturgia.


A liturgia usada foi a forma ordinária do rito romano. Ainda é desconhecido o rito que o Ordinariato seguirá, já que há várias opções. Provavelmente a Congregação para Doutrina da Fé, assessorada pela do Culto Divino, irá desenvolver um missal próprio bem no estilo anglicano "high-church" já que a constituição Anglicanorum Coetibus prevê a recepção do patrimônio anglicano, leia-se 'a liturgia'.




Podemos perceber pelas fotos uma forte presença dos frades dominicanos. A homilia foi proferida pelo Pe. Aidan Nichols, OP


Pe. Burnham agradecendo

Nem Tudo é Perfeito - Foto do dia


Rezemos para que algumas práticas não sejam assimiladas pelos novos sacerdotes do ordinariato. 

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Perigo? Onde? - Anglicanos

Algumas pessoas não conseguem reagir bem ao perigo. Riem, disfarçam, tentam ignorá-lo. Mas o problema continua lá, ameaçando e espreitando. Uma reação que está tomando conta do mundo anglicano inglês é a tática do avestruz: enterra a cabeça na areia e finge que nada está acontecendo até o perigo passar.

Por pouco mais de um ano o Ordinariato foi só uma ameaça textual, existia apenas num mundo abstrato das idéias e, principalmente, das incertezas. Ninguém sabia como seria ou se seria. Era apenas uma possibilidade oferecida pelo Papa.

Agora, após a ordenação diaconal dos três ex-bispos tradicionalistas anglicanos, o ordinariato cruzou a fronteira  e penetrou no mundo real. Está acontecendo e acontecendo rápido. Os agora diáconos estão confiantes que o Ordinariato, embora num tamanho reduzido num primeiro momento, irá sim crescer e produzir grandes frutos dentro da Igreja.

Mas a convicção dos diáconos, os primeiros clérigos do Ordinariato, parece não ser compartilhada pelos seus ex-pares anglicanos. Perguntada pelo ENInews sobre a possível onda de fiéis anglicanos ao catolicismo via porta do Ordinariato, Christina Rees responde:

"Absolutamente não! O que vamos ver é um pequeno número de clérigos que decidiu aceitar a oferta do papa de aderir ao Ordinariato junto com um punhado de bispos aposentados. E talvez vamos ver algumas dezenas de leigos das congregações da Igreja da Inglaterra tornarem-se católicos sob estes termos".

Essa opinião foi compartilhada em várias partes do mundo. Para alguns anglicanos liberais o Papa lhes fez um favor livrando a comunidade anglicana dos anglo-católicos e deixando o terreno livre para a consolidação absoluta do liberalismo, do relativismo e do revisionismo. Para outra porção dos anglicanos o número de convertidos será muito pequeno porque aceitar o primado do Papa é inaceitável, segundo eles, para um autêntico anglicano. Ambos concordam que o Ordinariato será um grande fracasso quando comparado às expectativas de todos.

Eu não acredito nisso. O Ordinariato será sim um sucesso graças ao relativismo moral e teológico instalado na comunhão anglicana. O anglicanismo começa a dar sinais claros de cansaço e inviabilidade enquanto corpo separado da Igreja católica. 

Na mesma matéria do ENInews, lemos o nome de mais um bispo anglicano - dessa vez da TAC - que pretende ser ordenado ao catolicismo até fevereiro. O bispo anglicano Robert Mercer espera ansiosamente por sua ordenação sacerdotal e por contribuir com o ordinariato.

Como diria o cardeal Kasper (quem diria!) é hora do anglicanismo escolher se é católico ou protestante. Se for católico, optará pelo Ordinariato. Se for protestante, então será sugado pelo famigerado ciclone ideológico do protestantismo. 

Único Ecumenismo possível - Foto do dia

IMG_2959

Três bispos anglicanos convertidos ao catolicismo e ordenados diáconos da Igreja Católica. Aproxima-se o dia em que eles mesmos elevarão o cálice como sacerdotes verdadeiros e apostólicos. Rezemos por eles e pelo ordinariato anglo-católico (neste caso o "anglo" refere-se ao local geográfico-cultural e não ao grupo protestante).
Qual deles será o ordinário? Saberemos em poucos dias. O ordinariato é também parte de uma grande restauração da Igreja nas ilhas britânicas. Não pensem que ele é apenas um clube para anglicanos descontentes.
Há, agora, três formas de diaconato na Igreja Católica - o transitório, o permanente e o relâmpago. Bento XVI certamente fez bem em não esperar nem uma semana para ordena-los sacerdotes. Comparando, mesmo quando eles eram anglicanos, eles são muito mais católicos que muito bispo emérito. Foto do dia!

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

A velha guarda perde força

Eles representam a fina nata do episcopado brasileiro. São, ou melhor, foram os bispos mais influentes e poderosos do país. Durante seu episcopado, entretanto, pudemos testemunhar muitas coisas que, num grau maior ou menor, nos deixaram perplexos.
Mas, como a água sob a ponte, eles passaram. São página virada na história recente da caminhada da Igreja brasileira.
Adeus, excelências e eminências. Nos lembraremos sempre de vocês como:

Cardeal Agnelo - o bispo do Pe. Pinto e das mães-de-santo

Cardeal Hummes - o bispo dos sindicatos e do PT

Cardeal Scheid - Boa vida e mordomias

Dom João - ardoroso perseguidor da missa tradicional

O novo primaz


Bento XVI decidiu aposentar Dom Geraldo M. Agnelo. Já era hora, já vai tarde, quando sair apague a luz!
Para o lugar de Dom Geraldo foi nomeado o então arcebispo de Florianópolis, Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger.
O que pensar? Não sei nada sobre o novo primaz, então não tenho como emitir uma opinião. Talvez isso seja bom, é um livro em branco pronto para ser escrito, sem rascunhos passados.
Dom Krieger começa com muita vantagem: não importa o que ele faça, vai ser melhor que Dom Geraldo porque, como diria Tiririca, "pior que tá naum fica".
Primeiro passo: se livrar da aura de sincretismo que empesteia a igreja na Bahia.
Rezemos pelo novo primaz e pelo primaz aposentado. Para que o primeiro tenha forças para reconstruir a arquidiocese de Salvador e para que o segundo se recolha como fez Dom Oscar Scheid (alguém se lembra dele?).

domingo, 9 de janeiro de 2011

Sucesso vazio.


Vocês se lembram delas? São aquelas gêmeas que faziam vários filmes "tipo sessão da tarde". As gêmeas Olsen.
Pois é, coitada delas. São vítimas de uma crise aguda de fracassolite. Fizeram algum sucesso no passado, não porque tinham algum talento, mas porque eram... gêmeas. Clones naturais emoldurando seus rostinhos rosados nas telas, certamente não por vontade própria, mas por pressão de familiares ávidos pelo dinheiro fácil.
Resultado? Elas não conseguem parar. Hoje elas são consideradas "tradesetters" ou, em bom português, lançadoras de tendências. São fashionistas que figuram na segunda fila de qualquer desfile e patinam sua insipidez  artística pelos tapetes vermelhos das grandes capitais.
As revistas forçam para legendar as fotos onde as irmãs aparecem. São cantoras? Não. Atrizes? Não mais. Mas elas estão lá - Vogue, Vanity Far, Elle, Style, etc. e ninguém sabe exatamente dizer pra que. Uma regra que parece guiar esse mundo estúpido é: se não sabe pra que serve, finja que sabe. E assim as gêmeas Olsen continuam existindo na mídia mesmo sem fazer absolutamente nada para merecer o espaço.
São vítimas desse apego pelo sucesso e pela exposição contínua e reféns de uma sociedade que cultua o insípido e vago. Elas preenchem o imaginário delirante de alguns anônimos, afinal elas são tradesetters, não é mesmo?
Poderiam fazer companhia a Macaulay Culkin no limbo artístico das crianças prodígio da década de 90. Mas elas não conseguem, não podem parar. E os americanos parecem gostar desse voyerismo: as gêmeas vão ao shopping, vira notícia; estão abastecendo o carro, vira notícia; usaram vestido verde, todas as meninas usam um igual.
Só estou escrevendo isso para compartilhar ideias. Não ouso macular mais uma letra com as irmãs Olsen, correndo o risco de dar-lhes ainda mais ibope justamente por sua... mediocridade.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Falecimento de Dom Manuel Pestana Filho


Com tristeza soubemos do falecimento de Dom Manuel Pestana, bispo emérito de Anápolis. Nossas orações sobem aos céus pela alma deste grande bispo brasileiro que bem fez parte do colégio apostólico. Honra para o Brasil e para toda a Igreja.
Rogamos a Maria para que o tenha consolado nestes últimos dias na Terra!
Requiem aeternam dona ei, Domine: et lux perpetua luceat ei.

Hã? 3 - A preocupação e outras considerações.

Depois de receber a notícia e digeri-la, mais fatos interessantes vêm a público com a nomeação do arcebispo de Brasília, Dom João Braz de Aviz, com prefeito da Congregação para os religiosos.

A entrevista do National Catholic Reporter, reproduzida pelo La Buhardilla de Jerónimo, é desalentadora. Nas perguntas vemos que o então arcebispo não sabe absolutamente nada do ocorre no dicastério que irá presidir. Absolutamente nada.

Quando perguntado sobre a visitação apostólica às freiras norte-americanas, Dom João responde que "sabe porque recentemente falou com a irmã Clare Millea" e que "além disso, não sei nada". Como não sabe? As informações pipocaram por meses em toda a rede, será que Dom João não tinha, em sua cúria, alguém com acesso à internet?

Acho que alguns bispos brasileiros se fecham, literalmente, a qualquer notícia da Igreja em outros países que não seguem a "opção preferencial pela teologia da libertação". Me lembro que o meu próprio bispo afirmou por escrito "desconhecer os frutos da aplicação do Motu Proprio Summorum Pontificum". Eles vivem em outro planeta, num outro século. Depois retrógrados somos nós!

Ou seja, nós, blogueiros do orbe católico, sabemos infinitamente mais sobre a Congregação que Dom João. Absurdo!

Dom João afirma que aprendeu, com os Focolores, que é preciso ter uma visão mais confiante do outro, não vendo o outro como um inimigo e diz que "é muito importante encontrar o bom no que o outro crê e sente, sem condena-lo ou destruí-lo". Dom João afirma ainda que está aberto ao diálogo com as rebeldes religiosas norte-americanas e "quero aprender com elas, caminhar com elas". Ora, mas que interessante. Para as freiras tresloucadas dos EUA há espaço para aprender, caminhar e encontrar o bom naquilo que elas crêem (inclua-se o aborto e a ordenação feminina); para os católicos tradicionalistas de Brasília, num número tão pequeno, não houve espaço para a mesma coisa, não houve espaço para a mesma acolhida. Dom João não se preocupou em encontrar o "bom" neles, não! Ele se preocupou sim em condená-los e tentou destruí-los, como muitos bispos brasileiros fazem cotidianamente.

Na última pergunta, Dom João fala, com um discurso quase obamesco, sobre carismas, de flores formando um jardim, fala sobre diversidade, critica a visão individualista onde "todos querem fazer que a sua visão pessoal das coisas governe tudo". Bravo! Bravo! Dom João aprendeu uma coisa em Brasília, mas não foi exatamente com os católicos de lá. Aprendeu com as ratazanas do planalto a dizer uma coisa e fazer outra, aprendeu a contradizer-se sem pudor.

Onde esteve o respeito a "diversidade de carismas" com os católicos de Brasília? Houve sim uma imposição da sua vontade episcopal sobre todo o povo da capital e, sem constrangimento, ordenou-se uma perseguição velada (ou nem tanto) aos poucos católicos tradicionalistas de lá.

Refletindo sobre tudo isso.

Nas cúrias, quando sabem de um tradicionalista, cantam os carrascos mitrados ao seu séquito:

***
Find him, bind him
Tie him to a pole and break
his fingers to splinters
Drag him to a hole until he
wakes up naked
Clawing at the ceiling
of his grave
***


Me ocorrem as palavras de um bispo, pasmem, anglicano. Peter Jensen (foto), arcebispo anglicano de Sidney, disse que o ordinariato só foi possível porque os anglo-católicos foram tão duramente perseguidos pelos bispos anglicanos progressistas, tão marginalizados pela intolerância episcopal que não sobrou outra saída para eles.

Para os anglicanos a pressão progressista foi positiva, porque viabilizou um caminho de conversão, de encontro com a Igreja. E para nós? Que podemos fazer diante da perseguição?

"Olhando para o passado, para as divisões que no decurso dos séculos dilaceraram o Corpo de Cristo, tem-se continuamente a impressão de que, em momentos críticos quando a divisão estava a nascer, não fora feito o suficiente por parte dos responsáveis da Igreja para manter ou reconquistar a reconciliação e a unidade; fica-se com a impressão de que as omissões na Igreja tenham a sua parte de culpa no facto de tais divisões se terem podido consolidar. Esta sensação do passado impõe-nos hoje uma obrigação: realizar todos os esforços para que todos aqueles que nutrem verdadeiramente o desejo da unidade tenham possibilidades de permanecer nesta unidade ou de encontrá-la de novo" (cf. Carta do Santo Padre aos bispos que acompanha o Motu Proprio Summorum Pontificum).

A unidade da Igreja é ameaçada não pela pressão externa, mas pela intolerância interna, pela forma tirânica como alguns bispos assumem seu múnus episcopal.
Fico alarmado, mas não impressionado pelo número sempre crescente dos descrentes com a Igreja, daqueles que, ameaçados e torturados psicologicamente, se refugiam no sedevacantismo ou na indiferença. Há um trabalho interno muito bem feito de autodemolição.

Reforço a pergunta. Para onde correm os católicos que sofrem por crerem firmemente no Evangelho e na Fé deixada por Cristo? Certamente não são vistos como flores "nesse jardim" cheio de carismas, mas como erva daninha que precisa, a todo custo, ser arrancada e jogada ao fogo. A nenhum outro grupo, a nenhuma outra parcela do povo católico - inclua-se aqueles que defendem o aborto - se vê um esforço tão grande para combater. Os tradicionalistas são a única ameaça que merece todas as sanções e penas.



Muito mais se espera

Veremos como andará a Congregação. Alguns dizem, e espero que seja isso, que o senhor arcebispo foi removido. A posição do Oblatvs é a mais otimista. Remove-se um mau arcebispo e neutraliza sua influência na Cúria, sob a batuta de Bento XVI e policiado pelos cardeais Bertone e Levada. Deus queira!
Mas creio que teremos efeitos colaterais inevitáveis. O primeiro será a ineficiência e a neutralização da visitação apostólica. O cardeal Rodé queria, como quer Bento XVI e parte do episcopado norte-americano, uma reforma profunda nas congregações e ordens. Dom João quer fazer caminhadas e dialogar com as freiras. Só um milagre poderá salvar o trabalho de visitação e impedir que, como uma boa CPI brasileira, ela termine em pizza.
Penso como ficarão os institutos, mosteiros e ordens tradicionais - o Le Barroux, o Cristo Rei, os Redentoristas Transalpinos e os vários pequenos mosteiros e ordens que estão surgindo. A Ecclesia Dei não tem tanto poder assim e quando eles conseguem aprovação pontifícia viram assunto da Congregação.
Parece que depois de alguns meses da aposentadoria, o cardeal Rodé poderá dizer: Apres moi le deluge!

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Epifania - Fotos do dia

Papa Bento XVI na missa solene da Epifania do Senhor

Presidente da Alemanha, ao lado da sua esposa e filho (no colo) nas comemorações da Epifania

Guarda Suíço no Vaticano durante a missa da Epifania

O sofrido povo do Iraque comemora a Epifania.

Natal Oriental - Fotos do Dia


Um grupo de búlgaros se joga nas águas muito frias para encontrar a cruz atirada pelo sacerdote ortodoxo. É um gelado costume de natal ortodoxo. Diz a tradição que aquele que recuperar a cruz terá boa saúde o ano todo.

Turcos, fazendo a mesma coisa.

Agora é vez do cipriota.

Metropolita Grego segura a cruz recuperada das águas no Bósforo.

Patriarca Bartolomeu também entra no aquático espírito do natal.


É só a cruz patriarca, o Evangelho não!

O natal bizantino não é interessante? Por aqui nosso clero joga a cruz fora por outros motivos.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Livros Espíritas


Ontem, quando deixava meu emprego, resolvi passar rapidamente numa livraria e por acaso vi a variedade de títulos espíritas nas prateleiras principais (livros da semana, destaques, mais vendidos, etc).

O que me chamou a atenção foram os "autores". Coisas do tipo João da Silva, ditado pelo espírito Clemente or Do Espírito de Janaína, psicografado por Raquel Laranjeira.

Sabe, o além túmulo deve viver um verdadeiro boom editorial ultimamente. Tem espírito baixando para escrever sobre tudo. O gozado é que não vem um espírito de um Vitor Hugo, de um William Shakespeare, de um Dostoievski, de um Dante ou Homero. Só espíritos anônimos. Parece que até no plano astral existe anônimo querendo seus 15 minutinhos.

É espírito falando de amor, de felicidade, de perdas e ganhos. Algum espírito se arrisca no plano macro-econômico? Quem sabe alguma solução espiritual para os problemas com a Coréia do Norte?

Parece, mas só parece, que a capacidade intelectual dos espíritos está diretamente ligada a capacidade intelectual dos seus médiuns. Estranho, não é mesmo? Pois, como alegam os espíritas, os espíritos do plano astral são seres inteligentes como nós (exceto os petistas) e com capacidades intelectuais idênticas ou superiores as nossas (novamente, os petistas estão de fora do grupo...), então por que só assunto que qualquer adolescente com meia dúzia de neurônios pode dominar. Cadê os espíritos dos cientistas para nos ajudar na busca pelas novas vacinas, pelas novas teorias, etc?

Ou realmente o mundo dos fantasmas é repleto de gente medíocre (ou petistas) ou nossos autores espíritas estão com medo de colocar seu próprio nome nas capas dos livros. O que você acha?

Espero ansioso por um livro de piadas ditado pelo espírito do Bussunda, ou um de receitas da Ofélia...

Conselho para Nova Evangelização começa a tomar forma

Saíram nesta quarta-feira as nomeações para o Conselho para a Nova Evangelização. O conselho, idealizado pelo Papa Bento XVI, quer ascender a chama quase extinta da fé nos países que já viveram o primeiro anúncio do Evangelho. Para comandar o novo dicastério, foi escolhido o Arcebispo Salvatore Fisichella.
Após a criação do conselho o mesmo ainda não tinha nem uma sala para ser colocado na Cúria. A primeira vitória foi conseguir uma sala e um computador.
Agora surgem os nomes dos bispos e monsenhores espalhados pelo mundo que ajudarão o presidente a dar forma ao sonho de Bento XVI. Os nomes dão uma ideia da linha seguida pelo conselho, mas são tão heterogêneos que dificilmente poderemos dizer que é um conselho conservador ou progressista. Que pena, a gente adora classificar...
Para você ter uma ideia, alguns nomes:
George Pell - cardeal arcebispo de Sydney
Andre Mutien Leonard - arcebispo de Bruxelas
Bruno Forte - arcebispo de Chieti Vasto
William Levada - Doutrina da Fé
Marc Ouellet - Bispos
Angelo Scola - Patriarca de Veneza
Thimoty Dolan - arcebispo de Nova York

Esse é o lado direito do Conselho. Agora os nomes criativos

Christoph Schonborn  - Cardeal arcebispo de Viena ( I♥ Medjugorje)
Odilo Pedro Scherer - Cardeal arcebispo de São Paulo (I♥PT)
Robert Zollistsch - arcebispo de Freiburg (que não acredita que Jesus tenha morrido pelos pecados da humanidade, mas como um ato "simbólico" de amor)

Há mais nomes, mas não sei dizer quem são ou que defendem.

Hã? Parte II - A digestão

Recebemos ontem com absoluta surpresa e perplexidade a nomeação do Sr. Arcebispo de Brasília, Dom João Braz de Aviz, como novo prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, descrita deste ponto como Congregação para os Religiosos, para facilitar.

A notícia pegou até a Rede Vida de surpresa. Ontem, por volta das 18 horas e "um tiquinho", a apresentadora do telejornal tentou três vezes chamar a matéria da nomeação e... nada. Apenas um sorriso amarelo e uma desculpa "por problemas técnicos" repetida três vezes seguidas. Mau sinal!

Se nós ficamos surpresos, os gringos não ficaram atrás. Por onde a notícia foi comentada, blogs ou sites, a repercussão não foi nem um pouco boa. Os dois blogs de maior peso, o Fratres nacional e o Rorate internacional, não pouparam o novo prefeito. Foram injustos, precipitados? Creio que não.

Se nós não acreditamos na nova Dilma pró-vida, porque acreditaríamos num agora-prefeito Pró-tradição? E por que não acreditamos na nova cara da Sra PresidentA? Porque, como diz o adágio, o teu passado te condena! Dilma tem um passado claro de advogada da cultura da morte e é justamente desse passado, nunca negado e apenas disfarçado, que formamos as nossas conclusões. Dom João não tem um passado simpático a causa da reforma da reforma ou da Tradição (inclua-se nesse termo a mais ampla paleta de cores disponível para não cometermos injustiças).

Pipocam pela rede informações nada positivas sobre como Dom João tratava aos leigos e sacerdotes mais apegados a... a... aquela coisa que incomoda, como é mesmo o nome??? Ah! Sim, "Fé Católica".
Se o arcebispo Dom João era assim, como será o Pró-Prefeito Dom João?

A Congregação do Cardeal Rodé

Primeiro, precisamos saber como é o novo local de trabalho do arcebispo. A Congregação para os Religiosos cuida, dã!, dos religiosos e nós sabemos como anda a vida religiosa no mundo. Como tarefa especial, a mesma congregação está cuidando de uma visita às religiosas americanas que, pasmem, são suspeitas de promoverem o feminismo e, em alguns casos, até mesmo o aborto. Outro tema espinhoso que, mais cedo ou mais tarde, cairá nas mãos da Congregação será o futuro dos Legionários; embora a comissão de reestruturação da ordem esteja sob o olhar rigoroso do cardeal de Paolis, após o processo de revisão é muito provável que os Legionários (ou um outro nome...) voltem às mãos da Congregação para os Religiosos.

E como é a vida na Congregação hoje? Guiada pelo cardeal esloveno Franc Rodé desde 2004, a Congregação está bem alinhada com o plano  do Papa Bento XVI para a Igreja. O cardeal Rode sempre foi acusado, pela super-liga progressista da Europa, de ser severo demais e de pender sempre para o lado tradicionalista.

E essa super-liga tem seus motivos para essas afirmações. Franc Rodé rezou mais de uma vez a missa tradicional em público, é partidário da sobriedade litúrgica, um combatente da linha esquerdista sociopata, etc.

Para os blogueiros dessa blogosfera mais conservadora-reacionária-tradicionalista, Franc Rodé tem seus altos e baixos. Os altos já foram mencionados. Os baixos são a proximidade com movimentos carismáticos e com os Arautos do Evangelho que são sempre vistos com absoluta desconfiança desde o boom do livro do prof. Orlando Fedeli (RIP).

Cúria Beneditina e Prefeito Brasileiro?

A Cúria do Papa Bento XVI manteve por alguns anos a mesma fisionomia da cúria de JPII. O novo papa foi mudando devagar e, nos últimos dois, acelerou o passo e trocou todos os prefeitos (exceto Rodé) por novos bispos alinhados ao seu pensamento. Deixaram o palácio vaticano nomes como Arinze, Ré, Sodano, Saraiva Martins, Cordes, Sepe, Kasper, Marini, Martino e muitos outros, em cargos de primeira ou segunda linha. Bento XVI renovou mais de 80% da alta Cúria.

Por isso a nomeação de um brasileiro foi tão espantosa. Dedução e conjecturas já estão aparecendo. A nomeação de um bispo na linha do cardeal Rodé não agradaria ao lobby progressista norte-americano que está na defesa das freiras transviadas, muito menos ao lobby brasileiro que, crendo ser a Cúria uma espécie de ONU, quer ser representado num cargo de primeira linha.

Essa é a segunda vez que Bento XVI surpreende com um brasileiro em Roma. A primeira e, até então, única foi com o cardeal Hummes. Removido de São Paulo para minimizar o impacto da sua administração da mais importante arquidiocese da América do Sul. Pelo menos é o que dizem o pessoal nos blogs, mas eu não acredito que tenha sido isso. Tiraram Hummes e colocaram Dom Scherer! É como estar Cuba, sai um Castro, entra outro.

A transferência do cardeal Hummes parece ditar o destino da atual Congregação para os Religiosos. O cardeal Hummes sucedeu ao potentíssimo e muito amado cardeal Hoyos. Sua missão, na teoria, seria gerenciar os graves escândalos de pedofilia que estavam surgindo novamente na Igreja, dessa vez na Irlanda e Alemanha. O que o cardeal Hummes fez? NADA. A bola foi passada latae sententiae para a Congregação para Doutrina da Fé. Até o Pe. Lombardi se pronunciou mais sobre o tema que o Prefeito dos padres. A figura de Hummes em Roma foi puramente decorativa, nem no Ano Sacerdotal ela causou algum impacto.

O mesmo pode acontecer com a Congregação do cardeal Rodé. Os religiosos podem acabar nas mãos de uma série de comissões "ad hoc" e a figura do prefeito servirá apenas para reconhecer estatutos e conceder títulos. Ou Dom João fica por lá alguns anos e volta como cardeal arcebispo para alguma diocese.

Brasil, como vai você?

Para fazer justiça, temos sim no Brasil bispos que são muito ortodoxos. Embora estes totalizem menos de 1% do universo episcopal. Um nome brasileiro em linha com o trabalho desenvolvido pelo cardeal Rodé e afinado com o Santo Padre ainda não é viável. Os bons bispos brasileiros são de uma safra jovem, para comparar com o vinho. A maioria deles está em dioceses pequenas e a pouco tempo (menos de 5 anos). Um nome que julgaria forte e bem sintonizado seria do bispo de Garanhuns, Dom Fernando Guimarães. Mesmo tendo a experiência de anos na Cúria Romana, Dom Fernando tem apenas dois (bons, ótimos, excelentes!) anos como bispo. Dom Antonio Carlos R. Keller também é um jovem bispo, pouco mais de 2 anos de ministério episcopal. Além destes me foram sugeridos outros nomes pelo Rafael Vitola do Salvem a Liturgia!

Dom Fernando Rifân
Administrador de Campos. A condição tão peculiar de Dom Fernando o impede de ocupar qualquer outro cargo. Evidente que o Santo Padre pode nomear qualquer bispo para qualquer função, mas há regras não escritas na administração da Igreja que raramente são quebradas. Dom Fernando é bispo de uma diocese especial, tendo padres espalhados por várias dioceses. É um caso todo peculiar, baseado não no território, mas na liturgia. Sem contar que a nomeação de Dom Rifân como prefeito causaria muita comoção no mundo.  Podem imaginar?

Dom Henrique Soares da Costa
Tem 46 anos. Bispo há 1 ano e pouquinho. Excelente sacerdote, excelente bispo. A+, nota 10. Mas a idade... jovem demais para o universo episcopal, ainda mais para prefeito.

Dom Aldo Pagotto
Acho que a nomeação de Dom Aldo cairia quase no mesmo lugar que a de Dom João, embora Dom Aldo tenha mais prós que contras. O episódio da campanha eleitoral me deixou um pouco decepcionado com ele. O pouco peso da arquidiocese da Paraíba, com todo o respeito, dentro do universo católico não ajuda. Brasília, pelo menos, é a "capital do maior país católico do mundo". Entendeu? Tem um som melhor.

Dom Osvino José Both, Ordinário Millitar
Um nome bem viável. Mas a posição de ordinário militar não ajuda. É quase o mesmo caso de Dom Rifân. Se Dom Osvino fosse arcebispo de Belém, de BH, de Vitoria ou de alguma outra capital. Quem sabe Salvador? Fica ai a sugestão.

Temos outros, mas estão quase se aposentando compulsoriamente. Nomes como Dom Alano Pena, Jose Sobrinho, etc.

Voltando.

O trabalho do cardeal Rodé era cheio de personalidade. Será muito difícil para o novo prefeito manter o ritmo da atual congregação. Não é falar mal, mas a gente precisa ser honesto e sabemos como são administradas a maioria das dioceses brasileiras. Realismo não é maldade (a não ser se o PNDH-4 for aprovado, dai realismo vai ser crime...).
Confesso que a nomeação, totalmente sem sentido e inesperada, me deixou muito aborrecido. Eu esperava para o cargo um arcebispo ou um cardeal francês. O nome do momento seria o do primaz das Gálias, Dom Barbarin. Ou um italiano moderado como Scola, o discreto patriarca de Veneza.
Mas Deus sabe o que faz e só nos resta conformar e seguir em frente. Mesmo com pequenos refluxos, vamos digerir a novidade e torcer para algo bom sair disso tudo.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Maomé e islamismo segundo São Tomás de Aquino

retirado do sempre excelente blog "São Pio V", dos amigos de Curitiba. Destaques meus.
***

Tão maravilhosa conversão do mundo para a fé cristã é de tal modo certíssimo indício dos sinais havidos no passado, que eles não precisaram ser reiterados no futuro, visto que os seus efeitos os evidenciavam. Seria realmente o maior dos sinais miraculosos se o mundo tivesse sido induzido, sem aqueles maravilhosos sinais, por homens rudes e vulgares, a crer em verdades tão elevadas, a realizar coisas tão difíceis e a desprezar bens tão valiosos. Mas ainda: em nossos dias Deus, por meio dos seus santos, não cessa de operar milagres para confirmação da fé.

No entanto, os iniciadores de seitas errôneas seguiram caminho oposto,

a) como se tornou patente em Maomé. Ele seduziu os povos com promessas referentes aos desejos carnais, excitados que são pela concupiscência.

b) Formulou também preceitos conformes àquelas promessas, relaxando, desse modo, as rédeas que seguram os desejos da carne.

c) Além disso, não apresentou testemunhos da verdade, senão aqueles que facilmente podem ser conhecidos pela razão natural de qualquer medíocre ilustrado. Além disso, introduziu, em verdades que tinha ensinado, fábulas e doutrinas falsas.

d) Também não apresentou sinais sobrenaturais. Ora, só mediante estes há conveniente testemunho da inspiração divina, enquanto uma ação visível, que não pode ser senão divina, mostra que o mestre da verdade está inspirado de modo invisível. Mas Maomé manifestou ter sido enviado pelo poder das armas, que também são sinais dos ladrões e dos tiranos.

e) Ademais, desde o início, homens sábios, versados em coisas divinas e humanas, nele não acreditaram. Nele, porém, acreditaram homens que, animalizados no deserto, eram totalmente ignorantes da doutrina divina. No entanto, foi a multidão de tais homens que obrigou os outros a obedecerem, pela violência das armas, a uma lei.

f) Finalmente, nenhum dos oráculos dos profetas que o antecederam dele deu testemunho, visto que ele deturpou com fabulosas narrativas quase todos os fatos do Antigo e do Novo Testamento. Tudo isso pode ser verificado ao se estudar a sua lei. Já também por isso, e de caso sagazmente pensado, não deixou para leitura de seus seguidores os livros do Antigo Testamento, para que não o acusassem de impostura.

g) Fica assim comprovado que os que lhe dão fé à palavra crêem levianamente.

---
São Tomás de Aquino. Suma contra os gentios. Livro I, 40-41.

Hã?

Papa nomeia brasileiro Prefeito da Congregação dos Religiosos

fonte: OBLATVS

O Papa Bento XVI nomeou S. Exa. Dom João Braz de Aviz Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica.
A nomeação de um secular contraria todos os prognósticos. Nascido em 24 de abril de 1947, o catarinense de Mafra fez seus estudos teológicos na Gregoriana e especialização em Teologia Dogmática na Lateranense. Ordenado padre em 1972 e bispo em 1994, foi auxiliar de Vitória (1994-1998), bispo de Ponta Grossa (1998-2002), arcebispo de Maringá (2002-2004) e, finalmente, arcebispo de Brasília (2004-2011).
Ele sucede ao lazarista esloveno Cardeal Franc Rodé.

***

Por essa eu não esperava. É esperar pra ver. O cardeal Rodé era muito eficiente na sua função - exceto quando se aproximada de certos movimentos pentecostais... A nomeação de um brasileiro, especialmente do arcebispo de Brasília é... prefiro digerir a notícia primeiro, depois emito algum comentário.
Me sinto desconfortável, sabe aquela sensação de usar uma camiseta um número menor que o seu. Pois é, é igualzinho. Serve, mas fica te incomodando...
Quando um bispo brasileiro vai para o Vaticano, eu tremo. Afinal, é triste constatar, mas bem diferente do que o Lula pensaria o Brasil não tem absolutamente nada a acrescentar a Igreja Universal. Tem sim muito a aprender - aprender a ouvir, aprender a obedecer, aprender a respeitar as normas litúrgicas e canônicas, aprender a teologia básica, aprender a apascentar o povo de Deus, aprender que o inferno existe de fato, aprender que o Papa é bispo universal e não só de Roma, aprender que livros de Leonardo Boff não devem ser recomendados a seminaristas, aprender, aprender, aprender...
O novo prefeito precisará lidar com algumas das comunidades tradicionais, especialmente o Instituto Cristo Rei. Huuum, nós sabemos como os bispos brasileiros, ordinariamente, são generosos com esse tipo de comunidade, tanto que nenhuma delas ousou fixar residência aqui. Espero que Dom Braz de Aviz seja diferente dos compadres nacionais.
Rezemos pelo arcebispo emérito, para que ele dê continuidade ao trabalho do cardeal Rodé, sempre fiel ao Santo Padre.

Coptas ameaçados na França e na Alemanha


Angela Merkel, a chanceler alemã, e Nicolas Sarkozy, o Chefe do Estado francês, foram duas das personalidades que, em telegramas, manifestaram ao Presidente egípcio o seu repúdio pelo atentado contra a igreja copta de Alexandria, ao mesmo tempo que exigiam a Hosni Mubarak que tomasse medidas para evitar novo ataque. Porém, Merkel e Sarkozy correm o risco de que algo semelhante aconteça nos seus países, cujas comunidades cristãs coptas, também minoritárias, foram ameaçadas pela Al-Qaeda.[e porque justamente os coptas são ameaçados pela Al-Qaeda? Os coptas possuem exércitos no Iraque ou Afeganistão? Claro que não. O único motivo possível para a perseguição copta é a sua religião porque, sem ela, um copta é um cidadão egípcio, alemão, francês, etc. Ou seja, o objetivo é um ataque aos cristãos, especialmente as minorias coptas já tão perseguidas no Egito]

Stefan Paris, porta-voz do Ministério do Interior alemão, confirmou que o bispo copta Anba Damian tinha alertado o Executivo de Berlim para possíveis ameaça contra os coptas no país, nomeadamente por ocasião do Natal ortodoxo que se celebra na noite de quinta para sexta-feira.

Em conferência de imprensa, Stefan Paris adiantou que o bispo enviara uma carta ao Governo antes ainda do atentado de Alexandria. "A polícia está a procurar determinar o nível de perigo" que correm os seis mil coptas na Alemanha, disse Stefan Paris.

http://www.coptsunited.com/Uploads/87/SA117.jpgEm declarações ao diário Bild, o bispo afirmou que a "internet está cheia de ameaças do género contra nós. A polícia criminal alertou--nos várias vezes para eventuais ataques de muçulmanos radicais. Escrevi ao Ministério do Interior para pedir protecção". [primeiro, não existe essa de muçulmano radical. É como falar em água molhada, uma redundância. Todo muçulmano que vive num país onde sua crença é majoritária é radical. Muçulmanos "paz e amor" só no ocidente onde eles, por enquanto, são minoria. Por que eles resolveram atacar na França e na Alemanha? Porque seu número aumentou e muito graças a imigração. Na Inglaterra, por exemplo, o número de muçulmanos saltou de 1 milhão para quase 3.7 milhões em pouco mais de 9 anos. Na França há bairros onde não há a presença de cristãos, regiões inteiras de Paris onde o islã é a lei.]

Por seu turno, a polícia de Paris reforçou a segurança junto às igrejas ortodoxas e lançou uma investigação após ter recebido uma queixa por ameaças terroristas, dois dias após o atentado de Alexandria. "Estas ameaças não são fantasia. Aqui, somos livres, não podemos aceitar estas ameaças", disse o padre Girguis Lucas, da paróquia de Santa -Maria e S. Marcos de Châtenay-Malabry, nos arredores de Paris, e que conta com cinco mil fiéis coptas. No total, a França tem 250 mil cristãos coptas. [na França não deveria haver coptas. Não sou contra os coptas, é claro. Mas a presença deles, especialmente com um número expressivo, é sinal do êxodo dos cristãos do oriente. O padre Giurguis desta "aqui, somos livres", porque no Egito, terra natal copta, a pressão é tamanha que ser cristão é altamente perigoso. Eles fogem para outros países em busca de paz, mas sabe como é, o islã é persistente.]

O padre Lucas contou ter apresentado queixa à polícia após ser alertado por um dos seus fiéis para "as ameaças lançadas na internet por mujahidines islâmicos que anunciam outros atentados na Europa e mais particularmente em França e que citam a nossa igreja".

Fonte:DN Globo

****
A tristeza e a indignação não são apenas pelos recentes ataques em Alexandria. Procure na internet e você descubrirá casos de atrocidades cotidianas no oriente médio. Cristãos agredidos, torturados, alguns até são atacados com garrafas com ácido quando deixam suas igrejas. São casos chocantes.
Quando o então cardeal Ratzinger afirmou, lá pelo ano de 1997, que a Europa deveria dar prioridade a imigração cristã, todos se posicionaram contra o cardeal "racista", o islamofóbico panzerkardinal. Agora a Europa colhe os frutos da sua "generosidade" e a da sua abertura.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...