quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Dom João e o Orgulho de Ser Brasileiro (e Liberal)

Algumas pessoas pensam que rótulos são necessariamente ruins. Enganam-se. Na sociedade de hoje, os rótulos são necessários, às vezes imprescindíveis. Eles indicam bem mais do que produto A ou produto B, eles formam a nossa própria noção de identidade, de forma acessória.

Os rótulos são ruins apenas quando eles nos enganam, por exemplo, quando somos rotulados como integrantes de uma determinada linha e, na verdade, não somos.

Dom João Braz de Aviz mal chegou à Roma e já está aprontando das suas. Ele é um bispo liberal, este é o seu rótulo e a sua vida pregressa e atual justificam o emprego dessa palavra.

Noticiam na impressa italiana uma pequena e curta entrevista do prelado ao Osservatore Romano. Nela, Dom Aviz declara em alto e bom som que a "opção preferencial pelos pobres o Evangelho é uma opção que irá depender, em primeiro lugar, a nossa própria salvação. A sua descoberta e sua construção pela teologia da libertação significou um olhar sincero e responsável da igreja para o grande fenômeno da exclusão social." Ele cita também um documento, o famoso documento, apresentado pelo Cardeal Gantin aos bispos do Brasil quando o Papa João Paulo II tentava, de todas as formas possíveis, exorcizar o espírito de Marx, já canonizado pelos bispos do Brasil.

A TL é um assunto acabado. A sua condenação, se não objetivamente explícita, foi mais do que direta. Bispos, padres e teológos da TL foram perdendo seus cargos, censurados e silenciados. É claro que a TL não desapareceu. Sua influência ainda continua, tanto que Bento XVI lembrou os bispos do Brasil, para nossa eterna vergonha, mais de uma vez sobre o assunto.

Os padres da TL estão velhos, cansados e desesperados; infelizmente eles ainda comandam alguns seminários, algumas cadeiras de teologia das universidades "católicas" do Brasil. Há padres jovens ligados à TL, embora seja uma TL "do século XXI", para usar a diferença que Hugo Chavez faz do seu socialismo e do socialismo falido original.

As palavras do novo prefeito causam ânimo aos dinossauros da TL. E nos deixam sem saber como pedir desculpas ao mundo católico por essa "exportação" brasileira. Vergonha, essa é a única palavra que podemos usar se nos perguntassem sobre a ida de Dom Braz ao Vaticano.

As poucas declarações do novo prefeito já deixa clara a sua posição:

Neutralizar a vista às freiras norte-americanas que, na sua maioria, são feministas apaixonadas e, por isso, naturalmente inclinadas à TL.
Fortalecer os Focolares.
Uma leitura bem CNBB do Evangelho
Ressuscitar a TL

Se Dom João levar ao mundo a experiência que temos no Brasil em relação aos religiosos (vide CRB), esperamos para 10 anos o apodrecimento literal das diversas comunidades. É como mandar um lobo olhar as ovelhas ou um membro da Família Imperial Sarney cuidar da democracia.
É rezar para que o secretário da Congregação seja muito, mas muito, ortodoxo e ratzingeriano e que ele obscureça o prefeito, como Piacenza fazia com Hummes.
A nomeação de Dom João entrará para o Anuário Pontifício nas páginas "Ops, fizemos besteira".

3 comentários:

Lucas Carvalho disse...

O SECRETÁRIO !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!?????????

O secretário é muuuuuuuuuuuuuuuito, mas muuuuuito mais liberal que Dom Brás de Aviz !

Anônimo disse...

O atual secretário para os Institutos religiosos é o Padre Joseph William Tobin. Ele foi superior geral dos redentoristas e ajudou nas investigações de abusos sexuais na Irlanda. Parece ser um bom secretário.

Vejam

http://storico.radiovaticana.org/bra/storico/2010-08/413014_santa_se_novo_secretario_da_congregacao_para_os_institutos_de_vida_consagrada.html

Danilo disse...

Então é rezar para que alguém faça alguma coisa, ou no caso dos dois, para que eles não façam coisa alguma!

Essa vai ficar pra história.

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