Como reportado anteriormente aqui, através das postagens de outros bons blogs (especialmente o Oblatvs), os patriarcas orientais dos Maronitas e dos Católicos Ucranianos bizantinos deixaram seus postos e o Papa Bento XVI aceitou suas respectivas resignações.
Tanto Sfeir (maronita) quanto Husar (bizantinos) deveriam continuar até a morte como líderes espirituais das suas comunidades. Eles não são (eram) simples bispos que, quando do seu 75º aniversário, devem apresentar a renúncia ao Papa. Mas mesmo assim renunciaram.
Especula-se que a renúncia do cardeal ucraniano seja para melhorar as relações com a inflexível Igreja Ortodoxa Russa. Em Roma há um movimento constante, até mesmo da parte da casa papal, para que um encontro entre Bento XVI e Kirill (Cirilo) I da Rússia seja possível. Como afirmava o finado patriarca russo, Alexis II, o encontro só seria possível depois de Roma resolver, de uma vez por todas, o "problema" dos uniatas na Ucrânia.
A celeuma com os russos piorou depois que o cardeal Husar decidiu mudar a sua sede episcopal para a capital da Ucrânia. O gesto foi visto pelos ortodoxos como uma ameaça, como uma afirmação de que os católicos da Ucrânia são a Igreja da Ucrânia. Até aquele momento os católicos bizantinos liderados por Husar estavam concentrados na porção ocidental do país.
A Ucrânia é o berço da evangelização russa. Parte do antigo império russo, Kiev foi a mais importante Sé dos Czares, mesmo antes de Moscou. É uma questão de honra para os russo remover qualquer presença oficial católica de Kiev e parece que a demissão do cardeal Husar quer mostrar aos ortodoxos que os católicos bizantinos podem deixar de ser um problema.
Já o patriarca maronita é um caso bem diferente. Roma estaria insatisfeita com sua liderança, ou a falta dela, em meio a uma crise sem precedente no Oriente Médio. O Patriarca dos Maronitas estaria, segundo as notícias, sem uma grande voz para ajudar os cristãos daquela terra a ficarem nos seus respectivos países, diminuindo o fluxo para outros continentes, especialmente Europa e América do Sul.
Os dois caíram e agora seus respectivos sínodos encontram-se em sede vacante, prontos para um mini-conclave.
Vaticano: Papa aceita pedido de renúncia do Patriarca libanês