Cardeal |
Woelki foi bispo auxiliar de Colônia e era tido como um discípulo de Meisner. Em 2000, três anos antes de ser escolhido como bispo auxiliar, recebeu o doutorado em teologia pela universidade da Santa Cruz, ligada ao Opus Dei. Em 2003 é ordenado bispo pelo cardeal Meisner. Então, nada mais natural que o discípulo suceda ao mestre, não é mesmo? Não é bem por ai...
O então bispo auxiliar foi enviado, por Bento XVI, para Berlim como arcebispo e posteriormente foi criado cardeal, um dos mais jovens do colégio, diga-se de passagem. E desde então, com a púrpura garantida, Woelki mostrou suas garras.
A crise instalada no colégio de cardeais depois do consistório e da aula "magna" dada pelo Cardeal Kasper sobre a comunhão aos divorciados recasados serviu para deixar claro quem é quem e que posições os cardeais defendem. Woelki se alinhou de imediato aos purpurados alemães e austríacos, defendendo a proposição de Kasper. Não apenas se alinhou - do lado errado - sobre a questão dos recasados, mas vem defendendo uma inclusão, uma tolerância, uma abertura sobre os "casais" homossexuais. A ruptura com Meisner é clara.
O processo de eleição de um novo arcebispo de Colônia não corre pelas vias normais. Os candidatos são selecionados pelos cônegos de Colônia, enviados ao Papa, que pode corrigir a lista ou acrescentar-remover algum nome, depois a lista segue de volta para os cônegos, que escolhem o arcebispo. Portanto não seria correto dizer que é uma nomeação do Papa simplesmente.
A escolha de Woelki é péssima para a já combalida Igreja alemã. A Colônia de Meisner sempre foi vista como o último reduto de um catolicismo, digamos, conservador. Na prática o que vemos na Alemanha é o alinhamento, em nome de uma suposta igreja da misericórdia, em torno de um cisma de fato. Restava purificar Colônia do espírito de Meisner. Hoje, todos os cardeais alemães em atividade como bispos diocesanos são progressistas ou ultra-progressistas.
A mudança de Woelki para Colônia abre um novo espaço no colégio de cardeais da Alemanha, com a vaga de Berlim. Francisco poderá mover Marx, seu "conselheiro", para a capital alemã e nomear um novo arcebispo, e potencial cardeal, para Munique, mas é pura especulação já que Berlim, mesmo sendo capital, não é uma arquidiocese muito prestigiada.
De qualquer forma é uma péssima notícia.