Por conta da decisão, o ordinariato católico de Nossa Senhora de Walsingham publicou um convite em seu website, pedindo que os anglo-católicos que estejam considerando seu futuro deem uma chance a estrutura proposta pelo Papa Bento XVI que acolhe anglicanos dentro da Igreja católica. O convite afirma que, tendo aprovado a ordenação de mulheres ao sacerdócio em 1992, o passo natural seria conceder o episcopado.
Desde a ordenação de mulheres como sacerdotes os anglo-católicos dentro da igreja da Inglaterra foram colocados sob supervisão de três bispos "volantes", que formam uma espécie de diocese sem fronteiras físicas e acolhem sob sua tutela as paróquias, clero e fiéis contrários à ordenação feminina. Esta solução foi considerada como determinante para a sobrevida do anglo-catolicismo dentro da igreja estatal. Entretanto os proponentes do episcopado feminino descartaram a mesma solução neste momento, afirmando que se uma diocese tiver uma bispa, os anglo-católicos deverão se submeter a sua autoridade episcopal.
A intransigência do Sínodo em prover uma estrutura alternativa para os opositores do episcopado feminino vem levantando questionamentos sobre a vontade de manter anglo-católicos dentro da comunhão anglicana. Em 2010, quando os então bispos volantes anglicanos Andrew Burnham, Keith Newton e John Broadhurst anunciaram sua conversão ao catolicismo, a Igreja da Inglaterra procurou alternativas mais liberais para substituí-los na liderança dos anglo-católicos, numa tentativa clara de amaciar o caminho das futuras políticas, sobretudo o casamento de pessoas homossexuais e a ordenação de bispas. Jonathan Baker, um dos atuais bispos volantes anglicanos, foi anunciado pessoalmente por Rowan Williams e precisou declarar-se oficialmente desligado da maçonaria, da qual era membro, antes de assumir o cargo. A ligação de Baker com a maçonaria chocou os fieis anglo-católicos. Atualmente Baker se posiciona de forma leniente com a ordenação de bispas.
Eutanásia
Os problemas anglicanos não se limitam apenas à ordenação de mulheres ao episcopado. Nos últimos dias dois grandes nomes do anglicanismo se posicionaram de forma favorável à eutanásia.
Lorde George Carey (foto), que já foi arcebispo da Cantuária, afirmou que mudou "sua forma de pensar a morte" e que "lutar contra a mudança da legislação arriscaria promover angústia e for, o oposto da mensagem cristã de esperança". A Inglaterra, como boa parte dos países europeus, vem enfrentando uma nova onda dos promotores da cultura da morte. Depois de conseguirem aprovar o aborto em praticamente todos os países europeus, é hora de aprovar o "suicídio assistido", nome eufemístico para a eutanásia.
O "prêmio da Paz" Desmond Tutu Servindo aos poderes da ONU |
O líder sul-africano vem cada vez mais expressando opiniões esdruxulas como as apresentadas acima. O Partido Democrático Cristão da África do Sul expressou em nota que Jesus Cristo não apoiaria a posição do arcebispo sobre a eutanásia e que Tutu seria tratado por Cristo como os fariseu foram, "como hipócritas, sepulcros caiados e filhos de satã".
Pastor Transgênero
No dia 22 de junho, a catedral maior dos anglicanos americanos, localizada em Washington, viveu um dia insólito. A liturgia conduzida naquele templo expressou toda a doutrina adotada atualmente pelos membros da igreja Episcopal.
Presidindo o serviço litúrgico estava Gene Robinson, o primeiro bispo abertamente homossexual da igreja episcopal cuja consagração, em 2004, deu início a uma crise histórica com várias dioceses deixando a igreja oficial. Ao lado de Robinson estava o pastor Rev Dr Cameron Partridge (foto), que proferiu a homilia.
Partridge, que hoje se define como homem, é na verdade uma mulher e o primeiro pastor transgênero ou transsexual da igreja episcopal. Ele(a) é atualmente capelão da universidade de Boston e conselheiro para os alunos anglicanos que frequentam a universidade de Harvard.
A igreja episcopal, ramo anglicano nos EUA, vem seguindo uma linha agressiva pró-gay e hoje conta com vários pastores e pastoras abertamente homossexuais, realiza o casamento gay e tem dois bispos homossexuais (um gay e uma lésbica). Várias dioceses deixaram a igreja episcopal por discordarem profundamente das políticas atuais da igreja e vem enfrentando inúmeros processos movidos pelo escritório central sobre a posse das propriedades. Em algumas dioceses a igreja Episcopal ficou com todos os templos, capelas e igrejas paroquiais, mas nenhum fiel. Desde a segunda metade do século XX, quando a igreja episcopal foi adotando inúmeras práticas anti-cristãs como a aprovação dos anticoncepcionais, do divórcio, do aborto, suporte ao homossexualismo, à eutanásia, etc. vem perdendo fiéis de forma acelerada, passando de 20 milhões de anglicanos em 1970 para pouco mais de 1,5 milhão atualmente.