(Edward Pentin para National Catholic Register | Tradução Blogonicus) - A entrevista mais recente com o Santo Padre será publicada numa revista argentina.
Conforme divulgado por ZENIT:
Uma nova entrevista com o Papa Francisco deverá aparecer neste domingo numa das revistas argentinas de grande circulação.A publicação "Viva", um suplemento dominical do jornal Clarin, trará a entrevista feita para coincidir com o 500º dia do pontificado de Francisco, que acontecerá amanhã.De acordo com as informações, o Santo Padre irá discutir a recente insurgência de violência no Oriente Médio, preocupações com o desemprego juvenil e sua próxima encíclica sobre a proteção ao meio ambiente. Ele também compartilhará detalhes da sua vida no Vaticano.
Esta será a décima entrevista papal com a mídia secular, incluindo as suas conferências nos voos.
Embora as entrevistas tenham ajudado de muitas formas a levar a mensagem do Papa e do Evangelho para as pessoas que, de outra forma, não dariam muita atenção à Igreja ou ao papado, algumas causaram problemas e foram criticadas por causar controvérsia desnecessária e confusão.
Diferentemente da sua recente conversa com Eugenio Scalfari, esta [entrevista] definitivamente foi gravada.
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Eu discordo das conclusões do jornalista do Register. As inúmeras entrevistas dadas pelo Papa - essa será a décima em pouco mais de um ano! - não ajudam a levar a mensagem, seja ela do Evangelho ou do Papa (afinal, deveria haver uma diferença entre as duas?...), às pessoas. Pelo contrário, um Papa que fala tanto e a todo o momento acaba não sendo ouvido.
Reparem. Os pronunciamentos dos papas, antes de Francisco, é claro, eram sempre carregados de alguma solenidade, mesmo os mais ordinários e simples. Os discursos dos Papas eram ouvidos com atenção porque eram raros ou, pelo menos, pouco frequentes. Francisco mudou isso e a cada semana, praticamente, temos uma entrevista ou um vazamento de uma conversa.
A abundância de entrevistas torna a palavra do Papa comum como a de qualquer líder, religioso ou não. Os meios de comunicação deixaram de dar atenção a Francisco, exceto, é claro, as revistas de fofoca e os jornais de ateístas. Nem Ilze Scamparini, a correspondente da Globo em Roma, é vista no Jornal Nacional anunciando que o Papa disse isso ou aquilo. Simplesmente o ignoram.
Até mesmo as homilias diárias da Casa Santa Marta pararam de ser reproduzidas por muitos veículos de informação ligados à igreja. Caíram no lugar comum, no banal e ordinário.
Repito. Um Papa que fala muito acaba sendo pouco ouvido, muito menos compreendido.