Ministério Público arquiva pedido de censura à novela 'Amor e revolução'
Por O Globo | Agência O Globo – seg, 18 de abr de 2011 21:11 BRTRIO DE JANEIRO - O Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF/DF) arquivou, nesta segunda-feira, o pedido da ABMIGAer para censurar a novela "Amor e revolução" , exibida no SBT. O folhetim retrata a perseguição política contra os militantes de esquerda durante a ditadura militar (1964-1985).
O procurador da república, Peterson de Paula Pereira, arquivou a acusação pois os fatos não apresentavam elementos suficientes. No documento, o procurador justifica no documento que "conjecturar que a teledramaturgia será exibida em troca de negociatas, objetivando desqualificar a imagem das Forças Armadas, pode ser tão nocivo quanto censurar o folhetim, pois, efetivamente, tolhe-se direitos de envergadura constitucional, ferindo o princípio da liberdade de expressão".
O caso ganhou repercussão na web depois que o grupo por meio de um abaixo-assinado no site militares.com.br insinou que a trama parecia ser um acordo firmado entre o proprietário da emissora, Silvio Santos, e o governo federal pela Comissão de Verdade para quitar as dívidas do Banco Panamericano que pertencia ao apresentador.
Até a noite desta segunda-feira, o abaixo-assinado contava com o apoio de 841 pessoas.
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Não sou fã das produções brasileiras do SBT. Confesso que ouvir o barulho do andar das personagens no assoalho do estúdio me dá nos nervos (algo em comum com a rede Record). Contudo, há dois ou três dias me deparei, zapeando, com a tal novela. "Sou Comunista com orgulho até morrer" disse um dos personagens enquanto o malvado militar o rendia.
Um folhetim onde o comunista é o herói da história só poder ser uma boa porcaria (como toda novela do SBT). O período obscuro da ditadura militar não foi, nem de longe, o que a história politicamente correta (escrita com a pena de esquerdistas pseudo-intelectuais) conta. Se estamos onde estamos, se somos o que somos, para o bem ou para o mal, é consequência direta da ação dos militares para impedir que o comunismo se instalasse de vez. Não foram muito felizes, no final das contas, porque olha quem abunda o trono tupiniquim...
Mesmo com alguns métodos truculentos, alguém pode condená-los de fato? Podemos condenar soldados que lutaram para impedir que nossa pátria se tornasse parte de Cuba-China-URSS? Quantas vítimas os aloprados esquerdistas não fizeram, sem o menor remorso, nas suas guerrilhas ou nas suas tocaias? Sequestros, torturas, assassinatos também do lado dos mocinhos de Chê! Mas isso não é contado!
Essa baboseira de buscar a verdade na memória do país, de abrir os arquivos da ditadura é tudo, menos uma busca pela tal justiça. Porque se fosse justa precisaríamos contar também as agressões dos guerrilheiros comunistóides. É claro que essa gente não juntou arquivos. É claro que eles, existindo na ilegalidade, hoje estão cobertos pela sombra da impunidade e do anonimato.