sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

CERIS aponta crescimento da Igreja no Brasil

Nestes últimos 50 anos, a Igreja Católica no Brasil passou por grandes mudanças, em diversos sentidos, dentre elas, mudanças estruturais, geográficas e pastorais. Atenta a estas mudanças, a última Conferência do Episcopado Latino Americano e Caribenho, que se reuniu em Aparecida no ano de 2007, conclamou as paróquias para mudanças em suas estruturas, as quais contemplam, sobretudo, mudanças pastorais e missionárias, que visam transformar as paróquias em Comunidades de comunidades, por meio da setorização em unidades menores que possibilitem uma presença maior da Igreja em diversos locais. Estas mudanças pedidas pela Conferência de Aparecida vêm ao encontro da evolução da Igreja no Brasil, constatada pelo último censo da Igreja promovido pelo CERIS (Centro de Estatística Religiosa e Investigações Sociais) e Promocat, sobre a qual tecerei aqui uma breve análise, de cunho sociológico, aproveitando de alguns dados estatísticos que este censo apresenta. Estes dados, cruzados com dados de pesquisas anteriores do mesmo CERIS, possibilitam formular teorias sociais que contribuem para o entendimento da realidade social e eclesial da atual conjuntura da Igreja.

A EVOLUÇÃO DA IGREJA NO BRASIL


As mudanças na configuração da Igreja no Brasil, registradas no novo Anuário Católico 2012 trazem, entre outros dados, um retrato do atual quadro de nossas paróquias, bem como o número de agentes de pastoral consagrados (sacerdotes, diáconos, religiosos/as) que atendem a população católica de nosso país, confirmando assim, as necessidades de conversão pastoral apontadas pela Conferência de Aparecida. Dentre as mudanças que o censo revela, nas suas diversas vertentes, chamadas aqui de evolução da Igreja no Brasil, estão contempladas, por exemplo:
  • A evolução do número de paróquias por regional da CNBB (1940-2010) e a média de crescimento anual destas neste período;
  • A evolução do número de circunscrições eclesiásticas (1991-2010);
  • A evolução do número de diáconos permanentes neste mesmo período;
  • A evolução do número de presbíteros brasileiros e estrangeiros (1970-2010);
  • A evolução do número de religiosas, incluindo professas, noviças e professas egressas;
  • A evolução do número de habitantes por presbítero (1970-2010);
A relação entre habitantes por presbítero (1970-2010) e o percentual da evolução destes indicadores nos anos de 1990 a 2010, entre outros dados. Esta amostragem do CERIS contesta, por um lado, teorias como a da secularização e a do enfraquecimento da Igreja Católica, que perde fiéis para outras denominações religiosas, ou mesmo para o ateísmo, como algumas pesquisas censitárias apontam. E por outro, reforça a tese de Zygmunt Bauman de que a busca pela comunidade religiosa, a Igreja ou a vida sacerdotal, é a busca por segurança em um mundo de inseguranças.


Fonte: Relatório CERIS - Censo Anual da Igreja Católica no Brasil - CAIC Br
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