quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Dom Rossi Keller e a Reforma da Reforma




DOM ANTONIO CARLOS ROSSI KELLER

PELA GRAÇA DE DEUS E DA SANTA SÉ APOSTÓLICA

BISPO DE FREDERICO WESTPHALEN (RS)


NOTIFICAÇÃO A RESPEITO DA RECEPÇÃO DA SAGRADA EUCARISTIA


A Igreja sempre ensinou a necessidade da devida preparação para a recepção da Sagrada Comunhão.
Tal preparação é, antes de tudo, espiritual, mas inclui também aspectos materiais e formais. Para se receber bem a Santíssima Eucaristia, deve-se:

a. Estar em estado de Graça santificante, o que significa dizer, que não se tenha nenhum pecado grave na alma;
b. Saber a quem se vai receber na Sagrada Comunhão, ou seja, ser capaz de distinguir o Pão Eucarístico: Corpo, Sangue, Alma e Divindade do Senhor, alimento de nossa alma, do pão comum, alimento do nosso corpo;
c. Guardar o jejum eucarístico, ou seja, não tomar nenhum alimento durante o período de 1 hora que antecede a Sagrada Comunhão. Água e medicamentos não quebram o jejum.
São estas as indicações fundamentais para a recepção digna da Sagrada Eucaristia. Naturalmente que a recepção frutuosa depende muito mais do que o simples cumprimento destas regras: é preciso acolher amorosamente o Senhor que vem ao nosso encontro, na Sagrada Comunhão.

Além disso, materialmente, a recepção da Sagrada Comunhão deve realizar-se através das diversas formas indicadas pela Igreja:

a. Sempre respondendo “AMÉM” após o Sacerdote ou o Ministro Extraordinário da Comunhão Eucarística ter dito “O Corpo de Cristo”;
b. Desejando receber a Sagrada Eucaristia em pé, seja diretamente na boca ou na mão, antes deve-se fazer uma inclinação profunda, como sinal de respeito e adoração;
c. Recebendo a Sagrada Eucaristia na mão, deve-se estender a mão esquerda, espalmada, e colocando a mão direita por baixo desta, depois, na frente de quem entregou a Sagrada Comunhão, leva-se a Sagrada Comunhão à própria boca, usando para isto a mão direita;
d. Recebendo-se a Sagrada Comunhão de joelhos, e portanto, na boca, não está previsto nenhum tipo de gesto anterior.

Nesta NOTIFICAÇÃO PASTORAL gostaria de comunicar que, a partir da Missa da Noite do Natal do Senhor de 2011, na Catedral Santo Antonio, o Bispo Diocesano distribuirá sempre que possível, a Sagrada Comunhão para pessoas ajoelhadas em genuflexório, colocado no corredor central da Catedral. Os demais sacerdotes e Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística continuarão a distribuir a Comunhão nos outros locais, para as pessoas que costumam comungar nas demais formas.

A razão fundamental para esta decisão fundamenta-se no DIREITO que os fiéis cristãos têm em também receber a Sagrada Comunhão de joelhos. “...a negação da Santa Comunhão a um dos fiéis, por causa de sua postura de joelhos, deve ser considerada uma violação grave de um dos direitos mais básicos dos fiéis cristãos, nomeadamente daquele de serem assistidos pelos seus pastores através dos sacramentos (CDC, cânon 213). Mesmo lá onde a Congregação aprovou a legislação em que declarou o estar de pé como posição para a Santa Comunhão, de acordo com as adaptações permitidas às Conferências Episcopais... assim o fez estipulando que aos fiéis que comungam, e escolhem de ajoelhar, não deve ser negada a Santa Comunhão por este motivo. (S. Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, Carta de 1 de julho 2002; Notitiae (2002), 582-585).

Nestes últimos anos, o Santo Padre o Papa Bento XVI, tanto em Roma, como em outros lugares, por ocasião de suas visitas apostólicas, tem distribuído a Sagrada Comunhão para fiéis que se colocam sempre de joelhos. A intenção do Santo Padre é clara: além de recuperar um direito muitas vezes esquecido, fundamentalmente visa fortalecer uma visão de sacralidade que a Sagrada Eucaristia deve sempre ter na vida do cristão.

Além de determinar tal uso na Catedral, nas Missas presididas pelo Bispo Diocesano, peço também aos senhores padres que generosamente favoreçam este uso em suas Paróquias e Comunidades, para aqueles fiéis que assim gostariam de receber a Sagrada Comunhão.
Desejando a todos os diocesanos um Santo Natal e um ano de 2012 cheio das graças do Senhor, a todos abençôo no Senhor.

Frederico Westphalen, 24 de dezembro de 2011.
+ Antonio Carlos Rossi Keller
Bispo de Frederico Westphalen
****
Os destaques são nossos e não do original.
Parabéns ao bispo que, por enquanto, é o único a seguir a orientação do Papa Bento XVI. A venerável tradição que afirma que "cada Igreja particular deve concordar com a Igreja universal, não só quanto à doutrina da fé e aos sinais sacramentais, mas também em respeito aos usos universalmente aceitos da ininterrupta tradição apostólica" parece ter ecoado apenas em Frederico Westphalen.

Esperamos que o gesto seja imitado pelos veneráveis irmãos no episcopado de Dom Rossi Keller!

3 comentários:

Anônimo disse...

Na Catedral Metropolitana de São Paulo o Padre Auxiliar do Cura também dá a comunhão na boca e de joelhos em suas missas. E não há ministros, nem 'outras formas de comungar'. Só quem não pode mesmo se ajoelhar é que recebe em pé, na boca.

Anônimo disse...

Pois é, aqui temos os MECES, pela necessidade (Há Missas com mais de 1200 pessoas na Catedral,e somente o Bispo Diocesano e mais o Pároco da Catedral ou, já que os demais vigários paroquiais estão empenhados celebrando em algumas das 34 Capelas da cidade e do interior do Município) e respeita-se o direito de quem quer comungar em pé... Cada realidade, é uma realidade...

Bruno Luís Santana disse...

Que tempo vivemos... Ontem era a norma receber a Deus de joelhos dobrados, hoje desperta a admiração quando um bispo permite a comunhão de tal forma, cumprindo o que estabelece a Igreja.

Mas enquanto as pessoas não entenderem que a Missa é a mesmíssima coisa que a Paixão de Cristo, nenhuma reforma será pouca.

A Missa é sacrifício, sacrifício, sacrifício... As outras facetas são secundárias, banquete, reunião com fiéis, etc, tudo isso está subordinado à idéia de sacrifício. É a partir desta verdade que se deve auto-questionar e questionar aos fiéis. Diante da Paixão de Cristo há 2010 anos atrás, se nos enviassem à Jerusalém naquele exato momento, como gostaríamos de estar diante do Cristo sofredor, que passava diante de nossos olhos em carne viva? Como gostaríamos de ser vistos por ele, interiormente e exteriormente? Como deveriam estar as nossas disposições?

Pois é.

O que as pessoas não sabem é que estão diante do Cristo sofredor, porque as missas são A RENOVAÇÃO do mesmo Calvário.

Por isso o senhor bispo fez bem em recordar os ítens a, b e c, e esperamos que bata nessas teclas até a exaustão, que seja enfadonho e cansativo de tanto repetir "para receber o Corpo de Deus, deve-se estar em jejum e com os pecados mortais absorvidos em confissão".

Se esta realidade da missa ficasse bem entendida pela maioria dos fiéis, a recomendação de preparo antes da Missa (orações, meditações, observância do jejum (? depois do Concílio reduziram-no para uma hora... Enfim...), modestia no vestir, o uso do véu, as pessoas adeririam a isso de maneira mais consciente, ou ao menos pacífica...

Senhor bispo, sei de sua obvia e justa atenção pelo seminário, mas ouso sugerir que o senhor, caso não tenha essa irradiação aos fiéis, trabalhe então com as pessoas mais próximas e também com os (as) catequistas, para que estes transmitam às demais pessoas as suas orientações.

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